Ströme der Seele escrita por Buch


Capítulo 11
Zeit - Natureza humana


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal.

Desculpe a demora, mas além de trabalhar e estudar eu agora estou tendo um curso, reduzindo bastante meu tempo livre (que eu geralmente uso para dormir no momento).

Aproveitem ai



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???? – 15 anos atrás –

Já havia se passado mais de 2 meses desde a primeira vez em que esteve naquele local. De lá pra cá, visitou o local semanalmente, às vezes, chegava a ir até 3 vezes em uma semana. Sempre conseguia obter bons resultados em sua caça por tesouros em meio a inúmeras pilhas de dejetos. Com o tempo, foi ficando mais habilidosa, conseguindo executar sua tarefa rapidamente, o que a deixava com tempo para fazer outras coisas, caso quisesse. Mas o que aquela garotinha poderia querer fazer naquele local fétido a não ser partir rapidamente? Essa pergunta nem ela saberia responder, mas seus pés aparentemente estavam mais curiosos que sua cabeça. E assim, a pequena garota passou a se aventurar por entre as “ruas” e barracos daquela cidade condenada.

Durante seus passeios observou diversos acontecimentos curiosos. Como o caso de um homem que decepou o próprio braço enquanto manuseava uma chapa de metal.Como podia tentar trabalhar com um objeto desses sem possuir nenhuma experiência no manuseio desse tipo de material?

Idiota.

Após o incidente passou a observar que muitos dos habitantes daquela região tinham como especialidade a Metalurgia. Cobre, chumbo, bronze e ferro eram apenas alguns dos metais que a pequena garota encontrou sendo trabalhados por mãos, na maioria das vezes, pouco habilidosas. Era visível que os materiais produzidos eram utilizados para fins militares. Havia diversas produções de armas e armaduras de todos os tipos e tamanhos. Mas por que, com tanta miséria ao redor, aquelas pessoas se esforçavam tanto, a ponto de se mutilarem ou até mesmo de se matarem, para produzir armas de combate?

Dentre tantos acontecimentos curiosos, um deles chamou mais a atenção daquela garotinha. Talvez ela não se desse conta naquele momento do quão importante aquele episódio se tornaria em sua vida, pois a primeira vista, tratava-se apenas de mais um acontecimento entre tantos outros.

Certo dia, enquanto passava por uma viela, deparou-se com um garoto realizando uma soldagem. Seus cabelos eram ligeiramente compridos e escuros, deveria ter por volta de 9 ou 10 anos. Ele não utilizava nenhum tipo de proteção e, apesar de sua técnica parecer promissora, era evidente que ainda não tinha experiência suficiente para realizar aquele tipo de tarefa. Como conseqüência acabou deformando o material que se despedaçou em dois, sendo que uma das metades atingiu-lhe o pé esquerdo. O garoto então urrou de dor, chamando atenção de um homem corpulento que saia de dentro do barraco bem atrás de onde o garoto estava trabalhando.

– Seu moleque incompetente! Olha o que você fez! – Gritava o homem enquanto pegava o garoto pelos cabelos e arremessava-o longe – Esta desperdiçando material valioso, seu merda! Eu vou te matar!

O homem estava fora de controle. Seu rosto estava completamente vermelho e as veias de seu pescoço estavam saltadas. Sem nenhum pudor e ignorando o fato de o garoto estar se contorcendo de dor devido ao incidente anterior, o homem passou a agredi-lo tanto física quanto verbalmente. Aquela cena, no entanto, não causava nenhum espanto aquela garotinha. Alias para ela, aquilo era algo natural. Não haveria de ser diferente. O mais forte submetia os mais fracos a suas vontades, e se esses não cumprissem com suas obrigações, seriam castigados. Era simples. Mas essa não era a parte mais importante daquele acontecimento, e sim o que viria a seguir. Enquanto ela observava passivamente aquela cena, duas pessoas se aproximaram do homem e do garoto, agora quase inconsciente após ter recebido diversos golpes brutais.

– Se não parar agora, receberá em dobro tudo que está causando a ele. – disse um dos garotos que se aproximaram.

Ela prontamente o reconheceu. Era aquele garoto de olhos e cabelos escuros que havia encontrado no primeiro dia em que chegou naquele lugar. Ao lado dele havia outro garoto, seus cabelos também escuros, aparentemente com seus 15 ou 16 anos e rosto coberto de cicatrizes. Era alto e possuía ombros largos, diferentemente dos outros garotos magricelos que ela havia encontrado naquele lugar.

O homem parou por um instante para observar os novos visitantes.

– Seus pirralhos enxeridos, caiam fora daqui antes que eu mate vocês também! – bradou o homem enfurecido.

O garoto mais velho deu um passo a frete. Tinha clara intenção de mostrar ao homem que ele não o intimidava. O garoto mais novo falou novamente:

– Vamos lhe dar mais uma chance para parar o que está fazendo. Espero que pense bem antes de fazer qualquer coisa – disse o garoto calmamente.

– Vocês são idiotas? Eu acabei de dizer para darem o fora! O que....

O homem não teve tempo de terminar sua frase, pois havia levado um forte soco no rosto do garoto mais velho. Aos olhos de um leigo, aquele poderia parecer um soco normal, mas a garotinha pôde na hora perceber o quão forte era aquele garoto. Sua velocidade e técnica eram perfeitas. Certamente não se tratava de um menino qualquer. Do mesmo jeito que caiu no chão, o homem permaneceu. Estava inconsciente.

O garoto mais novo se aproximou do menino que havia ficado no chão.

– Consegue se mexer? – perguntou ele

O garoto havia recuperado a consciência apenas gesticulou a cabeça de um lado para o outro, mostrando que não tinha mais forças nem ao menos para falar.

– Não se preocupe, Franklin pode te carregar. Você tem lugar pra onde ir?

O menino repetiu o gesto anterior.

– Entendo. Primeiro precisamos cuidar dos seus ferimentos. Depois você pode decidir se quer ficar conosco ou ir embora. Você concorda? – continuou perguntando.

O menino então mudou o seu gesto, movendo a cabeça para cima e para baixo.

– Não se preocupe, ele não virá atrás de você. E se for tolo o bastante para fazer isso, acabaremos com ele de uma vez por todas. – proclamou o garoto mais novo.

Franklin voltou a se aproximar dos outros dois garotos que estavam conversando. Com cuidado, ergueu o menino que jazia no chão. O menino emitia sons de extrema dor e agonia, o que fez Franklin ter ainda mais cuidado na hora de ajeitá-lo em suas costas. Ao terminar de colocá-lo o mais confortavelmente nas costas, Franklin e o garoto mais novo voltaram a se dirigir para mesma direção de onde vieram.

A garota, que até o momento havia sido uma mera espectadora daquele episódio, pareceu abismada. Por que aquelas pessoas fizeram aquilo afinal? Aquele homem estava apenas seguindo o fluxo natural das coisas, ou seja, sobrepondo sua vontade por meio da força. Era assim que devia ser. Ou será que...? Dessa vez, a curiosidade foi despertada antes em sua cabeça do que em seus pés, e assim, a garotinha decidiu que deveria seguir aquelas pessoas, aonde quer que elas estejam indo.


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Notas finais do capítulo

Como vocês devem ter percebido eu estou postando uma história complementar que se passa 15 anos antes da história original. Eu batizei de Zeit.

Então sempre que no capítulo tiver esse nome antes é porque se refere a essa história.

Obrigada por estarem acompanhando!



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