Em Família escrita por Aline Herondale
Notas iniciais do capítulo
Me esforcei em deixar o capítulo maior e com mais detalhes.
Espero que gostem.
– Evie Biltmore. A melhor aluna da escola, de repente, aparece no estacionamento do Rockets. Isso não combina com você. – Caminhavam numa trilha à caminho de um parque abandonado que havia próximo à lanchonete. Whip embargava na voz enquanto sustentava o olhar de Evie, que caminhava de costas para encarar-lhe o semblante.
– Você não me conhece. – Ela respondeu levantando um dos cantos dos lábios.
– Eu acho que você tem razão. Eu não conheço – Whip disse colocando as mãos de volta nos bolsos da jaqueta de couro. – É que...
– É, sei o que quer dizer. – Evie falou sem deixá-lo terminar a frase. Ela afastou o cabelo de seus ombros; da mesma forma que tinha visto muitas alunas da sua escola fazerem quando viram seu tio pela primeira vez na porta da escola.
– É mesmo? – Whip perguntou, levantando uma sobrancelha.
Nesse momento Evie se virou e começou a caminhar em meio aos brinquedos que havia ali, uma gangorra, dois balanços, um roda-roda...
– Mesmo. – Falou, passando a ponta dos dedos sobre as ferrugens:
– Já viu uma foto sua que foi tirada quando você não viu. E pensa: “Este sou eu. Este sim, sou eu.”. Entende o que quero dizer? – Evie terminou, subindo o olhar para o moreno que acompanhava sua caminhada com os brinquedos sempre ficando entre eles.
– É, acho que entendo. – Ele respondeu parando no lugar, obrigando a menina a fazer o mesmo. Ambos ficaram apenas se encarando por alguns segundos.
– Bom, é assim que eu me sinto hoje. – Admitiu a menina, quebrando o silêncio e correndo para até o escorregador que tinha ali. Subiu suas escadas sem se importar que fora possível ou não Whip ter um vislumbre da sua calcinha de renda e, ao chegar no topo, virou-se para ele.
– Então está surpresa com você mesma. Não tem mais medo de ser tocada. – Whip perguntou num tom que oscilou entre afirmação e pergunta. Evie tirou os cabelos dos ombros, da mesma forma que fizera mais cedo, e apoiou as mãos sobre o corrimão do brinquedo.
Ela pensou antes de responder: - Não estrague o momento. – E então se virou, e desceu o escorregador correndo. E continuou correndo mesmo após chegar ao chão. Whip, vendo que ela não ia parar, pôs-se a correr atrás dela, rindo alto da situação.
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Ela empurrou-o contra a árvore e colou seus lábios aos dele. Whip se divertia com tudo aquilo e não conseguia deixar de sorrir em meio ao beijo. Evie abriu os lábios, autorizando a passagem da língua do moreno que logo tomou espaço na sua boca. Ela tinha as duas mãos sobre o peito do menino e imprensava seu corpo ainda mais contra o dele. Ele levou uma das mãos até a nuca dela e apertou a fina cintura da menina com a outra.
Uma lembrança lhe veio á mente e ela desceu uma de suas mãos até encontrar a mão de Whip, que estava sobre sua cintura, e guiá-la até um de seus seios. Gemeu ao sentir seus dedos grossos apertarem seu mamilo sensível. Evie intensificou o beijo e Whip abriu as pernas, encaixando-a naquele espaço. De repente Whip afasta a menina pelo ombros, como se tivesse acabado de levar um choque dela, e leva os dedos até a boca.
A ponta da sua língua sobressai a boca e está...cheia de sangue.
– Caramba... – Ele fala sem ar. Enquanto olha para o próprio dedo manchado com o sangue da ferida que Evie fizera em sua língua. Ele mostra à menina. Diferente de Whip, Evie trava e aquilo a faz se afastar dois passos. Basta ver o sangue dele que imagens, como de sua babá sendo enforcada, do vinho tinto bebido por ela e seu tio e da melodia assobia constantemente por ele, afogam sua cabeça.
– Todo mundo fala que você é maluca. – Ele começa, lambendo a língua para parar o sangramento e se aproximando da menina com um sorriso safado nos lábios. – Mas ninguém imagina o quanto. – Diz, e sem deixar tempo para a menina reagir, coloca os braços em volta da sua cintura e a puxa para si. Ela tenta empurrá-lo pelo peito mas ele tem braços fortes em volta do seu corpo.
– Agora quero ir para casa. Whip me solta! – Exige a menina.
– Solto nada! – Falou levando uma das mãos até a nuca de Evie e obrigando-a a olhá-lo nos olhos. – Você abriu a porta e agora vai ter que me deixar passar por ela. – Terminou colando seus lábios urgentes nos da menina, que lutava para virar o rosto e se soltar.
Numa distração, Whip deixou uma brecha e Evie aproveitou para empurrá-lo longe. Fechou o punho e concentrou toda a força do seu braço fino no soco que depositou no rosto do moreno. Ele girou o corpo e levou uma mão até o local, arregalando os olhos surpresos.
Evie tentou correr mas logo sentiu uma mão puxar seu pulso com força e no mesmo segundo em que virava o corpo viu uma mão fechada se aproximando do seu rosto e só teve tempo de fechar os olhos pois o soco pegou perto dos seus olhos. Com a tamanha força que fora usada, o golpe jogou a menina no chão, que começou a gemer e a gritar alto de dor.
Whip começou a abrir o cinto e a descer sua calça jeans até os calcanhares. Evie pressionava o local machucado com uma das mãos enquanto apoiava o corpo no chão com a outra. Mesmo com o cabelo atrapalhando, parcialmente, sua visão teve a certeza de ver alguém se aproximando entre a floresta. Mas não tinha como ser alguém porque ninguém ia ali; aquele lugar estava abandonado à anos.
Evie direcionou seu olhar para Whip que estava de pé ao seu lado.
– Sshhh... Quieta, quietinha. – Falou Whip para Evie. – Não vai doer. Eu prometo.
Nesse segundo a pessoa passou os braços sobre a cabeça do garoto e prendeu seus braços com um cinto de couro. Evie, assustada, levantou com certa dificuldade do chão, tirando o cabelo do rosto e focalizando o rosto do seu tio atrás de Whip. Ele jogou o corpo do menino longe e pegou o cinto que havia na calça jeans que o moreno havia deixado jogada no chão.
– Ainda bem que peguei o cinto do seu pai. O meu teria sido muito curto. - Charlie disse, fazendo um nó nos calcanhares do menino, olhando para Evie que já se encontrava de pé. Deu duas batidas na bunda de Whip dizendo, em tom irônico: - Todo seu.
Whip não parara de exclamar reclamações e quanto estava doendo aquilo tudo. Evie ainda alisava o local que ganhara o soco e sua barriga havia batido muito forte contra uma pedra no chão, mas ela inspirou fundo e empinou o nariz. Caminhou lentamente até onde Whip estava jogado no chão e sentiu uma sensação estranha preencher-lhe o corpo.
– Cala boca. – Mandou Charlie, firmemente.
Ódio, vingança e afins misturavam-se dentro da menina e transbordava nas suas órbitas bicolores. Ela não sabia por onde começar e andou em volta dele, observando-o jogado no chão. Whip girou o corpo para olhar a menina se aproximar e se assustou ao encontrar seus olhos tomados por algo horrível. Aquilo lhe causou extremo medo.
Ela parou em frente á sua barriga e começou a chutá-lo com a maior força que conseguia, fazendo o menino se contorcer de dor e gritar, pedindo que ela parasse. Só parou ao escutar o som de algo se quebrando. Mas ainda não estava satisfeita – ansiava por mais. Então , se rendendo ao que a sua mente gritava para que ela fizesse, se agachou e pegou uma pedra pontuda próxima à eles. Alisou o local que ganhara o soco.
– Isso doeu. E muito. – Evie falou com uma voz irreconhecível. Whip a encarava com raiva, mesmo estando com medo do que ela pretendia fazer. – Mas isso vai doer muito mais. – E afundou a ponta mais pontuda daquela pedra na carne da bochecha do menino, o fazendo gritar de dor. Ela pressionou sua cabeça no chão, com uma das mãos, enquanto a outra ela fazia um linha que ia da orelha até o queixo dele com a pedra. O líquido carmesim escorria grosso e cada vez mais, à medida que a ferida era aberta por ela.
Em momento algum Evie pressionou menos ou se assustou com o sangue que manchava sua mão. Ela queria era ver mais daquilo. Parou quando não tinha mais área da bochecha para arranhar e ficou de pé. Com a respiração pesada, seu peito subia e descia alto.
De repente sentiu olhos sobre si e lembrou que mais alguém estava ali; observando tudo com um ombro encostado numa árvore, com as mãos nos bolsos e com um brilho nos olhos e um sorriso de apreciação na boca. Ela virou o rosto para o tio e deixou a pedra cair de sua mão.
Foram os segundos necessários para Whip, de alguma forma conseguir se soltar do cinto que prendia seus braços e puxar um dos pés da menina, a fazendo cair de costas no chão. Evie soltou um grito e gemeu ao sentir a dor da sua cabeça batendo forte contra o chão, apertando os olhos. E no mesmo segundo em que caiu, sentiu mãos grossas envolta do seu pescoço e de repente ela não conseguia mais inalar o ar. Abriu os olhos e encontrou Whip sobre si, tentando asfixiá-la.
Sem saber o que fazer Evie levou as mãos até o rosto do moreno e começou a empurrá-lo. Foi nesse segundo que viu seu tio aparecer atrás de Whip e colocar seu próprio cinto embaixo do queixo do moreno e puxar. A cabeça do menino ficou empinada e Charlie ainda colocou em dos pés nas costas do moreno, continuando a puxar cada vez mais para cima a cabeça do garoto.
Evie conseguiu respirar e focalizou o rosto do tio. Charlie sorria diabolicamente enquanto torturava o menino. Mesmo estando um pouco assustada, principalmente pelo ângulo em que estava vendo tudo acontecer, Evie não sentiu nenhum resquício de pena por Whip e quando, finalmente, escutou o som de sua mandíbula sendo quebrada foi como ter um orgasmo, tamanha a satisfação que sentida.
Soltou todo o ar pela boca.
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