Em Família escrita por Aline Herondale
Notas iniciais do capítulo
Prometo tentar fazer capítulos maiores.
Espero que gostem.
Ela acordou se assustando com a imagem da mãe que de repente lhe veio à mente. Sentou-se na cama e notou, pela janela que havia deixado aberta, o céu já completamente negro. Devia ter dormindo por quatro ou cinco horas.
Foi quando começou a escutar um barulho muito baixo e se concentrou até descobrir tratar-se de uma música. Saiu do quarto e descobriu que a melodia vinha do andar de baixo. Desceu as escadas, certa de que alguém havia ligado o rádio, e pegava o caminho que seguia direto para a cozinha quando escutou uma risada da sua mãe vir da sala de jantar.
Evie parou e virou o corpo, seguindo o riso da mãe.
Se aproximou de fininho e olhou pela fresta da porta entreaberta. Visualizou a mãe, segurando uma taça de vinho, apoiando as costas na cristaleira que tinha ali.
– Ficou mais do que eu pensava. Acho que é melhor você ir embora. – Escutou Lena falar com a voz embargada. Seguiu o olhar da mãe e encontrou Charlie fechando as cortinas, do lado oposto ao que Lena estava. Infelizmente dali Charlie pode pegar a garota no flagra e esta apenas pode arregalar os olhos, assustada, e sustentar o olhar do tio.
Ele a entregaria ou não?
– Você quer que eu vá? – Charlie perguntou colocando as mãos nos bolsos e tornando a olhar para a loira aruivada. Tinha um sorriso de diversão no rosto. – Responde.
Não. Ele não a entregaria. Fez foi a ignorar.
– Você pode voltar para a Madame Jácque. – Lena respondeu, ronronando. Começou a andar em direção à outra ponta da mesa. Charlie fez o mesmo – cada um de lado da mesa retangular.
Charlie sorria.
Ficaram alguns segundos em silêncio quando o tio da menina levou seus olhos azuis de encontro aos cinzentos de Lena: - Dança comigo. – Pediu sem cerimônias.
– Eu acabo sempre conduzindo. – Falou a mulher, levantando um ombro como que se desculpando.
– Então me conduz Lena. – Charlie pediu. Lena não tinha mais respostas provocativas então simplesmente aceitou que o homem se aproximasse, deslizando uma de suas mãos sobre sua cintura e pegando-lhe sua mão com a outra.
– Sabe, para mim, não importa quem você é. – Lena admitiu.
– Eu sinto o mesmo. – Respondeu Charlie. Lena se surpreendeu com a resposta do homem e sorriu. – Para mim também não importa quem eu sou. – Completou, fazendo o sorriso de Lena diminuir mas não suas esperanças.
Evie, envergonhada, saiu de fininho e rodeou a casa, pelo lado de fora, até encontrar a única janela que havia ficado mal fechada. Pela fresta da cortinha ela observou seu tio e sua mãe dançarem. Rodaram duas vezes antes de parar no lugar.
Evie viu Lena subir suas mãos pelo peito de Charlie até alcançar o rosto dele. Esticou o pescoço para roçar seus lábios nos dele antes de dar-lhe vários selinhos preguiçosos. Charlie levou uma mão ao pescoço da ruiva e apertou sua cintura com a outra. Lena continuou alisando o peito dele enquanto roçava os lábios nos dele.
Lena não pareceu notar que, em momento algum, Charlie não fechou os olhos e, também, não lhe permitiu a passagem da língua dela. Distraia-a alisando seu corpo e permitia nada mais do que apenas selinhos.
Os olhos do homem cessaram a procura quando encontraram um par de olhos bicolores por entre as frestas de uma das janelas, fitando ele e Lena.
Era Evie.
Charlie virou o rosto, sem descolar os lábios dos de Lena, para olhar melhor para a garota que estava de olhos arregalados. Charlie levou a mão que estava na cintura da mulher até um de seus seios – com Evie vendo tudo. Charlie parecia sorrir em meios aos lábios da mãe.
Evie agüentou até ali, mas quando viu a mãe cobrir a mão que Charlie tinha sobre seu seio, e apertá-la começou a se afastar vagarosamente. Não sabia explicar o que sentia apenas que queria se afastar, precisava se afastar dali e decidiu correr. Se virou e começou a correr em direção à floresta. Enquanto corria tirou o casaco que vestia e jogou em qualquer lugar e soltou o cabelo. Continuou a correr, nunca olhando para trás e nem diminuindo a velocidade. Tropeçou várias vezes, alguns galhos lhe arranharam o braço e mesmo não enxergando o chão que pisava manteve o passo.
De repente ela atravessou uma parede de arbusto e deu de cara com a avenida que ficava mais próxima à sua casa e se assustou – compreendendo a distância que havia corrido. Avistou do outro lado da rua uma lanchonete e cruzou a avenida. Prestes a entrar, escutou uma voz masculina conhecida e contornou, indo para o estacionamento que ficava na lateral da lanchonete.
Reconheceu Whip usando coturnos e uma jaqueta de couro preta. Ele conversava com mais dois amigos enquanto se preparavam para colocar os capacetes e ligar suas motos.
– Whip! – Evie chamou, fazendo o moreno virar o rosto e procurar a dona da voz. Ainda sorria, de algo dito pelo amigo, quando encontrou uma menina vestindo uma saia plisada rosa bebé e uma bata de cambraia com a gola de renda. Seu cabelo estava bastante bagunçado mas, estranhamente, aquilo a deixava com um ar sexy.
A menina cruzou os braços e deu um passo na sua direção, olhando-o de baixo para cima. Suas órbitas – agora – azuis se assemelharam a fendas de gatos e ele decidiu ficar. Ficar e descobrir o que Evie Biltmore queria com ele.
– Oi! – Respondeu.Whip e abriu a boca para dizer algo mas desistiu e se virou para os amigos, que observavam a menina com olhos curiosos: - Olha, a gente se fala amanhã. – Avisou.
A moto deles roncou alto e, ao passarem ao lado da garota, em direção à saída, assobiaram de modo provocativo. Whip desceu da moto e devolveu o capacete para o guidão. Caminhou até ela com as mãos nos bolsos da sua jaqueta de couro.
– Eu me dei conte de que... Eu nunca vim aqui antes. – Evie pensou alto, olhando em direção à lanchonete.
– É, eu imaginei. – Falou Whip, andando em direção à menina, sem tirar seus olhos dela. Ele parou ao seu lado e também olhou para o estabelecimento de dois andares e tijolos vermelhos. Dali era possível ouvir o rock que tocava lá dentro.
– Eai, vai querer entrar?
Evie apenas mexeu a cabeça em negativa. Whip franziu o cenho, confuso.
– Pra onde você quer ir então?
Essa era a pergunta pela qual a menina estava esperando, e quando foi feita pelo moreno, ele viu a garota-mulher direcionar suas órbitas azuis de encontro às verdes dele e crescer um sorriso de canto provocativo nos seus lábios finos.
Ela tinha um lugar em mente.
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