Just a Hufflepuff escrita por Ella


Capítulo 16
O jantar de natal


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei, demorei muito, me desculpem a criatividade foi na padaria e demorou pra voltar, mas...
Ai está o capítulo, boa leitura!



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A véspera de natal chegara e, com ela, o jantar que meus pais davam todo ano.

Eu conseguira escapar desse detestável jantar nos últimos anos, mas não naquele, o fato que haveria muita comida boa não amenizava o fato que toda a família Black estaria ali e mais alguns convidados (como os O'connel, por exemplo).

Na manhã do dia 24, mamãe abriu a porta do quarto pra mim, eu passara três dias ali.

– os O'connel vêm hoje à noite, quero que vista isso. - ela estendeu um vestido preto e longo na minha cama. - se arrume, não estrague a noite.

– tá. - ela saiu do quarto tão logo quanto entrou.

Peguei o vestido e o coloquei em frente ao meu corpo, me olhei no espelho.

O vestido ia até os pés e era aberto nos lado, o corte ia até o meio da coxa, de modo que minhas pernas apareceriam quando eu andava, ele era bem decotado, e era bem... Sensual.

– que lindo!- Regulus falou irônico apoiado no batente da porta. - ficaria lindo em você, se você tivesse corpo...

– cala a boca!- coloquei o vestido na cama novamente e me virei pra ele. - o que faz aqui?

– tava passando pelo corredor e vi que a porta estava aberta, te libertaram?

– parece que meu noivo vai vir. - revirei os olhos. - juro que se ele se engraçar pra cima de mim...

– vai o que? Bater nele?- Regulus zombou. - isso não é comportamento de lufano.

– eu não vou bater nele. - fiz cara de ofendida. - você vai.

(...)

O vestido era lindo, mas, infelizmente, como Regulus dissera, não ficara bem em mim.

Eu fizera cachos no meu cabelo, quer dizer, ele já era meio cacheado, mas eu o arrumara, e usava batom vermelho, que ficava ótimo na minha pele branca.

– já está pronta?- Regulus entrou no quarto, tentando arrumar a gravata. - mamãe quer que você receba os O'connel.

– Reg, o que eu faço? De modo algum eu vou casar.

– seja mal educada.

– que?

– os O'connel são famosos pela educação rígida que dão aos filhos, eles prezam muito a educação, dificilmente aceitariam alguém na família que não fosse educado.

– então, se eu não fosse educada... -um sorriso se formou em meus lábios. - mas como faço isso?

Meu irmão revirou os olhos.

– não estou dizendo pra você arrotar na mesa nem nada disso, estou dizendo pra se impor, entre na conversa dos homens e diga o que acha, não seja submissa, os O'connel prezam mulheres submissas também.

– certo isso não vai ser difícil.

– Lynx, Regulus, desçam!- ouvimos a voz de mamãe lá em baixo.

– vamos. - Regulus finalmente conseguiu dar o nó na gravata.

Saímos do quarto juntos, algumas pessoas já haviam chegado.

– quero que abra a porta pros O'connel!- minha mãe me disse assim que me viu, ela me puxou até a porta da frente, e me fez ficar lá.

– sim senhora!

Passaram cerca de cinco minutos até que eles chegassem, abri a porta, Ed tinha dois irmãos, mas apenas ele viera, seu pai, Luck, era um homem sério e que me dava um pouco de medo, e sua mãe, Suzi, se encontrava ao seu lado, de cabeça erguida, ela olhava para o marido a todo instante, como que para se certificar que ela fazia tudo certo.

– Lynx Black. - Luck O'connel me avaliou de cima abaixo. - cores fortes não ficam bem em garotas comprometidas, e tenho certeza que Ed não gosta de vermelho.

– é, mas eu gosto. - sorri. - não vou deixar de usar batom por que seu filho não gosta dessa cor.

– garotinha atrevida. - Luck falou com desaprovação. - Suzi era assim antes do casório, nada que alguns tapas não resolvam.

Arregalei os olhos quando ele entrou junto com a esposa, Suzi parecia meio apagada, de jeito nenhum eu ficaria daquele jeito.

– oi, Lyn, está lindo, essa noite!- Ed me avaliou também. - meu pai não sabe o que diz, eu gosto de batom vermelho. - ele sorriu e seguiu os pais para dentro de casa.

(...)

– maldito seja aquele que deixou garotas irem para escolas e jogarem Quadribol.

Trinquei os dentes, com raiva, Luck era machista e sem noção, passei metade da noite o contrariando, e observava com prazer, ele ficar com raiva sempre que eu o respondia.

– maldito seja aquele que acha que mulheres são submissas. - comentei o olhando.

– com certeza!- me surpreendi quando Bellatrix concordou.

Luck me olhou com raiva e continuou:

– se eu tivesse uma filha ela nunca iria para a escola, aprenderia afazeres domésticos e todo feitiço que aprenderia seria para ajudar nos afazeres.

– aposto que você a ensinaria a calar a boca e abaixar a cabeça diante de homens, né?

Ele me fulminou com o olhar.

–hora do jantar!- mamãe entrou na sala, e me olhou brava. - vamos sentar à mesa.

Tomamos nossos lugares na mesa, mamãe me fizera sentar entre Ed e Regulus (não que aquilo fosse ruim, porque era melhor do que sentar entre Bellatrix e Narcisa.).

– seu quase sogro está quase te assassinando. - Regulus sussurrou pra mim. - bom trabalho.

– eu sei isso é tão legal!- sorri.

Passaram-se alguns minutos até que o assunto se virasse para Voldemort.

A primeira vez que eu ouvi esse nome, eu tinha uns treze anos, mamãe me disse que ele era um bruxo muito poderoso que nos livraria de sangues ruins, e que a família Black iria servi-lo para sempre.

Alguns Blacks já o seguiam, alguns, como Bellatrix, ganhavam tatuagens em seus braços.

Os O'connel também seguiam o Lorde, como gostavam de chamar Voldemort, mas eles não tinham tatuagem.

– quando Lynx será marcada?- Luck falou de repente.

– hãn?- parei de comer. - marcada com...

– a marca negra. - Luck tinha um brilho maníaco nos olhos- Ed será marcado assim que fizer 17 anos.

– isso é o Lorde que escolhe!- Bellatrix falou fanática. - e Lynx é tola demais e fraca para segui-lo.

Mamãe começou a tossir.

– espera a garota não o segue?- Luck parou de comer também.

– mas vai!- mamãe se apressou em dizer.

Eu não fazia muita ideia do que eles falavam, mas eu definitivamente não seguiria ninguém.

– não vou não!- disparei.

Todos na mesa me encararam.

– você é uma garota muito mal educada, metida a besta e idiota!- Luck se levantou. - vai sujar o sangue dos O'connel e fará filhos horrendos, não tem utilidade alguma, não casará com Ed, vamos embora.

Ele puxou Suzi para fora da mesa, Ed me olhou com dor, eu sei que ele gosta de mim.

– tchau, Lynx.

Ele seguiu o pai, e logo eles foram embora.

(...)

– você nos desonrou!- dona Walburga gritava a plenos pulmões pra mim. - acabou com nossa honra e com seu casamento!

– eu sinto muito!- gritei de volta, fechando a mala. - mas esse não era meu casamento, porque eu nunca casaria com alguém como Ed!

– Lynx, pensa bem, não faz como Sirius!- Regulus falou a me ver fechar a mala, eu queria tirá-lo daquela casa, não queria que ele tomasse o mesmo caminho que Bellatrix.

– vem comigo!- falei. - podemos morar juntos, nós três, Sirius, você e eu.

– não posso!- ele fechou os olhos. - não posso.

Vesti um casaco e peguei a mala, dei uma ultima olhada no meu quarto.

– então Adeus, mas... Se precisar de mim, sabe onde me encontrar.

– Lyn!- o olhei. - não se esquece de falar pra Sirius que tio Alfardo morreu e deixou algum dinheiro pra ele, o dinheiro tá no cofre de Sirius.

– pode deixar.

Desci as escadas, mamãe me esperava ao pé da escada.

– onde pensa que vai?

– embora!- olhei para a sala onde ficava a arvore genealógica dos Black, sabia que assim que eu saísse, seria queimada da arvore. - adeus, mamãe.

Sai pela porta da frente, mandei uma carta pra Sam, pedindo que ele fosse me encontrar.

– oi!- ele me esperava na esquina. - me dá isso. - ele pegou a mala da minha mão. - como você tá?

– bem, um pouco. - eu queria chorar.

Caminhamos lado a lado na rua, eu não sabia pra onde estávamos indo, apenas o seguia.

– pra onde vamos?- perguntei depois de um bom tempo andando.

Ele parou em frente a uma casa simples, de dois andares, e com um jardim fofo.

– conheça minha casa, você vai amar minha mãe.


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