Ströme der Seele escrita por Buch


Capítulo 27
A noite


Notas iniciais do capítulo

E ai pessoal! :D

Esse capítulo foi difícil pra mim de escrever. Não sou muito romântica, mas me esforcei bastante pra ficar o mais delicado possível!

Espero que gostem! ;)



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06/04 - Lago Tensai - Parte Sul da Montanha Huggia

A noite. Muitos são aqueles que apreciam esse período do dia. A temperatura fica mais baixa, a claridade mais amena e o silencio quase que absoluto. Parece haver um certo consenso entre as criaturas da noite. Algumas utilizam esse tempo para caçar, como é o caso de alguns predadores. A maioria aproveita para tirar um merecido descanso. Outras apenas permanecem despertas por pura admiração. Nesse momento nossos amigos encontram-se em outra situação que não essas citadas. Eles permanecem acordados por pura necessidade.

– Gon, Killua, vocês deveriam descansar um pouco, eu posso tomar conta dos dois sozinho. – disse Kurapika olhando para os amigos.

– Eu até tentaria dormir se pudesse, mas duvido que conseguiria...meu corpo está congelando – respondeu Gon tremendo.

Após conseguirem acalmar Maia, os três rapazes decidiram permanecer onde estavam. Apesar de saberem dos riscos de passar a noite ao relento, chegaram a conclusão que seria menos arriscado do que se saíssem a noite para procurar abrigo. Afinal, além de não conhecerem a floresta, estavam com duas pessoas fracas e feridas. Se de dia a temperatura era baixa, o que dizer da noite. Para piorar a situação o vento era forte e constante. Procuraram se instalar próximos a mata fechada a fim de amenizar a passagem das rajadas de vento. Se não estivessem vestidos adequadamente era bem provável que já estivessem em um estado crítico.

Leório estava deitado próximo à Gon e Killua em um dos lados da fogueira. Os dois companheiros observavam o amigo constantemente para ter certeza de que estivesse bem. O estudante de medicina estava envolto por alguns cobertores e aparentemente dormia um sono tranquilo e profundo. Maia por sua vez estava mais próxima à Kurapika. Não estava tão bem agasalhada quanto Leório, mas em compensação, Saito à envolvia com seu corpo. O jovem Kuruta não tirava os olhos da garota pois temia que a mesma sofresse alguma outra crise respiratória.

No fim das contas você mentiu pra mim, não é? Nunca foi um habito mas sim uma necessidade – pensou Kurapika se recordando da conversa que tiveram na gruta dias atrás.

– O que acha que ela tem? – perguntou Gon ao notar que ele observava a garota.

– Não sei dizer. Pode ser asma, rinite, bronquite...existem muitas possibilidades. – explicou o garoto loiro – Mas arrisco dizer que seja alguma doença crônica.

– É o que parece já que você disse que ela toma esse remédio todos os dias – acrescentou Killua.

– Hm, espero que eles se recuperem logo – comentou Gon cabisbaixo.

– Eles irão. – disse Kurapika firmemente.

– Sim! – concordou Gon com entusiasmo. – Hey, Kurapika?

– O que foi Gon?

– Você poderia nos dizer o que aconteceu com você desde que chegou aqui? – perguntou Gon curioso.

Kurapika encarou o amigo por um instante. Gon era realmente um bom garoto, se preocupava genuinamente com as pessoas. Não havia motivos para esconder algo dele afinal. Assim, começou a narrar os acontecimentos do último mês, claro, deixando de lado alguns detalhes e impressões pessoais.

– Uau! Então vocês ficaram presos todo esse tempo em uma cabana? – perguntou Gon surpreendido.

– Sim. Não foi nada fácil. Maia não é o tipo de pessoa tão agradável de lidar – disse suspirando ao lembrar de certos momentos.

– Hm apesar disso você parece bem a vontade perto dela – observou Killua.

– Pode-se dizer que eu me acostumei com isso – respondeu Kurapika normalmente.

– Eu gostaria de conhecer ela melhor! Afinal ela salvou dois dos meus melhores amigos, então devo muito a ela – disse Gon alegremente.

– Gon, você gosta de fazer amizade com todos que aparecem na sua frente. – disse Killua debochado.

– Ahn, isso não é verdade. – protestou o garoto fazendo bico – Eu só gosto de quem eu gosto oras.

– Essa é uma boa justificativa Gon – disse o Kuruta se divertindo.

A conversa entre os três amigos continuou noite adentro. Em certo momento decidiram se dividir em turnos para dormir, afinal precisariam recuperar a energia para enfrentar um novo dia pela manhã. Kurapika se ofereceu para ficar acordado no primeiro turno. O garoto loiro estava completamente desperto. Assim decidido, Killua e Gon se aconchegaram próximos a fogueira, enrolados em seus cobertores.

Finalmente o completo silêncio. Não que Kurapika não apreciasse conversar com seus amigos, porém nesse momento sentiu-se aliviado por estar em paz com seus pensamentos. Tudo isso parecia algo completamente surreal na mente do Kuruta. A maneira como as coisas foram acontecendo provocaram muitos questionamentos à ele. Deparou-se com a fragilidade de sua existência e de seu autocontrole. Sentiu-se pequeno diante daquele lugar e daquela garota. Como pôde alguém lhe causar tantas dúvidas? Como pôde alguém derrubar tão facilmente suas barreiras construídas cuidadosamente durante todos esses anos? O que tudo aquilo significava?

O que você está fazendo comigo? – pensou ele enquanto olhava para a garota deitada à sua frente.

Lentamente o garoto foi se aproximando mais de Maia. Sentou-se do seu lado e passou a observar cada detalhe de seu rosto, bem como o subir e descer de seu peito a cada respiração. Tentava entender o motivo pelo qual aquela pessoa o fez colocar em dúvida suas preciosas convicções. Kurapika sabia melhor do que ninguém o quão orgulhoso e determinado ele poderia ser e o fato de ter permitido àquela estranha de mexer assim com ele o deixava irritado.

Essa dúvida, essa falta de respostas, isso me irrita muito! Mas por que mesmo assim não consigo te odiar?

Vagarosamente aproximou uma de suas mãos no rosto da garota. Tocou-a suavemente com receio de que pudesse acordá-la. Ela por sua vez pareceu nem notar seu toque. Passou a acariciar sua bochecha delicadamente com o dedo, sentindo o calor da sua pele suave. Kurapika não percebeu de modo consciente seu ato, apenas deixou-se levar pelo piloto automático. Seu olhar era fixo em seu rosto, porém era notável que estava completamente submerso em seus pensamentos.

– Você gosta dela, não é? – perguntou Killua próximo ao amigo.

Kurapika levou um susto tão grande que parecia que seu coração sairia pela boca.

– Jesus Killua, você quer me matar? – disse Kurapika irritado e ofegante.

– A culpa é sua por ter ficado tão distraído. – respondeu se justificando.

Kurapika sabia que o amigo tinha razão. Como foi se distrair tanto? Era o responsável por ficar de guarda, se alguma coisa tivesse se aproximado era provável que teria sido pego de surpresa.

– Não se preocupe. Eu nunca durmo com a guarda aberta. – disse Killua ao ver a expressão de desapontamento no rosto do amigo.

– Mesmo assim me desculpe, não poderia ter me distraído dessa maneira – respondeu suspirando.

– Hm tudo bem. Mas você ainda não respondeu minha pergunta – disse o garoto despreocupadamente.

– Ahn? Que pergunta? – questionou ele

– Se você gosta dela!? – disse apontando para garota.

Kurapika ficou mudo. Seu rosto começou a esquentar rapidamente, mudando ligeiramente a colocação.

Por que ele estava lhe perguntando isso?

– Não sei o que eu está querendo dizer – respondeu ele na defensiva.

– Você estava mexendo no rosto dela oras. Por que outro motivo faria isso se não gostasse dela? – disse ele sorrindo provocantemente.

– Não diga bobagens, eu apenas estava verificando a temperatura dela – respondeu rapidamente.

– Hm sei. Então tá bom. Você deveria descansar agora, já está na hora do meu turno.

– Sim, farei isso. – disse se levantando e se afastando dos dois – Me acorde se precisar de algo.

Humpf, esse ai não muda mesmo! – pensou o garoto de cabelos brancos.

Kurapika deitou-se mais próximo á Gon e Leório. Estava fisicamente exausto, mas sua mente continuava a mil. O que Killua havia dito estava corroendo-o por dentro.

Você estava mexendo no rosto dela oras. Por que outro motivo faria isso se não gostasse dela?

Que besteira! A imaginação das crianças é realmente sem limites! – pensou racionalmente.

Apesar de repetir diversas vezes em sua mente que aquilo era apenas imaginação do amigo, algo dentro dele parecia deixá-lo inquieto.

Droga, quando será que poderei ter uma noite tranquila de sono? – pensou ele suspirando cansado.


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Notas finais do capítulo

É isso ai!

Espero que estejam gostando. Como eu disse, não é muito a minha praia escrever coisas bonitas e delicadas, mas vou aprendendo com o tempo rs.

Comentem ai o que estão achando!

Até a próxima!



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