"Para aqueles que não me conhecem, eu posso ser um pouco louca. Tenho que seguir meu caminho, 24 horas por dia. Porque eu sou quente assim. [...] Se tiver alguma pergunta sobre minhas intenções, eu vou te dizer. Eu não estou aqui para te vender, ou te mandar para o inferno. Eu não sou chata assim.Eu sou como um quebra cabeças, mas todas as minhas peças são tortas. Se você entende isso, nós podemos fazer uma mágica. Estou com tudo. - Can't Be Tamed (Miley Cyrus)

P.O.V.'s Alexia Dursley

Várias crianças e adolescentes, cercados pelos pais estavam na plataforma. A maioria já estava à bordo do trem, já que como sempre nós estávamos atrasadas.

– Kayls, poe nossos malões no trem. - Pedi, manhosa (traduzindo: eu tava com preguiça até de andar!)

– Sério ruiva? - Perguntou ela, incrédula. Fiz que sim com a cabeça, e ela só revirou os olhos, usou um feitiço de levitação nos malões e falou. - Não se acostuma com isso, não é sempre que eu vou estar boazinha assim.

[...]

– Anda logo Kayls! - Chamei. Faltavam 3 minutos para o trem partir, e a morena tinha sumido de vista. A vi correndo em minha direção.

– Você reclama porque não foi você quem teve de por aqueles malões todos no trem, e ainda por cima, uma gata ainda não identificada! - Reclamou ela, enquanto entrávamos juntas no trem.

– Pára de reclamar, e vamos procurar uma cabine. - Disse rindo. A ouvi bufar ao meu lado, enquanto andávamos pelos corredores procurando uma cabine vaga. Pelo que me parece, as cabines vagas são para os bruxos que chegam na plataforma na hora, e não as que tem uma amiga que demora 1 hora no banho. Merda.

Ouvi um gritinho agudo, e logo depois um vulto ruivo pulou na minha frente me abraçando.

– Lexi! - Gritou. E então eu a reconheci: Lily Potter, a caçula dos Potter. Eu não falei muito sobre ela, me esqueci.

* UM DEFEITO MEU MUITO IMPORTANTE *

Sou esquecida.

– Lily! - Exclamei, no mesmo tom de animação. Eu conversei muito com ela também. Com ela e com a Rose. As duas são uns amores. Credo, eu to muito meiga, tenho que parar com isso.

– Você é... Bruxa? - Perguntou ela, depois de me largar. Rolei os olhos. É sério que ela tá me perguntando isso?

– Não, não. Imagina. - Respondi, pingando ironia. - Eu estou dentro de um trem indo para Hogwarts, porque sou uma trouxa! - Ela revirou os olhos e riu.

– Venha, vou te levar para a cabine onde Rose está. - Disse ela me puxando. Mas, antes que eu desse um passo para frente, uma certa morena pigarreia ao meu lado.

Olho para ela com cara de tédio, e volto a olhar para Lily.

– Lily... Kayla Jackson. Kayla Jackson... Lily Potter. - Apresento, sem paciência.

Lily sorri, simpática.

– Então, você deve ser a melhor amiga dela, certo? - Ela pergunto, e a morena assenti. - Coitada de você. - Ela diz rindo. Mas o que? Como assim?

A morena solta uma gargalhada e apenas diz.

– Oh, tudo bem. Sei que minha vaga no céu está garantida, só por estar aturando essa ruiva aí. - Disse ela, apontando pra mim. A olhei com indignada. Cadela.

– O.k., o.k. Eu ainda estou aqui! - Exclamei, estalando os dedos freneticamente no rosto delas.

* UMA ESTRANHA MANIA MINHA *

Estalar os dedos na frente das pessoas.

Elas piscaram, e sorriram cúmplices.

– O.k., vamos as cabines. - Disse a pequena (ou nem tanto) Potter, nos puxando pelos pulsos.

[...]

Já tínhamos andado quase todo o trem, até que finalmente, Lily Potter parou em frente a uma cabine e a abriu.

– Rose, olha quem está aqui! - Exclamou a Potter, animada. Cheguei na porta, completamente vermelha. Odiava isso. Ser o centro das atenções, entendem? Eu nunca sei o que falar, ou o que fazer.

– Lexi! - Gritou Rose me abraçando. Então, ela olhou para a cadela ao meu lado e perguntou. - E você...?

– Kayla Jackson. - Se apresentou a morena, sorrindo. - A amiga da ruiva desde os 12 anos.

Revirei os olhos.

– Ela não perguntou desde quando somos amigas, Jackson. - Murmurei.

– Foda-se. - Respondeu ela. Rose apenas riu, e se apresentou.

– Sentem aqui. - Disse ela, apontando pros acentos à frente do dela. - Minhas primas estão andando por ai e meus primos... Bem, devem estar se agarrando com algumas vadias por algum canto, junto com os amigos. - Exclamou ela, fazendo um cara engraçada. Ri.

– Então... Por que você não me falou que era bruxa? - Questionou ela, confusa.

– Achei desnecessário. - Dei de ombros. Mas, essa era a verdade.

Pra que falar? Ficar meio que "Ah, eu sou a Alexia, mas pode me chamar só de Lexi. Ahn... E eu, vim da França, e este ano vou estudar em Hogwarts. É, é, sou uma bruxa. Bizarro, certo? Legal a vida." Ia ser retardado. E eu não sou retardada. Louca talvez, mas retardada não.

– Mas, então fale um pouco de Hogwarts para nós! - Falou Kayla, ao meu lado. A verdade é que ela estava mais ansiosa que eu. Por que? A mãe dela é britânica, e estudou em Hogwarts. A casa a qual ela pertencia? Ravenclaw.

E esse parecia ser o problema. Pelo que me parece, era essa a expectativa dos pais dela. Que ela fosse para Corvinal. Mas, não era isso que ela queria.

– Bom... São 4 casas: Sonserina, a casa dos astuciosos e ambiciosos. Corvinal, a casa dos inteligentes e sagazes. Lufa-Lufa, que preza a lealdade, e por fim temos a Grifinória - Quando ela falou esse nome, seu peito se estufou de orgulho. - A casa dos corajosos e ousados. Dos nobres. Minha casa. - Disse ela, sorrindo por fim. Vi os músculo de Kayla se enrijecerem. Ela estava ficando ainda mais tensa.

– Vocês estudam em Beauxbatons, certo? - Perguntou a Weasley, sorrindo largamente. Fiz que sim com a cabeça. - Me falem um pouco sobre lá. Dizem que é realmente lindo.

Sorri, me lembrando de lá. Lindo era pouco.

[...]

Ficamos falando por um tempo sobre Beauxbatons e a França, e nem percebemos quando uma loira e uma morena se puseram na porta. A morena pigarreou, e a loira de pronunciou primeiro.

– Rose, quem são elas? - Indagou ela, confusa. Sorri de lado, e antes que Rose pudesse falar algo, me apresentei.

– Alexia. - Disse, calmamente. - Alexia Dursley. - Finalizei, sorrindo largamente. A boca delas se abriram em um perfeito "O". Elas ficaram em choque por um tempo, até que minha amiga de pronunciou.

– E eu sou Kayla Jackson, melhor amiga da ruiva. - Com essas palavras, elas pareceram acordar. A morena olhou para mim, e disse, simpaticamente.

– Prazer, Roxanne Weasley. - Disse ela, sua cara se contorcendo em uma careta, assim que disse o nome.

– Hun... Roxanne? Tem algum apelido? - Indaguei, sorrindo. Parece que isso era tudo que eu precisava perguntar. Seus rosto se suavizou, e ela deu um sorriso maroto.

– Roxy, por favor. Disse ela, fingindo implorar no final. Ri.

– Então, por favor, me chame de Lexi. - Disse, no mesmo tom.

– Compartilhamos então, da síndrome do: "Qual era a deficiência mental dos meus pais quando escolheram me dar esse nome?". - Indagou ela, divertida.

– Alguém que me entende. - Disse, erguendo os braços dramaticamente para o alto. - Obrigada Merlin.

As duas riram. Então foi a vez da loira de apresentar.

– Dominique. Dominique Weasley. - Disse ela, com um belo sorriso. É sério, se os dentes dela fossem um pouquinho mais brancos, poderiam me cegar. Ela tinha longos cabelos loiros, que caiam em forma de cascata nas costas. Era dona de olhos azuis claros e brilhantes. Sempre amei o fato dos meus olhos serem verdes, mas nunca tinha me sentido tão... Humilhada!? É, talvez. E foi aí que eu percebi.

– Descendente de veela, estou certa? - Indaguei, divertida. Ela sorriu ainda mais, e concordou. Consigo reconhecer uma descente de veela mesmo se ela estiver a 10 quilômetros de mim. Na França, é super comum achar descendentes. E isso é humilhante. Imagine, uma simples ruiva numa escola rodeada de descendentes de veelas. Pobre de mim.

– Então, você é a filha do primo do pai dos meus primos? - Indagou Roxy. Droga. Meu cérebro bugou. O.k. Respira. Pensa. Responde.

– Sim, até onde eu sei, sim eu sou. - Respondi. Sabe, essa coisa de ser simpática estava me dando nos nervos. Eu sou péssima nisso.

Péssima em ser simpática com todo mundo. Péssima em fazer amizades. Por isso, às vezes, posso parecer solitária. Mas, acredite, eu não sou.

– E você é sempre tão certinha e tímida desse jeito? - Exclamou Dominique, dando um sorriso maroto. O mesmo sorriso maroto de Roxy. Acho que só por esse sorriso já dá pra se certificarem que são realmente primas.

Suspirei, aliviada. Por Merlin, ela estava percebendo. Obrigada.

– Na verdade, ela deve estar se esforçando muito para parecer simpática desse jeito. - Respondeu Kayla por mim. - Geralmente, ela estaria fazendo cara de tédio, ou sorrindo ironicamente. Ah, não podemos esquecer de estar corada também. - Preciso dizer que corei quando ela falou aquilo? Não? O.k.

Isso fez com que as garotas tivessem uma pequena crise de risos, mas que logo foi controlada, depois é claro, de eu mandar o meu famoso olhar de quem está prestes a mandar um avada em alguém.

[...]

E foi isso, durante um bom tempo. Nos conhecemos melhor, e descobri várias coisas sobre elas - por exemplo, ambas eram da Grifinória, Roxy era batedora do time de Quadribol, apenas Dominique estava no sétimo ano, e elas tinham uma família bem grandinha. Também tirei minhas próprias conclusões - como o fato de eu achar Dominique bem patricinha e metida, Roxy extremamente divertida, Rose a certinha (mas, na minha humilde opinião, aquela ali ainda vai se revelar). Kayla, que sempre foi mais, hun, saída que eu, logo já conversava com as garotas, como se fossem amigas a muito tempo. Ficamos conversando por um tempo, até que ouvimos gargalhadas escandalosas nos corredores, e então três garotos entraram na nossa cabine. Assim que os olhei, meu queixo caiu.

Um garoto de cabelos castanhos e olhos da mesma cor entrou primeiro, e se sentou ao lado de Dominique. Os outros dois eram um garoto ruivo, de olhos verdes escuros, que entrou e nos encarou, completamente divertido, com um típico sorriso maroto. E o último garoto, quando eu o vi, meu queixo caiu.

Ironia, destino, azar. Tanto faz. O que importa é que ele estava ali. O moreno de olhos castanhos esverdeados, com um sorriso maroto e completamente sexy, dono de um corpo atlético, que faria qualquer garota babar por ele. Mas, eu não era qualquer garota. E aquele sorriso, por mais sexy que fosse só me irritava. Eu não podia acreditar.

– Ruiva. - Disse ele, sorrindo largamente.

– Não! - Foi a única coisa que eu consegui falar. Pude ver Kayla segurar o riso ao meu lado, Fred secando as coxas de Kayla, as meninas se entreolhando sem entender o que estava acontecendo, e o garoto who mexendo nos cabelos de Dominique, só para irritá-la.

Ergui as mãos para o teto, em sinal de rendição, e comecei a falar.

– Merlin, o que foi que eu te fiz? - Logo depois, pude sentir que o moreno ainda me olhava. E, pelo que eu pude perceber, ainda continuava com a mania de secar minhas pernas. - O que você está fazendo aqui? - Perguntei, incrédula.

Kayla não conseguiu conter uma gargalhada. O moreno me olhou e sorriu de lado, com um típico sorriso cafajeste. Podia sentir dentro de mim, que aquele sorriso ainda iria me irritar muitas vezes.

– Bom ver você também, ruiva. - Exclamou ele, sorrindo.

Eu. Não. Acredito.

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