Falcão Dú Mon escrita por Gjoo


Capítulo 15
Capítulo 15 A viagem de Halley




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— O que são Hickers? — perguntou Elisa.

— São super humanos — sussurrou Henry. Andou três passos à sua frente e manteve Elisa atrás.

Um dos Hickers sorriu. Henry arqueou as pernas e se preparou para lutar. Mais um hicker desceu dos prédios e mais outro saiu de trás de um poste.

— Esse lugar é nosso — disse o do centro.

Henry atacou-o. Tentou dar um chute nas costelas dele, mas ele foi rápido demais e parou sua perna. Com o outro braço apontou o cotovelo para esmurrar seu joelho. Henry puxou a perna de volta, porém não foi suficiente rápido para o ataque do hicker. Atacou sua perna com um chute e avançou seu corpo para segurar sua cabeça com a mão esquerda. A direita foi usada para afastar suas mãos enquanto caía para trás e o homem completou dando-lhe uma joelhada nas costas.

Elisa gemeu de susto. Henry não caiu de costas e empurrou os pés no chão para jogá-lo ao ar. Fez um arco ao girar para trás e pousou de pé. Elisa pareceu não acreditar. Henry olhou o hicker e mais outros vieram atrás dele. Tentou usar seus golpes bem rápido enquanto um vinha à sua direita com um soco. Impediu enquanto chutava a perna do homem da esquerda. Errou. Girou e cotovelou o rosto de um, mas este se afastou danificando somente o nariz. A mulher saltou tão alto detrás deles que voou por cima de suas cabeças e chutou o braço direito de Henry quando este tentou desviar. Enrolou seu braço na perna dela para jogá-la com sua força, porém ela deu uma cambalhota e puxou-o para perto dos outros. No meio da cambalhota puxou sua perna e Henry a chutou-a por isso.

Mais um raio iluminou o céu. Elisa tentou entrar na luta, mas um hicker deu cinco socos nela em menos de um segundo. Henry se enfureceu e pisou a perna de um deles. Um agarrou seu braço e outro bateu com o lado da palma da mão, como se tentasse cortá-lo na barriga. Sangue saiu de sua boca. Teve tempo suficiente para ver um homem juntar as mãos e estender acima do corpo. Porém não conseguiu desviar enquanto seguravam-no e o golpe caiu certeiro em sua cabeça.

Sentiu tontura e desmaiou.

Elisa estava caída ao chão. Os Hickers iriam tocá-la. Elisa viu alguém aparecendo atrás deles. Lutava tão rápido que seus movimentos não eram vistos direito. Percebeu que estava sozinha no chão e os Hickers tentavam atacar aquela pessoa. Se levantou devagar e foi até Henry abaixada.

— Henry você está bem? — perguntou ela quando viu seus olhos semiabertos.

— Sim. — tossiu sangue — Estou bem, só que... — virou-se para o homem que os salvara, ou pelo menos tentava — quem é aquele?

— Eu não sei, — respondeu Elisa olhando para aquele o homem em questão — mas acho que já o vi antes.

Deu um chute no rosto da mulher e girou rapidamente para socar e pular acima de um deles. Pousou suas pernas na cabeça de um e caiu para frente girando no ar, tentaram dobrar sua perna, mas outro giro impediu isso, fazendo suas botinas chutarem três deles. Ficou em pé e agachou impulsionando suas mãos para frente e levando seu corpo para trás na leveza do vento. O vento malcheiroso e glorioso contra os Hickers. Passou por baixo da perna de um. Socou um outro quando se levantou e agarrou as duas mãos daquele que tentou uma cabeçada. Dobrou-as contra si até fazê-lo chorar. Ele não chorou. Dobrou a perna para trás e grudou-as no corpo dele quando pulou e estatelou no chão quebrando suas costelas.

— Ele luta muito bem — disse a garota.

Sorriu para ela. Agarrou o cabelo daquele de óculos quebrados e tentou partir seu pescoço com a mão. Apesar de não ter conseguido, o hicker ficou com o nervo vivo na pele e paralisou-se com a língua para fora. Três estavam no chão com dor e um na parede paralisado. Sobrara a mulher. Impediu o chute alto dela e dois socos. Deu uma no seu tórax e agarrou seu cabelo. Pulou por cima dela, girou, contra-atacou suas costas. Ela girou protegendo-se, mas ele era rápido demais e torceu seu braço, deu uma joelhada em suas costelas e derramou o sangue do homem que segurava numa das mãos sobre os olhos dela, por fim cegando-a. Segurou firme o corpo dela e chutou-a na cabeça.

Quando ela caiu ao chão um raio iluminou uma parte do beco. O trovão chegou quando olhou para o menino e a menina feridos pelos Hickers. Eles estavam bem.

— Que surpresa ver vocês novamente! — alegrou-se Fred com seus dentes tortos e amarelos.

— Oh...meu... Deus — Elisa sentenciava as palavras conforme se lembrava de seus traços — Você é aquele... Aquele quando...

— Sim, sou Aquele. — sorriu Fred. Olhou para o céu — Vocês não deveriam estar aqui — olhou para os Hickers. Haviam fugido quando saiu de perto deles e dali só sobrara um jornal que planava com o vento.

— Eles não voltam mais aqui — disse Henry se levantando e esticando as costas — têm medo.

— Mas não foi de mim — disse Fred — se não se lembram, meu nome é Fred. — sorriu para eles — Têm cerveja?

— Não — disse Elisa em tom óbvio — somos menor de idade.

— Vi um garoto menor que vocês fumando no caminho, mas deixa pra lá — Fred olhou para o céu — tem uma tempestade vindo.

— É melhor você voltar pra casa — alertou-a Henry.

— Mas e você? Vai ficar bem? — perguntou Elisa.

— Claro. É só ir na enfermaria de Castrum Nubila. Não vou voltar pra casa. Vamos. Obrigado por nos salvar, Fred.

— Não há de quê. Mas se cuidem. Até mais — e deitou-se no lixo descansando os músculos feridos.

Elisa não soube o que falar, pareceu que Fred estava morto, porém um ronco sonoro provou que não. Henry e ela foram andando desta vez. A tempestade não chegou até estarem no ponto de ônibus. A chuva varreu as ruas com o vento e os dois se encolheram esperando nos bancos.

— Tem certeza que está bem? — perguntou Elisa.

— Sim, pare de se preocupar. Isso acontece comigo o tempo todo.

— Como daquela vez que você ficou com olho roxo no colégio? — Elisa não quis ser indelicada, porém Henry pareceu ofendido. — me desculpa...

— Isso não é motivo pra você se desculpar. A culpa foi minha de tudo isso ter acontecido. Você não entenderia agora... — Uma luz surgia do fundo da rua — acho que pode ser seu ônibus.

Não era. Henry viu que ela sentia frio. Vergonhoso e mais tímido do que alguma vez foi, tentou chegar mais perto de Elisa. Não queria incomodá-la, então tentou confortá-la de outro jeito.

— Acho melhor eu ir falar com seus pais o que aconteceu, tipo... uma história que podíamos inventar para que ele acredite que esteve bem, com exceção dos Hickers...

— Tudo bem. Mas acho melhor eu ir sozinha. Invento alguma coisa.

— Ah — foi a única coisa que Henry pôde pensar naquela hora.

Os dois ficaram mudos, a chuva não permitia que o silêncio dominasse até que outra luz surgiu. Era o de Elisa. Chegou perto e ela subiu.

— Até mais — disse, virando-se para ele — Te vejo, hum... Acho que não vai ter aula amanhã, né?

— Não... — Lembrou-se do diretor falando que as aulas foram suspensas. — Mas esperarei você pra ir na outra aula — piscou para ela.

— Sim — disse ela — vou estar lá — sorriu para ele — Até amanhã, então.

O ônibus foi embora e Henry acompanhou com o olhar. Quando perdeu-se de vista saiu do ponto e andou até o Muro. Lá encontrou Fred ainda deitado na caçamba, porém dentro, e só se viam suas pernas do lado de fora com as botinas com sola rasgando e faltando uma parte na ponta.

— Boa noite, Fred — murmurou para o mendigo, sorrindo.

Elisa chegou em casa e não havia polícia e nem bombeiros. Era como esperava, o pai a procuraria do jeito dele. Correu para a porta e pegou as chaves. Abriu a porta com cuidado. Mesmo assim houve barulho do ranger das dobradiças, e de sua família.

— Elisa! — abraçou sua mãe — Oh, meu Deus. Por onde esteve? Seu pai está te procurando — estava triste, se preocupara o dia inteiro. — Oh, céus!

O abraço de sua mãe estava sufocando-a. Carlos ficou olhando-a sem fôlego, como se nadasse na chuva para encontrá-la, porém estava seco. Charlie correu pra abraçá-la também. Jazer ficou no sofá lendo uma revista e Franco comia um pacote de salgadinhos.

— Você está suja e molhada — disse a mãe — Oh, meu Deus, que bom que está bem — abraçou-a de novo e mais forte — Por onde esteve? — perguntou em tom severo.

— Bem... Eu... Estive com o pessoal depois que saí da escola. Esqueci de avisar ao papai, mas eu já ia voltar...

— E por que não voltou? — perguntou a mãe furiosa.

— Ahn... hum... eu... estive... estive vindo — estava nervosa com o olhar da mãe. Ela já sabia que estava tentando mentir. Tentou passar por cima dela — Eu tentei vir sozinha quando percebi que já estava tarde. Eu... vim, mas...

— Mas-o-quê? — Todos a olharam quando a mãe perguntou.

— Eu tinha caído... — não soube o que inventar — aí me sujei. Um amigo meu me ajudou a vir... aí... uns homens apareceram e tentaram "brincar" comigo... — Jazer riu. Sua mãe o olhou furiosa.

— Pare de rir! — ordenou ela — E o que aconteceu? — disse como se estivesse preocupada. Elisa sabia que ela sabia que estava mentindo. Ela só queria que Elisa treinasse para contar para o pai dela.

— O meu amigo me protegeu, mas ele se feriu. Levamos ele até a enfermaria e eu voltei de ônibus ao invés de ir a pé — terminou.

— Hum... — sua mãe a observou por um longo tempo. Até os outros desistiram de ver o que aconteceria a ela — Você teve muita sorte. Ainda bem que está bem. Vá para o seu quarto e espere por seu pai — um trovão foi ouvido naquele instante.

Quando subiu, Elisa lembrou-se de Dú Mon e perguntou-se se ele estaria no sótão naquela tempestade. Sabia que teria que ficar no quarto ou sua mãe deixaria de mostrar o lado "boazinha" que mostrou ser.

Emma estava olhando o céu pela janela de seu quarto. Sua mãe a deixara ficar com o gato que encontrou no dia anterior. Ele sempre se aninhava nas suas roupas e soltava mais pelo do que achou que ele soltaria. Mesmo assim, era um gato fofo e adorável. Miava somente quando pedia leite e sempre saía pela janela para eliminar o que comia. Vez em quando soltava bolas de pelo e quando ninguém olhava fazia xixi onde quer que pudesse. Ainda era um filhote, mas era guloso. Emma dava pequenos pedaços do peixe que sua mãe cozinhou para ela.

Seus dias com os amigos foram substituídos pelo gato. Às vezes fazia "jantar com as bonecas" usando o gato, apesar de todas as suas bonecas estarem defeituosas. Sua mãe sempre dizia para cuidar dos brinquedos e quando o gato chegou ela disse para ser mais cautelosa do que com as bonecas. E tinha razão, quando tentava pentear o gato ele a arranhava e quando tentou fazê-lo comer um rato morto na rua ele fugiu.

Chamou-o de Tonton, mas ele não respondia ao nome. Chamou-o de Sr. Kitten e também não houve reação. Chamou-o de Abu e o gato miou. Chamou-o de novo e ele veio até ela miando baixo. Emma abraçou-o e fez carinho nele. Depois enrolou meias e jogou para ele brincar.

Mesmo chamando-o de Abu Emma não gostava do nome. Havia algo diferente em seu gato que o fazia diferente de todos, mas não sabia o quê. Esteve o tempo todo com ele. Ficou olhando o céu segurando-o num braço. Depois de um tempo perdeu a vontade e soltou-o na cama. Ele andou por cima de sua mesa e ronronou nas bonecas.

Esteve pensando no que faria no outro dia. Sua mãe dissera que iriam ir à igreja e depois comprariam coisas no centro da cidade. A cidade era muito grande, e quando ia seus pais não soltam suas mãos até chegarem no carro. Isso só começou quando se perdeu uma vez enquanto lia uma história em quadrinhos de um garoto na rua. Não entendia por que a maioria dos heróis da loja eram homens e achava isso muito injusto. Quando estava discutindo isso percebeu que seus pais sumiram e os procurou entre a multidão na calçada.

As estrelas não apareceram muito. O céu estava nublado. Deveria estar dormindo, mas seus pensamentos não a deixaram. Deitou-se na cama e ouviu um miado. De repente o segundo miado não foi tão comum quanto o anterior. Estava mais para um rugido de um filhote.

Tunc tunc tunc.

O chão estava seco até pegadas molhadas passarem por ele. Uma calça marrom claro acompanhada de um sapato preto e encharcado pertenciam a quem produzia o "tunc".

— Onde está ela? — perguntou o pai de Elisa, molhado até os pés.

Jazer era o único que não estava dormindo no quarto, pois dormiu no sofá. Não acordou com o som de seu pai. Aliás, não acordaria com som nenhum, dormia como uma pedra. Marty, cansado de tudo que acontecera durante sua busca por Elisa, pegou seu casaco e jogou-o no chão. Sua esposa estava lhe dizendo que a garota tinha voltado e não se sentia tão bem. Mesmo falando aos seus ouvidos Marty não escutava. Ouvia, mas não ligava. Queria resolver o assunto naquele momento.

Subiu as escadas lentamente. Olhava sobriamente para frente, sem desviar sua atenção. Elisa teria de lhe contar o que acontecera com ela. Seguiu em frente no corredor que dava para o quarto dos seus filhos. Sem notar, Marty pisou em uma tábua que rangeu longamente, mesmo após ter saído de perto dela, mas parara de ranger quando chegou ao quarto de Elisa. A janela era quebrada e consertada com madeira velha. Não tinha dinheiro para consertar e por isso seu filho Charlie reclamara que sentia tanto frio à noite e mudou-se para o quarto de Carlos.

Abriu a porta de seu quarto e vira, como sempre soube, duas camas, a antiga de Charlie e a de Elisa. Atrás delas, na parede oposta à porta, estava a janela quebrada que inundava o quarto com o luar pelas partes onde era vidro. Realmente era frio, concluiu Marty. Acima de cada cama havia uma prateleira branca com os pertences de cada filho que dormia naquele cômodo, o que no caso seria somente Elisa.

Observou de um lado a outro. Ela estava em sua cama, debaixo do lençol rosa com desenhos de patos amarelos. Não era particularmente seu lençol, mas era o que tinha. Viu seu rosto, o belo rosto que era iluminado pela lua que transpassava a parte não coberta por madeira na janela. Lembrou-se de quando ela era criança. Mesmo sabendo que sua procura fora em vão, decidiu que não era melhor tentar gritar com ela agora. Aliás, era melhor manter a calma e continuar seus planos contra os Constantine.

— Me desculpe, filha — sussurrou baixinho. Estava arrependido por fazê-la se sentir triste. Sabia que, mesmo após várias conversas, Elisa não gostava de como Marty agia. Decidiu que algo havia de mudar.

— Me desculpe, Henry. — disse Halley quando ele chegou à sua porta — Não imaginei que isso teria acontecido. Deverei informar...

— Você deve informar a ninguém — interrompeu-a Henry.

— Ela pode estar em perigo.

— Ela está salva, entendeu? — Henry não estava com bom humor. Estava alegre até o momento em que subiu as escadas para a diretoria e lembrou-se de que estava machucado — Não precisa se preocupar.

— Não se trata da minha preocupação. Se trata de ninguém mais se preocupar em ter vidas roubadas no instante em que ela estiver indisposta.

— Indisposta? — perguntou Henry sem entender — Como assim?

— Indisposta nos momentos em que estiver correndo grande perigo...

— Ora essa...

— Indisposta quando nós estivermos...

— Ela não é nosso bichinho de estimação.

— ...quase mortos — completou Halley. Tinha medo de que o que aconteceu com Devor iria acontecer com Elisa. Não só isso, achava também que alguém mais estava tramando contra eles.

— Algum de vocês podem chegar a uma conclusão? — perguntou o Sr. Gray, ao lado de Henry. Estava o tempo todo olhando suas unhas, mas por algum motivo resolveu que o assunto discutido era algo melhor para ele.

— Henry tem que entender que não podemos arriscar tanto.

— Eu já entendi, sempre entendi, só não sei o por quê que vocês acham que vou agir diferente das outras vezes que agi quando estávamos em grande perigo. Sempre deu certo.

— Devor está morto. — disse a diretora secamente. Aquilo pareceu fazer Henry engolir as palavras. Respirou fundo e tentou falar algo que encobrisse o que dissera — Olha, não é que não confiamos em você. Precisamos de sua ajuda mais do que nunca, mas precisamos de um pouco mais de cuidado desta vez. Baknor acabou de atacar três planetas. Três! E não falo de invadir, ele explodiu eles!

— Como sabe disso? — perguntou Henry junto com o "O quê?!" do Sr. Gray.

— Soube hoje, durante a minha volta para cá. Houve um sistema alterado, alguma força voltou-se contra sete planetas fazendo-os de área refém. Três desses planetas explodiram. Ainda não se sabe o motivo ou como aconteceu. Posso garantir que foi Baknor pelas naves em rota no sistema. Sairá amanhã nos jornais.

Alguns instantes depois um professor entrou na sala. Era o Sr. Miltems, o professor de economia de Humbletor. Houve uma pausa em que os presentes na sala olharam-no. Ele tinha uma barba grisalha e um bigode malfeito. Era um pouco rechonchudo e a cabeça um pouco rosada. Vestia-se de uma camisa branca por baixo de um colete cinza por baixo de um casaco de pele artificial. Era tão artificial que nenhum animal pareceria tão falso quanto aquele falso que nunca morreu mas fora criado numa indústria falida que estava vendendo seus últimos produtos. Sua calça era alinhada e notavelmente passada toda tarde, mas não parecia lavada.Portanto era preta.

— C-com sua licença, diretora. Atchim! — todos disseram saúde para ele — Obrigado, obrigado. Desculpe-me se me atrasei.

— Não, não. Muito pelo contrário, você chegou na hora em que eu ia contar o que ocorrera. — Halley mostrou-lhe outra cadeira em que pudesse se sentar.

Miltems se sentou e pegou de seu bolso um lenço branco para assoar o nariz. Fungou um pouco e aceitou a água que a diretora fez surgir em cima da mesa.

— Bem, continuando, Baknor está agindo mais rápido do que eu esperava. Ainda está à procura de alguma coisa ou uma resposta. Devo dizer que as circunstâncias nunca foram tão assustadoras para nós, já que agora ele tem a intenção de usar nossos portais para completar o mais rápido possível essa missão. — contou-lhes Halley — Ainda assim, fui em busca de respostas para o que aconteceu com Galactus, caso isso se relacione aos acontecimentos recentes.

— Mas Baknor reconhecia que Galactus podia impedi-lo, porém sabe agora que está morto — disse Miltems.

— O que podemos fazer? — disse Sr. Gray — Ainda temos a menina.

— Que menina? — perguntou Miltems, depois assou o nariz.

— Elisa, a Falcão Dú Mon. — respondeu Henry.

— Contaremos dela mais tarde, — disse, enfim, a diretora — preciso falar agora sobre o que aconteceu comigo, e quero que prometam que não dirão isso a ninguém. Nada do que eu disser poderá sair desta sala — olhou para cada um deles, depois se virou para Henry — Pode contá-la se quiser, Henry, mas ela também terá de manter isso em segredo. — fechou os olhos e respirou fundo — Está bem. — tentou se lembrar do que ocorreu detalhadamente — Eu sabia que havia algo de errado com a morte de Devor e de Galactus, e uma ligação tão sinistra que temi que alguém mais soubesse e tirasse proveito disso. Não entendia o que havia de especial em Oton, então fui procurá-lo, mas não achei todas as pistas que desejava. Em seguida, pensei em ir à casa de Galactus para compreender o que o Louco interessava tanto. Tentei chamar uma pequena comitiva para me seguir, caso houvesse que usar medidas extremas. Chamei Hugo, — nesse momento Henry enrugou um pouco a testa — Milliton, Eric Drit, Maes, Ellen, Elma, Volter e Max Mélino. Precisamos de três carruagens para levar a todos e ainda fomos com as dos mortos-vivos. Eles têm ótimos veículos quando se trata de velocidade, porém são péssimos motoristas, devo dizer. Viajamos pelo túnel de Gham e nos levaram até as passagens de Ëvero. Viajamos com o princípio de visitar todas as casas de Galactus, que eram três. A primeira foi na Terra, a segunda em Varlos. Só visitamos essas duas, pois já tínhamos encontrado o que procurávamos. Chegamos, primeiro, em Varlos, onde Galactus morou em Bentshpa, uma cidade de Ekso. Agora está um lugar desolado e cheio de plantas que dominaram o espaço. Creio que um ataque tenha causado isso, porque quando chegamos haviam poucas pessoas nas quais pareceram ter inimizade conosco.

"A carruagem parou próximo à casa. Uma mansão branca coberta de visgos e musgos. Os portões de ferro estavam tortos e abertos, os de madeira estavam rachados. Havia um velho homem que dormia em frente ao jardim e acordou quando nos viu. Perguntou-nos o que queríamos e respondemos que precisávamos entrar no local para investigar algumas coisas. Não disse sobre o que era, por isso o tal homem nos expulsou aos gritos. Tivemos que entrar de outra forma. O problema foi que achávamos que a casa estaria vazia. Eric tentou passar pelo portão ao lado da mansão, mas haviam feitiços contra ladrões e supomos que o homem que guardava o portão poderia ser um feiticeiro de alto nível ou ter sido um dos antigos funcionários da casa. Milliton percebeu uma brecha no feitiço. Ele lembrou que Galactus tinha inimizade com quase todos na época em que foi mau. Durante esse tempo, os principais amigos, os poucos amigos, tinham que ter laços de confiança para com ele ou uma senha para serem identificados como tais. Assim, Milliton observou a reação do feitiço com aqueles que pareciam bons ou inimigos dele. Logo, encontramos uma reação à reação e conseguimos entrar sem danos. Porém, haviam mais feitiços que tentaram nos combater até a morte. Tivemos sorte de entrarmos vivos na casa, no entanto era lá o lugar mais perigoso. Demoramos um pouco para encontrar o escritório, não só pelo tamanho da mansão, mas também pelas dificuldades que achamos em cada cômodo."

— Então... O que vocês acharam? — perguntou Henry.

— Calma, já vou chegar lá. — disse pacientemente a diretora — No escritório haviam muitos papéis espalhados e lodo no chão. Notamos que duas das oito paredes estavam queimadas e era lá que um quadro ficava. Estava derrubado no chão com o que restara dele, junto a alguns papéis, também queimados. Revistamos cada coisa lá e só achamos planos e mais planos para dominar Capsilypson. Fomos ao quarto dele e encontramos uma passagem secreta para o porão. O porão não era perigoso e muito menos ameaçador, era somente um laboratório de concreto com uma mesa no canto e uma lâmpada pendente no teto. Não havia feitiço ou alarmes, nenhuma tecnologia que parecesse protegê-lo. Era o lugar mais improvável de levantar suspeitas, pois quem entrasse não teria interesse algum em ficar. Mas Maes persistiu e achou uma fenda na tábua da mesa velha. Ali havia um papel com as inscrições "ELE NUNCA MORRE". Não entendi o motivo de aquilo estar lá, mas percebi que a letra não era dele.

"Depois disso saímos pela entrada onde o homem nos havia impedido de entrar. O dia estava anoitecendo em Ekso e entramos nas carruagens para mais outra viagem. Fomos para a Terra, numa cidade estranha que não sabíamos o nome. A outra casa era uma mansão, porém era diferente em estilo e havia um aspecto normal nela, no sentido de não parecer estar abandonada e nem malcuidada. A mansão era branca e dourada, com detalhes góticos em alguns cantos. Os jardins eram verdes e cheios de flora. Um jardineiro estava aparando a grama e nos recebeu com muito prazer. Ele se chamava Ernest Haënberg, pareceu hesitante em nos deixar entrar, mas mesmo assim nos levou até as passagens secretas e mostrou outros funcionários mais antigos da casa que sabiam mais sobre a história dela. O que me aparentou estranho foi o modo alegre na casa em relação ao estado de Galactus durante a época em que morou lá, sendo que ele ainda era mau. Estivemos investigando até que o mordomo Vivet nos revelou a sala de pesquisas de seu patrão. A sala era cheia de energia cruel e tinha os planos mais malignos de Galactus. Corpos semi decompostos eram estendidos numa câmara, um quadro negro enorme estava intacto com equações, desenhos e papéis colados indicando alternativas de um estudo em desvio. Poções, frascos vazios, caldeirões e livros de receita ficavam numa ala do local, era lá que experimentava algumas experiências descobertas por ele. O teto era negro e espelhado, haviam alguns vislumbres de almas por trás delas. O mais impressionante era um pequeno globo de vidro, do tamanho de uma noz, com um anel dourado preso a ele. Infelizmente, não sabíamos que estava amaldiçoado, porque todos os móveis nos atacaram quando pus o globo na mão."

"Saímos bem tentando retirar a maldição enquanto procurávamos outras pistas. De repente Max encontrou um pergaminho com as inscrições da terra de Baknor e lá haviam planos de dominação universal. O problema é que havia outro pergaminho, ainda mais velho, com o desenho do símbolo do Falcão Dú Mon."

Neste momento todos se impressionaram.

— Bem, notei que era mais antigo pelo fato do pergaminho estar velho, — disse Halley — mas o que eu não esperava era que o nome de Oton estivesse escrito no canto da página. — neste momento cada um se expressou de uma forma sinistra e distinta.

— Quem é Oton? — perguntou Miltems.

— Um velho rabugento — disse Henry, ainda impressionado.

— Nesse momento pensamos que Oton estava com a resposta o tempo todo e que estivéssemos nos lugares errados para procurar respostas. No entanto — continuou a diretora —, mais pistas apareceram no lugar. Como uma chave vermelha com um adesivo escrito "Lixo escondido" em escandinavo, e também algumas cartas para Hugo sobre invasões previstas para Capsilypson. Hugo já havia falado sobre elas e também nos contou sobre as inúmeras tentativas de usurpar Baknor. O problema estava na relação dos aliados aos dois. Haviam cartas para aliados de Baknor que se infiltraram em seu castelo e o espionavam arriscando as próprias vidas para matarem ele. Não me apraz os sentimentos de ódio por ele, mesmo sendo nosso inimigo também, mas Galactus tinha um desejo alucinante por poder. Tanto que pareceu-me que alguns espiões eram seus inimigos e que queria vê-los mortos mesmo tentando ajudá-lo. Quando entramos em uma ala achamos muitas outras coisas e, principalmente, a resposta para as nossas dúvidas. Haviam embalagens recentes de suas roupas e coisas para vender. Uma caixa pequena com os dizeres "Para aquele que possuir inteligência suficiente" em todas as línguas, com o encanto Legi. A caixa abriu com a chave vermelha, mas não havia nada lá. Achamos, então, que deveríamos levá-la para Oton, que poderia nos revelar o que sabia sobre ela. Um manto preto, que Galactus normalmente usava, estava encantado com objetos dentro, tiramos alguns e achamos um testamento endereçado. Não era tão legível e só conseguimos extrair palavras do nosso entendimento, pois as outras não pareciam haver nexo algum. Pareceu-me ser de um viajante em que Galactus encontrara em seu caminho, pois um som estranho de um homem implorando para levá-lo era ouvido quando chegávamos perto, mas não se referia a ninguém. No papel se endereçava a Homilda Vakse, uma antiga conselheira de Baknor e também uma agente do Louco. As peças se encaixaram quando lemos "O velho tesouro nunca se abrirá enquanto o Falcão não se apresentar". Percebemos que algo poderoso tinha de vir do Falcão Dú Mon, e esse interesse de seus rivais era compartilhado a segredos. Outras palavras estavam escritas no testamento, como as coordenadas de um planeta distante cujo nome não pode ser pronunciado, marcas de indústrias a serem evitadas e muitas coisas incomuns de serem vistas num testamento. Quando estávamos de saída, depois de muitos ataques de objetos contra nós e funcionários nos ajudando, tentamos juntar o que sabíamos e concluímos que o Louco sabia que Galactus pesquisava um Falcão. Baknor estava sob os olhos dos dois e fazia uma luta contra muitos alvos. A caixa, os planos, o globo e o testamento eram peças para que Galactus concretizasse seu poderio sobre seus vilões íntimos. Tudo era conhecido pelo Louco, tudo era vigiado. Galactus sabia que ele era o principal vilão da história de cada participante dos eventos que se sucederam. Foi pressionado por planos que falhavam e dúvidas quanto ao Falcão. Quando ele se tornou bom tentou fazer o efeito inverso, tentou pressioná-los com seu conhecimento e poder. Ele descobriu que precisava de um poder maior para destruir Baknor. Sabia que o Louco não seria capaz de derrotar nenhum de seus inimigos simplesmente se escondendo e dando artefatos para a destruição das pessoas. Porém este percebera que o Falcão daria mais poder a ele e Galactus não pôde impedir que ele fosse detido, pois Devor já era visto como um símbolo de esperança para todos. Tentou, então, apoiar o poderio de seu novo amigo e enfrentar o mal que chegaria tão cedo na sua breve vida.

"Antes de partirmos para Capsilypson fomos dar uma visita ao Oton. As carruagens nos levaram até o pé da montanha onde sua casa se instala no meio desta. Estava em frente à porta de entrada, sentado em sua cadeira, esperando por nós. Devo dizer que não esperava isso. Oton nos contou que já sabia da nossa chegada no dia em que parti, como soubera disso, eu não sei. Também nos dissera que queria guardar o globo que achamos, muito antes de mencioná-lo. Impressionados, deixamos o globo em sua casa, depois nos dissera que era uma fonte de poder indescritível. Haviam três, segundo Oton, e cada um tinha um poder diferente. Memória, Imortalidade e Energia. Nos contou que há uma ordem de importância, sendo Energia o mais interessado entre muitos, e principalmente Galactus. Falou do assassinato de Galactus, disse que havia previsto muita morte desde então. Nos levou aos lugares onde aconteceu a morte de Devor. Enfim, ele nos mostrou os vestígios do assassinato e entregou-nos... o... o... o braço dele. — disse, em arrepios, a diretora. O restante do grupo sentiu um pouco de nojo, principalmente Miltems — Bom... Não foi tão agradável da parte dele. Segundo Oton, ele sabia que o Louco estava prestes a matá-lo. Ele me contou parte do plano do Louco que era roubar as pedras de poder. Não somente isso, mas também os três globos de vidro, em que dois estão escondidos em um setor desconhecido da galáxia. Há algo neles que transformam um ser em imortal e invencível, por isso estavam separados. Oton achava que Galactus foi inteligente em proteger o artefato, mas não era para nenhum de nós acharmos. No final de tudo o globo ficou com ele e voltamos cansados para cá".

Ao final cada um pensou sobre o que a diretora dissera, remexeram seus cérebros para tentar refletir os detalhes de cada coisa que ela contara. Halley se sentia um pouco exausta, e com muita sede, por ter falado bastante. Deixou-os pensarem por mais alguns dez minutos calculados em sua mente e resolveu falar. Porém Henry fez o ato.

— Isso tudo... é... digamos... é muito estranho, para começar. — todos afirmaram com múrmuros e acenos de cabeça.

— Sim, reconheço isso. Mas, como deve saber, o que não é? — Henry assentiu com um meio sorriso. Ainda estava refletindo.

— Parece — tentou Miltems, que desta vez pareceu sonhador, mas parou sua frase como se esquecesse a fala e tentou mais uma vez — Parece que... apesar de tudo o que aconteceu, alguma coisa falta.

— Como o quê, por exemplo? — perguntou simpaticamente Halley.

— Como... como o por quê de Oton levar o globo? E por que ele quis ficar e por que você deixou-o ficar?

— Era o mais inteligente a se fazer. — respondeu a diretora — Como Henry deve saber, Oton tem uma sabedoria imensa que reconheço muito bem. Como é confiável a Henry, também o será a mim.

— Acho — estava dizendo o Sr. Grant — que precisamos de uma maneira para nos desviar da atenção de Baknor. Bem, se existem artefatos que o deixam mais poderoso ainda temos chance de impedi-lo de achá-los. Mas quanto a Falcão Dú Mon, o que faremos com ela?

— Ela vai estar em segurança conosco. — respondeu a diretora.

Halley pegou um copo de dentro da gaveta de sua mesa de escritório. Tocou-o na borda com o dedo e sibilou um feitiço que encheu-o até a metade. Bebeu-o enquanto ouvia Grant e Miltems discutirem. Henry escutava-os e pensava ao mesmo tempo.

Dú Mon voava enquanto o dia clareava com o sol nascendo no horizonte da cidade. Denver parecia calma àquela hora. Esperava ver Elisa dentro de casa.

Marty deixara Elisa limpar o sótão como castigo pelo desaparecimento no dia anterior. Sabendo que não teria aula até o caso de morte de um dos enfermeiros do colégio ser resolvido, seu pai aproveitou o tempo em que era ocupado pela leva de Elisa à escola para ir às reuniões de Jacques O. Ollieve, dos novos parceiros de Constantine.

Elisa estava atenta a algo que tinha visto de relance no sótão. Sabia que não era Dú Mon porque nele não pertenciam calda careca e som de rato. Uma caixa tremia num canto do sótão deixando Elisa assustada. O sol irradiava na poeira elevada perto da janela, os raios batiam nas caixas à sua frente. Estava com uma vassoura, na mão, pronta para atacar a primeira coisa que viesse sobre ela.

Algo se mexera e parara. Um movimento no meio das caixas provocou uma onde de sons em direção ao teto. Um camundongo preto e muito peludo correu nas arestas da madeira abaixo das telha e foi em direção ao lugar mais escuro do lugar. Elisa gritou um pouco e apontava a vassoura na direção do roedor. Este fugiu para o chão, fazendo Elisa pular no chão e olhar desesperadamente para as tábuas escuras em que pisava, à procura do camundongo, então uma sombra pairou na janela entreaberta e foi na direção do pequeno peludo que chorava ao ver a criatura assustadora. Um falcão.

Asas bateram e um guincho rápido foi ouvido por meio segundo. Um silêncio penetrou e asas brancas foram ouvidas novamente, desta vez em direção a Elisa. Dú Mon pousou em frente a ela e andou um pouco desajeitado com as patas.

— Olá, Elisa. — cumprimentou Dú Mon.

Elisa andou alguns passos para trás antes de perceber quem falava.

— Ah. Olá. — disse Elisa — Que susto, achei que fosse... Esquece.

— Soube que foi atacada ontem pelos Hickers.

— Você sabe?

— Sim. — respondeu o falcão — Estive observando você às vezes. Henry me contara sobre o que acontecera antes de eu vir para cá. — Elisa ficou animada por uma notícia dele, achou que algo de ruim poderia ter acontecido. Pensou se haveria outra possibilidade de encontrá-lo. Porém Dú Mon não pareceu interessado nisso — Hã... O que será isso?

— Isso o quê? — perguntou Elisa tentando olhar onde o falcão estava atencioso.

— Isso! — apontou com a garra para um brilho no canto do sótão — O camundongo entrou ali.

Devagar Elisa andou até o canto da inclinação do teto onde o sol não batia. Havia alguma coisa que não era caixa ou ferramenta de garagem velha. Um lençol branco e sujo cobria o topo de uma caixa à frente do objeto. Elisa o tirou cuidadosamente, com medo de haver coisa pior que camundongo. Andou mais um pouco e tocou o braço numa superfície fria e lisa. Assustara até arrepiar os pelos da pele. Voltou a ver o objeto e observou com mais atenção.

Viu seu reflexo empoeirado na coisa e percebeu que uma moldura dourada envolvia as bordas. Era um espelho. Detalhes magníficos estavam na moldura dourada, porém a cinza poeirenta envolvia quase tudo, menos a parte em que tocara na superfície lisa e, também, na parte do espelho próxima ao chão.

— O rato entrara ali, na parte inferior do espelho. — apontou novamente Dú Mon.

— Entrou? — perguntou Elisa confusa — Entrou... no espelho?

— Sim.

— Hã?

Elisa tocou na superfície do espelho. Tocou, tocou e bateu, enfim, para ver se realmente era real. Nunca vira aquele espelho na vida e se surpreendeu de nunca ter percebido ele surgir ali. Algo estava escrito nas extremidades que emolduravam o vidro.

— Minha nossa! — exclamou o falcão.

— O que foi? — disse Elisa se virando para ele assustada.

— Como isso veio parar aqui? — Dú Mon pareceu surpreso, seu olhar de falcão se alterava em uma confusão alucinante entre pessoa e animal.

Quando Elisa se virou para o espelho não estava mais vendo o seu próprio reflexo. Viu o sótão vazio e sem caixas, mas o que realmente a assustara foi a luz do luar saindo da janela.


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