A Transformação e o Imprint de Quil escrita por Ditto


Capítulo 3
Pequeno Anjo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/47764/chapter/3

Fato, não sei como existiu um dia que eu não gostava do Sam. Pessoa gente fina ele! Melhor dos melhores! Super incrível! Ok... mentira, não é o Sam que é a melhor pessoa aqui e sim a Emily. Serião, a mulher é uma deusa. Minha mãe que não ouça isso mas a comida da Emily dá de dez a zero da dela.

Os cookies da Emily são a décima maravilha do mundo. Eu já pedi a receita e tentei imitar várias vezes, mas por algum motivo não sai igual. Já tentei trocar a marca da farinha, dos ovos.. até do chocolate, mas nada. 

Hoje era um dia particularmente melhor que todos os outros, a Emily ia receber visita de umas sobrinhas dela e por isso estava cozinhando uma quantidade absurda de comida.

Não que eu vá reclamar disso mas até sinto dó dela cozinhando pra seis lobos crescidos.

Como é sempre bom chegar cedo pra garantir comida, cá estava eu sentado na pequena sala de estar esperando a hora do almoço. Embry tinha tido a mesma ideia que eu e estava do meu lado assistindo um jogo de futebol americano qualquer na TV.

Logo o cheiro das comidas subiu no ar e o cheiro de cookies.... quando a Emily se distraísse eu ia comer algum, mesmo que estivessem quentes a eu fosse levar uma colherada de pau na cabeça depois.

— Heeeeeey! - a porta foi aberta com força e logo um monte de lobos entrou na sala se encaixando onde dava.

Fato. Essa casa é muito pequena pra tantos lobos assim. Eu ouvi gritos de crianças correndo e subindo as escadas.

— As meninas tão com vergonha de cumprimentar todo mundo, aí foram pro quarto brincar - Sam disse se desculpando pelo comportamento das crianças.

— Relaxa Sam - Jared falou - minhas primas também são assim. Daqui a pouco a vergonha passa e elas descem e brincam por aqui mesmo.

 Sam se virou e foi em direção a Emily, dando aqueles beijos de filme de Hollywood. Sério, super nojo desses dois. Eita casal meloso. Que eu nunca tenha um negócio assim.

Nunca quis e nunca quero um imprint, eita coisa xarope. Ficar preso assim com alguém pra sempre. Melhor continuar ser um lobo e ficar girando tentando pegar meu rabo.

 Ficamos todos morgando por um tempo até Emily dar um sinal positivo e finalmente sermos liberados pra almoçar.

— Gente - Sam falou baixo - lembrem-se que as meninas não sabem nada sobre lobos ou lendas, então por favor se comportem.

Acenei com a cabeça desinteressado e com a boca cheia de cookies. Eu lá ia querer ficar falando com meninas de cinco anos quando tinha quilos de comida ao meu lado?

Sam subiu as escadas chamando as meninas e lobo eu vi dois tocos de pessoas descendo as escadas. Voltei a comer meu cookies, Emily ia me matar de comer todos sozinho mas nem liguei. Quem mandou o resto das pessoas ser lerdo?

— Moço.... - senti uma cutucada na minha perna - ... pega um cookie pra mim?

Peguei um dos cookies e me virei para entregar para a menina quando... eu travei, olhos vidrados.

Era uma garotinha linda, os cabelos cortados na altura do queixo e uma franjinha cobria a testa. Dois olhos grandes e brilhantes olhavam para mim esperançosa. Seu sorriso parecia ser um sol particular para mim.

— Os cookies moço - ela disse com a voz fininha.

— Aqui - murmurei em resposta entregando para ela.

— Obrigada - ela sorriu feliz - eu adoro cookies.

— Eu também - respondi saindo do meu transe - cookies de chocolate são meus favoritos.

— Mas qual chocolate? Branco ou preto? Eu gosto de preto, mas as vezes branco é bom também.

Eu só pude sorrir diante da conversa inocente da menina a minha frente.

— Eu sou Claire. E você?

— Quil.

Claire... Claire era um nome lindo e combinava perfeitamente com ela. Claire... Claire... minha Claire...

— Você deve ter comido muito espinafre.

— Como assim? - perguntei confuso.

— Ué - ela respondeu como se tivesse falando algo muito inteligente - todos vocês são muito grandes, então devem ter comido muito espinafre. Mamãe manda eu comer legumes todos os dias mas eu não gosto, eu comeria cookies todos os dias se pudesse.

— Eu gosto muito de legumes e eles fazem bem pra saúde.

Nem sei da onde isso veio. Odeio legumes mas por algum motivo sentia que não podia dizer isso a Claire. Ela precisava ser saudável e se eu precisasse inventar que gostava de legumes, eu inventaria.

— E o que você gosta de fazer Claire?

— Ah, eu gosto de brincar de pega-pega, de brincar de boneca, eu gosto de brincar de carrinho também mesmo as pessoas falando que é brincadeira de meninos.

— Não devia ouvir o que essas pessoas falam. Você tem que brincar do que quiser.

— Sim! - ela respondeu feliz - vamos brincar de pega-pega lá fora? Vou perguntar se a tia Emily e mais alguém quer também.

Vi Claire sair de perto de mim e senti meu coração revirar com desgosto.

— Ei Quil! - ouvi Sam me chamar - você por acaso sabe....

E ele travou olhando para mim, as sombrancelhas enrugando confusas. Vi ele olhando de mim para Claire, de Claire para mim.

— Quil - ele falou baixo - eu e você, lá fora. Agora.

Senti a ordem de alfa na voz e só pude obedecer. Saímos da casa e andamos um bom par de metros.

— Aqui está bom. Agora me diga Quil, você... eu nem sei se isso é o que eu estou supondo, mas me descreva o que sente quando olha para Claire.

— Como assim Sam? Sei lá. A Claire parece ser uma garotinha incrível.

— Garotinha... então você entende que ela é uma criança de cinco anos e nada mais?

— Sim, o que mais ela seria? - perguntei confuso.

— Seu amor de vida.

— Tá doido cara? Eu não sou pedófilo não, tá me estranhando?

Sam pareceu aliviado.

— Eu preciso falar com o conselho, ver se isso já aconteceu antes. Mas o fato de você ver a Claire só como criança me conforta.

— Sam, me diz, o que tá acontecendo. Você tá me confundindo cara. E a Claire pediu pra brincar de pega-pega e eu não posso quebrar minha promessa de brincar com ela.

— Quil, eu quero que você feche os olhos e pense quebrando essa ou qualquer promessa que fez ou fará a Claire. Você consegue?

Fechei os olhos e abri rapidamente, não, eu nunca poderia magoar Claire.

— É o que eu imaginei. Não sei como dizer isso de forma suave para ti Quil, mas acho que devo te falar já agora o que aconteceu. Ao menos sabendo você estará mais preparado. Eu magoei pessoas no processo e sinto que devo evitar você a fazer o mesmo.

— Fala de uma vez Sam!

— Imprint - ele respondeu baixo - você teve um imprint com a Claire.

Como...? Como é? Mais imprint é como amor a primeira vista! Como posso estar apaixonado pela Claire? Eu não queria namorar Claire, Deus, só pensar isso me deixava enjoado. Ela era uma garotinha que merecia rir e brincar de boneca, não namorar.

Claire merecia ser protegida, ser feliz. Mais feliz que qualquer outra criança. Eu garantiria que isso fosse acontecer, eu seria o melhor companheiro de pega-pega ou qualquer coisa que ela quisesse fazer.

Enfim, o imprint não significava nada, não é como se eu quisesse ser o marido de Claire. Eu só queria que ela fosse feliz.

— Eu não me importo - conclui falando com Sam.

— Como? Não importa de amar uma garota de cinco anos?

— Não. Eu não acho que seja isso. Claire é um anjo, Sam. E eu só quero cuidar dela e brincar de pega-pega. Posso voltar agora? Não quero desapontá-la.

Sam acenou com a cabeça e voltei a andar de volta para a casa de Emily.

Minha Claire, Claire... meu pequeno anjo...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixem um review! Faz bem para o coração!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Transformação e o Imprint de Quil" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.