Rose.. Uma Weasley? escrita por Gabs


Capítulo 34
Mansão Malfoy


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo bem grande e um novo logo depois, para compensar a ausência.



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Desde o julgamento, quando jantara ali com Rose, Scorpius não havia pisado na Mansão Malfoy, ele entrou com muito cuidado, já era bem tarde da noite e seus pais, provavelmente estava dormindo. Após a reunião com Roy, ele não queria ir para o seu apartamento, preferiu ir para casa, dormir no seu antigo quarto, quando todas as coisas ainda podiam ser resolvidas com um abraço apertado de Astoria e o chocolate quente de Draco.

Os cuidados de Scorpius, no entanto, foram desnecessários, seus pais estavam na sala de estar, sua mãe estava sentada no sofá, respirando com dificuldade, enquanto Draco fazia uma pequena massagem em seu peito.

—Merlim! Mãe, você está bem?

Correu Scorpius para perto dos pais. Astoria pulou em cima de Scorpius e lhe deu um abraço apertado.

—Filho, você está bem? O que faz aqui? Aconteceu alguma coisa?

—Estou bem. Minha preocupação é a senhora.

—Ela acordou sentindo dores no peito, já tentei alguns feitiços, mas é sentimental. Aparentemente, algo aconteceu com você e ela sentiu.

—Seu pai não acredita nessas coisas, mas eu sei que essas dores é porque algo aconteceu contigo filho. Tanto é que você está aqui. Você nunca vem aqui.

—Não aconteceu nada comigo mãe. Eu derrubei uma poção de dandas, no meu apartamento, e o cheiro lá está horrível, mesmo com feitiços, só vai passar amanhã de manhã, achei melhor vir dormir aqui.

 

Scorpius tomou um banho bastante demorado, e quando entrou no quarto, seu pai já o esperava.

—Sua mãe, mandou eu vim conversar com você. Aparentemente seu papo furado não convenceu nenhum dos dois.

—Estou bem pai.

—Duvido muito, mas coloque uma roupa, mostre um pouco de respeito perante seu pai.

—Já disse que estou bem.

—Sim, já disse, e quem se continuar repetindo, você mesmo acredite. O que está acontecendo Scorpius?

—Não é…

—Não diga que não é nada demais. Algo sério deve ter acontecido para que você preferisse vim para cá a ir para o seu apartamento. E, eu me pergunto se isso não tem a ver com os seus novos amigos.

Scorpius não respondeu.

—Também já tive esses amigos filhos, eles não são amigos, são interesseiros, vão usar o seu nome, e farão de você um bode expiatório se der errado. Você teve a sorte de se livrar de Askaban, estava até com um caso com aquela Weasley, pensei que finalmente tinha como sair.

—Você saiu?

—Não, mas o criei para ser muito melhor que seu velho pai.

—Se você saísse, vocês todos seriam mortos. Você, o vovô, a vovó…

—É esse o problema, estão ameaçando você? Diga-me um nome e eu cuidarei disso.

—Você me criou para ser melhor que você, e, sou. Eu não estou com problemas, com ‘essas’ pessoas, estou, com problemas com as ‘outras’. Eu sei que você não entende. Eu queria ser auror, porque achava que ajudaria a salvar o mundo bruxo, mas, na verdade, é sempre a escolha entre uma pessoa e milhares de pessoas, e, obviamente você escolhe as milhares de pessoas, porque são mais vidas. Mas, e se, você tivesse que escolher entre milhares de pessoas e uma pessoa, no entanto, essa uma pessoa, vale, para você, muito mais que as milhares? O senhor me entende.

—Acho que não.

—Se lhe dissessem, que o senhor teria o poder de salvar milhares de pessoas, mas para isso você teria que trair minha mãe, o que o senhor faria?

—Eu salvaria sua mãe, mas eu sou um filho da puta egoísta…

—Mas o senhor me criou para ser melhor que um filho da puta egoísta… Isso não importa de fato, eu não tenho escolha.

—Você se enganou filho. Quando digo que criei você para ser melhor do que, isso não significa que você não pode, por exemplo, ser um filho da puta egoísta. Quer dizer que você pode escolher entre ser ou não um filho da puta egoísta. Porque eu não tive escolha, você tem e sempre terá. Se você tem uma pessoa na vida que vale por milhares de pessoas, lute por ela, mesmo que ache que não tem escolha, você tem, sempre temos uma escolha. Não vale a pena salvar o mundo e perder a si mesmo.

—E se eu já tiver feito isso? E se eu já me perdi?

—Você não se perdeu, sabe como eu sei disso? Porque você está aqui, porque estamos conversando sobre isso, e, se eu tiver enganado, ainda há esperança, eu já me perdi, já entrei mais fundo na caverna da perdição do que você jamais vai alcançar, mas estou aqui, eu sobrevivi, você também pode. Você me perguntou se eu escolheria sua mãe ou milhares de pessoas, eu disse que escolheria sua mãe, e a escolho porque ela é minha bússola, sem ela, estou perdido.

—Não sei o que fazer, pai.

—Sabe sim. Você não sabe é como vai ter coragem para fazer. Um Malfoy, meu pai sempre dizia, não tem pontos fracos, não tem limites. Sua avó não era uma Malfoy, ela tinha um ponto fraco, eu, e isso a fez ir contra seu mestre, Voldermort. Ela fez um pacto de sangue com Snape, ela fingiu pra todos que Harry estava morto, só pra saber se eu estava vivo no castelo… O ponto é que os nossos pontos fracos nos tornam, paradoxalmente, mais fortes, e nos fazem encontrar coragem, em lugares que não sabíamos que tínhamos. Sua mãe e você são meus pontos fracos, as coisas que eu seria capaz de fazer por vocês dois… A questão, o quê, ou melhor quem é o seu ponto fraco.

—Obrigado pai.

—Eu sempre estarei aqui filho.

….

—O que aconteceu com ele, Draco?

Perguntou Astoria quando o marido se deitou ao seu lado.

—Não sei, mas vou descobrir.

 

Harry acompanhou Hermione até sua casa, assim que a reunião acabou, Ronald, fez, segundo Hermione, o que sabe fazer de melhor, fugir.

—Sabe, eu posso ficar um pouco mais.

Disse ele, quando chegaram na casa dela. Hermione sorriu, não importava quanto o tempo passava, Harry Potter estava sempre tentando salvar o dia.

—Eu sou ministra da magia Harry, você não precisa cuidar de mim o tempo todo. Além do mais, ele faz parte da missão, não posso me deixar regredir sempre que o vejo.

—Promete que vai ficar bem?

—Prometo. Nada que um copo de uísque de fogo não resolva. Vá para casa, Gina, deve está louca de preocupação.

—Preocupação não, curiosidade.

Ronald via a despedida de Harry e Hermione a distância, queria conversar com a (ex-)esposa, mas não sabia se teria coragem, ele era um covarde, teria que concordar com o que Rose dissera no último encontro entre eles.

—Como você está, Rony?

Perguntou Harry, surpreendendo o amigo.

—Como sabia que eu estaria aqui?

—Porque eu te conheço Rony. Devia ir para a casa junto comigo, Gina está louca para quebrar tua cara.

Ronald sorriu.

—Aposto que sim.

—Todos ficamos preocupados, você sumiu, e nunca mais deu notícia alguma.

—Estou em busca de redenção, não foi o conselho que me deu?

—Está dando certo?

—Não tenho a menor ideia.

—Você a magoou muito, Rony. Muito mesmo.

—Eu sei. Ela disse, que jantou com Rose…

—Sim. Hermione, Rose e Hugo, mas só serviu para que Rose fechasse de uma vez por todas, qualquer hipótese de reconciliação.

—Vocês estão se revesando?

Scorpius questionou quando a mãe se juntou a ele no café da manhã. Astoria sorriu.

—Seu pai saiu cedo, teve uma emergência. Como você está?

—Bem.

Astoria estava preocupada com filho, seja lá o que ele tinha conversado com Draco na noite anterior, também o tinha deixado preocupado.

—Mãe, diga o que a senhora quer perguntar. Lhe conheço. Sei que quando fica mexendo os dedos dessa forma, é sinal de que quer dizer algo.

—Seu pai diria que eu como sempre estou tentando romantizar as coisas, que seja!, sou uma pessoa romântica. É que há uns dias estava comprando umas coisas, e me deparei com uma foto em uma revista de fofoca, e, não pude deixar de notar que a garota ao seu lado, em nada parecia com Rose. O que é estranho porque imaginei que após o julgamento vocês…

O semblante de Scorpius mudou. Fotos de Scorpius com “Hermione” andaram rolando pelos tabloides, e apontavam a garota como a namorada de Scorpius. Fora Damian quem havia colocado a tal foto nos tabloide, ele sabia, era uma forma de aviso. A foto em si, não foi ruim, mas sim, saber que aquilo chegaria aos olhos de Rose, e ele não poderia explicar, tão pouco se defender, caberia a ele, somente torcer para que ela entendesse que não era verdade.

—Rose e eu não temos nada, mamãe. Nunca tivemos.

—Então porque no seu quarto há um monte de recortes de jornal sobre ela?

—Mamãe, esqueça Rose.

—Tudo bem, mas você a esqueceu? Porque nessas fotos podem até aparentar um interesse seu, mas seus olhos… você não a olha como olha Rose. E, se eu fosse você pararia de bancar o babaca e iria atrás de Rose, poque ela não é o tipo de mulher que se pode deixar escapar, muito menos, o tipo de mulher que vai permanecer solteira, esperando que você tome um jeito.

Scorpius engoliu em seco. Não era preciso que sua mãe falasse para que ele soubesse o quão especial era Rose, antes mesmo dele (re)surgir na vida dela, já havia, até onde ele sabia, um cara interessado nela.

—Eu sei, mamãe. Eu não posso, não agora, não posso arriscar.

—Não pode arriscar o quê?

—Não posso arriscar colocá-la em perigo.

—O que isso significa, Scorpius?

—Por favor, mamãe, não quero mentir para a senhora. Podemos só sentarmos aqui, tomarmos nosso café em silêncio ou conversando sobre banalidades?

 

Hermione não admitiria em voz alta para ninguém, mas ela estava amanda ser ministra da magia, era verdade que o trabalho era um saco, e que manter tudo em ordem era praticamente impossível, mas ela gostava, o poder lhe caia bem, percebeu ela.

Naquela manhã, sua secretária entrou assustada em sua sala. “Senhora Granger, tem alguém, que não marcou uma visita, mas gostaria que você o atendesse”.Quem é. Perguntou preocupada com o rosto pálida de Margareth (sua secretária). “Draco Malfoy”.

—Draco, que grata surpresa.

—Meu pai sempre disse que ser ministro era ser fingido, nunca o havia levado a sério, até agora.

—Estou tentado ser educada, Draco.

—Sabe muito bem que educação fingida eu dispenso. Sejamos sinceros, você não está nenhum pouco grata com a minha visita, muito menos pela surpresa. Gostaria que fossemos sinceros um com o outro nessa conversa.

Hermione o analisou.

—Tudo bem. Serei o mais sincera que puder.

—Um pouco antes do julgamento do meu filho, você me procurou e me disse que seria a juíza, durante todo o julgamento, Harry tentou conseguir um acordo. Eu fiz uma breve pesquisa, Harry dificilmente faz acordos, muito menos vários deles num mesmo julgamento. Minha pergunta é: Porquê?

—Já disse isso a você. E fui bem sincera na ocasião, fiz uma carreira jurídica, baseada sobre tudo na justiça, o julgamento de Scorpius nunca seria justo, eu tentei fazê-lo o mais justo possível.

—Por que, a preocupação com meu filho pagando ou não os meus pecados?

—O que isso importa?

—Responda, com sinceridade.

—Harry e eu, imaginamos que se Scorpius fosse julgado e até mesmo sentenciado, Ronald finalmente pararia de perseguir a sua família, e todos desfrutaríamos de paz.

—Sua filha… Ela compartilhava do seu plano?

—Até o julgamento, eu não falava com minha desde sua formatura em Hogwarts.

—Sério?

—Você pediu sinceridade, estou dando a você sinceridade.

—Então porque acho que tem muito mais nessa história do que você está me dizendo?

—Respondi todas as suas perguntas com sinceridade, não sei mais o que posso fazer para você Draco.

—Hermione, em nome daquela garota que lutava pelos excluídos, em nome daquela garota que me deu um soco quando fui estúpido o bastante para lhe chamar de sangue ruim, em nome da mulher que conseguiu uma trégua na guerra fria com os duendes/elfos/gigantes e demais seres mágicos, há mais na história da prisão do meu filho, sim ou não?

—Eu não posso falar como aquela garota, ou mesmo como aquela mulher, porque no momento, não sou nenhuma, nem outra, no momento eu sou ministra da magia, e o que eu posso falar, é que respondi todas as suas perguntas com sinceridade.

—Mas não respondeu com toda a verdade, não é mesmo? Eu sabia! Tem algo mais nessa história. Eu sabia!. Scorpius no que você se meteu.

—O que eu posso falar, é que você tem um grande filho, Draco. Muito melhor do que nós fomos.

—O que eu posso falar, é que vou descobrir no que ele se meteu e vou tirá-lo dessa.

—Ele não se meteu em nenhuma roubada Draco, ele é um bom garoto.

—Você pode ter ficado sem falar com Rose, mas acredito que falava com Hugo. Se o seu filho, chegasse na sua casa de madrugada, da mesma forma como o meu filho chegou ontem, você diria que ele não se meteu numa roubada, ou no mínimo com as pessoas erradas. Mas sabe o que é engraçado, eu já achava que ele andava com as pessoas erradas, o mesmo tipo de pessoa que eu andava. Ontem, porém, meu filho, disse que a preocupação dele não era “eles”, eram os “outros”, os “eles”, eu já sei quem são, os outros, vou descobrir.

—Draco, talvez, seu filho esteja começando a entender, que nenhum caminho, seja para ser o herói ou o vilão, é um caminho fácil, ou que não exija sacrifícios.

—Não existe uma caminhada para ser herói ou vilão. Harry só fez o que achava certo. Voldermort só não queria morrer. E, eu não quero meu filho em nenhum desses dois ninhos de vespas, se isso vai me tornar um vilão ou um herói, só o tempo dirá, mas meu filho não voltará mais para a casa do jeito que voltou ontem.


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