Leah ou Lee-Lee escrita por Gii


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Hello, booooys and giirls! Here we are, ready for a reposting! Who like, screams "yooooooo", right? So here we go!
Enjoy your reading!



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Leah sabia que foi por escolha dela que estava agora sofrendo. Ela permitira que ele se aproximasse como quem não quer nada e entrasse em sua vida, em seu corpo e em sua alma.

Ela o permitira se infiltrar em cada frestinha de seu ser e se acomodar ali, até brotar. Se tinha algum culpado, era ela.

Se ela não tivesse aceitado sua mão, se ela tivesse dado a resposta que sempre deu a todos os garotos, quem sabe agora, ela estivesse inteira... Mas, não. Ela queria experimentar aquela sensação nova que estava emitindo seus primeiros raios no seu corpo.

Ainda pequena o conhecera em uma das reuniões dos anciões, em que implorara ao seu pai para que a levasse. Na verdade, conhecera lá, todos eles. Lembra-se de como brincavam ao redor da casa e como, mesmo com seu vestido novo e os cabelos pretos compridos perfeitamente arrumados, rolava na lama com os garotos.

Sempre simples, mas era essa simplicidade e a maneira fácil de arrancar um sorriso dela que a deixava mais maravilhosa e linda. A não ser quando ficava emburrada ao ouvir alguém dizer que era frágil. Que precisava de ajuda em alguma coisa.

E era por isso que ninguém nunca ajudava a levantar quando tropeçava e caia no chão ralando os joelhos pequenos ou pegava algo que estava alto demais para ela alcançar. Sempre com o temperamento forte.

Mas ele parecia se preocupar demais com o estado dela para perceber o porquê de os outros não fazerem. Sam, mesmo sendo tão mais velho que ela, a ajudava a levantar recebendo tapas e resmungos, mas ajudava. E mesmo algum tempo depois, quando já eram grandes demais para brincar ao redor da casa e fazendo castelinhos de areia e se limitavam a conversas e brincadeiras bobas, ele ainda insistia em ajuda-la, sempre com um sorriso no rosto travesso e o apelido que ele inventara pendurado em seus lábios. "Lee-Lee"

E ela insistia em recusar sua ajuda, sempre aos resmungos, dizendo o quanto o odiava ele e aquele apelido. O quanto queria ele bem longe dela... Ela devia ter continuado pensando assim...

Mas naquela reunião foi diferente, estava morrendo de ódio de Sam por ele ter ido pegar um sanduiche para ela. Queria que ele explodisse em um milhão pedacinhos, só para não ter que ficar o vendo fazer as coisas para ela. Ódio que ela havia descontado no pai, minutos depois, em uma das piores brigas que já teve com ele, em toda a sua vida.

E assim que sentiu seus olhos marrons profundos se encherem de lágrimas que quase nunca os habitavam, ela fugiu da briga que viu que perderia. Queria correr por entre as arvores e se perder na floresta, indo o mais longe que conseguia de seu pai, sentindo a vergonha que suas palavras verdadeiras lhe contavam. Impunham-lhe.

Mas, no meio do caminho ela tropeçou em seus próprios pés, não enxergando um palmo em sua frente por conta das lagrimas que insistiam em escorrer pelos olhos e molhar a face, que algumas horas antes, brilhava feliz.

Só que naquela vez em que caiu, rolando alguns metros até parar, ela não se levantou de imediato, limpando as roupas e rindo de seu tombo, como sempre fazia. Ela continuou deitada de costas para a terra molhada, soluçando um choro baixo. O topo das arvores e o céu cinza, embaçados com sua vista, pareciam sufocar lhe.

Ela se deixou sentar, apoiando os braços nos joelhos e abaixando a cabeça, enquanto chorava mais, não somente pela primeira briga com seu pai, mas agora, pelos machucados que rodeavam seu corpo.

Leah queria ficar ali, sozinha, chorando até suas lagrimas secarem sozinhas e ela estar cansada demais para pensar ou lembrar daquela briga boba. E Leah continuaria ali se ela não tivesse percebido dois pés em sua frente, muito conhecidos. E ao acompanhar do pé a perna, da perna ao tronco e do tronco ao rosto, ela viu o garoto que mais odiava no mundo, parado à sua frente, com a mão estendida para ajudá-la a levantar.

O rosto mais doce do que o normal. Mais compreensível do que o normal. Mais preocupado que o normal. Mais Sam do que o normal.

E ao ver ele ali, algo se moveu dentro dela, de um jeito que ela gostou. Uma voz dizendo dentro dela para pegar sua mão e aceitar sua ajuda. Dizendo que ela precisava de um abraço, de alguém que a consolasse e esse alguém acabara de se solidarizar.

E desde quando ela pegou sua mão e se levantou até quando chegaram a porta da casa de Leah, ele ficou e silencio, apenas a observando e deixando que ela o abraçasse e chorasse em seu peito.

Daquele dia em diante, ela se deixou ajudar. Ela permitiu que somente ele a ajudasse, lhe estendesse a mão e a puxasse para seu peito, reconfortando-a do que fosse preciso. Se tornando seu melhor amigo. Porque Sam sempre estava lá.

Não só nos momentos tristes, mas nos mais felizes de sua vida.

Era Sam quem arrancava seu melhor sorriso e quem fazia ela se arrumar para uma simples volta na praia. Era com Sam que ela tinha as melhores brincadeiras, as melhores conversas e os melhores momentos. Ele era sua coluna, que a ajudava a se sustentar. Que a colocava no topo do mundo, sempre sussurrando seu apelido - que agora, ela adorava ouvir - e que nunca deixava que o seu sorriso lindo e brilhante se apagasse, mesmo que por segundos.

Leah lembra-se muito bem quando descobriu que o amava. E como ela sentia raiva aquele dia. Raiva de um garoto de sua escola, que saia pelos corredores cantando alto para todos ouvirem "Sam e Leah, sentados em baixo da arvore fazendo o que? Se B-E-I-J-A-N-D-O!" Mas ela só sentiu raiva por conta de sua vergonha súbita e percebeu que nunca havia pensado nele daquele jeito.

Na semana que se seguiu à aquela brincadeira estupida do garoto (E da detenção de Sam por bater no garoto) ela se afastou de Sam o suficiente, para perceber que aquilo que ela intitulava de amizade, já passara para amor á muito tempo e somente ela não enxergava. Que os sinais de Sam eram tão claros que por teimosia dela, se negava a enxergar.

Mas naquele momento, quando finalmente ela conseguia enxergar através da linha da amizade, ela também percebeu o olhar das outras garotas para cima de seu Sam.

E ela se permitiu sentir medo de perde-lo, por pura teimosia.

Leah queria agora, que ele percebesse que ela estava pronta. Que a Lee-Lee, agora, enxergava-o perfeitamente e que se negaria a perde-lo para qualquer uma daquelas garotas.

Então, todos os dias ela se arrumava para ele e eles se viam com mais frequência. Eles davam voltas na praia, conversando e rindo, mas também dando moles que quase nunca eram percebidos. De ambas as partes.

E ele sempre dizia agora, que ela era sua Leah, a de Sam, a garota mais bonita da reserva, com o cabelo preto, comprido e lindo, e olhos castanhos que transmitiam mais de mil palavras. E Lee-Lee se derretia, se perdendo em suas palavras e em seus olhos profundos que enxergavam sua alma.

E ela percebeu que aquele apelido sempre estava presente, nos melhores momentos com ele e ela adorava o ouvir sair de seus lábios. Seja sua voz suave, seja sua voz rouca ou sua voz sussurrada. Ela flutuava a cada "Lee-lee" que ele proferia.

E foi aquela palavra, sussurrada ao seu lado, que deu coragem à Sam, naquele dia ensolarado raro, enquanto estavam sentados em uma pedra grande em frente a sua casa. Ela tinha acabado de colocar uma flor branca atrás da orelha quando Sam a chamou.

E foi "Lee-Lee" que ele disse antes de finalmente dar seu primeiro beijo. Mais tarde, Leah percebeu que aquele tinha sido o beijo mais doce que já havia provado em sua vida.

E foi "Lee-Lee" que saiu de sua garganta, quando ele gritou para o mundo que a amava mais do que tudo.

Foi "Lee-Lee" que ele sussurrou roucamente quando estavam em uma das suas incontáveis noites de amasso, beijos e amor em seu quarto, escondido de todos, matando as últimas aulas da escola.

Agora, ao ouvir aquele apelido, tinha vontade de vomitar e chorar a dor de sua alma. Sentindo falta daquele peito quente em que ela se apoiou como coluna para se sustentar na primeira briga com seu pai... e ela odiava querer aquilo. Se sentia revoltada por tal sentimento, querendo pegar uma faca na sua cozinha e arranca-lo a força de seu peito, mas sabendo que se fizesse, teria que arrancar seu coração inteiro.

Porque ela continuava a ser a sua Lee-Lee, a garota que o esperava sentada na pedra grande em frente á sua casa, esperando ele chegar do trabalho, mesmo em baixo de chuva E que ainda, o ajudava e cuidava quando ele estava doente. Que o apoiava em qualquer decisão que ele tomasse e que, se brigava alguma vez com ele, era só porque queria que chegasse logo a reconciliação, onde fariam amor incansáveis vezes seguidas, dizendo seu coração era todo dele. Que não havia devolução.

Mas ele o devolveu.

O mundo parecia desabar em água ao redor deles aquele dia. Parados no meio da chuva, em frente casa dele. Leah sabia que algo estava mal e ele levava semanas escondendo uma parte de sua vida, que quando crianças, não tinham segredos. E Sam estava pálido e tinha olheiras, mas seu olhar era mais adulto, mais escuro que nunca.

Ele disse "Lee-Lee" antes de quebrar seu coração, enfiando um punhal em sua alma e fazendo as lagrimas se misturaram com a chuva forte, dizendo que havia encontrado outra pessoa, que sentia muito e que ainda a amava e a amaria para sempre.

Perguntou se podiam ainda ser amigos, fazendo o resto de seu coração se despedaçar como papel na água.

Ele devolveu o que jurou guardar para sempre e quebrou todas as promessas e juras que um dia fez. A deixou, como uma criança que se esquece de um brinquedo em um canto qualquer do sótão.

A deixou como quando se deixa uma moeda de pouco valor para trás, que caiu de suas mãos enquanto contava as outras. Uma moeda que não valia a pena voltar para pegar.

Por "Lee-Lee", não valia a pena voltar.

A garota mais bonita de toda tribo, de cabelos pretos compridos e sempre com o sorriso brilhante no rosto sumira, deixando para trás um eco malfeito e defeituoso do que um dia foi Lee-Lee.

Não. Ela odiava que pronunciassem aquele apelido estupido e cravaria agora, suas garras e presas em quem os ousasse soltar. Leah não permitiria que ninguém mais a ajuda-se, que ninguém mais a lhe desse um apelido e ser o motivo de ela sorrir.

Não permitiria que tentassem pegar seu coração destroçado e destruído.

Mas aquele apelido lhe perseguia, onde quer que fosse agora, sendo pronunciado por aquela voz - que seu coração insistia em amar - um milhão de vezes depois daquele pedido estupido para continuar sendo sua amiga. E todas as vezes que ele dizia "Lee-Lee", ela sentia aquele espaço de seu peito se contrair e seu o ar faltar, e ela voltava a gritar e bravejar para ele nunca mais dizer aquele apelido. Seu nome era Leah, não... aquilo.

Mas era como quando eram pequenos novamente e ele insistia em ajudá-la a se levantar, sempre pedindo desculpas com o olhar arrependido e repetindo: Lee-Lee. Lee-Lee. Lee-Lee

Por que ele insistia em querer reavivar Lee-Lee, mesmo depois de devolver os pedaços de seu coração que ela lhe deu inteiro? Por que insistia em repetir aquele nome?

Por que ele deixou a Leah alegre, fascinada pela beleza da magia e as fadas de La Push tornar-se uma cobra que quanto mais fala, mais cospe veneno, em tudo e em todos?

Porque ele mexeu na vida dela. Fez Sam virar a sua vida e não fazer parte de sua vida. Ele era o sentido da sua vida e resolveu ir embora assim, de uma só vez, rasgando a Lee-Lee como um papel usado que não se precisa mais.

Lee-Lee não existia mais e não adiantava Sam continuar a chamando.

A Leah de agora é resultado da magia, das velhas lendas, porque ainda que todos finjam que não é verdade, cada um deles tem gravado na memória sua história de amor, e todos, todos e cada um deles sabem que Sam e Emily são fruto de uma cadeia mágica que ninguém nunca poderá quebrar, mas que Sam e Leah se amavam de verdade e que se pertenciam por assim quiseram.

Conhecida agora por sua falta de educação e de não ser bem vinda em vários lugares; De não ser a melhor companhia para uma conversa e muito menos para sequer um "Bom dia", porque você ouviria em troca um "E quem foi o imbecil que disse que é tão bom?"

Aprendeu a gostar de ver a dor nos olhos dele. Sentia o peso daquela tristeza que foi ele te-la deixado, se dissolver a cada vez que o fazia, cuspindo acusações em sua cara e o lembrando de suas juras quebradas; Se sentia melhor somente para ver a dor voltar com mais intensidade em seguida, quando via sua prima, Emily, junto com ele. Feliz.

Mas havia alguém que acreditava na nova Leah. Acreditava, não em Lee-Lee, mas em Leah, a garotinha sorridente e graciosa que brincava com os garotos e vivia com as mãos e o rosto sujos de terra vermelha. Jacob acreditava que ela estava ali, adormecida por baixo de tanta amargura e sofrimento.

Acreditava que ali havia, não uma cobra cuspindo veneno, mas uma mulher que havia aprendido lidar com a pior dor que já sentira, tentando livrar aos poucos aquela dor, a distribuindo em pedacinhos aos outros. Que aguentaria aqueles pedacinhos de tristeza, raiva e magoa que ela jogava sobre ele, porque sabia que o que ela carregava era pior.

"Leah", a chamava, num sussurro afogado que contém seu choro quando tem a certeza de que o amor de sua vida vai morrer para trazer ao mundo um monstro que ninguém quer.

"Leah", seus lábios sussurravam, lhe repreendendo sempre que, por costume, soltasse palavras azedas para quem quer que seja.

Ou a chamava pelo sobrenome, "Clearwater", quando queria lhe provocar e no final, sempre arrancava mais um dos seus sorrisos tortos que aos poucos, após mais alguns dos raros momentos de felicidade que Jacob e Seth lhe proporcionavam, voltavam a ser os velhos e graciosos sorrisos de Leah Clearwater, quase que normais depois do acontecimento Sam.

E era Jacob, com o "Leah" pendurado nos seus lábios, que a fazia ter forças para se levantar. Que lhe ensinou a ter forças para aguentar os seus próprios demônios e que a ajuda a enfrenta-los também, sempre estando ao seu lado e murmurando "Leah, você consegue".

Ela não se sentia mais tão morta como antes, ao encarar os olhos profundos de Sam que enxergavam sua alma e além, mas mesmo assim, suas manias de liberar o veneno, de ver a culpa nos olhos dele por ter que deixado-a para ficar com sua prima, ainda lhe dava um pouco de alivio que não precisava mais sentir. Que não precisava mais sentir.

Leah se recuperava aos poucos, a cada vez que Jacob dizia seu nome, lhe dando a segunda chance que sempre pediu a Sam... Não, ela não queria mais a segunda chance que pediu a Sam, seu primeiro amor. Ela queria a primeira chance de mostrar a Jacob, que ela podia sim, se curar e voltar a ser aquela Leah de antes - aquela que ele acreditava existir -, mas somente conseguiria se ele estivesse junto.

Porque ela sabia que um Leah sussurrado pelos lábios de Jacob, com seus olhos mais adultos, o rosto mais carregado e aquele brilho singular dele ali, era agora, bem melhor do que um Lee-Lee sussurrado marotamente por Sam antes de um primeiro beijo.


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Notas finais do capítulo

Bom, essa fanfic simplesmente flui para fora de mim e ela com certeza é o meu bebê. Sou apaixonada por Leah, não importa o casal! Se tiver alguma fic dela, ou conhecer alguma, manda para mim que eu leio com gosto!
Até a próxima!



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