Red Duchess escrita por Sah


Capítulo 12
Berserk


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo de pausa, eu irei continuar essa história. Esse capítulo é em homenagem a Gabizinha234 que me fez voltar a pensar no mundo de Red Duchess



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Pela primeira vez em séculos Christina sentiu medo. Um medo tão aterrador que atrapalhava sua concentração. O duque conseguiu a tirar da casa do conde. Mas antes disso fez uma espécie de feitiço.

— Meus companheiros. Não conseguiremos terminar nosso ritual, mas não se preocupem conseguimos algo muito melhor. Uma coisa que eu só tinha ouvido falar em lendas. Não vamos deixar que a morte dessas pessoas sejam em vão. Com elas poderemos fazer um feitiço de proteção.

O duque reuniu todos os corpos na sala. E com o sangue deles nas mãos murmurou palavras impronunciáveis.

— Assim encerramos mais uma fase. A ordem Arcádia que une o melhor da alquimia e feitiçaria poderá voltar a se reerguer.

Christina não conseguia se mexer. Ela não entendia como uma simples adaga tinha poder. Não era só alquimia que estava envolvida. Muito poder está pairando no ambiente.

O duque deixou o local sem nenhuma alteração, quem os encontrasse de manhã iria ver o massacre que ali acontecera.

Christina foi vendada. Ela não se sentia tão impotente desde que foi transformada.

— Quando nós formos iguais e se você minha dama sobreviver eu te trarei aqui novamente e a matarei como membro dessa família. – O duque disse com uma falsa esperança.

— Por que eles?

— Ah, por quê? Não parece óbvio? A família do Conde era a última de sua linhagem, só isso. Poderia ser qualquer outra pessoa que fosse a última do seu sangue. Não há carnificina maior do que acabar com uma linhagem inteira. Sangue é poder.

Christina compreendia.

Ela nunca ficava cansada, ela não lembrava mais dessa sensação, mas naquele momento ela se sentiu sem força nenhuma. Alguma coisa estava roubando sua energia.

Eles a colocaram em uma jaula em um porão úmido e escuro. Ela não conseguia reconhecer o lugar, estava escuro demais até para ela.

Ela foi deixada lá por alguns dias, cada dia que passava mais fraca ela ficava. O duque apareceu em uma das noites, ele vestia uma capa vermelha e a ficou observando por horas a fio. Ele definitivamente não parecia humano. Ela não falou nada, não tinha forças para isso, mas sentiu um ódio doentio, e esse ódio é que a impedia de ceder.

Muitos dias haviam se passado. O duque a visitava pelo menos uma vez a cada três dias e sempre fazia o mesmo ritual. A observava por longas horas a fio.

— Acorde minha dama. – Foi o que ele disse em uma das visitas.

— Amanhã é o grande dia. A lua estará em um dos pontos mais altos, e assim o ritual poderá ser concretizado. Estou ansioso para me tornar como você. – Ele a deixou com essas palavras.

Christina não conseguia sequer ficar em pé dentro da jaula. Ela estava tentando reunir todas as suas forças. Mas ela não conseguia, ela ficou pendendo para todos os lados até desabar no chão, vencida pelo cansaço.

Uma movimentação estranha a fez entreabrir os olhos. As luzes que apontavam para ela, agora machucavam seus olhos.

Os cabelos ruivos do duque indicavam a sua pessoa, Christina não conseguia mais distinguir os rostos. O cheiro de sangue a despertou. O cheiro suculento que a fazia sonhar todos os dias naquele inferno.

Ela se levantou como um animal faminto. Se jogou contra as grades, fazendo um barulho ensurdecedor.

— Acho que você já perdeu o que restava da sua humanidade. Agora você é apenas um animal selvagem.

Christina o olhou como uma presa enjaulada.

— Nem falar a dama consegue mais. Mas não se preocupe, você não precisará mais falar.

Eles se aproximaram da jaula e abriram a porta. Mas Christina não conseguiu fazer nada.

O duque a tirou da jaula e a acomodou no chão.

— Temos que te levar até a lua e pagar o preço. – Ela desmaiou enquanto eles a levavam.

Ela foi banhada pela luz do luar e quando acordou estava rodeada por uma grande quantidade de pessoas. Aonde eles estavam? Ela reconheceu o lugar. Era aquele conjunto de pedras, como eles os chamavam? Stonehenge.

A lua banhava todo o lugar. Ela foi colocada em uma pedra ao centro. E várias pessoas se aproximaram e a tocaram.

Depois eles se afastaram lentamente.

Edward de Carbow pegou seu lugar ao centro.

— Hoje, irmãos e irmãs, a ordem de Arcárdia poderá se reerguer. Uma das nossas criações voltou ao seu lugar de origem. A mais de mil anos, nossos antepassados tentaram conseguir a vida eterna, eles fizeram um pacto com a mãe lua e assim criaram uma poção há muito tempo perdida, e ao beberem, os primeiros vampiros foram criados. Nossos antepassados acharam que o pacto havia dado errado, pois os vampiros não podiam andar na luz do sol, podiam ser mortos com fogo ou prata e além de tudo se alimentavam de sangue humano. Eles ganharam força e agilidade, mas os contra eram terríveis demais. O que eles não sabiam é que essa fase era somente uma provação da mãe lua. Aqueles que conseguissem sobreviver por pelo menos 100 anos iriam finalmente ganhar a vida eterna. Mas todos sabemos que ninguém havia conseguido. Cada vez mais velhos, mais fortes eles são e mais difíceis são de serem alcançados. Mas fiéis membros da ordem de Árcadia hoje nós conseguimos, nós capturamos um centenário e com ele a promessa de vida eterna.

Uma salva de palmas e gritos de felicidade se alastrou quando Edward terminou de falar.

— Nós achamos um meio mais fácil para conseguir a vida eterna. Nós drenaremos um imortal, trituremos seus ossos e seus órgãos e assim o faremos deixar de existir. Nós quebraremos o pacto com a mãe Lua e beberemos a sua imortalidade!

Haviam crianças e idosos, mulheres e homens de várias classes sociais. Eles vibraram e olharam com esperança para a mulher enfraquecida no centro.

A lua chegou no seu ponto mais alto e iluminou todas as colunas de pedra. O Duque pegou uma das facas de prata, ela estava embebida na poção que eles haviam criado. Seria suficiente para matar mais de mil pessoas e só um imortal.

Christina olhou para a Lua.Ela sentiu sua vida de esvaindo cada vez mais.

A faca se cravou com força em seu coração. Ela atravessou todas as suas defesas. Eles já haviam tentado envenena-la, decapita-la e nunca nada conseguiu a atingir tão profundamente.

O duque olhava para tudo aquilo com um sorriso nos lábios. Ele havia a observado por dias, todos as seus movimentos, todos seus pensamentos e ver tudo aquilo se esvaindo lhe dava um prazer inacreditável.

O corpo de Christina começou a reagir sozinho, ela sentiu uma energia estranha tomar conta do seu corpo, uma sombra envolveu sua mente e ela não conseguia mais distinguir o que era real. A fúria foi se intensificando até ela perder toda a sua consciência.

Os olhos dela se abriram, uma sombra negra envolveu a sua Iris e lágrimas vermelhas escorriam por sua face.

Ela se levantou como um demônio e como um, gritou como uma fera ferida.

Um calafrio correu pelas costas de Edward e ele sabia, alguma coisa tinha dado errado.

Primeiro o demônio arrancou as gargantas dos mais próximos, deixando apenas o duque para ver a carnificina.

Ela não poupou ninguém, crianças, idosos e todos aqueles que tentaram fugir tingiram a vegetação da campina de vermelho.

Edward viu como a lua iluminou aqueles olhos negros e sentiu o seu sangue escorrer pela garganta. Ele olhou nos olhos do próprio demônio antes de morrer.


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