O Meu Muro Caiu, literalmente escrita por Carol Araujo


Capítulo 10
Capítulo 10 - Eu não aguento mais isso...


Notas iniciais do capítulo

* capitúlo curto eu sei, ele se trata sobre a separação dos pais dela, para vocês compreenderem mais um pouco da Alex



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Capítulo 10 –


Eu não quero mais agüentar isso!


 


 


È claro que eu estou sendo sarcástica. Meu sonho foi... Estranho.


[Sonho on]


Eu estava em uma praça desconhecida, nunca havia visto ela antes, era cheia de árvores, havia bancos, ela estava iluminada pela forte luz do sol. Tinha pessoas lá, todos eram casais, homens e mulheres de todas as idades, velhos, adultos e adolescentes. Eu era única só. Lá tinha casais que eu conhecia minha mãe e namorado dela, meus tios, Sabrina e Fernando e... Alana e Mateus, todos estavam de mãos dadas sorrindo como bobos, olhando nos olhos de um do outro. Olhando mais adiante até eu pude ver o gay que eu encontrei no shopping com outro cara, como ele pode invadir meus sonhos? Isso é nojento. Andei até minha mãe, ela nem piscou continuou olhando para o ogro que ela chama de namorado, sorrindo também.


- Mãe? – Eu falei mais ela nem mostrou nenhuma reação ao eu falar


- MÃE – Gritei e nada aconteceu.


Eu sou invisível é? Meti um soco na cara do ogro, como sempre quis fazer, mais nada aconteceu. Meti mais forte, nada. Eu virei fantasma é? Isso estava muito estranho. Fui até Mateus, fiquei na frente dele, mais não alterou nada em sua expressão, ele continuou sorrindo com seus dentes perfeitos que ficavam com contraste da sua pele morena e macia, seus olhos verdes brilhavam, os mesmos que sempre me hipnotizavam, toquei em seu rosto, nada.


- Alexandra? – Ouvi alguém falar atrás de mim, quase não acreditei –  Alexandra?


Eu me virei, ninguém, fiquei confusa.


- Alexandra? – Senti alguém me tocar.


[Sonho off]


Acordei assustada na minha cama, o sol já estava irradiando todo o meu quarto. O sonho foi muito estranho mesmo, olhei no meu relógio de cabeceira, 10h39min da manhã. Desabei na cama outra vez. O que aconteceu com minha vida? Resmunguei na minha cabeça, atordoada. Ouvi meu celular chamar, gemi. Levantei com sono da minha cama e atendi meu celular.


- Alô? – Falou minha voz rouca recém acordada


- Alex? Desculpe se eu acordei você.  – Disse uma voz grave familiar


- Pedro? 


- Oi Alex –Ele riu – eu queria saber se você está livre essa noite


Pedro está me chamando para sair? É a primeira vez que alguém faz isso.


- Estou sim, por quê?  - Falei


- É que eu queria te convidar para um restaurante legal que inaugurou faz pouco  tempo, tem música ao vivo e tudo, eu achei que você iria gostar. Quer vim comigo essa noite?


Uma saída com um amigo para aliviar a cabeça seria bem que legal né?


- È claro que eu aceito – Eu falei


- Ótimo, eu vou te buscar na sua casa as 7:00, ok?


- Tudo bem, até logo


- Até


Desliguei o telefone, esse Pedro, não ia desistir nunca. Sorri indo até o banheiro para tomar um banho de chuveiro bem rapidinho, me vesti com minha camisa preta velha favorita mais um short jeans claro e fui para a cozinha. Preparei meu cereal e comi na mesa. Será que mamãe saiu? Comi em silêncio e devagar, pensando enquanto eu comia. Quanto terminei coloquei meu prato na pia e fui ao quarto de mamãe, a porta esta trancada, será que o Ogro estava lá? Bati na porta três vezes.


- Quem é? – Minha mãe falou dentro do quarto


- Sou eu, mãe, sua filha – Falei


- Alex... Eu to meio ocupada agora 


- Pois é Alexandra, vá brincar com seus amiguinhos, que eu já to com sua mãe – Ouvi o ogro falar, minha fúria acordou e tomou conta de mim, mais a acalmei, eu não quero que role mais confusão.


- Gabriel! – Ouvi minha mãe falar


- Mais é verdade – Ouvi o riso do safado


- AAAA, EU VOU ME MATAR! -  Gritei fazendo escândalo


- ALEXANDRA! – Minha mãe gritou


- EU VOU CORTAR MEUS PULSOS, EU NÃO MEREÇO ISSO! – gritei ainda mais


- Deixe essa menina para lá, ela só esta fazendo drama querida – Ouvi ele falar, chutei a porta com a maior força que eu tinha, eu estava com muita raiva, eu queria que fosse papai lá, não outro qualquer.


- ALEXANDRA, JÁ JÁ VOCÊ VAI VER O QUE É UM CASTIGO! – Minha mãe gritou


Meus olhos arderam, eu queria meu pai, peguei meu celular e liguei o número do meu pai.Fui pro jardim, já estava chamando, ele atendeu no 3º toque.


- Alex? – Ouvi a voz do meu pai, só fez meus olhos lacrimejarem mais, ai como eu sentia falta desse homem.


- P-Pai, eu quero te ver, eu não agüento mais aqui – Eu falei com minha voz chorosa


- O que foi Alex? Tá tudo bem? – Tentei respirar devagar e coloquei uma mecha para atrás da minha orelha e olhei para cima, me acalmando.


- Minha mãe ta na cama com outro, ai pai, eu quero você aqui, eu não agüento mais ver mamãe com outra pessoa ao não ser você. Não agüento mesmo – Escorreu uma lágrima desgraçada


- Calma Alex,respire. Você já é quase uma adulta querida, e você já deve saber que eu e sua mãe estamos separados, não estamos mais casados como antes.


- Eu prefiro vocês casados – Minha voz estava cada vez mais falhando


- Shh, querida. Eu posso ir para Fortaleza só nas férias, o trabalho aqui está me sobrecarregando, eu não posso agora, mais prometo que ainda passo o Natal aí


- Você só vem no natal?


- Eu faço o que eu puder ir antes disso, linda. Eu faço o que puder.


- Eu sinto saudades pai, muita


- Eu também. Agora eu tenho que trabalhar, ok?


- O- Ok – Falei


- Tchau


-Tchau, beijos – Desliguei meu celular e deixei ele cair no chão


Foi aí que eu vi que não estava sozinha, do outro lado do muro estava Mateus. Acenei para ele e entrei em casa, indo direto para meu quarto. Eu estava deitada, na minha cama, olhando para o teto, quantas vezes eu já chorei no meu quarto por causa da separação dos meus pais? Muitas, e vejo que não adianta nada. Eu posso até me lembrar, do meu primeiro choro, assim que eu soube da noticia, assim que eu decidir acabar com minha vida de patricinha e ir pra de adolescente rebelde.


[Flash back on ]


“Nós vamos nos separar, Alexandra, nós não nos amamos mais”. Ouvi na minha mente minha mãe falando o que acabou de dizer na cozinha. Minhas lágrimas não paravam de escorrer pelo meu rosto, molhando meu vestido novo que minha mãe comprou para a gente ir para o restaurante, mais não me importei. Meus pais vão se separar, meu pai vai morar a quilômetros de distância daqui, em São Paulo, tudo para ficar longe da minha mãe. Como é que pode? Eu ainda me lembro dos beijos apaixonados que davam o jeito que sorriam um para o outro como bobos, a maneira que seguravam as mãos, fortes, como nada ia separar eles, e eu enxerguei um exemplo de amor, eu também queria encontrar um marido, como papai era para mamãe, e vem isso. Semanas antes desse dia, eram brigas por causas de diversos assuntos, silêncio na mesa, e papai andava dormindo no sofá. Toda vez que eu perguntava por que, ele dizia que era por causa que tinha medo do bicho papão que tinha debaixo da cama dele, eu ria e acabava dormindo junto com ele, eu sou tão besta. Já que meus pais, que eram apaixonados um pelo outro, como acreditar no amor? Amor é uma ilusão, que acaba, uma coisa repugnante que todos os poetas e músicos acham bonitos. Quebrei cheia de fúria, que é um sentimento desconhecido para mim, um porta retrato com uma foto de mim e dos meus pais, e vi que esse sentimento ia me atormentar ainda muito mais.


A partir desse dia eu me revoltei contra tudo e todos, principalmente o mais inocente, o amor.


[Flash back off]


 


É engraçado que uma coisa que você evita, acaba aproximando mais em você do que antes.


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Notas finais do capítulo

* gostaram ? Quero rewiens!



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