Teenage Runaway escrita por Bridget Black


Capítulo 18
Chapter 18 - Heartbreaker


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais, é importante.



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"E você, meu amigo galvanizado, você quer um coração. Você não sabe o quão sortudo és por não ter um. Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem." - O Mágico de Oz

P.O.V.'s Alexia Dursley

Ouvi alguém batendo na porta, mas ignorei. Eu estava com muito sono pra fazer qualquer coisa. A infeliz pessoa era insistente, e continuou batendo.

E ficou nessa bateção por alguns minutos (segundos?), até que finalmente parou. Puxei o lençol para cobrir todo o meu rosto. Eu tinha ido dormir muito tarde ontem. Por que? O professor Binns tinha nos mandado fazer um trabalho sobre as Rebeliões dos Duendes na sua última aula. 30 centímetros de pergaminho. Aí você pensa: "Ah, tudo bem. É só eu fazer no dia em que ele pediu, e você termina rápido, de boa." Sabe, eu também pensava assim. Ele passou isso na sexta-feira, e era para ser entregue segunda, no caso hoje. Mas adivinhem? Eu esqueci.

Sabe, as vezes eu me pergunto se tenho perda de memória recente, porque não é possível que eu consiga esquecer tanto assim das coisas. Mas enfim, eu fui me lembrar disso ontem, e cara, eu achei que nunca fosse terminar. Fui dormir já era 3:00 a.m., ou seja: Hoje eu vou andar feito um zumbi.

Anda bando de vadias, levantem essas suas bundas gordas daí. - E isso foi um berro que me assustou tanto que eu pulei da cama e acabei caindo dela, toda enrolada na coberta. Ah que maravilha. Um jeito maravilhoso e confortável de se começar um ótimo dia - sintam minha ironia.

Olhei pra frente e vi que Dominique estava sentada na cama, com o cabelo pouco bagunçado - maldita genética -, olheiras profundas e a roupa toda amaçada, olhando mortalmente para Roxanne Weasley, a louca que nos acordou cedo.

– Você perdeu o medo de morrer garota? - Dominique tentava falar calmamente, mas estava vermelha de raiva. Eu não devia estar muito diferente (a diferença era que meu cabelo devia estar feito um ninho de rato, e meu rosto todo amaçado). Tentei me levantar do chão, mas adivinhem? Logo pela manhã resolvi fazer cosplay de Anastasia Steele*, e caí de cara no chão, fazendo Roxy rir. Mas ela logo parou quando olhei para ela como se quisesse dizer "É melhor parar de rir agora, se tiver amor à sua vida."

Quando por um incrível milagre divino eu conseguir me por de pé, reparei em uma coisa.

– Cadê a maldita Jackson? - Eu disse, com a voz meio rouca, por causa do sono. Dominique deu de ombros e entrou no banheiro, batendo a porta.

Reparei que a cama de Kayla estava arrumada, ou seja: Ela já tinha acordado a muito tempo.

– Vocês estão atrasadas, perderam o primeiro horário e como tinham um horário livre agora, resolvi deixar vocês dormirem mais um pouquinho. As duas tem aula daqui a... - E ela fingiu pensar e concluiu. - 20 minutos, então andem rápido.

E simplesmente saiu. Assim, sem mais nem menos. Ela chega aqui, me acorda desse jeito, diz que eu perdi a primeira aula (que era de Herbologia, então não era tão emocionante assim), diz que eu tenho menos de 20 minutos pra me arrumar, e vai embora.

O céu não é pra ela, disso eu tenho certeza.

Fui tirada dos meus devaneios quando Dominique saiu do banheiro, e já estava procurando uma roupa descente para se vestir. Resolvi fazer o mesmo, pois do jeito que eu era lenta, só chegaria na aula (que era de História da Magia, só pra lembrar) no final do dia.

[...]

Como eu previ, eu estava feito um zumbi. Cheguei à aula de História da Magia 10 minutos atrasada (até porque, se eu não estivesse atrasada, então não seria eu).

Neste exato momento, eu e Dominique estávamos indo em direção ao Salão Principal, ambas se apoiando uma na outra pra não cair de sono. A loira, obviamente não estava tão feia, já que era descendente de veela. Era meio impossível ela ficar feia. Já eu, pobre mortal, estava parecendo um ornitorrinco de tão estranha: Olheiras (que eu tentei cobrir com a maquiagem, mas não deu certo), o cabelo preso num coque bem mal feito (não deu tempo de arrumar direito), tentei por minha gravata, mas ela ficou toda torta. Cara, isso só fica bonito ou pra aquelas garotas que tem estilo, tem seu charme natural (Kayla só usa elas assim, fica bom pra ela, pra mim não). Esqueça o que eu disse sobre estar parecendo um ornitorrinco, ornitorrincos são fofos e bonitos. Eu não.

Os garotos ainda nos secavam, pois a saia de Dominique não era lá tão comprida, e os dois primeiros botões da minha blusa estavam abertos. Mas não pense que eu tava querendo aparecer, pelo contrário. Eu só tinha ficado com preguiça mesmo.

Kayla até agora não tinha aparecido, o que era meio preocupante. Mas ela não era nenhum tipo de criança, então eu resolvi esquecer dela.

– Bom dia garotas. - A tão conhecida voz de Frank soou, e quando vi, eu e a loira estávamos paradas na porta do Salão Principal. Tentei responder à ele, mas saiu algo parecido com "Mã dãh". Ele ficou entre eu e Dominique, e sinceramente, pensei que fossemos cair. Mas ele logo passou um braço pelo meu ombro e o outro pelo ombro da loira, e praticamente nos guiou até a mesa da Grifinória.

[...]

– Ruiva, eu nunca te vi tão desanimada desse jeito. - O Potter me disse assim que se sentou à mesa. - Mas continua sexy. – Ele completou, piscando para mim.

Rolei os olhos.

– Dá um tempo, Potter. - Disse sem interesse. Logo, Roxy, Lily, Rose, Fred e o Potter já estavam na mesa.

– Se as duas tivessem feito o trabalho antes... - Rose começou, mas Dominique a interrompeu.

– Já sei o que vai falar, abre aspas Vocês não estariam assim hoje, poderiam ter dormido direito e ainda não teriam perdido aula fecha aspas. - Ela disse, fazendo uma imitação da voz de Rose.

Todos riram, enquanto Rose dava a língua para a loira, que deu um mini sorriso.

Quanta maturidade.

– Vocês viram a Jackson hoje? - Eu perguntei, enquanto pegava uma torrada. Todos fizeram não com a cabeça, mas Lily apenas apontou pra frente.

Aquela Jackson ali? - Ela disse, com desinteresse. Rolei os olhos.

Sim, era a minha amiga desnaturada que vinha toda sorridente em direção à mesa da Grifinória. Aquele sorriso. Já até sei o que ela estava fazendo...

– Bom dia, pessoas insignificantes que eu chamo de amigos. - Ela disse, se sentando entre mim e Roxy.

– Desembucha logo. - Eu disse, sem interesse nenhum, enquanto tomava suco de abóbora. Ela me lançou um olhar malicioso e sorriu de canto.

– Vamos dizer que agora eu entendo o motivo da minha mãe amar tanto assim a Corvinal. - Ela disse, e Dominique abriu um sorriso malicioso, enquanto Fred apenas revirava os olhos.

– Qual o nome dele? - Eu perguntei, um pouquinho mais interessada. Ah, qual é, Eu gostava de me sentir atualizada. Kayla congelou. Eu não acredito que ela continuava com essa mania...

– Não faço ideia. - Ela disse, enquanto se servia de um pouco de suco de abóbora. Rose se engasgou com o que ela comia. Dominique ficou boquiaberta. Lily parecia não ter acreditado no que estava ouvindo. Roxy não estava nem aí.

– Como assim não faz ideia? - Lily perguntou, perplexa. - Você acabou de dizer que...

– Eu sei o que disse. - Kayla a interrompeu. - Ele me disse o nome, mas eu não me lembro. Nomes não são importantes. E também, pra que eu iria precisar do nome dele? - Ela completou.

Rose balançou a cabeça negativamente.

– Mas você se lembra de quem era ele né? - Dominique perguntou, curiosa. Kayla apenas assentiu, sem interesse. - Quem é? Mostra.

A morena passou os olhos rapidamente para a mesa da Corvinal, e depois se voltou para o suco.

– Eu vou dizer, e apenas uma olha. - Ela murmurou, e todas assentiram. - Ele é o loiro que está sentado ao lado de Louis Weasley.

Dominique olhou, e seu queixo caiu.

– Você ficou com... Edward Mayer? Um dos caras mais gatos da Corvinal? - Ela questionou, e Kayla apenas concordou.

– Ah, então era esse o nome? Interessante, mas não me importo mais. - Ela resmungou, e eu conclui uma coisa.

– Você fez o sinal? - Eu perguntei, e ela apenas sorriu de canto.

– O que seria esse tal sinal? – Fred perguntou, agora curioso.

– É quando ela... Hum... Dispensa alguém. - Eu respondi.

– Como é esse sinal? - Dessa vez quem perguntou foi o Potter. Então ela o fez: Uniu os dedos indicador e médio, os beijou, e logo depois pressionou os dedos na boca do Potter.

Esse sinal, quer dizer que eu nunca mais vou ficar com um garoto. É contra as minhas regras. - Ela disse, tomando mais um gole de suco de abóbora.

– Eu duvido. Aposto que isso é pra ser fazer de difícil. E essas tais regras... Que idiotice! - Fred concluiu, fazendo o Potter rir, e o Longbottom concordar.

– Na verdade... - Eu comecei, e todos olharam para mim. - Essas regras existem sim. Ela fez um caderninho.

Eles nos olharam, como se estivéssemos possuídas, ou algo do tipo.

– Que foi? - A Jackson perguntou, cansada de todos a encarando.

– É mesmo sério isso? - Dominique quebrou o gelo. Revirei os olhos.

– Claro que é. Ela fez um manual que se chama... - Eu falei mas a morena me interrompeu.

– Sem tantas informações, ruiva. O que vocês precisam saber é que, eu sou uma... Heartbreaker. - Ela disse indiferente, e os garotos começaram a rir.

– Ela não tá brincando. - Eu disse, séria, e eles logo pararam de rir.

– Como isso funciona? - Roxy perguntou, mais curiosa.

– É um manual. Eu apenas o sigo. - Ela disse, como se explicasse tudo.

Não explicava.

– Ela tá nessa desde o quinto ano. - Eu comecei. - Acontece que todo garoto é igual: Ele fica com uma garota, a trata como lixo, mente, as ilude, depois joga fora. Mas nenhuma garota fez isso. Ela apenas tomou uma iniciativa.

– Cara, isso é impossível de funcionar. - Quem disse foi Fred. A morena o olhou, e seu olhar era frio.

– Impossível? Acho que não. Me diga uma coisa, Fred, quando foi a última vez que você se importou com alguma garota? - Ela perguntou, e tinha um tom de rebeldia na sua voz. Medo.

– Ahn... Bom... - Ele estava se entregando. Tsc, tsc.

– Os garotos gostam de um pouco de perigo. Eles não gostam daquelas garotas que ficam correndo atrás deles, chorando, sendo grudentas. Eles gostam de desafios. - Ela concluiu.

– E como vocês os conquista? - Rose a perguntou. Estava claro que ela ainda não acreditava.

– Regra número quatro. Ruiva... - Ela apontou pra mim.

– Regra número quatro: Você tem que parecer pura. - Eu disse, e Frank pareceu segurar o riso.

– Você? Pura? Conta outra. - Ele disse, e a morena sorriu.

– Eu acho que isso não dá certo. - Lily concluiu. Kayla a olhou.

– Ah, é mesmo? O.k, então vamos ver. - E dizendo isso, olhou para a mesa da Corvinal. O tal Edward a olhava, e assim que viu que ela também o olhava, piscou para ela, e fez um sinal com as mãos como se dissesse "Me encontra depois". A morena riu com desdém, rolou os olhos, e... Fez não com a cabeça.

A cara no garoto era, no mínimo, hilária. A morena apenas deu de ombros, e Dominique a olhou, perplexa.

– Você deu um fora num dos garotos mais desejados da Corvinal. Você é louca? - Questionou, cética. A morena riu.

– Ele vai me procurar. Eles sempre procuram. - Ela retrucou, despreocupada.

– Essa loucura toda dá certo mesmo... - Roxy murmurou.

– Claro que dá. - Ela disse isso, rindo. - Isso tudo é questão de lógica: Um garoto, pra quebrar o coração de uma garota, se diverte com ela, depois a ignora, enquanto ela corre atrás dele, implorando. Eu só inverto a situação.

– Você é louca. - Dominique concluiu.

– Você não viu nada. – Eu retruquei. - Essa ai já foi detida pela polícia trouxa. - Quando eu disse isso, o queixo deles caiu no chão.

– Vocês tão brincando? - O Weasley murmurou.

– Não, não estamos. - Eu respondi.

– Por que você foi detida? - Rose perguntou. e Kayla deu de ombros.

– Parece que dirigir à 100 km/h, sem habilitação e ainda por cima bêbada é crime. - Eu disse, indiferente, e Kayla riu.

– Eu não estava tão bêbada assim... - Ela retrucou, mas eu lhe mandei um olhar que a fez corrigir rápido. - Tá, talvez eu estivesse bêbada...

– É, só que sobrou pra mim! - Eu disse, dramaticamente. - Quando ela foi detida, ela tinha direito a uma ligação, mas como eu posso dizer, ela não estava afim de que a mãe descobrisse que ela tinha sido detida. Então e fui acordada a três da madrugada com você dizendo "Gata, tive uns probleminhas com a polícia, preciso que ligue pro meu pai antes que a louca da minha mãe descubra e resolva me deixar aqui. Tô em Paris, se vira. Beijos." E desligou. Na minha cara. - Eu finalizei, fazendo com que todos rissem, e a morena revirou os olhos.

– Você fala como se eu não me aguentasse em pé. E aonde eu fiquei nem foi tão ruim assim. Tinha até uma mulher que tinha sido acusada de roubo, ela era gente boa... Acho que foi presa de verdade. - Ela murmurou.

– Por Merlin, vocês são loucas. - O Potter concluiu e todos riram.

– Kayls, qual é a regra número um? - Lily perguntou e o Potter rolou os olhos.

– Olha o que você tá fazendo Jackson. Você está poluindo a mente inocente da minha irmmã. - Ele disse, sério. Nós rimos.

– Meu caro James, eu não estou fazendo nada. Même si je pense qu'elle n'est pas aussi innocent il ya si longtemps. (Embora eu acho que ela não é tão inocente assim há muito tempo). - Ela murmurou e eu, Dominique e Rose rimos. Os outros não tinham entendido.

– O que você disse? O que ela disse? - Ele parecia meio desesperado pra saber.

– Se fosse pra você entender, teria dito de um jeito que você entendesse. - Ela murmurou, rolando os olhos.

– Kayla, você não me respondeu. - A pequena Potter insistiu.

– Regra número um: Você tem de se divertir.

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* Anastasia Steele: Personagem de 50 Tons de Cinza. Para entender melhor, vejo o video do Felipe Neto.

Fiz esse capítulo inspirado na música How To Be a Heartbreaker, da Marina and The Diamonds. Escutem e leiam a tradução.


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Notas finais do capítulo

Kittens,

Eu estou decepcionada com vocês. São 62 leitores, e no máximo 7 ou 8 comentam em cada capítulo. Eu falo sério: Se vocês comentarem pouco, eu vou demorar MUITO a postar. Então, comentem. Eu espero que tenha no MÍNIMO 10 reviews pra esse capítulo. E sim, é uma ameça. Eu não quero demorar postar, pois eu amo isso, mas se vocês não comentarem, eu vou enrolar.

Enfim, comentem e FAVORITEM! Apenas 24 favoritos? Gente, colaborem né?

XOXO

L.M.W.