Clichê escrita por desjeitos


Capítulo 10
Capitulo 10




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Acordei por volta das 13 horas no sábado, iria para casa de Bruna depois do almoço, mas não sei se estou pronta pra isso. Enrolei o máximo que pude na cama antes de minha mãe subir e me obrigar a descer para o almoço. Levei mais algum tempo para comer meu macarrão e repetir a sobremesa, depois disso até pensei em me jogar na agua, mas minha mãe disse que deveria esperar pelo menos uma hora depois da refeição para poder nadar, eu, como não tinha todo esse tempo, subi, tomei um banho rápido e ja passava das 15 horas quando parti pra casa da loira.

Cheguei lá e fui recebida por um dos empregados que provavelmente sabia da minha chegada, já que logo me deixou entrar. Ele me avisou que Bruna estaria nos fundos, perto da piscina, e me perguntou se queria que ele me acompanhasse, eu neguei, já que lembrava bem daquele caminho.

Ela estava deitada, em uma das três espreguiçadeiras que ficavam do lado direito da agua, com um biquíni colorido, óculos escuros e fones de ouvido. Sentei ao seu lado e limpei a garganta tentando mostrar minha presença, o que pareceu não funcionar pois ela não se moveu nenhum centímetro, fiquei encarando-a por uns bons segundos, antes de cutuca-la. Ela se levantou em um pulo se assustando com minha presença, mas logo sorriu:

– Desculpa, eu não te vi chegar. - disse sorrindo.

– Não tem problema, é que me deixaram entrar.

– Eu avisei eles que você viria, para deixaram você entrar logo, mas como demorou eu acabei vindo pegar sol.

– Se quiser pode ficar ai, eu faço o trabalho sozinha.

– Não! Eu te ajudo - ela disse pousando a mão em minha coxa - espera um minutinho que eu já volto.

Ela correu para dentro de casa e eu a segui com o olhar, uns 5 minutos depois voltou, dessa vez usando um vestido branco solto que ainda me deixava ver o biquíni colorido por baixo, os cabelos loiros presos em um coque mal feito e com o começo da maquete e mais alguns materiais nos braço eu a olhava descaradamente, perdida em pensamentos, quando ela chamou minha atenção:

– Errr... Será que tem como me ajudar aqui? - Corri e tirei a maquete de seus braços.

– Desculpe... Onde eu coloco isso? - nosso trabalho estava um pouco pesado.

– Ali, na mesma mesa que usamos ontem.

Andei em direção a mesa, coloque o projeto lá e me sentei em uma das cadeiras esperando a loira se juntar a mim.

– O que a gente tem que fazer? - perguntei.

– Terminar de colar algumas coisas e começar a pintar para poder dar o acabamento final amanha e pronto! - ela disse antes de sentar.

– Tudo bem.

Comecei a fazer o que ela me dizia. Ficamos ali todo o tempo sem dizer uma palavra sequer. As vezes eu sentia ela me encarando e vez ou outra eu levantava a cabeça fazendo nossos olhares se encontrarem. Queria terminar aquilo o mais rápido possível para poder voltar logo pra casa e me afogar naquela piscina.

Levamos por volta de 3 horas para acabar o que havíamos combinado de fazer aquele dia. Assim que vi tudo terminado me levantei as pressas, querendo ir embora o mais rápido possível, mas fui impedida por Bruna:

– Eu queria falar com você, é rapidinho.

Voltei a me sentar e comecei a ouvi-la.

– Na verdade, eu queria mesmo é te pedir desculpa por aquele dia na festa, eu não sei o que deu em mim por ter te beijado, não era minha intenção e eu sinto muito por isso.

– É só isso?

– Sim.

– Então eu vou embora.

– Sem falar nada?

– Eu não tenho nada pra falar, eu só queria entender você.

– Como assim?

– Primeiro ontem que você e a Amanda estavam super amigas sendo que quando entrei na escola você só a maltratava. E sobre o beijo eu realmente não tenho nada a dizer, você simplesmente me beijou sem nunca nem ter falado comigo, fez aquilo no banheiro pra agora chegar aqui e dizer que se arrepende?

– Eu nunca maltratei a Amanda! Quem faz isso é o Miguel e eu não abria a boca por ser namorada dele! Agora conhecendo ela eu vi o quanto ela é legal e o quão idiota ele é! E naquele dia você...err... Olha, eu não tenho mais nada pra falar.

– Eu o que?

– Você nada!

– Bom então vou pra minha casa!

– Ótimo!

– Ótimo!

Sai da casa da loira batendo os pés! Como ela podia se desculpar por uma coisa que eu gostei? Fui correndo pra casa e pensei em me jogar de roupa na piscina, mas depois seria uma luta tirar a calça jeans molhada, então fiz o esforço de me despir antes de entrar.

Era incrível como me sentia bem naquela situação, ao imergir na agua, o tempo voava, eu me desligava do mundo, de tudo que passava na minha cabeça.

Barbara chegou não sei quanto tempo depois, ela estava com uma amiga, que eu não conhecia e me convidou para sair com elas, elas iriam até algum bar com mais uns amigos. Eu neguei, mas minha irmã insistiu tanto que acabei por aceitar. Fui tomar banho no meu quarto e as meninas foram junto, elas ficaram experimentando algumas roupas enquanto eu me arrumava. Fiquei pronta e fomos até a garagem para pegar o carro da minha irmã. A caminha do bar, Barbara começou a conversar comigo:

– Como foi seu dia pirralha?

– Péssimo!

– Por que? Você fez o que eu te falei? - ela estava falando sobre eu me declarar.

– Claro que não.

– Por isso, se tivesse feito aposto que estaria melhor.

– Ai gente! Parem com isso - sua amiga interrompeu- o importante é que a gente esta saindo, vamos dançar muito e acabar com esse baixo astral.

No fim a noite foi incrível. Os amigos de Barbara me trataram muito bem, alguns deles até tentaram me dar alguns conselhos amorosos furados depois que minha irmã contou boa parte do meu drama pra eles. Eu ria com os comentários idiotas dos meninos bêbados. Quando algum deles tentava dar em cima de mim, minha irmã logo ia pra cima por causa da minha idade, o que me fazia rir mais ainda. Agradeci mentalmente a ela por ter me tirado de casa aquela noite, eu me diverti ao invés de ter ficado mofando no meu quarto.

Nos três voltamos juntas pra casa, a amiga de Barbara, que eu descobri que se chamava Maira, iria dormir la essa noite. Só quando entrei no meu quarto e me joguei na cama que me dei conta do que me aguardava. Amanhã, ou melhor, hoje, eu teria que voltar para casa da loira.


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