Amanhã. Era amanhã. Amanhã que era o casamento, amanhã é que eu veria se meu plano deu certo, amanhã é o dia. Eu não sei por que eu estou me lamentando, deitada aqui minha cama, com o sol já se pondo. Eu sei lá, eu acho que é aquele momento que você respira fundo e pensa no que você andou até agora, suas decisões e arrependimentos. Eu na verdade, eu não vejo nenhum caminho diferente que eu deveria seguir, eu acho, que cada decisão que eu tomei, me fez mais próxima de Mateus, relacionei melhor com minha mãe... Essas coisas. Meu pai já chegou de São Paulo desde ontem, eu já até tinha saído junto com ele para comer,mas sabe? Foi aquele jantar tenso, o qual que a gente fala no máximo sobre como está a comida. 

   Rolei sobre o colchão e olhei para a janela, Mateus não estava no quarto dele, nessa hora ele estava tomando banho ou sei lá o que. Sorri fraco ao pensar nele, no seu sorriso e nos seus olhos verdes.  Foi tanta disputa para finalmente o conseguir para mim, e eu ainda tenho muitas barreiras para passar ainda. Me levantei e fiquei zonza por um tempo, andei pelo meu quarto e peguei meu celular, vi na tela : chamadas recebidas: Pedro. Está aí um belo exemplo de barreira para se passar, revirei os olhos, é claro, eu vou ter que enfrentar ele alguma hora, mas vou esperar a poeira baixar que é melhor. Sabrina chegou na cidade há uns 2 dias, mas só tenho falado com ela por celular, a gente ia se encontrar mesmo no casamento.

   Ah, o casamento. Joguei meu celular na cama e olhei novamente a janela, nada. Mordi o lábio e me sentei na minha cadeira. “amanhã é a hora da verdade” pensei irônica e bufei. Que saco.