Assim que Roland viu Regina subindo no navio, saiu correndo e gritando o nome dela, e ela, ao perceber que ele corria em sua direção, abriu os braços, sorrindo, e assim que ele chegou bem perto ela o pegou no colo e o abraçou, colocou a cabeça de menino em seus ombros e ele se aninhou nos braços de Regina, chupando dedo. Regina acariciava seu cabelo, às vezes sentindo o cheirinho de bebê da sua cabeça.
– Como você esta, querido? – Roland levantou sua cabeça do ombro dela e abriu um sorriso, com o dedo ainda na boca. Em seguida ele deitou no ombro dela novamente.

Robin não entendia o que estava acontecendo, Roland geralmente não gostava de mulheres, ele nunca se apegou a uma antes, e com Regina ele era tão grudado, ele já estava dormindo no colo dela, com o dedo na boca. Roland dizia que ninguém, a não ser o pai, podia ver ele com dedo na boca, por que não era coisa de homem, mas ele tava ali, aninhado com Regina. Robin não conseguia entender por que ela fazia tão bem ao seu filho. Talvez Roland realmente precisasse de uma mãe.
Robin se aproximou de Regina e estendeu os braços, e sussurrou:
– Quer que eu pegue ele?
– Não, está tudo bem, adoro sentir o cheirinho dele. – Ela sorriu e continuou acariciando os cabelos de Roland. Robin sorriu pra ela, admirado. Talvez ela gostasse do seu filho do mesmo jeito que seu pequeno gostava dela. Que bobagem ele pensar isso! Ela era a Rainha Má, pelo amor de Deus.

Robin se sentou, cabisbaixo, esses pensamentos não saiam da cabeça dele. Ela não podia magoar seu filho. Ele começou a se apegar a ela e quando a viagem acabasse ela sumiria e seu filho iria sentir sua falta. Ele não podia deixar. Robin levantou-se determinado, e foi até onde ela estava sentada com Roland no colo e tomou o filho de seus braços.
– Ei, espera, o que ta fazendo? – Perguntou Regina, surpresa.
– Eu estou salvando meu filho, de você – Robin saiu rapidamente em direção às cabines, achou um quarto e colocou Roland na cama, deu um beijo na testa dele e encostou a porta. Quando voltou, Regina estava conversando com Hook, ele se sentou mais afastado e tentou não reparar muito neles.

Regina se sentiu ferida com as palavras de Robin, ela gostava tanto de Roland, nunca seria capaz de magoar o menino. Hook viu o acontecido e chamou a Rainha para junto dele.
– Quer navegar um pouco, Majestade?

Escute Sooner or Later - Madonna

– Eu não faço ideia de como se faz isso
– Eu te ensino. – Hook deu espaço pra que Regina assumisse o timão, ele então passou para trás dela, colocou suas mãos por cima das dela, a guiando e a ajudando a controlar o navio. Ele deu uma boa olhada por toda a parte traseira do corpo de Regina e então colou seu corpo no dela, de imediato ela fechou os olhos, apreciando o momento, mas rapidamente os abriu novamente, ela não queria que ele notasse que estava gostando. Hook foi tirando lentamente suas mãos de cima das de Regina e subindo lentamente por toda extensão de seus braços, chegando até o ombro, onde repousou ali por uns segundos, enquanto sussurrava no ouvido dela.
– Não está sentindo?
– O que? – Ela respondeu no mesmo tom de sussurro, sentindo as mãos fortes e precisas dele massagearem seus ombros.
– O poder – Ele enfatizou a palavra ao pé do ouvido dela, quase encostando seus lábios em sua orelha. Aquilo provocou um arrepio que percorreu todo corpo de Regina. Ele sabia o estava fazendo, conhecia a Rainha bem demais pra saber o que a derretia ou o que a irritava e “poder” sempre foi uma palavra que a excitou, e até hoje, só não a tinha conquistado por falta de sorte.

Hook voltou sua mão esquerda para de encontro com a dela, mas a direita ele esticou, apontando para o horizonte. Sua face esquerda colou na dela. Ele podia sentir o ritmo de sua respiração e ela sentia o dele.
– Olhe tudo isso, um mar inexplorado. A tantas maravilhas a serem descobertas por ai e você – Ele apertou sua mão contra a dela – Comanda o veículo pra isso, você está no controle.

Ele realmente sabia o que estava fazendo, Regina tinha que admitir isso e com um movimento repentino, ela tirou sua mão debaixo da dele e se virou de frente para o Capitão. Seus corpos frente a frente, perigosamente próximos, suas bocas quase de encontro uma com a outra. Regina ainda aproximou um pouco mais, seus lábios roçando, apenas sussurrou lentamente:
– Seu entusiasmo me fascina Capitão... – Ela foi aumentando gradativamente a voz - É uma pena que não seja pra isso que estou aqui. – Regina então passou por baixo no braço de Hook, aquele que estava segurando o timão e foi andando em direção as cabines. Ela sabia que ele a estaria olhando – Vamos pegar a bruxa – Ela disse, sem olhar pra trás.

Hook a olhava caminhar, com um sorriso safado e derrotado no rosto.

Fim de Sooner or Later – Madonna

Ao descer as escadas, Robin estava subindo. Seus olhares se encontraram por um momento, mas Robin em seguida baixou a cabeça e seguiu seu caminho. Regina balançou a cabeça. Ela não entendia, tinha um Capitão charmoso ali, caidinho por ela, mas mesmo assim não dava à mínima, era só uma brincadeira com ele, um flerte. Já com Robin, ele representava tudo que ela não tinha: Liberdade, aventuras e ele não ligava pra ela. Regina não sabia o porquê, mas sentia que ele era a única pessoa da qual a opinião realmente importava pra ela.

Ela ia passando por um quartinho quando ouviu um grito, era a voz de Roland, rapidamente ela abriu a porta e entrou no quarto. O menino gritava de dor, alisando a barriga. Regina se ajoelhou nos pés da cama e começou a acariciar o cabelo dele
– O que foi Roland?
– Minha barriguinha dói – Sua voz era de completo dengue. Regina passou a mão por cima da barriga dele, colocando um feitiço de cura, pra que ele não sentisse mais o enjôo do navio. Ele foi sentindo um alivio rapidamente.
– Está melhor?
– Aham.
– Acho que alguém comeu muito no jantar – Ela brincou com ele, fazendo cócegas em sua barriga. Roland ria e foi só então que Regina olhou ao redor e viu o lixo de quarto em que a criança dormia.
– Venha, vamos sair daqui – Disse ela num tom brincalhão, se levantando e segurando a mão dele
– Mas meu papai vai ficar brabo.
– Eu cuido dele – Ela tomou o menino em seus braços e foi saindo dali – O que acha de dormir na cabine do Capitão?
– Podemos? – Disse Roland com uma voz maravilhada.
– Podemos fazer tudo o que nós quisermos, afinal, eu sou a Rainha.
Eles entraram na cabine principal e foram se deitar na cama, uma fumaça envolveu Regina e ela apareceu só de pijamas.
– Venha, vamos deitar. – Ela colocou o menino na cama, e se deitou do lado dele, o cobriu e deu um beijinho em sua testa. Ele sorriu. Regina se apoiou com o cotovelo na cama e o rosto na mão
– Roland, seu pai já disse por que não gosta de mim? – O menino virou de lado, para ficar de frente pra ela.
– Ele gosta, mas ele tem medo de você
– Por que ele tem medo de mim?
– A coisa de arrancar corações sabe? Vai ver é isso. Eu tinha muito medo, mas eu sei que você não é mais assim. Talvez ele não saiba ainda.
– É... – Regina ficou refletindo as palavras de Roland. Tão novo e tão inteligente, deve ter puxado isso de Robin.
– Eu te amo Regina – Ele colocou o braço em volta do pescoço dela e deu um beijo em sua bochecha.
– Eu também te amo Roland – E os dois dormiram abraçados, um de frente para o outro.