Caçador escrita por Lian Black


Capítulo 31
Um defunto tenta me seduzir


Notas iniciais do capítulo

Ele tem problemas com falecidos, definitivamente.



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— Antes que pergunte, não, eu não sou infiel. Gosto muito de Megan e não estou com vontade de botar chifres nela. — Falo tranquilamente para o fantasma, estendendo a mão discretamente para o porta-luvas. — Ah, é claro, que modos são esses. Boa noite, sou Lian. Você é, se não me engano, Jéssica?

Jéssica faz um beicinho. Hehe, totalmente imune à cara de cachorrinho. Faz parte do treinamento. Se bem que tenho de admitir uma coisa, morrer faz bem para algumas pessoas. Ela está mais bonita que quando viva, e as formas mais torneadas. Seria considerada gostosa por qualquer um. Bom, ela é gostosa. Mas eu prefiro a Megan. Que também não é nem um pouco feia, diga-se de passagem.

Jéssica cruza as pernas, fazendo o vestido já curto subir até a parte alta das coxas, deixando quase toda as pernas de fora. E o corpete do vestido tem um decote mais aberto que portão de cemitério em dia santo. E eu desisti de queimar corpos em dia santo. Mesmo indo as três da madruga tem alguém rondando.

Ela se inclina mais para perto de mim.

— Ela não precisa saber. — Diz numa voz meio maliciosa, meio tristonha, que dá vontade de consolar ela. Mordo a língua de leve. Detesto persuasão de fantasma. — Fiquei muito carente, e estou tããão solitária ultimamente. Certamente alguém bonito como você poderia me ajudar, não é?

Argh. Ela é boa nisso. Não me surpreende que aqueles três pobres coitados caíram no truque. Mesmo que algum deles quisesse se manter fiel, provavelmente teriam sido derrotados pela persuasão dela. Felizmente eu sou treinado para não ser afetado por isso.

— Hummm... Talvez. Depende. Que tipo de ajuda você quer? — Pergunto fazendo tempo. Mais alguns centímetros...

Ela sorri meche o ombro, fazendo uma das alças do vestido caírem, desnudando a maior parte do seio esquerdo. Engulo em seco. Merda. Merda. Merda. Merda. Merda. Não que eu seja do tipo que enlouquece só de ver um rabo de saia (ou a falta de uma saia), muito pelo contrário. Mas o tipo de persuasão que ela está fazendo funciona melhor com o aspecto físico junto. Mordo a língua um pouco mais forte, mas ainda sem fazer sair sangue.

— Não sei onde chegaremos, mas sei onde podemos começar!

Ela meche o outro ombro, tirando a outra alça, fazendo o corpete cair até a cintura e desnudando os dois seios. Nesse exato momento, um pouco antes de ela tentar arrancar meu coração (pelo menos acho que era isso que ela planejava), atiro por cima do ombro um pouco de sal, indo acertar exatamente o rosto dela.

É muito pouco para fazê-la se dispersar. Apenas grita de dor quando ele atinge os olhos e começa a queimar no rosto. Então atiro um saquinho de bruxa no colo dela e começo a pronunciar o encanto. Para minha sorte, quando aprendi necromancia me especializei na parte espiritual, e não na física. Sei evocar mortos e já criei um golem uma vez (que tentou arrancar minha cabeça, mas isso não vem ao caso), mas minha especialidade são os fantasmas. Como, por exemplo, a vez que invoquei o fantasma daquela mulher em Seattle.

Quando o feitiço está completo, Jéssica olha para mim mais pálida que antes, com uma expressão chocada. O sigilo que eu usei restringe totalmente os poderes de um espírito, fazendo com que se torne quase impossível se mover. Foi feito para lidar com espectros, a elite dos espíritos. Vai segurar uma Mulher de Branco facinho.

— Se eu fosse você, ajeitava a roupa. Em quinze minutos vai passar dessa para melhor.

Acelero o Dodge com tudo em direção à casa de John, me congratulando com a vitória. Afinal, peguei o fantasminha que achava que ia me pegar. Agora é só destruir o pingente e pronto.


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