Sequer sei meu universo escrita por Sonhos De Tinta


Capítulo 3
Ataque de pânico


Notas iniciais do capítulo

U.u Foi bem estranho escrever esse capitulo, espero que gostem e Boa Viagem nas dores internas da Angela.
Uh...
Hoje eu estava muito inspirada, por isso os dois capitulos, sempre me animo assim que começo uma nova historia.



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–Aqui diz que seus pais morreram num acidente com um caminhão. – Ele parou por um segundo, firme, a pergunta mais difícil do teste. – Você matou seus pais?

Não...

“Tudo de novo”. NÃO...

Senti uma lagrima escorrendo do meu rosto, eu estava perdendo o controle de novo!

–Você sabe! – O ouvi dizer. – Que precisamos aceitar para podermos melhorar, não é?

Estremeci com a sua voz e balancei minha cabeça negativamente “Negar só piora”, desta vez a voz cantarolou.

–Rosa voc... – Ouvi sua voz ficando distante e balancei minha cabeça de novo, não. “Você esta enlouquecendo” Eu não sou louca.

Engasguei e passei a mão pelo meu rosto, eu não havia percebido que estava chorando, mas já estava ficando tarde, eu preciso me controlar, respira, inspira, respira, inspir...

Eu e meus pais estávamos rindo na cabana de verão, perto do norte do país, e comendo pipoca com leite condensado por cima, sentados no chão, um de frente para o outro e eu sentada no colo do meu pai brincando com ele.

“Todo começo feliz, termina em final triste”.

–Não! – Sussurrei engasgada e tossindo.

–Querida! – Chamou mamãe numa noite chuvosa na mesma cabana. – Venha jantar!

Sentamos numa mesa de madeira, como aquelas usadas bem no interior e demos nossas mãos para uma oração há Deus pela comida e vida.

–Para! – Gritei abraçando a mim mesma, eu estava dominada pela culpa, pela saudade, por tudo.

Mãe colocou nosso prato, ovos com bacon para ele e para o papai e ovos com salada e algumas verduras para mim.

Ela nunca me contou, mas...

–Faz parar! – Supliquei tremendo.

–Angela! – Ouvi ao longe. – Se acalme!

–Faz parar! – Repeti.

Ela estava conversando com a mãe do Liss no telefone, enquanto brincávamos, eu e Liss de carrinhos de corrida na minha casa, na sala de estar e papai estava trabalhando em seu projeto de um livro novo...

–Eu não quero mais vê-los! – Sussurrei, mas eu sabia que só parava quando chegava em um momento certo.

“Isso não, vai parar, isso é sua culpa”.

Papai me rodopiava pelo corredor de uma loja de roupas de festa:

–Você está linda princesa!

–Obrigada pai! – Sorri mostrando minhas janelinhas da frente.

Ouvi ao longe Nicolas chamar uma enfermeira, mas eu já estava sendo sugada para o passado de novo e era cada vez mais rápido.

–Angela, minha filha, a mãe e o pai vão sair para jantar e... – “Nunca mais voltar” riu a voz. – Se comporta, filha! Não mecha no fogo e qualquer coisa ou liga para mim e para a Dona Gentil! – Falou mãe ao se arrumar na frente do espelho, com um vestido cinza justo com a barra e o colarinho azuis.

–Não vá, não vá, não vá! – Repeti me balançando para frente e para trás.

–Rosa! Fique calma! Rosa, olha para mim, esta tudo bem! – Ouvi uma voz masculina,mas não sabia de onde via.

–Anjo meu! – Disse papai beijando minhas duas bochechas. – Vamos sair e voltamos já, okay? Se você sentir... Ficando ruim novamente nos ligue e voltamos correndo. – Falou colocando meu cabelo atrás de uma orelha e sorrindo para mim.

–Papai não! Fica aqui, por favor! – Fechei meus olhos e senti indo para a ultima imagem.

Comecei a chorar com vontade e agarrei os dois lados da minha cabeça, foi minha culpa “Eu sempre te disse isso”, se eu não tivesse ligado, se eu não tivesse pedido para voltarem, se eu não tivesse com tanto medo.

–Pai! - Gritei a plenos pulmões. - Mamãe!
Corri com todas as minhas forças, querendo ser notada, querendo ser ouvida. - Olhem para mim!
Lagrimas caiam dos meus olhos, eu não estava sento rápida o suficiente.
"Corra, você é idiota, não pare, você tem que chegar" - A voz da minha cabeça disse. Eu sabia que eu precisava, eu sabia que ela estava certa.
Meus pés estava esfolados e eu estava ouvindo...
–Mamãe! Papai! - Gritei a plenos pulmões, gritei o mais alto que consegui, gritei até ferir minha garganta.
Ouvi o caminhão "Você não conseguiu", me senti cair no chão " Ainda há chance, corra", respirava com dificuldade em meio aos soluços "Rosa, você pode, olhe para cima, cor..." A voz foi abafada pelo barulho do impaquito.
Gritei segurando minha garganta e meu peito, como se a dor fosse passar, me balancei para frente e para trás, berrando, chorando e me debatendo...
Eu não consegui...

Senti meu corpo caindo e ouvi um barulho, mas ainda não consegui voltar para a vida real.

Ouvi a porta sendo aberta e uma fresta de luz saindo das arvores pela janela, vi um casulo pendurado em uma arvore e tudo ficou preto.

–Você tem que parar de ter um ataque toda vez que perguntam sobre seus pais! – “E você de viver mil vidas” Me sentei numa cama e esfreguei os olhos.

–Evelyn? – Perguntei confusa tentando focalizar algo.

–Era legal quando cancelavam tudo por seus ataques, mas agora só te levam para a enfermaria quando algum desinformado te pergunta sobre seus pais! – Resmungou me encarando.

–Onde... – Comecei a falar, mas logo percebi que estava na enfermaria, deitada na cama numero dezenove, como sempre.

Abracei minhas pernas e falei olhando para ela:

–Desculpa! – “Claro, é sua culpa mesmo, seu cérebro ter um certo problema”. – Voz irritante! – Resmunguei.

–Esquece a voz, esquece a o ataque, temos que nos arrumar para a aula! – Falou Evelyn se levantando.

–Não me deixaram em observação? – Perguntei prendendo meu cabelo.

–Desta vez não... – Ela parou um segundo observando o nada a sua frente com os olhos arregalados e depois de um tempo sem piscar falou. – E depois da aula você vai fazer o exame de novo!

Revirei os olhos e pulei da cama, quase caindo por que minha perna começou a formigar, e puxei a Evelyn para fora dali.


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Notas finais do capítulo

E ai??
Gostaram??
Favoritem e comentem! Isso deixa essa aspirante a escritora muito feliz *~*



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