"As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para manter essa amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia física." (Friedrich Nietzsche)

P.O.V.'s Alexia Dursley

– Lexi... Acorda Lexi...– Pude ouvir uma voz enjoativa falar. Murmurei alguma coisa como "Sai daqui", e continuei a dormir. - Por Merlin ruiva, levanta logo. - Agora, a garota que não tinha medo da morte também me sacudia. Puxei a coberta pra cima, e cobri meu rosto. Pude ouvir o suspiro impaciente da garota, e então percebi que ela não estava mais sentada na minha cama.

Boa garota.

– Levicorpus. - Eu pude ouvir essa garota dizer, e a única coisa que deu tempo de fazer foi... Gritar.

– Me solta agora Dominique! - Eu berrava. Mesmo de cabeça pra baixo, vi que a loira estava vermelha de tanto rir, e com os meus berros, acabei acordando outra pessoa: Kayla.

Eu tô salva, pensei. É óbvio que minha melhor amiga ia me tirar dali... Do alto... Merlin! Eu tô no alto!!!

Mas, ao contrário do que eu pensei, a morena apenas se juntou a loira e começou a gargalhar.

– Me tirem daqui! - Eu berrei mais uma vez. Então, Dominique parou um pouco de rir e ofegante murmurou.

– Liberacorpus. - E então caí bruscamente em cima da minha cama.

– Vadias... Desgraçadas... Matar... Vocês... Eu... Medo... Altura. - Eu dizia, ofegante. Graças a Merlin, a minha cama era macia, pois se ela fosse dura, adeus ossos da minha coluna.

As duas desgraçadas continuavam a rir, mas eu apenas dei as costas e segui em direção ao banheiro. Mas, ao chegar à porta, me virei e disse perigosamente.

– Vai ter volta, vadias, vai ter volta. - E bati a porta.

[...]

– Vai ficar nesse mau humor o dia inteiro? - Indagou Kayla, enquanto andávamos em direção ao Salão Principal. Sim, eu ainda estava com raiva. Eu odiava ser acordada, e odiava ainda mais altura. Aí o que elas fazem? Juntam as duas coisas que eu mais odeio.

Ignorei a pergunta dela, e continuei andando.

– E... Olha lá Jackson, ela tá nervosinha. - Pude ouvir a voz debochada da loira atrás de mim. Continuei andando sem nem olhar para trás. Não era birra, eu apenas estava de mau humor. - Qual é ruiva, nem foi tão ruim assim. - Ela murmurou, se pondo ao meu lado.

Você diz que não foi tão ruim porque não foi com você, pensei comigo mesma.

Continuei andando calmamente, como se elas não estivessem ao meu lado.

– Bom dia garotas. - Ouvi uma voz conhecida, e Cher Dolohov se pôs ao lado da Weasley.

– Ei, Cher. - Respondi, dando um micro-sorriso.

– Ah, então com ela você fala? - Ouvi a loira perguntar, nervosa.

– O que tá rolando? - Cher indagou. Revirei os olhos e me pus ao lado dela.

– À partir de agora você é minha melhor amiga, Cher. Só você não é má comigo. - Murmurei, enlaçando meu braço ao dela e a puxando para entrar comigo até o Salão Principal.

– É sério isso? Eu não acredito... - Ouvi a voz perplexa da minha melhor amiga (ou ex?) indagando. - Maturidade mandou lembranças. - A ouvi gritar, enquanto eu entrava com a Dolohov no Salão Principal.

– Ruiva, agora eu tenho que ir pra mesa das cobras criatura. - A morena disse divertida. Ela me deu um beijo na bochecha. - Depois você me explica direitinho o que essas vadias aprontaram com você. - E dizendo isso, Luke Zabine apareceu atrás dela.

– Olá garotas. - Murmurou com uma voz rouca, por causa do sono. Atrás dele veio Albus, que nos cumprimentou e passou o braço pelos ombros da Dolohov.

Sim, já éramos todos amigos desse jeito. No começo, as garotas estranharam um pouco, mas logos todos se acostumaram com a presença da morena, e ela era uma pessoa extremamente agradável.

E agora você se pergunta: Como Cher reagiu ao ter de conviver com James Potter, e ainda ser amigo dele?

E eu respondo: Ela o trata com indiferença, como uma sonserina trata um grifinório rival. O chama de Potter, mas sei que no fundo, ela não guarda rancor dele.

– Tá de mau humor Dursley? - Al perguntou, e eu revirei os olhos. Scorpius chegou também (nossa, agora isso virou o que?) e passou um braço pelo ombro da Dolohov também, e vi que algumas garotas olhavam para aquela cena com inveja, e a fuzilava com os olhos.

Cher soltou uma gargalhada ao ver duas lufanas passarem com raiva.

– Perguntem a essas duas ai. - Apontei para a Weasley e para a Jackson.

– O que vocês aprontaram dessa vez? - Luke questionou, claramente se divertindo com a situação. Suspirei, nervosa, e antes que elas pudessem responder eu mesma tomei a inciativa.

– Essa loira oxigenada me acordou cedo com um levicorpus, e ao invés dessa morena gótica ridícula me defender, sabe o que ela faz? - Perguntei furiosa, mas sem esperar realmente uma resposta. - Ela se junta com a loira para rir da minha cara! - Finalizei, furiosa.

E como era de se esperar, todos riram. Bati os pés, furiosa no chão, e segui para a mesa dos leões.

Bando de desgraçados.

[...]

– Não vai comer nada Kayla? - Fred indagou.

A morena apenas revirou os olhos antes de responder.

– Não tô com muita fome. - Murmurou.

– Você nunca está com fome... - Observou a pequena (ou nem tanto) Potter.

– Deve ser porque eu realmente nunca tenho fome, ao contrário de vocês que parecem que nunca viram comida na vida. - Retrucou, impaciente, fazendo a maioria rir, exceto eu e Dominique.

– Bom dia povo. - Isso quem disse foi o Potter mais velho, que acabara de chegar, acompanhado de Frank.

Todos responderam bom dia, animados, e eu dou uma cerveja amanteigada para quem adivinhar quem foi a exceção desse todos.

– Mau dia... - Eu murmurei, com a voz ainda meio rouca de sono. O Potter e Frank se sentaram; Frank na minha frente, ao lado de Dominique (o que a fez rolar os olhos), e o Potter ao meu lado (o que também me fez rolar os olhos).

– Por que ruiva? - Ele questionou, sorrindo marotamente. Aquele sorriso que tanto me irritava.

– Longa história... - Eu murmurei, entediada, e logo depois completei. - E é Dursley pra você, Potter.

Todos riram, inclusive ele, dando aquele sorriso de canto de boca sexy, que deixaria qualquer garota aos pés dele.

Mas, eu não sou qualquer garota.

– Relaxa, meu lírio, relaxa. - Ele disse, piscando sedutoramente. Meu o que?

– Seu o que? – Indaguei, confusa.

Tá certo que eu sou lerda, mas que lírio é esse? An?

– O.k. crianças, depois vocês discutem sobre isso. - Fred nos interrompeu, divertido. Ordinário. - Mas agora, infelizmente nós temos aula.

– Aula de que mesmo? - Roxy perguntou, com cara de tédio.

– Poções, com a Sonserina, pra vocês. E Transfiguração com a Sonserina pra mim. Infelizmente. – Rose respondeu, murmurando a última palavra baixinho, mas ainda sim dava pra escutar. Frank sorriu, aquele sorriso típico de quem vai provocar.

– Qual é o problema Rosie, até parece que você se importa tanto com a presença do Malfoy. - Rose arregalou os olhos, e começou a balançar a cabeça negativamente e freneticamente, como se implorasse para ele não dizer algo. - Acho que se você se sentisse tão incomodada com a presença dele, não teria nem ficado de detenção junto com ele. - Ele finalizou, sorrindo.

Sorrisos sacanas surgiram no rosto de todos.

– Quando você pretendia me contar que tinha ficado de detenção com o Malfoy? - Questionou Roxy, fingindo estar brava.

– Nunca, talvez. - Ela respondeu, dando de ombros.

– Qual foi o motivo dessa vez? - Quem perguntou agora foi o Potter.

– O de sempre. Azarações. Xingamentos. Nada demais. - Ela perguntou, mas estranhamente ela ficou tom escarlate. Fred pareceu desconfiar, e resolveu tirar sarro da situação.

– Claro... Mas depois eu vou perguntar ele, nada demais. Só pra conferir. - Ele diz, num tom descontraído. Rose engoliu em seco, e brincou.

– Não confiam em mim?

A resposta veio em alto e bom som, de todos nós.

– Não.

[...]

– Fala sério, esse cara sempre demora tanto assim? - Kayla perguntou ao meu lado. Já estávamos na sala de aula, e nessa aula todos nós estávamos juntos:
Eu sentada com Kayla, Dominique com Cher, Potter com Fred e Luke com Frank.

– Geralmente ele não se atrasa tanto assim. - Quem respondeu foi Luke. Mas ele não parecia se importar com o fato do professor de Poções estar a 15 minutos atrasado.

– Bom dia alunos. - Ouvimos uma voz pomposa falando. Me virei para trás, e quando vi o professor, tive vontade de rir: Ele era gordo e careca, com um bigode prateado, como um leão-marinho. Até onde eu sabia, ele se chamava Horácio Slughorn, era diretor da Sonserina e puxa-saco de alunos com famílias importantes, ou que se destaque de algum modo.

Provavelmente, eu seria apenas mais uma esquecida da sua aula.

– Ah, vocês devem ser as duas novas alunas... - Ele disse, enquanto se sentava em sua mesa, e pegava alguns pergaminhos. - Eu sou o professor de Poções Horácio Slughorn, e vocês são... - E conferindo no pergaminho disse. - Alexia Lily Dursley. - E olhou para frente, como se procurasse qual de nós era. Levantei o braço. - Ah sim, claro. E... - Seus olhos se arregalaram quando ele viu alguma coisa no pergaminho e logo em seguida disse. - Kayla Rachelle Jackson.

Ele disse o nome da minha melhor amiga com gosto. Olhou para frente, e quando viu, seus olhos brilharam e seu sorriso se alargou.

– Ora, ora... Eu nunca pensei que fosse viver à tempo de ensinar mais uma Rachelle. Sua mãe era uma ótima aluna, uma das minhas preferidas, devo dizer. - Quando ele terminou de dizer isso, todos se silenciaram, e a boca de Dominique e de Cher se abriram num perfeito "O". Lysander Scamander e suas seguidoras começaram a rir.

– Você deve estar brincando professor... Uma Rachelle? Ela? Isso só pode ser um engano. - E deu uma gargalhada. Vi os músculos da morena se enrijecerem.

– Qual o problema, Scamander? Pensou que fosse a única aqui que fosse de família importante? - Dava pra perceber que ela não tinha orgulho nenhum ao confirmar a descendência dela. Vi que Lysander engoliu em seco e ficou quieta.

– Isso é verdade? - Dominique sussurrou atrás de nós. - Você é mesmo uma... - Mas foi interrompida.

– Eu explico depois, Weasley. - A morena retrucou, encerrando o assunto.

– Muito bem, muito bem. Vamos prosseguir com a nossa aula. - O leão-marinho vulgo professor continuou.

[...]

– Finalmente! - Cher disse (lê-se berrou) dramaticamente ao sair da aula.

– Pensei que essa tortura nunca fosse acabar, e olha que eu gosto de Poções. - Concordei.

– Bem... Agora temos um horário vago, finalmente. - O Potter disse, sorrindo sugestivamente pra mim, o que eu não entendi.

– Que foi? - Perguntei, realmente sem entender.

– Você é lerda assim mesmo ou... - Luke disse, divertido.

– Perdeu o medo de morrer garoto? - Olhei perigosamente pra ele, que engoliu em seco.

– Qual é ruiva... O que você acha de sair comigo? - Ele foi direto. E pra enfatizar as palavras, sorriu daquele jeito irritantemente sedutor.

Sorri de canto, tentando ao máximo ser sexy. Me aproximei lentamente dele, com esse sorriso, e quando fiquei cara-a-cara com ele, fiquei na ponta dos pés (sim, eu sou baixinha. Ou anã, como Kayla amava dizer.) e coloquei minha boca perto do pescoço dele, suspirando ali, o fazendo arrepiar.

Sorri com aquilo.

– Hoje não Potter... Hoje não... - Sussurrei sedutora no ouvido dele, pra logo em seguida sair andando, ouvindo Fred gargalhar da expressão surpresa do Potter.

– Você quer brincar Dursley? - Pude ouvi-lo gritar. - Pois então, vamos brincar.

Me virei e mandei um beijinho no ar.

– Pois saiba, Dursley, que eu não desisto fácil. - Ele gritou de novo.

Comecei a rir, e as garotas (QUANDO ELAS APARECERAM AQUI?) me acompanharam.