Inside The Blue Box escrita por Queen Of Peace


Capítulo 10
Capítulo 9




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A morena fechou os olhos e suspirou. Apesar de ter mandado Thomas ir embora, estava morrendo de vontade de correr atrás dele e pedir que voltasse. Ser mulher era realmente complicado. Voltou a empunhar a chave de fenda sônica, os pés se arrastando pelo chão sujo enquanto ela tentava andar sem fazer barulho. No final do corredor a Doutor achou uma sala que se parecia mais com uma ala hospitalar projetada pra algum filme de ficção científica.

Se aquilo fosse o que ela pensava que fosse, então todos, inclusive ela, estavam bem enrascados. Ela entrou na sala nas pontas dos pés, com medo de fazer algum barulho exagerado e entregar sua localização, mas ao que tudo indicava, aquele corpo além de pequeno era extremamente desajeitado. Poucos segundos depois de entrar na sala, a menina esbarrou numa mesa que sustentava diversos utensílios utilizados em cirurgias.

— Porcaria! — murmurou, correndo pra recolher as coisas que derrubara. Poucos segundos depois os passos voltaram a ecoar pela sala, e a menina só teve tempo de meter-se dentro de um armário de vassouras poeirento, que aparentemente fora esquecido pelos cybermen. A porta de madeira antiga tinha pequenas frestas, que provavelmente foram produzidas por cupins. Apesar de serem pequenas e quase invisíveis, a morena podia ver, mais ou menos, o que acontecia do lado de fora.

Sete cybermen entraram na sala, junto com eles meia duzia de humanos. Uma menina loira e alta, chorava aos berros e um dos rapazes tentava fazer com que ela se calasse a todo custo. Demorou um pouco pra que ela percebesse que o rapaz em questão era Thomas, e que logo ele e todos os outros do grupos receberam uma pequena descarga elétrica em seus corpos, que caíram com um baque surdo no chão.

A Doutor queria gritar. Gritar e sair daquele armário fedido e descer a porrada em todos aqueles idiotas metálicos. Ficou surpresar ao perceber como ser mulher a transformara numa pessoa violenta. Ela conseguiu segurar a vontade de gritar, e permaneceu escondida no armário. Os Cybermen deitaram todos os corpos sobre as macas, e o sétimo membro do grupo agora se equipava com os equipamentos de cirurgia que a Doutor derrubara minutos atrás. Ele deu passos lentos e pesados até a maca onde a loira chorona estava deitava; um bisturi em mãos enquanto todos os outros se agrupavam ao seu redor, observando-o trabalhar. A menina sabia o que aconteceria agora. Mas ela não sabia se queria ver aquilo. Ainda mais se queria ver aquilo acontecer com Tom. O cyberman não teve nem tempo nem tempo de levantar seu braço metálico antes que todas as luzes se apagassem e um grito ("EEEEI!") fosse ouvido ao longe. Todos os sete deixaram a sala, perseguindo o voz que ainda gritava por eles. A Doutor aproveitou a falta de luz e a distancia entre ela e os cybermen e deixou o armário. Dessa vez tomou todo o cuidado possível pra não esbarrar em nada até chegar na maca onde Thomas estava. Sua respiração estava normal e os batimentos cardíacos idem. Ele estava bem. Ótimo.

A morena correu pra desamarrar suas mãos e pés, e logo estava cutucando o rapaz na barriga e no peito para acordá-lo.

— Anda, Thomas — sussurrou, mas o rapaz não respondia. Continuou imóvel e adormecido, só faltava roncar. — Thomas, pelo amor dos deuses, acorda! — Aumentou o ritmo das sacudidas que dava em seus ombros e barriga, mas nada do rapaz reagir. Num momento de desespero, a Doutor ergueu o braço direito, pegou velocidade com a descida e deu um tapa no rosto de Thomas. O estalo do tapa ecoou pela sala, e a menina temeu que aquilo pudesse chamar a atenção dos cybermen, mas aparentemente eles estavam ocupados depois com a pessoa que estava gritando. O tapa foi eficaz, e Thomas ergueu-se da maca xingando e esfregando a bochecha.

— Mas que porr... — Mas a menina tapou sua boca antes que ele continuasse falando alto demais.

— Foi o único jeito de acordar você! — ralhou, e começou a puxar Thomas pra longe dali.

— Você é muito bruta, sabia disso? — Suas sobrancelhas estavam erguidas e seu rosto ainda ardia. Desconfiava que deveria ter a marca exata da mão da pequena na bochecha. — E os outros? — perguntou enquanto se afastavam da sala. Ele queria explicar o que tinha acontecido. Que estava mandando todos pra longe, mas aquele grupo, que estava aparentemente bêbado, insistia em permanecer num barzinho que havia ali por perto. E foi aí que os "robôs" chegaram e carregaram todos de volta ao prédio. Mas ele não teve tempo de dizer-lhe nada, já que ali, naquele corredor escuro, enquanto eles corriam pra longe da sala macabra, um homem que corria na direção contrária esbarrou neles, derrubando Thomas no chão.

— Desculpa! Vocês estão bem? — Mas ao invés de socorrer ou estender a mão para Thomas, ele puxou as mãos da Doutor, beijando-as enquanto um sorriso safado surgia em seu rosto. — É um prazer conhecer uma mulher tão bonita numa situação tão horrível quanto essa. Mas ainda assim é um prazer. Eu me chamo Jack Harkness. Capitão Jack Harkness.


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Notas finais do capítulo

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