Terça

Acordei sentindo o vento gelado penetrar em meus poros e o frio arrepiar minha pele, abri meus olhos e tudo estava escuro e me levantei para fechar a fresta aberta da janela e mesmo faltando alguns minutos para o dia clarear parecia que iria fazer mais frio que ontem... Fui ao banheiro fazer minha higiene e vi que meu rosto estava já normal então nem passei corretivo no rosto para disfarçar machucados, já que sempre fazia isto... Andei até porta a fora e do corredor ouvi barulhos vindo do quarto de Jenna, andei em passos cambaleantes, pois estava muito escuro e na porta entre aberta dei três batidas - quem é? Ah Elena oi, pode entrar- disse ela com tom de voz desajeitado já que até esqueceu que só mora-nos duas aqui. Já dentro de seu quarto pude ver uma mala azul na cama toda escancarada cheia de roupas dentro e envolta e Jenna com sua roupa toda branca de trabalho só que descalça e descabelada

–tia, vai se mudar?- perguntei sarcástica e ela virou-se pelos calcanhares me olhando furiosamente - ha ha Eleninha que bom humor este o seu de manhã

né, não vou me mudar eu vou viajar. Durante um mês-

–pra onde, por quê?- perguntei angustiada. Não fazia nem uma semana que ela sai em congresso durante uma semana - eu vou atender uns pacientes na nova clinica de Veneza, uma mulher está com paralisia das pernas e o ortopedista de lá está de licença e eu sou a única disponível, já que Clara está com seus movimentos à tona, e também vou receber o triplo do meu salário. - Jenna é ortopedista, e Clara foi sua paciente durante um ano ela diz, ficou com seus movimentos da perna parados após uma queda de cachoeira... Estou feliz por ela estar conseguindo avançar tanto assim em seu trabalho, mais também estou triste vejo Jenna poucas vezes a semana e tem vez que eu nem a vejo e gostaria de passar mais tempo com ela, porém entendo que ela é a única parente que me restou teve que cuidar de mim e que eu não posso ser egoísta assim, ela precisa seguir sua vida, e não ficar presa a mim.

–ah que ótimo, nossa isso... Isso é maravilhosa tia- falei me sentando ao lado da sua mala bagunçada, e a vi se aproximando se agachando no chão e pegando minhas duas mãos -hei Elena, eu sei que está triste seus olhos me mostram isso, eu sei que passo pouco tempo contigo mais vai ser rápido eu juro- a olhei e a vi brincando com o nos das minhas juntas da mão - não Jenna, não estou triste serio, é que eu empato muito a sua vida eu já tenho dezoito sabe, você deveria me deixar, ir viver sua vida, não tem nenhuma obrigação de cuidar de mim-

Mesmo eu sabendo que não conseguiria arrumar um emprego sem terminar o ensino médio eu me viraria, venderia está casa, e usaria o dinheiro pra morar em uma pensão até me formar e depois começaria a trabalhar pra fazer minha faculdade e ela não precisaria ficar perdendo seu tempo comigo. - o que Elena você está louca? Eu nunca, NUNCA, vou te deixar eu te amo não como uma sobrinha mais sim como uma mãe, mesmo só tendo 27 anos, você não empata minha vida você só a faz mais feliz, sabe te ver todo dia ou quase, acordando toda descabelada e fazendo manha para não ir à escola, faz meu dia tão feliz, ou Saber que quando eu chegar à casa toda cansada e acabada eu vou-te ver fazendo a janta com uma cara de drogada, ou quando brigamos pra assistir TV... Elena é você a única que tem esse dom de me fazer sentir como uma mamãe, só de pensar que quando eu estiver triste ou cansada eu posso contar com você pra dividir minha tristeza ou me fazer ficar mais triste, por que você é tão... Tão você, e isso me faz ser tão, tão eu, entende- ouvir aquelas palavras serem jogadas contra mim me fez quere chorar e nunca mais parar - mais tia a sua vida... Você não tem essa obrigação-

–ai meu deus, Elena você não entende né EU TE AMO, nunca vou te abandonar- a olhei e de seus olhos rios de lagrimas saiam, e sua boca contorcida segurando soluços me fizeram e puxa - lá pra cima e a abraçar tão forte que achei que a esmagaria -ah Jen, eu te amo tanto, obrigada por tudo mesmo viu- contra seu ombro minha fala saiu abafada e quase nem eu mesma a ouvi pelos soluços de Jenna que cobriam ao silêncio do ambiente.

...

Quarta

Acordei com o despertador tocando sem parar 06h09mim, e por pouco não fico atrasada novamente pra escola... Arrumei-me e desci pra pegar minha mochila pra sair de casa, Jenna já havia ido viajar ontem então não precisaria fazer café da manhã, sai quase correndo já que faltava somente 25 minutos pra 07h15mi a hora em que as aulas se iniciavam, cheguei no colégio e poucas estava em frente a ele, passei por todos ouvindo falarem em murmúrios ou em voz alta sobre mim. Já sentada em minha carteira faltava poucos minutos para o professor chegar e a sala estava quase toda ocupada e com os braços envoltos ao meu corpo me aquecia do frio que estava já insuportável e que meu moletom não em pedia de me fazer sentir fortes calafrios e arrepios, enquanto eu tentava fazer aquele tremendo frio despir de mim vi duas pessoas chegando à sala que eram novas na sala mais já reconhecida pelos meus olhos mesmo não me lembrando claramente, mais quando a menina que andava juntamente a um menino direcionou seu olhar a mim lembrança de segunda feira veio a minha mente, claro era ela a menina e o menino que vi no estacionamento, seus olhos verdes olhavam para os meus olhos do mesmo jeito que ela me olhou da ultima vez e sendo acompanhada pelo menino ao seu lado que sua aparência era uma das mais lindas da escola, se sentaram a menina do meu lado e o menino atrás de mim, porém ele sentou no lugar de uns dos babacas acho que o namorado da April, mais vai que eles são amigos e até já não fizeram um plano pra me pegar depois da escola e me espancar até a morte...

A primeira aula por incrível que pareça passou normal já que estamos na segunda e as vadias chegaram só agora então até tive paz, mais algo muito esquisito aconteceu na aula anterior, na hora da chamada quando o professor de Física disse meu nome vi de relance uma lágrima cair do olho de Caroline, a é também descobri o nome dos dois novos alunos, o dele é Klaus, tão lindo quanto o nome e seu sotaque londrino... Mais até agora não entendi o motivo dela ter chorado, será que meu nome é tão lindo que ela se emocionou? Ou será que alguém da família dela morreu e se chamava Elena? Bom sei lá só sei que isso está me intrigando... Ultima aula finalmente, porque com a fome que estou sentindo só falta eu comer meu próprio corpo.

–NOSSA ELENINHA SEUS PAIS NÃO TE DERAM PAPINHA HOJE NÃO É? NÃO ESPERA- Brian disse tão alto que aposto que até as outras salas ouviram meu deus porque eu não tomei café da manhã, justo agora essa barriga maldita tinha que fazer esse barulho horrendo, a maioria da sala estava rindo horrores menos Caroline e Klaus... - ei Brian porque você não dá um pouco da sua pra ela já que você está bem alimentado, até demais né amigo- ouvi Klaus dizer e fiquei sem reação em meio às risadas e urros, era aquilo mesmo o aluno novo estava me defendendo, mais porque, será que ele não gosta de Brian e viu este comentário dele pra mim como uma brecha para humilhar-lo? É só pode, com certeza foi por causa disto... Virei-me para trás e pude ver Brian com os pulsos cerrados e dentes trincados com um olhar raivoso direcionado a mim e Klaus e então se levantou pronto pra avançar em nele igual um animal, porém o professor o em pediu o levando pra diretoria... Agora se eu não for espancada até entrar em coma vou ser caçada até a morte eu e ele... Ótimo mais um problema pra mim.