Esquecer você escrita por Mariii


Capítulo 1
Parte I - Férias


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta! ♥

Apesar do título parecido com a anterior, não é uma continuação.

Espero que vocês gostem!



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Férias. Sherlock nunca tinha tirado férias antes e ainda pensava como tinha sido convencido a isso. A ideia partiu de Mary e logo todos tinham achado o máximo. Todos. Inclusive Lestrade e Sra. Hudson. Menos Sherlock, ele só queria ficar no seu apartamento em paz. Chegou a conversar com John a respeito, mas Mary foi categórica. Ou iam TODOS ou não ia ninguém, e aparentemente esse “TODOS” incluía Sherlock, para seu desespero. Se isso tivesse acontecido alguns anos antes, Sherlock não pensaria duas vezes em negar esse absurdo. Mas, agora que tinha se rendido à amizade, não poderia fazê-los perder as férias que estavam planejando o ano todo, fazendo mágicas para poderem tirá-la no mesmo período.

Mary havia alugado uma casa na Cornualha. Praia. Outro absurdo. Sherlock estava certo que não sobreviveria ao fim daquela semana. Felizmente Lestrade e Molly não podiam ficar fora do trabalho por tanto tempo e só conseguiram esse período.

Areia. Sol. Mar. Piscina. Bebidas. Música. Sherlock começava a pensar que enfrentar a morte na Europa Oriental era muito mais tranquilo. Não podia negar que Mary caprichara na organização do “evento”. A viagem de carro até a praia transcorreu sem problemas. Todos só conversaram amenidades, Sherlock manteve-se em seu silêncio habitual a maior parte do tempo. Quando desembarcaram do SUV de 7 lugares de John, Molly e Sra. Hudson soltaram exclamações entusiasmadas ao verem a casa em que ficariam hospedados. De frente para o mar, era possível sentar-se a varanda com os pés na areia. Nos fundos havia uma enorme piscina, jardim e uma área para jogos, com mesa de bilhar. Era composta de uma espaçosa sala e cozinha no andar de baixo. No andar de cima havia três quartos. Além de todo o inferno que teria que passar nessas férias, Sherlock ainda dividira o quarto com Lestrade. Estava começando a acreditar nos castigos divinos.

Mary, Molly e Sra. Hudson correram para um dos quartos para se trocarem. Estavam empolgadíssimas para irem à praia. Imaginar a Sra. Hudson em trajes de banho fez Sherlock desejar se transportar para Londres no mesmo minuto. Por outro lado, observar Molly assim não seria ruim. É, talvez alguma coisas se salvassem nessa viagem.

Enquanto Lestrade examinava toda a casa, também em um grande estado de agitação, John observava Sherlock, um sorriso dançava em seus lábios.

- O que, John? – Sherlock o olhava exasperado.

John não aguentou, caiu em uma gargalhada.

- Você. Não poderia estar mais deslocado. Um verdadeiro peixe fora d’água. – Ainda rindo, também começou a subir as escadas para guardar sua mala. Estava gostando de ver o amigo nessa situação. Eram raros os momentos que Sherlock não parecia dono de si. – Suba e troque-se, Sherlock. Você não vai à praia de calças, não é? – Riu ainda mais quando viu a expressão de puro terror no rosto de Sherlock.

Infelizmente John estava certo. Depois de muito resistir, Sherlock enfim subiu para o seu quarto a fim de se trocar. Com a ajuda de Mary tinha comprado algumas roupas mais adequadas para o ambiente, então vestiu bermuda e camiseta. Sentia-se ridículo. Esse negócio de amizade estava indo um pouco longe demais.

Encontraram-se na sala. Sherlock teve que se segurar muito para não ficar encarando Molly. Por baixo daquele jaleco escondiam-se muitas coisas. Talvez esse fosse um ponto a reconsiderar sobre a praia. Ele já tinha perdido um tempo olhando para as pernas dela durante a viagem e agora, com óculos de sol, teria visões privilegiadas de Molly e, então, a praia não seria tão ruim assim. Vê-la de biquíni, mesmo com uma saída de praia por cima, já estava mexendo com a imaginação dele. Começava a culpar o calor, devia estar derretendo seu cérebro.

Tinha sido indiferente a Molly no passado, mas há muito já não era mais assim. Sempre soube da queda que ela tinha por ele, mas nos últimos anos ela tinha mudado bastante. Parecia mais segura, mais mulher, e... extremamente sexy. Ela já não dava tanta bola para Sherlock, parecia que tinha percebido que ele era muito problema para ela. Nunca teriam um relacionamento normal, ela sabia disso.

Apesar disso, ainda era possível vê-la olhando-o de forma pensativa. Talvez pensando no porque de nunca ter acontecido nada, achando que a culpa era dela. Ou imaginando se ainda haveria uma chance. Para Sherlock, a chance existia, mas não queria complicar ainda mais a vida dos dois. Deixaria como estava, não queria colocar tudo a perder com algo que sabiam que nunca funcionaria. Nesse ponto concordava com Mycroft, sentimentos atrapalhavam. Se envolver era arriscado, trazia sofrimento e desvirtuaria seu cérebro do que realmente era importante. O seu trabalho.

Mas, enquanto isso, poderia sutilmente observar a paisagem. Sherlock tinha se acomodado em uma cadeira de praia não tão confortável, totalmente coberto por um guarda-sol. John estava ao seu lado, lendo um livro. Sherlock via Molly na água, divertindo-se com Mary e Sra. Hudson, pareciam crianças, jogando água uma na outra e davam gritinhos quando a água fria às acertavam. Seus olhos estreitaram quando viu Lestrade se aproximar de Molly e entrar na brincadeira. Não lembrava-se de já ter sentido ciúme de Molly, até então. De longe, a via gargalhar enquanto brincava com Lestrade. Nesse momento sentiu muita raiva dessas férias.

-- -- --

Após a terrível aventura na praia, terminaram o dia em volta da piscina. Duas garrafas de vinho haviam sido abertas, uma leve brisa vinha do mar. O barulho das ondas mantinha o clima agradável. Mary havia decidido cozinhar nessa primeira noite de férias e impediu qualquer um de adentrar a cozinha. Sherlock observava Molly arriscar-se a uma partida de bilhar com Lestrade, suas bochechas estavam coradas por conta do vinho e ria a cada erro que cometia. O detetive sentiu-se tentado a enfiar o taco pela garganta do amigo. Não entendia de onde estava vindo esse ciúme. Nunca tinha ficado tão próximo a ela em momentos informais e isso não estava sendo como ele esperava. Sem perceber, Sherlock a estava encarando. Ela sorriu ao olhar para ele. Um sorriso malicioso que fez um arrepio inconveniente percorrer a espinha de Sherlock.

Quando Mary chamou-os a mesa para jantar, sentou-se estrategicamente a frente de Molly.

- Mary, você devia ter formado uma dupla com John e jogado bilhar com a gente. Assim, quem sabe, eu não teria passado tanta vergonha. – Molly estava feliz, radiante.

- O que? Você perdeu para o Lestrade? Por que não chamou Sherlock para te ajudar? – Mary deu-lhe um sorriso cínico e Sherlock ergueu uma sobrancelha para ela.

- Simplesmente não perco tempo com jogos inúteis. Passe-me a batata, por favor.

- Alguém está de mau humor hoje. – John cutucou o amigo por debaixo da mesa.

- O que? Ah, desculpem-me. Todo esse calor e essa areia. Realmente não estou num bom dia. Pode me chamar quando precisar, Molly. Mas, devo acrescentar que espero que você não o faça.

- Tudo bem, Sherlock. – Molly sorriu para ele. – Bom, aproveitando que estão todos aqui... E, vocês sabem, são as pessoas mais importantes para mim... Não faça essa cara, Mary, você sabe que é verdade. Enfim, eu quero contar uma novidade para vocês. – Respirou fundo antes de falar. – Eu recebi uma proposta de um laboratório para trabalhar com pesquisas sobre câncer. E eu aceitei. Quero salvar vidas ao invés de analisar corpos. Já vinha pensando sobre isso há algum tempo, a oportunidade surgiu e...

- Isso é ótimo, Molly! – John a interrompeu. – Tenho certeza que você se sairá muito bem. Pessoal, isso merece um brinde.

Todos brindaram pela nova etapa da vida de Molly. Sherlock parecia entediado.

- Então, eu não terminei. O laboratório que me convidou... Ele fica em Nova Iorque. Estou partindo para lá ao final das férias...

Silêncio. Todos pararam o que estavam fazendo. Molly abaixou os olhos para o prato, e viu que Sherlock perfurava a batata com muito mais força que o necessário. Ele não se importaria com a partida dela, se importaria?

- Oh meu Deus, isso é uma grande surpresa, Molly. – Mary cortou o silêncio, o que fez Molly respirar aliviada. – Quer dizer então que temos que aproveitar muito essa semana na sua companhia! Não posso dizer que não fiquei triste com a notícia... – Molly sorriu ao receber um abraço de Mary. - Mas estou tão feliz por você! Isso merece uma comemoração digna! Está decidido, iremos comemorar hoje. Iremos dançar!

O entusiasmo de Mary arrancou risadas de todos, menos de Sherlock, que continuava sério encarando sua batata e esmagando-a. Molly partiria, ele entendera bem? E nós comemoraríamos isso? Dançando? Comemorar exatamente o que? Molly partiria...

O jantar continuou, como se nada tivesse acontecido. Após todos comerem, as mulheres se ajudaram na arrumação da cozinha e foram para o quarto de Mary se arrumar para sair. Os três rapazes subiram um tempo depois, utilizando o quarto em que dormiam Sherlock e Lestrade.

Sherlock encontrava-se taciturno. Não tinha a menor vontade de conversar, muito menos de sair. Molly partiria. E esse era o único motivo que o fazia sair da casa naquela noite. Estava decidido a ficar ao menos por perto dela durante essa viagem. Era todo o tempo que teria e se permitiria fazer isso.

Desceram antes das mulheres, como era de se esperar. Sherlock vestiu-se o mais casualmente que conseguiu, com calça jeans e uma camisa vinho.

Passaram algum tempo esperando até que elas decidissem descer. Aproveitaram para finalizar a garrafa de vinho que tinham aberto no jantar. A bebida vinha como um bálsamo para Sherlock, que começava a se sentir um pouco mais leve com o álcool em seu sangue.

O tempo pareceu parar quando Sherlock avistou Molly descendo as escadas. Era redundante dizer que ela estava linda. E já estava se achando idiota por pensar isso tantas vezes em tão pouco tempo. O vestido florido caia de modo perfeito em seu corpo e ajustava-se em seus seios. Finas alças apareciam sobre seus ombros. Suas pernas estavam à mostra, o tecido terminava no comprimento exato para instigar a imaginação de muitos homens. Nos pés, sandálias rasteiras simples. Os cabelos soltos caiam sobre suas costas, formando ondas nas pontas. Uma leve maquiagem era perceptível em seus olhos, destacando toda sua beleza de forma natural. Molly parecia sempre ter vivido no litoral. Ela sorriu sem jeito ao observar que Sherlock a olhava de cima a baixo.

Mary correu os olhos por todos eles.

- Bom, já estamos todos aqui. Vamos dançar! – Gritos entusiasmados partiram de quase todos.


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Notas finais do capítulo

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