"Mesmo que você continue caindo
Você ri e levanta-se de novo
Enquanto eu vou a bordo da vaga do ônibus
Você me mostra um pequeno sorriso

Devo colocar minha confiança em você."

Yui - Rolling Star

–--- Olha rosada... Não precisa ter tanto medo de mim, certo? – Eu pegava em sua mão. ---- Eu nunca te faria mal algum! Eu não sou quem as pessoas dizem que eu sou...

Ela olhou para o Naruto que confirmou sorrindo pra ela.

–--- H-Hai! – Ela sorriu e eu pude perceber que ela estava bem mais calma.

Isso é realmente chato, mais eu vou lutar pra desmanchar essa imagem monstruosa que as más línguas criaram de mim!

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NARUTO pov’on

Após algumas horas, a Sakura-chan já havia examinado a mim e a Hinata e acho que sofreu uma desidratação de tanto que chorou. Eu percebi o olhar ‘ciumento’ da minha Hyuuga, mais ela se comportou bem. Mesmo assim, eu não podia perder a chance de “provocar”.

–--- Kawaii você com ciúmes de mim, Hina-chan! *risos*

–--- “Kawaii” vai ser quando eu arrancar cada dedo daquela medica na próxima vez que ela tentar te abraçar de novo! – Ela fazia biquinho. ---- Dessa vez eu deixei porque fazia muito tempo que vocês não se viam, e você já me disse que é só amizade... Então, da próxima vez que ela sentir vontade de abraçar alguém, que seja naquele noivo dela, o tal Zaski.

–--- É SASUKE, amor!

–--- Tanto faz... – Ela revirava os olhos enquanto eu gargalhava.

“Zaski?! Da onde você tirou isso?!”

Nesse momento, estamos a caminho da delegacia pra dar nosso depoimento sobre o caso e contar tudo o que aconteceu. Apesar de não dizer nada, ela estava bem tensa, mais ao decorrer do trajeto, fui conversando com ela e percebi que essa tensão havia aliviado.

Não demorou tanto assim pra que chegássemos à delegacia. Fui recebido com vários abraços do pessoal que tenho que confessar que eu já estava ficando com saudades. Não prolonguei muito o assunto por ali! A Hina estava ficando desconfortável com os olhares que estava recebendo, então, peguei em sua mão e a levei ate a sala da Tsunade.

*Batidas na porta*

–--- Entre!

–--- Tsunade-sama, com licença... – Falei abrindo a porta em “meia-lua” e entrando devagar, seguido da Hinata.

–--- Oh sim, vocês finalmente chegaram... – Ela colocava uns papeis sobre a mesa. ---- Eu quero fazer o seguinte. Vou pegar o depoimento de vocês individualmente! Naruto, poderia esperar lá fora, onegai? Quero o depoimento da Hyuuga primeiro.

Olhei pra Hinata e ela sorriu como se estivesse querendo dizer “Não se preocupe! Eu vou ficar bem...”

–--- H-Hai...

Dei um selinho na Hina-chan, soltando em sua mão e me dirigindo para fora do local. Dali mesmo pude ver o Teme, que havia acabado de chegar à delegacia. Acho que a Sakura-chan avisou que eu viria pra cá.

Sasuke não era do tipo que chorava ou sorria então, não estranhei ao ver-lo de braços cruzados me encarando seriamente.

NARUTO pov’off

HINATA pov’on

Eu ainda estava ali em pé, enfrentando no mesmo nível, cada olhar que ela me lançava.

–--- Sente-se, senhorita Hyuuga! – apenas o obedeci e me sentei, sem reclamar. ---- Então... Quer dizer que foi você quem salvou o Naruto?

–--- Hai! Mais quem chegou primeiro e impediu que ele fosse morto, foi minha Irmã.

Eu realmente não queria meter a Hanabi nessa história, mais o Naruto-kun me pediu pra não esconder absolutamente nada dessa velha, então... Tenho que obedecer-lo.

–--- Hn... Então tem mais gente metida nessa história? – Ela segurava uma caneta e apoiava os cotovelos em cima da mesa. ---- Conte-me tudinho, desde o começo!

–--- Desde o começo? Até os detalhes? – Arqueei a sobrancelhas e apoiei os cotovelos na mesa, encarando-a olho nos olhos.

–--- Hai! – Ela franzia o cenho. ---- Até os detalhes...

Respirei fundo e me sentei normalmente, re-encostando as costas na cadeira.

–--- Bem... Começou depois daquele primeiro ataque que sofremos lá naquela casa. Após voltarmos pra lá, depois de sairmos do hospital, o Naruto me levou pra cama e lá nós... -

–--- URUSAI! – Ela me interrompeu.

–--- Vossa senhoria não queria saber de tudo?! – Ironizei.

–--- Não brinque comigo Hyuuga!

“Ok! Pelo Naruto... É só por ele que eu vou contar tudo!”

Fitei-a por alguns segundos enquanto ela me fuzilava.

–--- Hai Hai... Sumimasen! – Respirei fundo. ---- Então, foi assim...

HINATA pov’off

NARUTO pov’on

Após longos 40min, o depoimento da Hinata havia acabado e a Tsunade-sama havia mandado me chamar.

–--- Então, Teme... – Falei me levantando da cadeira. ---- Agora é a minha vez... Vai esperar eu sai para terminarmos a conversar?

–--- Iie, não... – Ele se levantava da cadeira. ---- Tenho que passar no hospital antes de ir à casa dos meus pais.

–--- Esta certo... Conversamos mais em outra hora!

Ele acenou e eu segui para a sala da minha chefa.

*Batidas na porta*

–--- Entre!

–--- Tsunade-sama... – Sorri e adentrei no cômodo, percebendo o olhar da minha Hyuuga. Ela parecia estar mais “aliviada” por ter dito a verdade!

–--- Bem... – Hinata se levantava cadeira, caminhando até a minha direção. Selei seus lábios e ela sorriu. ---- Acho que é a minha vez de sair... Te espero lá fora ta?

–--- Hai! – Sorri e ela saiu.

Antes que a Tsunade me pedisse, me sentei na cadeira e respondi a cada pergunta que ela me fazia. Fiz questão de explicar cada detalhe do que havia acontecido e também disse quem era o real responsável pelo meu seqüestro.

–---Bem... – Ela respirava fundo. ---- O seu depoimento bate perfeitamente com o da Hyuuga.

Ela olhou a ficha criminal da Hinata, do Hiashi, do Neji e da Tenten.

–--- O que você pretende fazer agora, tia?

Por um instante, eu pensei ter visto os olhos dela brilharem e marejarem.

–--- “Tia”... É tão bom ouvir isso de você novamente...

–--- *risos* Não se preocupe. Você vai ouvir isso de mim durante um bom e longo tempo! *risos*

–--- Assim espero! *risos*–- Ela respirou fundo novamente a expressão seria tomou conta de seu rosto. ---- Bem, primeiramente, vou espalhar mandados de busca e prisão dos meliantes em questão.

–--- Quanto a Hinata... – Eu estava começando a ficar nervoso. ---- O que pretende fazer?

A Tsunade se levantou e caminhou até o seu frigobar, retirando de lá uma garrafa de... Chá? Sim, era chá. E só pela coloração e o aroma, posso dizer que era de camomila!

“Ao menos, algo útil e saudável você conseguiu aprender...”

Serviu em duas xícaras, colocou em uma bandeja juntamente a um potinho de bolachas. Inseriu tudo em cima da mesa e fez sinal pra que eu me servisse.

–--- Você realmente a ama?

Arregalei os olhos com a pergunta repentina, mais não demorei nem me importei em responder-la.

–--- Como nunca amei ninguém na vida!

A loira sorriu, fechou os olhos e tomou um gole do chá.

–--- Eu fiz essa pergunta a Hyuuga, e ela respondeu do mesmo jeito! – Eu sorri e corei levemente, era engraçado o fato de pensarmos igual. Engraçado, mais ótimo. ---- Eu já sei perfeitamente que independente do que acontecer, você vai ficar do lado dela.

–--- Hai, eu vou!

–--- Bem, o julgamento ainda esta marcado e isso eu não posso mudar. Ela foi acusada de vários crimes como roubo, cúmplice em seqüestro, uso de documentos falsos... Isso eu não vou poder interferir.

–--- Mais ela foi obrigada a fazer isso! Pelo pai, Hiashi Hyuuga, ele é que tem que ser preso! – Afirmei.

–--- Eu sei! – Ela encheu a xícara novamente e continuou. ---- Mais isso você terá que provar ao juiz, no dia do julgamento dela. Como eu já disse, sem um mandado eu não posso prender ela, e se isso te deixa feliz, o fato dela ter te salvado vai ajudar-la muito.

–--- E enquanto não chega o dia do julgamento... (?)

–--- Você se sente apto a continuar a realizar suas tarefas como chefe de policia, Naruto Uzumaki? – Ela disse em um tom serio.

–--- Hai! – Disse também em um tom serio. ---- Tsunade Senju, eu estou realmente apto e sou perfeitamente capaz de realizar as minhas tarefas normalmente como chefe policial local.

–--- Sendo assim... – Ela suspirou com a boca. ---- O caso de Hinata Hyuuga e sua proteção ainda são de sua responsabilidade até o dia do julgamento!

É claro que eu não pude deixar de sorrir com aquilo. Apesar de não ter sido do agrado dela, a Tsunade-sama sabia que a essas alturas era impossível lutar contra alguma coisa, muito menos contra mim!

–--- Entendido! – Tomei o resto do chá que havia na minha xícara e me levantei. ---- Posso ir agora? Estou cansado e os remédios que a Sakura-chan me deu estão começando a fazer efeito.

–--- Hai! Esta dispensado, policial Uzumaki. – Ela se levantou me acompanhou até a porta. ---- Se cuida Naruto! Eu irei te visitar todos os dias!

–--- Estarei esperando! – Dei um longo abraço apertado nela e ganhei um beijo na bochecha em troca. ---- Jya ne, tia!

Ela apenas acenou e caminhei até a saída da delegacia, encontrando no banco da frente uma azulada, de olhos fechados e a cabeça voltada para o céu. Aquele solzinho de fim de tarde deixou aquela visão ainda mais perfeita.

–--- Yo! – Falei enquanto caminhava ate o seu lado, me sentando do banco.

–--- Ah, Yo Naruto-kun! – Ela abriu os olhos e sorriu ao ver a minha expressão de admiração por aquele céu perfeito de entardecer. O laranja do pôr-do-sol se fundia com o lilás da noite que estava começando a cair. Era realmente indescritível! ---- É lindo, não é?

–--- Hai! Laranja é minha cor predileta... – Eu sorri. ---- Agora, vamos? Eu quero dormir numa cama hoje...

–--- Ah, já quer dormir? – Ela fez biquinho e lançou um olhar pervertido. ---- Achei que iríamos “brincar” um pouco quando chegássemos em casa...

–--- Hinata! – Repreendi um pouco corado.

–--- O que... (?) – Ela ria.

Levantamos dali e fomos em direção ao carro. Enquanto dirigia pra casa, contei tudo o que eu havia conversado com a Tsunade-sama pra Hina, que também me contou como foi a conversa dela. Não demorou muito tempo pra que chegássemos a casa.

–--- Mais... Eu sou péssima pra provar alguma coisa! Não entendo nada dessas coisas. – Ela dizia enquanto saía do carro.

–--- Bem... Acho que é por isso que eu sou o policial aqui. – Ironizei. ---- Não se preocupe, eu vou contratar um bom advogado e vou pensar em algo... Eu preciso pensar em algo!

Entramos na casa e vimos que tudo ainda estava do jeitinho que a gente havia deixado. Hina sorriu e se jogou no sofá enquanto eu fazia algo para comermos! Na verdade, fiz a única coisa que eu realmente sabia fazer: Meu delicioso Lamém!

Após comermos, Hina me ajudou a lavar e guardar a louça enquanto bolávamos um jeito de provar a inocência dela. Após terminarmos, subimos para o quarto, tomamos um relaxante banho quente e nos deitamos juntos. Não aconteceu nada demais, apenas dormimos em meio à brisa gelada que invadia aquele pequeno quarto naquela noite.

“Agora é esperar até o dia do julgamento e torcer pra dar certo.”