O que não se Pode Tocar escrita por mikablazt


Capítulo 1
1 - party


Notas iniciais do capítulo

primeiro capítulo, espero que vocês gostem, fiz com muito carinho e tals, e bom, gente.. meus amigos acharam ela linda *-*
espero que vocês também.. um beeijo.

e leeeiam :**



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/47682/chapter/1

 

Querido Diário,

As vezes eu olho através dessa imensidão de páginas em branco e fico pensando se um dia eu vou ter algo bom o suficiente para escrever aqui. quando pensei em ter um diário eu não imaginei que fosse descobrir que a minha vida é tão sem graça. A coisa mais relevante que  me aconteceu, foi a separação dos meus pais que, diga-se de passagem, não foi boa pra nenhum dos dois. eu sei que você já deve estar entediado de sempre ouvir a mesma baboseira, mas é sério... eu não sei por mais quanto tempo eu vou aguentar.

Quando o meu pai morava aqui, ele e a minha mãe só sabiam brigar mais e mais... tão sério que eu e a Cassie ficávamos assustadas. e eu lembro de me trancar no quarto e abraçar forte a minha irmãzinha até ouvir o silêncio, o que podia levar horas. Isso aconteceu por um tempo até que eles cansaram... meu pai saiu de casa e foi morar com o tio Deco e a minha mãe ficou com a gente aqui. Logo depois meu pai se mudou pra um duplex enorme com quatro quartos de frente para o mar e chamou a gente pra ficar com ele, mas a minha mãe não quis deixar e como somos menores, eles tiveram que ir na justiça brigar pela nossa guarda, que acabou ficando com a minha mãe.

Só que eu sempre me esqueço de acrescentar esse detalhe: eu odeio a minha mãe. ela é a pessoa mais grotesca e insuportável do mundo. só sabe reclamar de como a vida foi ruim com ela e vive se lamentando. a única coisa que me prende aqui é a minha irmã que ama a mamãe; e os meus dezesseis anos, é claro, porque de resto... se não fosse por isso, eu já estaria na casa do meu pai a séculos. mas novamente a Cassie vem me convence a ficar, e pede pra eu esperar mais um tempo. Só que pra mim é impossível, eu não aguento mais.

Ainda bem que eu tenho o Bruno, pra me dar forças e cuidar de mim, e além disso, eu tenho que agradecer a Deus por poder ver o meu pai pelo menos nos fins-de-semana.

Bom, eu tenho que ir, eu tenho uma festa agora... só parei pra escrever porque achei você dentro do armário e estava precisando desabafar.

Di, só mais uma coisa...

Você é meu melhor amigo.

Boa noite,

Danielle Jean"

 

 

 

  

 

Fechei o diário e joguei pelo quarto. O vestido preto com detalhes em renda estava em cima da cama desde de manhã, junto com o meu coturno preferido.

Tomei banho e coloquei a roupa, no cabelo uma presilha qualquer e maquiagem forte.

Desci as escadas correndo já pronta pra me livrar daquela merda de casa insuportável.

-Boa festa, maninha. - Cassie estava esparramada no sofá, com sua calça de moletom furada e a blusa branca que ela roubara do papai na semana passada, comendo pipoca de microondas e vendo “Queer as Folk”.

Acenei e fui pra porta...

-Onde a srta. pensa que vai ? – minha mãe entrou na sala com uma colher de pau cheia de molho.

-A uma festa, eu te disse isso. - falei séria, mas com aquele fundo de deboche.

-Não, não e não. pode trocar de roupa e ir pro quarto, nem pensar em festas, suas notas estão muito baixas, Rosana. – ela me chamava assim às vezes porque era o nome que queria que eu tivesse, mas o meu pai achou horrível e me batizou de Danielle sem ela saber, ela tem raiva dele por isso até hoje

-Meu nome é Danielle – gritei -, e você não pode fazer isso, o Bruno está me esperando !

-Foda-se. Desde quando eu me importo com aquele drogadinho que você chama de namorado ? E o seu nome é Danielle Jean. Graças ao imbecil do seu pai...

-Meu pai não é imbecil... – gritei, já irritada.

Minha irmã se levantou e se meteu entre nós duas, antes que saíssemos no tapa.

-Seu pai é um idiota. – provocou.

-Porque você não vai à merda, sua corna escrota... sua filha-da-puta desgraçada ? Você só sabe destruir a vida dos outros, ninguém nunca vai amar você, porque qualquer pessoa que te conheça um pouco percebe que você é uma víbora e foi por isso que o meu pai te deixou, porque ele odiava você, porque você é insuportável, uma empata-foda insuportável ! – berrei com toda a força dos meus pulmões.

-Você.... nunca mais... vai sair na rua... sua vadiazinha ! – ela falou naquele tom de raiva que sempre assusta os que estão perto. – agora suba.

Corri pro meu quarto batendo o pé e a porta. Idiota. Cretina !

Foda-se o que ela pensa, eu vou nessa festa de qualquer maneira.

Bruno me esperava na esquina como sempre, então eu desci pela árvore que ficava ao lado da minha janela e corri ao encontro dele.

 

-Meu amor, você está linda. - ele estava chapado. com certeza. ele sempre me olhava vagamente quando estava assim... claro, ele nunca fumava perto de mim, mas estava sempre com o cheiro preso em sua pele. uma mistura entre maconha e cocaína. clássico.

Todos os nossos amigos eram drogados ou alcoólatras ou os dois e isso era o mais divertido neles. Sabe, as pessoas costumam dizer que a bebida é algo ruim, mas eu não penso assim, pode me chamar de covarde, como quiser, mas eu bebo SIM para esquecer dos meus problemas e vou continuar bebendo enquanto eu obtiver o resultado que eu quero.

Bebida me faz esquecer meus problemas. Bebida me faz esquecer de comer. Bebida me deixa animada... a bebida é o melhor que eu poderia pensar em ter.

Os amigos do Bruno estão sempre chapados ou bêbados, ou os dois... mas sabe qual é o melhor neles ? é que eles sempre conseguem ver o lado bom de tudo e dar um foda-se seja pro que for...

Eu ri e Bruno estava me encarando de novo, quando ele estava assim, parecia que olhava por dentro de mim, e eu me sentia desconfortável com isso por ele ser tão... desatento. Mas mesmo assim, isso não era nada.

 

Chegamos na festa vinte e cinco minutos depois, mas eles passaram voando. Quando eu digo festa, quero dizer social. O nome que se dá quando grupos de amigos se reúnem pra beber, conversar, beber, apostar, beber... bom, pelo menos as minhas sociais são assim... divertidas.

-Olha quem chegou... minha garota preferida. - Mosquito cheirou o meu cangote e me entregou uma cerveja.

Bebi tudo de uma vez só, sem pensar muito. A raiva que eu tinha da minha mãe era o que me dava suporte pra conseguir beber cada vez mais e mais e mais...

 

 

 

quatro horas depois...

 

 

 

-Vinte sete chamadas não atendidas... - disse com dificuldade, a voz arrastada. - Todas daquela piranha gorda da minha mãe. Quer saber ? - falei olhando pro celular. - FODA-SE !

Joguei o celular no chão bem longe. mas ele começou a tocar, só atendi porque era o toque diferenciado. o toque do meu pai.

-Alô? - falei com dificuldade, a voz completamente trêmula e se arrastando.

-Querida, você está bem ?Onde você está ?

-Foi a minha mãe, não foi ?Aquela piranha gorda, que te ligou ?Foi ela, né?

-Foi a sua mãe sim, Danielle. Você está bêbada ? Me diz onde você está... eu vou te buscar.

-Pai, - comecei a chorar - eu não quero mais morar com ela... eu odeio ela... odeio !

-Calma, meu amor. Tudo vai ficar bem, agora me diz onde você está pra eu poder ir até aí te pegar, ok ?Você passa o resto da noite aqui ?Com o papai ?

Assenti devagar. Os olhos cheios de lágrimas, a maquiagem totalmente borrada...

-Passo. - minha voz estava mais infantil do que o de costume.

Dei o endereço pra ele e ele me mandou descer pra esperar...

Quando cheguei lá em baixo, fiquei esperando por cerca de dois minutos e em seguida ele apareceu.

Entrei no carro e nós fomos pra casa. Só que uma ânsia de vômito me aplacou de repente e ele veio me ajudar, um ônibus  estava parado na frente dele, ele não viu e quando foi desviar, bateu de frente com um caminhão. Foi a última coisa que eu vi.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

gente, daqui a 10 reviews eu posto o próximo capítulo, ok ?