Do lado de fora do castelo, os cidadãos se ajudavam na limpeza da cidade, até mesmo as crianças, apesar de grande parte delas estarem bagunçando ainda mais do que ajudando. Nossos professores já se encontravam deste mesmo lado, acompanhados de seus alunos, onde Guilherme parecia um pouco distraído ao olhar uma jovem mulher com sua filha. A garotinha corria em volta da mãe enquanto a mesma varria a parte da frente de sua casa, mas ela não parecia incomodada com a bagunça de sua filha, aliás, ela aparentava estar se divertindo tanto quanto ela, já que as duas riam sem parar.

– O que você está olhando, Guilherme? – disse Asha que notara a distração do jovem.

– Elas parecem tão felizes... – disse Guilherme – Eu imagino como seria se algo ruim acontecesse a elas.

Asha e Guilherme caminhavam um pouco mais distantes dos outros, possibilitando que os demais não interferissem nesta conversa.

– Vai dar tudo certo! – disse a professora colocando uma das mãos sobre a cabeça de Guilherme, o qual se espantara com o ato – Nós vamos ajudar você e seus amigos em tudo o que precisarem até o momento em que vocês partirem.

– Ei, Asha! Guilherme! – gritou Túlius que estava mais a frente com os outros – Rafael disse que está cansado de andar e vai fazer aquilo!

Asha puxou Guilherme pelo braço e saiu correndo quase o arrastando, pois segundo ela, eles iriam gostar do que Rafael estava prestes a fazer.

Assim que todos se reuniram, o professor de magia pediu que todos ficassem unidos e que segurassem as mãos uns dos outros de modo que formassem um círculo com ele no centro, e assim o fizeram. Rafael pegou seu cajado, o qual desta vez ele incrivelmente sabia onde estava, e manifestou seu espírito.

– ESPÍRITO: TRANFÊRENCIA DE MATÉRIA!

Após estas palavras uma luz desceu sobre nossos amigos e eles desapareceram como uma bolha que acabara de estourar. No mesmo instante seus corpos começavam a aparecer em outro ponto da cidade, neste caso, no campo de treinamento e de combate da escola. Logo depois de voltarem a si, os três alunos cambalearam um pouco devido a tontura e o enjoo que sentiram da viagem.

– É a primeira vez que viajam desta forma, – disse Asha – mas isso é normal.

– Pena que Guilherme não terá outra oportunidade como esta... – disse Rafael colocando as mãos na cintura – Túlius, estamos indo! Cuide do garoto e lembre-se...

– Já estou consciente disso! – interrompeu Túlius – Sinceramente eu acho que eu é que devo tomar cuidado com ele – disse rindo.

E antes mesmo de Philip e Lara se recuperarem devidamente, eles já estavam desaparecendo com a mesma magia de antes, sem entenderem o porquê de deixarem seu amigo e um dos professores para trás.

Guilherme ainda estava sentado no chão, devido a tontura, mas seu professor o ajudou a se levantar. Túlius disse a ele que como teriam apenas algumas horas de treino antes que partissem, teria que ensiná-lo algo que o ajudasse mais a dominar seu espírito. Caso contrário, o mesmo que acontecera na floresta do espinhaço acabaria acontecendo em outro momento. O pequeno cavaleiro já havia se recuperado da viagem e agora se encontrava em frente a Túlius, porém cada um de um lado da arena de treino.

Esta arena não era muito grande. Comparado aos grandes campos de futebol que temos hoje, aquele campo seria apenas uma pequena parte do mesmo, talvez até mesmo do tamanho de um campo de futsal, apesar desse esporte não ser conhecido por eles naquela época.