Ströme der Seele escrita por Buch


Capítulo 42
Zeit - Temporada de chuvas


Notas iniciais do capítulo

E ai meus queridos!
Um do Zeit pra vocês, coisa rápida!
Enjoy



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Ryuuseigai – 15 anos atrás

        - Espero que consiga mais coisas úteis dessa vez! Nosso senhor está ficando irritado com a baixa quantidade de material que você tem coletado ultimamente – disse o homem em tom sério enquanto jogava a menina no meio do lixo

      - Te daremos um pouco mais de tempo. Aproveite nossa benevolência – comentou o outro rapaz de capuz, antes de se afastar e sumir de vista.

          Maia se levantou e limpou a sujeira de sua roupa precária. Olhou ao redor em busca de algum sinal de vida, porém não encontrou nenhum sinal de que alguém viera recebê-la hoje. Normalmente um dos membros do grupo ficava de tocaia na hora que ela era trazida ao lixão, mas dessa vez não conseguiu sentir nenhuma presença por perto.  Outro fato que lhe chamou a atenção foi o clima. As nuvens estavam escuras. Não tardaria até que a chuva começasse a cair.

                A garota começou a revirar o lixo habilmente. Não se importava de fato com uma possível chuva, mas sabia que isso poderia atrapalhar em sua busca. Havia recebido um aviso sobre a insatisfação de seu senhor, por isso não poderia se dar ao luxo de não realizar um bom trabalho, afinal, não queria voltar a visitar a sala da Aranha. Esse pensamento fez com que percebesse algo incomum. Nunca antes ela havia considerado seus castigos, mas parecia que agora começava a temê-lo. Não queria voltar naquela sala, nunca mais.

— Está com medo?

Maia virou em direção a fonte da pergunta. Um garoto de cabelo escuro e pele bem clara a encarava de forma penetrante. Seus olhos eram ligeiramente puxados e uma capa de chuva preta cobria praticamente todo seu corpo. Um arrepio percorreu a espinha da garota, que sustentou valentemente seu olhar.

— Não tenho medo de nada – respondeu ela.

— A não? – perguntou ele se aproximando um pouco mais

Ela permaneceu imóvel enquanto o garoto se aproximava cada vez mais, sem nunca desviar seu olhar. Ele não mudou sua expressão em momento algum, e quando chegou a uns 3 metros da menina, desapareceu. Maia recuou. Olhou para todos os lados em busca do garoto, mas parecia que ele tinha evaporado. No mesmo momento, sentiu grossas gotas de chuva caindo sobre ela. A tempestade havia começado.

A garota ainda estava confusa com o desaparecimento do menino a sua frente. Olhava em todos os cantos a procura de algum sinal, mas não conseguia sentir nada. O volume de chuva foi aumentando rapidamente, acompanhado de fortes rajadas de vento. Esse fator dificultou mais ainda a visibilidade da menina, que parecia perdida em meio a tormenta. Mesmo hesitante, resolveu dar um passo com intenção de se afastar do campo aberto. Precisaria encontrar abrigo até que a tempestade diminuísse de intensidade. Seu pé direito se moveu, mas não o esquerdo. Este permaneceu fixo no lugar.

Maia olhou em direção a seu abdome. A chuva que antes escorria por seu corpo, agora estava tingida de vermelho. Uma lâmina estava atravessada bem no meio de seu corpo. Ela não precisava se virar para saber quem havia lhe atingido. A espada foi retirada na mesma velocidade que havia lhe perfurado, fazendo seu sangue jorrar livremente. Movimentou a mão em direção ao ferimento, tentando fazer com o fluxo de sangue que saia da ferida fosse diminuído. Notou que sua mão tremia. Não estava sentindo dor, mas sentia frio, muito frio. Despencou sobre seus joelhos e logo seu corpo estava completamente espalhado no chão.

Sua visão começou a perder o foco rapidamente. Podia ouvir os passos do garoto contornando seu corpo, até parar bem a sua frente. O menino permaneceu parado por um instante, observando-a, antes de se abaixar e colocar a mão em seus cabelos, erguendo-a. Maia não protestou, não tinha forças pra isso. Deixou-se ser arrastada pelo garoto, que não fez movimento algum para se desviar dos entulhos pelo caminho que pudessem ferir ainda mais a garota. Na verdade, parecia fazer questão de passar por eles, observando atentamente cada nova lesão que aparecia no corpo mole da menina.

— Larga ela Feitan

O menino parou assim que avistou outro garoto a sua frente. Ambos tinham praticamente a mesma altura, assim como os cabelos escuros. O olhar porém era bem distinto, assim como as roupas.

— Olá Kuroro. O que veio fazer aqui? – perguntou Feitan

— Eu disse pra largar a garota. – falou novamente, num tom mais sério

— Largar? E se eu não quiser? – respondeu estreitando o olhar

— Ela é uma de nós, não deve machucá-la – devolveu Kuroro

— Uma de nós? Não penso assim. Eu vi quando aqueles caras jogaram ela aqui. A menina é de fora, não pode ser uma de nós. – disse ele desafiadoramente

— Isso não importa. Você também não está aqui, e mesmo assim faz parte do grupo.

— Não estou, mas SOU daqui – disse ele enfaticamente

Kuroro continuou encarando Feitan. Percebeu que o corpo da menina estava cada vez mais enfraquecido, e considerando a quantidade de sangue que escorria de suas feridas, não demoraria a morrer.  

— Preocupado? – perguntou Feitan com um sorriso.

— Paku me disse que você está procurando uma espada, certo? – perguntou calmamente

— Sim. Por que a pergunta?

— Se você quiser uma boa espada, terá que deixar a menina viver. – respondeu Kuroro apontando para ela

— O que ela tem a ver com isso?

— Essa menina tem um grande potencial. Se quiser ter uma espada de qualidade, ela será a pessoa certa para encontrar o material. – falou estreitando o olhar – Matá-la seria um grande desperdício.

— Quem disse que quero matá-la? – perguntou sorrindo

— Se quiser satisfazer sua necessidade de sangue, posso sugerir algumas pessoas que mereceriam receber seus tratamentos – devolveu ele

— Merecer? Ninguém tem que merecer ou desmerecer nada, você sabe disso melhor que ninguém – falou ele irritado

— Creio que me expressei errado. Tem algumas pessoas que quero que arranque algumas informações – falou ele novamente

— Ah sim, está bem melhor. – respondeu Feitan sério – Mas e se eu me recusar a devolvê-la?

— Por que o interesse nela afinal? – rebateu ele

— Eu gostei dela. E quando eu gosto de alguém, é difícil me fazer mudar de idéia.

— Deixe eu levá-la para Machi, logo ela irá morrer e você não terá como se divertir. Uma vez curada, pedirei para que encontre o metal que forjará sua espada – falou Kuroro firmemente.

— Está me dando uma ordem ou uma sugestão?

— Entenda como quiser.

A chuva não dava trégua. Os dois garotos, no entanto, se encaravam como se ela não existisse.  Nem o som dos trovões parecia afetar a conexão no olhar de ambos.

— Tudo bem, irei dar ela pra você. – respondeu Feitan jogando o corpo da garota na frente de Kuroro – Porém, nada me impede de voltar e pegar ela mais tarde, uma vez que a espada já estiver pronta. Penso que poderia ser um belo exemplar para testar minha nova lâmina.

Kuroro se aproximou do corpo da garota e a pegou no colo.

— Se eu colocá-la oficialmente no grupo, você estará proibido de tocar nela. – falou ele seriamente

— Mas enquanto não fizer isso....

Feitan virou-se de costas e se afastou num piscar de olhos. Kuroro suspirou profundamente, antes de caminhar em direção ao barraco do outro lado do lixão.


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Notas finais do capítulo

E então?

Hmmmm pretendo explorar bastante os membros do Ryodan nas histórias do Zeit. Na verdade, pensei em uma história por trás de cada um deles. Gosto bastante desses personagens e acho que eles merecem ser melhor explorados, por isso tenho ideias para cada um deles (apenas os que apareceram, não pretendo incluir os outros membros mais novos por enquanto). Assim como falei do Shal e sua ligação com o telefone, farei o mesmo com os outros membros, ou seja, não montarei uma história para cada, apenas pretendo citar alguns fatos que expliquem melhor suas personalidades ou poderes Nen.

Até :*



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