Teenage Runaway escrita por Bridget Black


Capítulo 1
Injustices


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, como já sabem, eu estou "reformando" a fanfic, e agora o novo nome dela é Teenage Runaway. Espero que gostem, e não se esqueçam de comentar, recomendar e favoritar.

Enjoy it!

XOXO

— B.B.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/477461/chapter/1

“E quem foi que disse que o mundo é justo?” — Cidade dos Ossos

O sino da catedral de Nancy avisava o fim da tarde. Os verões sempre eram bastante frescos e confortáveis na França, fazendo com que seja agradável passear pela cidade. Kayla — minha melhor amiga — havia aparatado para Paris à poucos minutos, dizendo que se demorasse mais um pouco, a mãe poderia achar que ela havia sido presa — de novo.

Caminhava tranquilamente pelas ruas, sentindo minha varinha balançar levemente dentro da bota a cada passo que dava, observando outras pessoas que faziam o mesmo que eu. Crianças tomavam sorvete ou corriam, casais namoravam em frente à fonte da praça e idosos simplesmente conversavam.

Atravessei a praça, tentando controlar a minha longa cabeleira ruiva por culpa do vento e virei a rua, já podendo avistar a adorável casa de dois andares onde eu morava. Um pouco mais de uma dúzia de pessoas perambulavam pela rua, e as pouquíssimas lojas que ali tinham ainda estavam abertas.

Conseguia avistar o Sr. Broussard, ou simplesmente Edmond, um homem de meia idade e rechonchudo dono da padaria, que cumprimentou-me alegremente quando passei por ele. Podia avistar também a Sra. Labrousse, uma senhora idosa dona da floricultura.

Bonjour, Lexi. ― cumprimentou-me ela, com seu costumeiro sorriso, enquanto parava de varrer a calçada em frente a sua loja.

Bonjour, madame Augustine. ― Sorri, acenando com a cabeça.

Mais alguns metros e eu estava, finalmente, em frente ao local. A casa em si era num tom claro, com um gramado extremamente verde na frente e uma garagem, com um carro popular estacionado. Nada muito luxuoso ou extravagante, tudo extremamente comum.

Puxei as chaves do bolso e destranquei a porta, pegando a correspondência que estava no chão, meus olhos logo vistoriando cada uma delas, vendo uma que me chamou a atenção. Uma carta destinada à mim.

Me joguei no grande sofá cor creme da sala, assustando Donna, minha velha gata, que estava sentada ali.

Je suis désolé, bébé. — me desculpei, puxando a gorda gata para meu colo. — Olha isso, chegou uma carta para a mamãe.

Virei o envelope, vendo um grande brasão conhecido nele. Draco Dormiens Nunquan Titillandos, a frase se destacava, e eu sabia muito bem de onde era aquele lema.

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

Diretora: Minerva Mcgonagall

(Ordem de Merlin, primeira classe, grande feiticeira, bruxa chefe, Confederação Internacional dos Bruxos)

Prezada Sra. Dursley,

Temos o prazer de informar que V.Sa foi aceita na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa no dia primeiro de setembro, estamos aguardando sua coruja até o dia 31 de julho, não mais tardar.

Atenciosamente,

Neville Longbottom

Diretor substituto.

Eu fui aceita em Hogwarts. Mas eu não havia solicitado uma vaga lá, e Hogwarts fica em... Oh, não.

― Papai, vovó ― gritei, olhando incrédula os pedaços de papéis que havia acabado de ler. Isso só podia estar sendo uma grande brincadeira, não é possível.

Margot, minha avó, foi a primeira a chegar. Seus cabelos loiros e um pouco grisalhos caindo nos ombros, os olhos muito verdes o qual eu havia herdado demonstrando preocupação por ouvir meu grito.

― Querida, o que houve? ― questionou a mulher magra de meia idade. Mostrei a carta para ela, e vi uma nítida compreensão em sua expressão.

― O que significa isso?

― Meu bem, iríamos te falar sobre isso antes mas... ― começou, porém foi interrompida pela chegada do meu pai.

― O que está acontecendo? ― perguntou, e logo em seguida viu a carta em minha mão. ― Pensei que iria demorar mais pra chegar... ― murmurou consigo mesmo.

― Como assim? Eu é quem pergunto , o que está acontecendo aqui? ― questionei, exasperada. Por que eu havia recebido uma carta para estudar em Hogwarts?

O vi suspirar pesadamente, passando a mão pelos cabelos loiros já um pouco grisalhos. Ele parecia estar lutando internamente sobre contar ou não alguma coisa. Por fim, pareceu perceber que teria de contar de qualquer maneira.

― Chame sua irmã. ― ordenou ― Tenho uma notícia para vocês duas.

[...]

Isso só pode ser brincadeira! gritou a loira, indignada.

— Você por um acaso está vendo algo rindo aqui, Cash? Querida, ninguém aqui está brincando. — informou Margot, a mulher que se negava a ser chamada de vó, por dizer ainda ser jovem para tal coisa — mesmo tendo tido duas filhas e a neta mais velha ter dezenove anos.

— Eu disse que ela não iria aceitar. — murmurei, amargurada. O meu problema era que eu não tinha opção, já Cashmere era maior de idade, poderia escolher muito bem o que faria da vida.

— Cashmere, pare de fazer escândalo desnecessário. Eu já disse, querida, vocês duas sabem que eu sempre quis voltar pra Little Whitning, isso nunca foi segredo pra ninguém aqui. — E prosseguiu, mexendo calmamente nos cabelos. — E bom, com essa oportunidade de emprego, fica difícil não aceitar. Fora que posso passar mais tempo perto dos meus pais.

Papai já estava desempregado a algum tempo. A grande firma em que ele trabalhava havia falido, e o dinheiro que havia ganhado já havia se esgotado. Ficava difícil para ele admitir ser sustentado pela sogra — ou ex-sogra, já que mamãe havia morrido. Era uma fato que Margot vivia conosco para facilitar a vida dele, já que ele não podia viver só por nós. Meu avô morreu alguns anos antes da minha mãe, e como a minha tia Elena — irmã mais nova da minha mãe — já era maior de idade, ela decidiu que a melhor maneira de ajuda-lo era cuidando de nós duas. Ele aceitou de bom grado tê-la a ajuda, mas ser sustentado financeiramente pela mesma já devia ser um grande insulto pessoal.

— Você não poderia ter arrumado um emprego por aqui mesmo não? — retrucou Cashmere, exaltada. — E por favor, ficar perto de nossos avos? Eles mesmo nem ligam pra nós duas.

Isso era verdade, eles nunca nos procuravam e quando nos viam, geralmente só nos tratavam bem por sermos do mesmo sangue, porém no olhar havia sempre o mesmo desagrado, como se duas aberrações estivessem perto deles.

— Primeiro mocinha, eu não admito que fale assim dos meus pais. Eles têm dificuldades em... — e procurando as palavras certas, prosseguiu devagar. — aceitar vocês.

S'il vous plaît Dudley, você fala como se fossemos aberrações. — defendeu-nos Margot, já que era uma bruxa.

— E vocês realmente são aberrações. — berrou Cashmere, furiosa. — Olha, eu vou dizer isso pausadamente, que é pra ter certeza de que vocês estão me entendendo: Eu não vou para Little Whitning, entenderam? E vocês sabem que não podem me obrigar. Eu ia começa num emprego novo, lembram? Hazel havia conseguido um para mim, justamente na loja principal da família dela, em Paris.

— Cashmere, pense bem... — começou Margot, porém foi interrompida bruscamente por meu pai.

— Não, Margot. Deixe-a ficar. — disse, e o choque foi geral. A briga agora parecia ser entre os dois. — Se deixar a irmã e a própria família por puro capricho a faz se sentir realizada, se ser a garota revoltada com a vida a faz se sentir bem, deixe-a ficar. Quem somos nós para nos metermos na vida da pobrezinha da Cashmere? — terminou, a voz já descontrolada.

— Olha quem fala de capricho! Você nunca fez nada pensando em mim, muito menos em Lexi. — berrou a loira, se levantando bruscamente do sofá. — Só em você. Tenho certeza que se nossa mãe estivesse aqui, ela nunca deixaria você fazer isso conosco.

Agora ela parecia ter conseguido atingi-lo em cheio.

— Se Eleonor estivesse aqui, ela pensaria na felicidade de todos. O que eu posso fazer se não está feliz? Se quer ficar, fique. — esbravejou, e quando ela estava pronta para berrar de volta, vovó resolveu interferir.

— Já que isso é pra felicidade geral, que tal perguntarmos para a Lexi, já que ela é a que mais vai ser atingida com isso, uh? — perguntou calmamente Margot, tentando acalmar à todos. — Então, ma chérie?

Todos olharam para mim, e eu estava completamente decidida a dar a minha resposta.

— Eu não quero ir, é tão difícil assim de entender? — argumentei, já cansada daquela discursão ridícula. Cashmere fez uma expressão vitoriosa, mas meu pai continuou impassível.

— Não cabe à você decidir para onde vai, Lexi. Se eu disse que nós vamos para Little Whitning, nós vamos. — disse, num tom de quem põe fim ao assunto. — E se Cashmere não quer ir, que ela fique.

E com essas palavras, berrei em frustração, odiando tudo e todos.

— Eu odeio sem menor de idade! Que droga! — berrei, já subindo as escadas correndo, ouvindo mais protestos de Cashmere contra meu pai, e a voz da minha avó tentando acalmar à todos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom pessoal, esse foi o primeiro capítulo. Espero que tenham gostado, quero reviews.