Caçador escrita por Lian Black


Capítulo 53
Jene's Love


Notas iniciais do capítulo

To até com preguiça de escrever as notas... O feriado está sendo ótimo, já que a escola está de matar. Mas estou escrevendo. E logo vão ver que a história vai ficar... Interessante.



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Lian nos acorda mais cedo do que eu gostaria. Olho para o relógio de pulso. São só sete da madrugada, que coisa! Me levanto do lugar onde estava deitada com um gemido.

Olho em volta, reprimindo um bocejo. O sol já está se insinuando pelos vitrais. Meu pai e Joe já estão sentados ao lado das armas carregando-as e limpando-as. Megan e Lian estão perto da posta da igreja, conversando em voz baixa.

Pelo que conheço dela, Megan está aborrecida com alguma coisa. Já Lian está bem animado. Ele está com um brilho intenso nos olhos, e um sorriso satisfeito e confiante nos lábios. Carrega um rifle a tira-colo e as armas de sempre na cintura. Ou seja, o punhal e o Colt.

— Ei, já que estão todos acordados, vamos aos planos. — Lian fala, se aproximando do altar com Megan seguindo-o de perto. — Eu vou sair para dar uma vasculhada nos arredores. Ver se acho algum outro caçador ou coisa do tipo. Megan vai ficar aqui, ou mais exatamente, na torre do sino vigiando. Se alguém se aproximar ou coisa do tipo. Se estiverem com problemas, toquem o sino que eu apareço para ajudar.

Fico preocupada com a ideia de Lian sair sozinho, mas ninguém mais parece se importar, com exceção de Megan. Mas mesmo ela não parece tão contrariada, o aborrecimento se dissipando aos poucos.

— Só vê se toma cuidado. — Megan fala para Lian.

Ele dá os ombros confiante. Dá um último beijo em Megan e acena para nós, saindo pela porta. Meu estomago se revira um pouco. Posso estar excessivamente preocupada, ou não. Sei lá. Sempre me dei bem com o mundo normal, sempre fui durona. Mas Lian estava certo em uma coisa. O sobrenatural não é o mundo real. Tudo é mais perigoso.

A manhã se arrasta. Megan sobe para a torre, e meu pai se senta perto da porta, em uma posição vigilante com uma espingarda no colo. De vez em quando ele olha na minha direção, mas na maior parte do tempo parece estar distraído.

Tento arranjar algo para fazer, mas as armas estão arrumadas e os mantimentos também estão em ordem. Acabo me sentando no degrau do altar e fico observando o teto, deixando os pensamentos vagarem.

— Então, está preocupada com o que?

Olho para o lado, e vejo Joe se sentando no degrau ao meu lado. Ele me olha curioso.

— Como sabe que estou preocupada? — Pergunto, sem tentar negar.

Ele dá os ombros.

— Ombros tensos, expressão distante, testa franzida... É meio óbvio para quem presta atenção. Então, o que é?

Penso por um instante antes de falar, pensando também como verbalizar minhas preocupações sem parecerem piegas e coisa do tipo.

— Estou preocupada com o Lian. Ele é... Meio irresponsável, e confiante demais. Estou preocupada que vá acabar se machucando.

Joe assente, olhando para longe também. Mas a expressão dele não é preocupada, mas sim relaxada. Um leve sorriso curva um pouco seus lábios.

— Você está certa. Lian é irresponsável, e terrivelmente confiante. Ele é... Um caso raro. Ele não tem medo da morte. Não quer morrer, mas nunca teve medo de morrer. Gosta de viver. Talvez seja por isso. Ele nunca realmente fica com medo que alguma Caça vá matá-lo.

— É por isso que... — Eu começo, mas ele me interrompe.

— Mesmo assim, eu não me preocuparia. Ele não vai morrer. — levanto uma sobrancelha descrente. Joe dá uma risadinha. — Ele é confiante, mas como eu disse, ele não quer morrer. E tem uma coisa que o mantém vivo: Megan. Ele ama ela demais. Enquanto ela estiver viva, não vai deixar que nada o mate. Ao mesmo tempo que não vai deixar nada matá-la. Ele não vai morrer enquanto ela estiver aqui. — Joe fala, então dá os ombros e acrescenta. — Além disso, ele é o melhor Caçador que já conheci. Provavelmente o melhor que existe. Não duvido nenhum um pouco que poderia dar conta de nós quatro juntos se ele quisesse. As únicas criaturas com chances de matá-lo são as fortes demais para serem mortas por métodos comuns. Os Cavaleiros do Apocalipse, Lúcifer, os Arcanjos, atualmente, apenas a elite do sobrenatural pode acabar com aquele ali.

Ao terminar, Joe passa um braço por cima dos meus ombros. Me pergunto brevemente se permito ou não. Parecer “fácil” demais versus fazer algum suspensezinho para ver se ele está interessado mesmo. Então o “dane-se” vence e eu deixo que ele mantenha o braço.

Noto que meu pai ergue uma sobrancelha ao ver isso, mas eu dou a língua e ele revira os olhos. Joe parece não notar essa troca silenciosa.

Já é mais ou menos meia tarde quando algo de interessante acontece. Nós estamos comendo alguma coisa, e eu à pouco tempo de levar alguma comida para Megan, quando Joe se levanta e vai até a porta. Então pragueja em voz alta e sai correndo. Alarmados, meu pai e eu corremos até ele. Eu levando apenas as pistolas que tenho comigo, e ele a espingarda.

Quando chegamos na rua, vemos Lian cambaleando em direção à igreja, com as roupas rasgadas e todo sujo de sangue. Lian carrega um corpo nos ombros.

— Hey, como foi a tarde? A minha foi muito legal e... — Nisso ele revira os olhos e cai desmaiado.

Ah, beleza. Nosso melhor lutador acaba de desmaiar. O que vem agora?

Olho para a rua principal, já esperando um exército de demônios ou então os próprios Cavaleiros do Apocalipse virem subindo a rua tranquilamente. Mas nada, a rua está vazia.

Vish, o azar natural do Lian está perdendo a força.


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Notas finais do capítulo

Ah, uma coisa que esqueci de dizer. De agora em diante, farei o primeiro capítulo de cada Caçada do ponto de vista da vitima. Sabe, que nem acontece em sobrenatural, a primeira parte de cada episódio e do ponto de vista da vitima.



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