Desde Meus Oito Anos. escrita por Tribitch


Capítulo 3
Esses zumbis idiotas!


Notas iniciais do capítulo

por que eu mudei o nome da fic? por que a ideia original seria ter 6 capítulos, porém terá 7 mais um epílogo.
contém possíveis erros de conjugação de verbos.
A*T*E*N*Ç*Ã*O*
O EPÍLOGO DESSA HISTÓRIA ESTÁ EM OUTRA HISTORIA NO MEU PERFIL!!!



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Desde aquela noite no morro, Vitor e eu nos aproximamos mais. Quase todo final de semana ele vinha na minha casa para jogar vídeo game, brincar de alguma coisa ou simplesmente para conversar. Nossas conversas iam de filmes, desenhos á como o mundo está, guerras, preconceitos, Vitor tinha quase o mesmo jeito de pensar que eu. Então é claro, odiávamos qualquer tipo de preconceito. Mas também tinham as historias mais legais: as experiências escolares de Vitor.

Ele contava cada historia... A melhor era quando ele se formou na 8ª serie e tinha aquele treco de ‘’trote escolar’’, ir de pijama, ir com as roupas loucas, e dessa vez disseram que as meninas iam de menino e vice- versa. Mas quando ele chegou à escola, só tinha ele daquele jeito. Ele disse que estava usando um vestido de alças, verde e com um sapatinho de salto. E ficava melhor. Com a vergonha de ser o único daquele jeito, ele tento cobrir o rosto com o vestido e... Bem, todo mundo viu que ele realmente tinha entrado no espirito da coisa! Ele odeia quando eu relembro essa historia e é claro, eu o lembro toda hora.

Numa tarde de sexta, eu estava sentado à sala, lendo o livro ‘Harry Potter e o Enigma do Príncipe’, quando ouço o telefone tocar, me levantei e fui atender, tinha quase certeza que era o Vitor.

– Ahoy? - eu sempre dizia ‘’ ahoy’’, pois era assim que o inventor do telefone propôs para atender. Divertido!

– residência do Augusto? - perguntou Vitor.

– pois não, ele mesmo.

– gostaria de avisar que passarei aí mais tarde. Não querendo trazer nenhum transtorno com a minha inesperada chegada.

– mas você não costuma vir só amanhã?- disse saindo da brincadeira.

– será que sua mãe deixa eu dormir ai?- tinha certeza que ele estava com aquele olhar pidão.

Fiquei tão feliz com a ideia que nem tirei o telefone da boca e gritei:

– MÃE O VITOR PODE DORMIR AQUI ATÉ DOMINGO DE MANHÃ?

– a mãe dele deixou?- perguntou minha mãe também aos berros.

– SIM!

– ok então!

Voltei à atenção ao telefone.

– ela deixou Vitor!- disse demasiado empolgado.

– eu. escutei. da. próxima. vez. tire. o. telefone. da. boca!

– foi mal... - dei uma risada nasal - mas quando você vem?

– daqui uma hora.

– me liga quando sair de sua casa.

– okay.

– okay.

– tchau!- dissemos em uníssono.

Uma hora depois Vitor chega.

– você não ligou. - disse a ele assim que abri o portão.

– foi mal, esqueci. - disse ele me abraçando. Ele sempre fazia isso, desde aquele ocorrido no morro. Não era um abraço de lado, era um Senhor Abraço. Eu amava os abraços de Vitor.

– vamos fazer o que hoje? -eu disse

– sei lá, os jogos que você tem nós já zeremos... Que tal pega-pega?

Vitor sempre brincava comigo dessas brincadeiras, apesar dele ter 15 anos na época, idade que a maioria dos meninos está namorando ou sei lá o que, ele brincava de pega- pega comigo. Por isso eu amava tanto os finais de semana.

– okay. Está com você!

Eu e ele saímos correndo dentro de casa, minha mãe mandando a gente parar e nós ignorávamos.

Fomos para o quintal, era grande e dava para brincar à vontade. Eu corria mais que Vitor, mas ele tinha braços maiores, o que equilibrava a brincadeira. Quando finalmente escureceu, ele e eu estávamos mortos de cansaço e com enormes sorrisos nos rostos.

– meninos o café está pronto!- disse minha mãe. O café sempre saia tarde.

Eu e ele levantamos e fomos para dentro, lavamos as mãos e pegamos pães e coca. Acabos indo ficar no quintal, olhando o céu e as estrelas. Eu amava fazer aquilo e Vitor aprendeu a gostar com o tempo.

– seria legal não seria? - disse ele olhando para o céu como bobo.

– o que?

– ver o que realmente o universo esconde. Já pensou poder saber se há vida em outros planetas?! Não como aqueles E. T.s que parecem com você, mas alguma outra forma de vida. Mesmo que sejam micro-organismos...

– E.T. é você idiota!

– você parece um sim! Só falta pintar de verde! - Vitor estava morrendo de rir com a própria piada.

– você vai ver! - disse levantando e indo até ele, mas parei na frente dele, pois não sabia o que fazer. Ele era bem maior que eu, então não restou muito a fazer a não ser nada.

– paralisou pirralho?- provocou ele.

– cala a boca! - disse rindo- vamos tomar banho, quero ver tv.

– pode ir à frente, ou ficar aqui olhando as estrelas mais um pouco, vai que eu vejo algum parente seu?

– idiota! - e assim fui par o banho.

Não demorei mais que 15 minutos. Fui avisar Vitor que já podia tomar banho sossegado.

– já sai, pode ir.

– hummmm... Demorou hein- disse Vitor cutucando a minha barriga.

– o que tem a ver? - respondi sem intender nada. Na época eu não sabia mesmo.

– nada... - disse ele segurando um risinho- tão jovem... tsc tsc tsc...

Ficamos vendo The Simpsons até as 00h00min e depois fomos para o computador. Ficamos até umas 03h00min vendo clipes, vídeos idiotas ou lendo matérias legais. Na hora de dormir, eu estendi um colchão para ele, que por sinal era melhor o meu. Ele tirou a camisa e os shorts para dormir e eu continuei com as minhas peças. Não gostava de dormir seminu perto de outras pessoas.

– boa noite E.T. - disse ele com a voz embargada de sono.

– boa noi ... E.T. é a vó! - ele deu uma risada sonolenta e dormiu.

Já eu demorei uns 10 minutos para dormir.

Acordamos por volta das 14h00min, hora do almoço. Não porque era sábado, o almoço sempre saía tarde em casa. Fomos almoçar, depois fomos procurar algo na tv. Não tinha nada de bom! A programação de sábado era um lixo! Então Vitor resolveu fazer algo que eu não gostava. Empinar pipa, papagaio, arraia ou aqueles montes de nomes. Eu não via graça naquilo, ficar ao sol de rachar mamona só para colocar um pedaço de papel no ar.

Mas Vitor gostava, então fui junto, para ficar só observando de uma bela sombra.

Pegamos uma bicicleta e fomos a um campinho deserto, na verdade era um bairro rico em construção, então tinha vários terrenos vazios.

– me ajuda a subir a pipa? - disse Vitor querendo que eu ficasse debaixo daquele sol!

– não. Eu só vim para observar, não te ajudar! - disse sem mexer um musculo.

– se você me ajudar, te faço uma surpresa! Sem brincadeira!- disse Vitor deixando a pipa e ficando na minha frente.

Ele estava sem camisa, ele era bem branquinho, dava pra ver até as suas veias naquela curva que começa na lateral do corpo e vi descendo. Ele também estava suado e dava pra ver a pele dele brilhando ao sol. E ele mais alto que eu mesmo, eu odiava aquilo.

– que tipo de surpresa? - disse fazendo cara de desconfiado.

–- na verdade eu já ia fazer com você mesmo. Agora é só me agradecer e pode fazer isso me ajudando a subir a pipa.

– okay, mas só UMA vez!

– valeu priminho, por isso que te amo!

Olhei para ele sem expressão nenhuma, o que fez ele ruborescer e desviar o olhar. Eu o amava só que eu não era de falar toda hora. Ele era meu primo, meu melhor amigo, não tinha como não ama-lo.

– vai querer ajuda ou não?- disse antes que a situação ficasse mais constrangedora, se é que era possível.

Ajudei ele uma vez como combinado. Para no final a linha dele arrebentar em 10 minutos de pipa no ar. Ele ficou putão da vida e eu ri como se fosse a piada mais engraçada do mundo, mais para provoca-lo na verdade.

– já que eu perdi minha pipa, que tal darmos umas voltas de bike?- disse ele olhando com cara feia para o céu.

– beleza.

Pegamos a bicicleta e fomos andar pelo bairro rico, tinha cada casa bonita, que de vez em quando eu ou Vitor dizíamos ‘’ essa é minha!’’ quando avistávamos uma casa bonita. Passamos perto de uma casa que ocupava o quarteirão inteiro! Eu e ele nem acreditamos quando vimos.

– essa é minha! - eu disse.

– não, essa é minha! - disse Vitor.

– não é não!

– moramos juntos então! Mas dessa vez, você fica com o colchão.

– acho que quartos não vai faltar ali hein...

– tem razão- disse ele rindo.

Voltamos para casa lá pelas 5 da tarde.

– que tal uns filmes? Podemos madrugar! - disse Vitor.

– dependendo do filme, eu topo.

– trouxe uns que você vai amar. - disse ele tirando todos os filmes já lançados de Harry Potter até aquele ano.

– quando começamos??? - não pude conter a emoção.

– depois do banho. Eu vou primeiro hoje. - dito isso ele foi e logo depois eu fui.

6 horas e já estávamos no meu quarto pronto para começar a maratona de filmes. Seis filmes no total! Ia ser legal!

‘’sentamos’’ na minha cama, eu encostado na parede e ele sentado no chão só com a cabeça na cama.

Assistimos o 1°, 2°, no meio do 3° paramos para jantar, 4° e acabamos a maratona, motivo: ele estava lendo o 5° livro então... nada de spoilers.

Com a volta do tédio, ele sugeriu jogar vídeo game, porém ele queria jogar o jogo que ele estava tentando zerar. Resident Evil 4. Zumbis. Eu tinha medo deles na época, por isso não tinha o jogo.

– bora jogar?

– âhn... okay, então...

Ele colocou o jogo e ficou jogando, parando de 20 em 20 minutos para perguntar se eu queria jogar. Ele jogou até as 03h45min, hora que o sono chegou. Ele desligou o vídeo game e foi até o interruptor para apagar a luz, mas antes eu gritei:

– Não! Quero dizer, eu acho que vou... ãn, ler mais tarde. - disse tentando parecer normal.

– algum problema?

– não, só que eu vou ler...

– a verdade.

– okay só não vai rir de mim. Eu tenho medo desses zumbis idiotas e se apagar as luzes eu vou ver eles por ai...

– que fofo, mas não tem problema, se eles vierem, eu mato eles com a minha faquinha!- disse isso e apagou a luz.

Ele deitou e já dormiu, instantaneamente. Já eu fiquei acordado com a tv em estáticas até as 04h25min, quando Vitor acorda.

– ainda com medo? - perguntou com a voz embargada.

– sim. - assim que disse isso, ele levantou, desligou a tv e veio em minha direção, deitou na minha cama e me abraçou.

– melhorou?

– acho que sim... - ele deu um risinho.

– Vitor, muito obrigado.

– de nada pirralho - e assim ele pegou no sono de novo.

– eu também te amo seu idiota. -disse isso já com a voz sonolenta também, me aninhando um pouco mais em Vitor.

Desde esse dia, nunca mais tive medo daquele jogo ou mesmo do escuro. Por que eu sabia que teria um abraço para me proteger.

– fim do capítulo dois.


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Notas finais do capítulo

o Augusto não viu de forma erótica o Vitor ok?
já tenho o próximo capitulo pronto, se tiver mais de 1000 palavras é muito, mas já escreviney :3
A*T*E*N*Ç*Ã*O*
O EPÍLOGO DESSA HISTÓRIA ESTÁ EM OUTRA HISTORIA NO MEU PERFIL!!!