Ströme der Seele escrita por Buch


Capítulo 36
Zeit - Vida de camêlo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas!

Estou postando mais um do Zeit pois faz tempo que não posto um rs. Atualmente não estou muito satisfeita com minha escrita, mas também fico triste por não postar nada novo, então o capítulo vai assim mesmo!

De qualquer forma, aproveitem!



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Ryuuseigai - 15 anos atrás

12:00. O sol estava no topo do céu e não havia nenhuma nuvem por perto para atrapalhar a propagação daquela forte onda de calor que castigava aquelas pobres criaturas que trabalhavam incessantemente. Não é nem preciso dizer que a situação se tornava ainda mais insuportável considerando a localização desses seres condenados. Se em um lugar limpo e arejado o calor já seria consideração alto, imaginem no meio de todo aquele entulho e aperto de Ryuuseigai.

– Ei idiota, cuidado com isso! – reclamava um homem aos berros no meio de um beco.

Era possível ouvir todo tipo de reclamações e lamentos pela cidade. O calor deixava as pessoas ainda mais agressivas e intolerantes. O índice de morte por insolação era alto, mas não tão alto quanto o de hipotermia. Sim, apesar do calor do dia a temperatura a noite mudava drasticamente. Esse tipo de oscilação é comum em lugares desérticos, exatamente onde a cidade fora construída. Afinal, tratava-se de uma cidade abandonada e seria estranho pensar que ela teria sido erguida em meio a uma região próspera e de clima ameno.

– Está vendo Maia, é nesses momentos que as pessoas se revelam – comentava Kuroro ao lado da garota.

Ambos estavam sentados em cima de uma construção de concreto perto do centro da cidade. A garota já havia terminado seu serviço e por isso ambos decidiram ir dar uma volta para observar as pessoas.

– O homem só é capaz de se preocupar com os outros no momento em que não precisa se preocupar consigo mesmo. E quando isso acontece? – Perguntou o garoto de cabelos escuros

– Isso acontece? – devolveu ela

– Exato! As pessoas nunca conseguem se preocupar genuinamente com as outras por que nós somos por natureza, egoístas! Sempre nos preocuparemos mais com nós mesmos e sempre desejaremos mais, mesmo que já tenhamos o suficiente. - explicou ele.

A garota não respondeu, porém era possível perceber que ela havia prestado atenção ao seu novo ensinamento. Os dias eram sempre assim. Após terminar seu serviço ela se encontrava com Kuroro. Já fazia um tempo que ela e Shalnark haviam terminado suas aulas para aprender a ler e escrever, porém sempre que ela ia se encontrar com o garoto mais velho, Shalnark vinha animado conversar com ela. Apesar de não se sentir a vontade em respondê-lo, Kuroro aconselhou que ela o fizesse, pois assim poderia treinar mais seu vocabulário.

–-----------

Alguns dias atrás:

– Maia, vamos brincar de esconde-esconde? – perguntou o garoto sempre animado

– O que é isso?

– Você tem que fechar o olho e contar até dez, e eu vou me esconder. Depois que você contar você me procura. Se me achar você ganha

– Eu ganho o que?

– Ganha o que? Nada. Você ganha o jogo - – respondeu ele como se fosse obvio.

– E o que eu ganho ganhando o jogo?

– Que? Não sei. Você fica feliz eu acho. – disse coçando a cabeça

– Eu ganho felicidade?

– Ahnn é, pode ser – respondeu ele sorrindo

– Hm

– Ta então vamos lá. Fecha os olhos e conta. E não vale espiar hein! – falou o garoto enquanto corria para se esconder.

Enquanto isso Maki e Pakunoda observavam as crianças a certa distancia. A mulher mais velha parecia se divertir vendo a cena, enquanto Maki apenas observava sem demonstrar qualquer satisfação.

– Não acha bonitinho aqueles dois brincando? – perguntou Pakunoda com um pequeno sorriso

UM, DOIS...

– Na verdade eu sinto dó do garoto. Dá pra ver que ela não está nem ai pra ele.

– De fato, mas isso não importa. O que me deixa contente é o fato de poder ver duas crianças se divertindo mesmo em meio a esse caos e pobreza – respondeu Paku

– Se divertindo? Não penso que a garota esteja se divertindo – comentou Maki incrédula

TRÊS, QUATRO...

– Será que não? No fim ela é uma criança, acho que consegue tirar algum proveito disso, mesmo sem perceber

– Bom que seja.

– Alias, sabe onde está Nobunaga? – perguntou a mulher loira

– Nobunaga? Vi ele saindo com Uvo logo pela manhã. Por quê?

– Precisava falar com ele sobre algo que Feitan me disse.

CINCO, SEIS....

– Bom, não sei a certo, mas ouvi eles conversando sobre ir até o distrito de Mapu. Agora o que eles foram fazer lá eu já não sei.

– Hmmmm não gosto muito de ir até aquele lugar. Acho que vou esperar eles retornarem. – refletiu Pakunoda

SETE, OITO...

– Você quem sabe. E sobre o que tem que falar com ele? – perguntou Maki curiosa

– Sobre uma espada. Sei que Nobu tem habilidades para forjar uma e ao que parece Feitan está querendo substituir a dele

– Plausível...ele vem pegando uma espada atrás da outra em campos de batalha, mas nenhuma de qualidade – comentou Maki

NOVE...

– Exato! Por isso quero conversar com ele e saber se pode fazer uma decente - concluiu Pakunoda

– Mas por que Feitan não vem aqui e pede diretamente pra ele? Pelo que me lembro Feitan só veio aqui uma vez desde que Nobunaga entrou para o grupo, então não vejo por que Nobunaga aceitaria fazer uma espada pra ele. Além do mais, como ele faria isso? Com que material e onde? – questionou Maki

– Isso eu já não sei, apenas irei repassar o que ele me pediu.

DEZ!

– Quem pediu o que? – Perguntou Kuroro que havia acabado de chegar perto de ambas

– Oi chefinho. – cumprimentou Pakunoda divertidamente

– Não me chame assim, sabe que acho estranho alguém mais velho falando isso – repreendeu ele sem graça

– Não tenho culpa se é o mais inteligente e cativante de todos nós. Foi você que conseguiu reunir todas essas pessoas estranhas e nos fez conviver “harmoniosamente”, então acho que isso faz de você nosso chefe – concluiu ela sorrindo.

– Bom, que seja. De qualquer forma, sobre o que estavam falando. – ele retomou o assunto

– Paku estava falando sobre a possibilidade de Nobunaga construir uma espada para Feitan- explicou Maki

– Ele me disse que não aguenta mais essas espadas de baixa qualidade e como Uvo disse que Nobunaga tem boa mão pra isso, creio que ele pensou que o garoto faria uma pra ele – completou Pakunoda

– E o que faz ele pensar que Nobunaga faria isso? – retrucou Kuroro

– Exatamente! – disse Maki

– Feitan é sem noção às vezes, vocês sabem – suspirou Paku

– De qualquer forma seria bom para nós que ele tivesse uma boa espada, já que costuma fazer a maioria dos trabalhos externos – refletiu Kuroro – Acho que irei falar com Nobunaga sobre isso.

– Mas chefe, como ele fará isso? Não temos uma oficina e nem material – questionou Maki

– Você também com isso de chefe, é? – suspirou Kuroro – Bom, material tenho certeza que Maia pode conseguir um excelente. Quanto a oficina, podemos “pegar” uma emprestada – disse mudando seu olhar para um mais sombrio

– Maia consegue isso? Você realmente consegue reunir um grupo de pessoas com as mais exóticas e diversas habilidades – disse Pakunoda admirada.

– Aliás, onde ela está? – perguntou ele mudando de assunto.

– Está procurando Shalnark no esconde-esconde – respondeu Maki

– Esconde-esconde é? Realmente é de se surpreender – disse ele rindo

AHHHH NÃO VALE MAIA, VOCÊ ME ACHOU MUITO RÁPIDO! CERTEZA QUE ROUBOU! - gritou Shalnark ao longe

–Bom, parece que a brincadeira terminou – disse Pakunoda rindo da situação.

– Acho que é minha deixa então. Vejo vocês mais tarde garotas – anunciou Kuroro se afastando em direção as duas crianças.

– Você não acha estranho? – perguntou Maki à Pakunoda

– Estranho o que?

– Esse interesse que Kuroro tem nessa garota – respondeu Maki

– Bom, ele realmente tem uma ótima habilidade para reconhecer o talento dos outros e trabalhar isso a seu favor, por isso penso que ele deve ter visto nela algo que nós ainda não conseguimos enxergar – concluiu Paku

– Pode ser. Mas isso tem causado bastante desconforto no Franklin. Eu sempre observo a maneira com que ele olha para ela. Phinks também não gostou da idéia. – explicou Maki

– Phinks? Bom ele não tem do que gostar ou não! Ele nunca veio até aqui pra começo de conversa. Feitan apenas comunicou a Kuroro sobre ele e suas habilidades, porém ele nunca fez questão de vir até aqui mostrar as caras – respondeu Paku

– Sim, eu sei. Mas você já o conheceu, não é? – perguntou Maki curiosa.

– Sim, eu, o chefe e Franklin já o conhecemos. Kuroro gostou imediatamente dele e o aceitou. Assim ficou decidido que Feitan, eu e ele faríamos praticamente todos os trabalhos externos. – explicou ela. - De qualquer forma precisamos deixar isso de lado e trabalharmos para o fortalecimento do grupo – concluiu Paku

– Sim. – respondeu Maki sem muita emoção.

Enquanto isso Kuroro se aproximava das duas crianças que discutiam sobre o jogo

– Você espiou! Sabia exatamente onde eu estava - reclamava Shalnark

– Não espiei. O problema é que você não consegue esconder sua presença, então é fácil te achar - respondeu ela

– O que? Por que não me disse isso antes da gente começar o jogo então? - questionou Shalnark irritado

– Ei vocês dois, o que estão discutindo ai? - interrompeu Kuroro já ao lado de ambos.

– Maia roubou no jogo! - protestou Shalnark

– Não roubei. - defendeu-se ela

– Shalnark, se a regra era apenas não espiar e ela não o fez, então teoricamente ela não trapaceou - explicou Kuroro pacientemente.

– Mas...Mas.... - tentou concluir o garoto com cara de choro

– Sem mas, aceite sua derrota e ponto final - terminou Kuroro

– Ok - respondeu o menino desolado - Eu...eu...vou embora agora tá! - disse ele correndo em direção a Pakunoda e Maki

Houve um momento de silencio enquanto Maia e Kuroro observavam Shalnark correr em direção as duas outras garotas, sendo recebido por Pakunoda que visivelmente se divertia com a situação.

– Maia?

– Hm

– O que achou do jogo?

– Sem sentido. Ele disse que se eu achasse ele eu ia ganhar felicidade, porém não ganhei nada.

– Felicidade? - indagou ele curioso

– Sim, ele disse que esse era o prêmio de quem ganhasse, mas eu não recebi. - respondeu agora olhando na direção do garoto.

– Você se lembra que felicidade é um sentimento, não é? Não teria como Shalnark te dar isso. Você teria que sentir por si própria. - explicou ele

– Todos que ganham jogos ficam felizes? - perguntou ela

– Penso que ganhar jogos seja algo satisfatório, então acho que sim, normalmente ficamos felizes com isso - concluiu ele.

– Se eu não senti felicidade com isso quer dizer que nunca serei feliz? - perguntou ela sem muita emoção

– Tem pessoas que ficam felizes com coisas diferentes, apenas temos que descobrir com o que você ficaria feliz - respondeu ele encarando a garota - Por isso precisa conhecer cada vez mais as pessoas e o mundo.

– Não tem como fazer isso

– Está dizendo isso por causa da pessoa que te mantem presa?

– Hm

– Se é por isso, por que não me conta mais sobre ele? Acho que posso pensar em ajudar a te libertar se prometer me ajudar depois. - sugeriu ele estreitando o olhar.


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Notas finais do capítulo

Desculpe o atraso novamente. Fim do ano é complicado. Queria ter dado continuidade nesse capítulo, mas estava sem criatividade e não queria deixar de ficar mais tempo sem postar, então coloquei assim mesmo. Não estranhem pelo final repentino rs.

Tenho que admitir que fiquei com o coração apertado quando escrevi a frase "quer dizer que nunca serei feliz?". As vezes fico triste pela minha própria personagem kkk.

Espero que estejam gostando de ler. O próximo do Zeit terá um fato bem interessante hehe (deixando as pessoas curiosas).

Bom, obrigada pessoal!
Bjos :*