Os Instrumentos Mortais: Cidade das Águas Sombrias escrita por Clary Morgenstern Herondale


Capítulo 18
Investigação/Resgate/ Acordo


Notas iniciais do capítulo

Oiii, mais um cap fresquinho pra vcs!!!!! Bora ler?



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Melissa estava deitada em sua cama, repassando em sua mente o seu primeiro beijo com Chris. Ela estava nas nuvens, sentia como se cada célula do seu corpo estivesse envolvida por uma camada infinita de alegria.

Porém, batidas na porta a tiram de seus devaneios e a forçam a voltar para o mundo real.

Ela grita:

– Pode entrar!

Jennifer entra no quarto vestindo um casaco marrom de viajem e uma calça jeans apertada. Ela enrola uma mecha de seus longos cabelos negros nos dedos e se senta na cama ao lado de Missy.

Ela disse com urgência:

– Missy, preciso falar com você e os outros agora! É importante!

– O que foi? Aconteceu alguma coisa?- Missy pergunta, mas logo percebe o quanto sua pergunta deve ter soado idiota. É claro que estava acontecendo alguma coisa, Syrena e os Caçadores haviam sido atacados, Vivian tinha o Cálice Negro e Magnus tinha desaparecido.

Jennifer apenas pede que Missy a siga até a sala, onde ela explicaria tudo.

Ao chegarem à sala de estar do Instituto, Melissa avista Max e Syrena sentados juntos em um pequeno sofá, enquanto Jace, Clary e Alec estão sentados em outro. Isabelle e Maryse estão em pé, perto da lareira. Simon está parado perto de uma janela, absorvendo o máximo de luz solar que puder.

Melissa resolve se sentar em uma cadeira perto de Isabelle, e Jennifer começa a falar:

– Bem, eu imagino que todos aqui estão se perguntando o porquê de eu tê-los chamado. Para começar, há alguns dias eu comecei a pesquisar sobre a atividade demoníaca na nossa área. Em Nova York, a atividade foi quase zero. Mas nas outras regiões mais afastadas, como Nova Orleans, ou o Texas, estão completamente vulneráveis. Os Institutos de lá não estão dando conta do recado e a Clave não pode ajudá-los, pois estão muito ocupados com o atentado de Vivian para se distrair com “bobagens”.

– E? O que temos haver com isso?- Max pergunta.

Jennifer faz uma breve pausa e diz:

– Acho que nós devíamos investigar esses casos e tentar ajudar outras regiões do país.

– O QUÊ?!- Jace, Alec, Maryse e Simon dizem ao mesmo tempo.

Jace começa a contradizer:

– Não temos tempo, precisamos descobrir o que Vivian planeja fazer a seguir!

– E quanto a Magnus? Não podemos abandoná-lo!- Alec grita.

Antes que todos comecem a discutir, Jennifer diz:

– É obvio que nem todos nós poderemos ir. Mas eu estava pensando em mandarmos um pequeno “reforço” para essas áreas. Eu, Missy e Max podíamos viajar de Portal até o caso mais próximo e investigar.

– De jeito nenhum!- Jace diz- Não vamos mandar crianças para lidar com demônios!

Melissa sente uma onda de raiva crescer dentro de si e grita:

– Nós não somos crianças! Eu e Jennifer temos 17 anos! Somos quase Caçadoras adultas e ainda não caçamos quase nada! Já passou da hora de começarmos a nos envolver com o Mundo das Sombras!

Jace a olha com surpresa, e depois se vira para Clary:

– Não vai dizer nada?!

– Ela tem razão- Clary diz para a surpresa de todos- Não podemos abandonar os outros Nephilim. Eles são nossos irmãos, devemos ajudá-los.

Missy sorri levemente para a mãe e diz:

– Max, o que você acha?

Max parece pensativo por um instante e diz:

– Eu não posso abandonar Syrena, não depois do que aconteceu.

Mas Syrena o interrompe, dizendo:

– Você pode ir. Eu vou ficar bem, eles vão cuidar de mim.

– Então eu vou- Max diz, por fim.

– Tá, mas vocês vão aonde?- Jace pergunta.

Jennifer começa a vasculhar uns papéis e diz:

– Há algum tempo eu tenho investigado o caso de uma garota em Nova Jersey, o nome dela é Natalie Harrington. O namorado dela, Ian O’connel, disse para a policia que da noite pro dia os olhos dela mudaram de cor, e ela começou a ter surtos psicóticos. Eles acham que pode ser algum tipo de doença, mas eu acho que pode ser outra coisa.

– Tipo o quê?- Melissa pergunta.

Jennifer finalmente mostra a foto de uma garota de cabelos lisos castanhos, e olhos azuis. Mas havia uma espécie de círculo branco ao redor da pupila, algo que Melissa nunca tinha visto.

– Eu acho que ela pode estar sendo influenciada por um demônio- Jennifer diz.

– O quê? Tipo uma Possessão?- Max pergunta.

Alec diz, irritado:

– E o que vamos fazer com o Magnus? Temos que encontrá-lo!

– E nós vamos- Jace interrompe- Eu, você e Clary vamos para o salão do Portal descobrir o que houve com Magnus. Enquanto isso, Maryse, Isabelle e Syrena continuam tentando descobrir se Vivian conseguiu o tal herdeiro.

Um sorriso brota no rosto de Missy e de Jennifer. Mas, antes que elas pudessem comemorar, Jace acrescenta:

– Vocês podem ir, mas com uma condição- Ele faz uma pausa dramática- O chupa-sangue tem que ir com vocês.

Melissa e Jennifer se entreolham, confusas. Jace esclarece:

– Eu quis dizer o Simon.

Simon, que até agora estava quieto, as olha como se dissesse Foi mal.

É, Melissa pensou, vai ser uma longa viagem.

* * *

Allyson abriu os olhos. Ela estava em um galpão, todo escuro, e seus pulsos estavam amarrados em uma viga no teto.

Ela gemeu de dor ao ver as marcas vermelhas nos pulsos e tornozelos. Não conseguia enxergar direito, nem se concentrar. A sede estava muito grande, e ela sentia como se estivesse presa há dias, apesar de fazerem apenas algumas horas.

Ela ouve uma porta se abrindo atrás de si, e começa a tremer. Devia ser aquele Nephilim que a capturara mais cedo. Pelo menos era o que ela pensava.

Mas, para a surpresa dela, era Klaus. Ele se aproximou dela e sussurrou:

– Você continua linda, sabia?

Quando ele tenta se aproximar mais, Allyson dá um chute em seu peito, empurrando-o. Ele sorri e diz:

– Ah, Allyson. Isso não é algo que uma dama faça!

– Vai se ferrar!- Ela grita.

– Ah, o que é isso? Não quer lembrar um pouco dos velhos tempos?- Ele diz segurando seu rosto.

Allyson dá uma cabeçada em Klaus, que cambaleia com o lábio sangrando. Ele se levanta e diz:

– Eu tentei do jeito fácil. Mas já que você não colabora...

Ele pegou uma corda e a puxou, levantando as vigas de madeira que bloqueavam a luz.

– Vamos ter que fazer do jeito difícil.

Allyson sentiu sua pele queimar, e sem entender, começa a gemer de dor.

Klaus tira um pequeno objeto do bolso. Um anel. Ele diz:

– Estava procurando por isso? É o seu anel da luz do dia, não é?- Ele joga o anel do outro lado do galpão- Ah, que pena.

A pele de Allyson começou a ficar cheia de manchas vermelhas e queimaduras, e ela gritava para que Klaus parasse. Ela perguntou, em meio às lágrimas:

– Por que está fazendo isso comigo?!

Klaus se irrita e diz, secamente:

– Por quê? Por quê?! Eu amei você! E assim que se transformou, você me deixou!

– Eu deixei você?!- Allyson diz incrédula- Você é que deixou eles me levarem!

Klaus franze as sobrancelhas por um instante e diz:

– Do que você está falando?

Allyson geme baixinho:

– Como se você não soubesse. Estou falando da Praetor Lupus!

Ao ouvir esse nome, Klaus solta a corda imediatamente, fazendo com que a escuridão voltasse a tomar conta do lugar e Allyson suspirou aliviada.

Ele diz:

– O que você tem a ver com a Praetor?

– É uma longa história.

Klaus ri e diz:

– Não sei se você percebeu, mas somos imortais. Temos muito tempo pra sua história.

Allyson bufa e começa:

– Depois que Camille e seus lacaios mataram o meu irmão, eu fui atrás deles em busca de vingança. Mas, como você já sabe, não acabou muito bem. Camille me atacou e teria me matado se Raphael não tivesse interferido. Ele me enterrou e esperou que eu ‘renascesse’, mas assim que eu bebi o sangue que ele me trouxe, ele foi embora e me deixou sozinha. Eu não sabia o que fazer e fui atrás de você.

“Mas assim que eu vi você, tudo mudou. Eu agora podia ter certeza de que você não era humano, podia ouvir os batimentos de todos, mas o seu coração já não batia há muito tempo. Eu fiquei enojada com você, e enojada comigo. Eu sabia que fora uma criatura como nós que matara o meu irmão.”

“Eu tentei sair daquele lugar, eu precisava pensar. Então eu fui procurar minha família, mas assim que senti o cheiro do sangue deles, a sede se apossou de mim. Eu drenei todo o sangue do meu pai, da minha mãe e da minha prima que estava de visita. Assim que percebi o que tinha feito, eu tentei me matar, mas eles me encontraram. A Praetor Lupus não é tão piedosa como muitos pensam, acredite, eu sei. Eles me levaram para longe de você e me proibiram de vê-lo. Eles também foram bons em alguns momentos, como para me treinar. Eu sou o que sou graças a eles. Mas eu sempre soube que aquele não era o meu lugar. Eles deixavam isso bem claro. Eu não era mais uma garotinha inocente, e eles sabiam. Uma noite, eu estava com muita sede, o lobisomem que sempre me trazia sangue animal tinha se atrasado e mandara um novato em seu lugar. A sede era tanta que não pude me controlar e ataquei o lobisomem. Outros lobisomens vieram e me arrastaram para uma cela, onde eu passei o resto dos meus anos na Praetor. Quando eles acharam que eu já sabia me controlar, me liberaram. E eu voltei para o nosso vilarejo. Pensei que você estaria procurando por mim, mesmo depois desse tempo todo, mas eu me enganei. Você tinha ido embora, tinha me abandonado, desistido de mim. Como eu não tinha mais ninguém no mundo, decidi ir embora. Fui para a França, onde conheci Tanya, Kate e Iryna, que me ensinaram a controlar meus poderes de Moroi. Eu segui em frente, e aceitei o fato de você nunca ter me amado de verdade. Fim.”

Klaus estava paralisado, olhando para Allyson com uma mistura de emoções. Ele disse, por fim:

– Eu procurei por você! Procurei por você em cada canto desse mundo! Contratei feiticeiros para te rastrear, mas você nunca aparecia! Eu nunca deixei de te procurar.

Allyson continuou sem dizer uma palavra, apenas observando enquanto Klaus a contestava. Ele gritou:

– Eu amei você! Sempre amei! E continuo amando! O que eu sinto por você continua igual!

Allyson apenas o olhou e disse baixinho:

– Prove.

Ele se levantou e se aproximou dela, segurando de leve seus pulsos e desamarrando as cordas que os prendiam. Ele a soltou e ela se apoiou em seus braços.

A pele dela estava ainda um pouco machucada, mas a maioria das queimaduras já havia sumido. Klaus a levou até o fim do galpão e pegou o anel dela, que a permitia andar na luz do dia. Ele pôs o anel nas mãos dela, e deu-lhe um beijo na testa. Ela sorriu levemente e disse:

– É uma pena que eu tenha que ir embora agora.

– Você não vai embora!- Klaus disse a segurando com mais força.

Ela sorriu cinicamente e sussurrou:

– Diga isso para os meus amigos.

De repente, as paredes começam a congelar e um vento forte surge do nada. Até que um pedaço de madeira começa a pegar fogo e Klaus solta Allyson.

Três figuras loiras entram no galpão, com as mãos erguidas controlando seus elementos. Allyson as reconhece na hora. Tanya e Iryna estão fazendo o fogo e o vento, e Mary, a namorada de Raphael, está congelando tudo ao seu redor.

Subitamente, Klaus cai no chão se contorcendo de dor. Kate aparece atrás dele lhe dando belos choques com as mãos. Por último, Raphael aparece e ergue Klaus do chão, apenas para lhe dar um soco. Ele se aproxima do outro vampiro e diz:

– Isso foi por sequestrar a minha irmã.

Klaus cospe sangue e lança um olhar raivoso na direção de Allyson. Kate, Tanya e Iryna agarram Klaus e o levam para fora. Raphael e Mary se aproximam de Allyson, que diz:

– Obrigada, irmãozinho!

– Não me agradeça- Ele diz- Agradeça à Maureen. Ela que nos mandou aqui.

– Vou me lembrar disso.

* * *

Magnus se sentou em uma cadeira, ao lado de Vivian, que pediu aos seus guardas que trouxessem o motivo de Magnus estar ali.

Alguns minutos depois, os guardas voltam com um homem, claramente um feiticeiro, com os olhos vendados. Assim que os guardas retiram a venda, Magnus entende tudo. Os olhos do feiticeiro estavam completamente negros, como os olhos de um demônio. Magnus perguntou:

– Você usou um ritual de Necromancia nele?!

Vivian assente e acrescenta:

– E não foi um simples ritual Necromântico, foi um ritual demoníaco. Eu mesma recitei as palavras em Purgatic.

– Mas agora o seu querido feiticeiro virou um demônio!- Magnus diz, pasmo- Você não achou que ele voltaria a ser o que era, achou?

Vivian apenas diz:

– É por isso que preciso da sua ajuda. Você é o único Feiticeiro poderoso o bastante para trazê-lo de volta.

– E por que eu te ajudaria?- Magnus pergunta.

Vivian sorri cinicamente e diz:

– Porque eu posso te dar o que você mais quer: a segurança de seu amado Alexander.

Magnus ri debochadamente, mas Vivian não se deixa abalar e continua:

– Você é bem mais esperto que esses Nephilim, no fundo, você sabe que eu tenho a vantagem. Eu tenho o Cálice, tenho o exército e tenho o herdeiro. Assim que o ciclo da lua chegar ao fim, eu vou invocar Calliope, e juntas vamos destruir o mundo dos Nephilim. Eles ainda acham que podem vencer, mas, afinal, quem pode culpá-los? No fim, eles são humanos e tem essa esperança cega de que tudo vai dar certo. Mas eu e você... Nós não somos humanos. Sabemos a verdade- Ela se inclina na direção de Magnus- E você, meu caro, tem uma chance única de salvar seus amigos. Como poderia recusar?

Magnus a olha desconfiado e diz:

– Se eu te ajudar, você jura que não vai tocar em Alec, nem em sua família?

– Eu juro pela alma de minha falecida mãe- Ela diz convicta- E então, o que me diz?

Após um tempo pensando, Magnus diz:

– Tenho a minha resposta.


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Notas finais do capítulo

Hello again, peoples!! e ai, curtiram a ideia da Jenn de fazer uma visitinha a outros Institutos e ajudar mais mundanos? E o tão esperado acerto de contas de Klallyson (klaus & allyson)? Vamos ver se o Magnus vai aceitar a proposta da Vivian! Comentem o que acharam do cap e se tiver alguma falha, me avisem! ;)
Bjoooos e até semana q vem!



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