Ronald Weasley ainda estava tentando se concentrar em algo além do olhar que Rose havia lançado a ele. Mas ela pouco importava, não poderia importar. A única coisa que lhe chateava era a presença dela no tribunal defendendo um Malfoy. Quando os jornais souberem daquilo... Ele não queria nem pensar.

Mesmo que tentasse evitar ele não conseguia parar de pensar no quanto ela havia crescido. Seus cabelos eram mais longos do que lembrava e seus olhos muito mais intensos, sua postura no julgamento.... Se ela ainda fosse sua filha talvez ele sentisse orgulho, mas tudo que sentia era raiva, raiva por vê-la defender um Malfoy.

Por mais que ela não tivesse o jeito Weasley ou mesmo uma alma digna de um Weasley, ela devia saber que os Malfoy’s não prestavam, poxa! Será que ela nunca parou para ler um livro de história?

–Pai, o senhor está bem?

Hugo disse sentando-se ao lado dele. Ronald assim que entrara na sala de recesso tinha ido para um canto distante de tudo e de todos. Ele queria ficar sozinho com seus pensamentos;

–Claro que estou porque não estaria?

–Bom por causa de Rose...

–Desculpe filho, mas acho que não conheço ninguém com esse nome de Rose e mesmo se conhecesse posso te garantir que essa pessoa não me deixaria para baixo ou com qualquer sentimento seja bom ou ruim em relação a ela.

–Negue o quanto quiser, mas todo mundo percebeu que o senhor ficou abalado.

–Eu estou ótimo. Estava aqui somente pensando o quanto essa droga de julgamento está demorando e a sua mãe ainda acata o pedido de recesso da defensora daquele ser....

–Talvez ela tenha aceitado o pedido porque assim como todos aqui também abalada. Inclusive o senhor deveria ir lá vê-la, ela pode estar precisando de um abraço.

–Não seja idiota Hugo. Sua mãe é forte não se abala por qualquer coisa, além disso não posso entrar naquela sala, ela é destinada somente para a juíza e auror do caso. E mesmo assim ela está com Harry.

–Que seja, mas o abraço de um amigo nunca é tão reconfortador quanto o abraço da pessoa que mais amamos.

–Hugo eu já disse isso a Harry e agora vou dizer a você. Não preciso de conselhos sobre meu casamento.

–Não estou dando conselho de casamento pai, até porque se uma coisa que você e mamãe há tempos não são é casados, vocês estão mais para colegas de quarto. Eu estava so tentando colocar nessa sua cabeça dura que minha mãe com toda certeza ficou muito abalado com a chegada de Rose, porque acredite ou não pai, algumas pessoas tem sentimentos.

Hugo disse já bem irritado com seu pai. Como ele pode não sentir nada em relação a Rose? Ela é filha dele. Por Merlim!

–Olha só garoto, você fala baixo comigo que eu sou seu pai, entendeu?

Ronald gritou com raiva.

A raiva não era para seu filho, mas ele era o mais perto dele naquele momento.

–Ei vocês dois se acalmem.

James Sirius Potter chegou junto com Teddy Lupin para tentar acalmar os ânimos dos dois.

–Desculpem.

Hugo disse se dirigindo as outras pessoas que estavam na sala.

–Foi mal Jay é que meu pai me tira do sério.

Hugo disse á James quando estes junto com Teddy saíram de perto de Ronald.

–O tio Ronald tira qualquer um do sério Hugo.

Teddy disse.

–É que ele simplesmente fica ali dizendo que não conhece nenhuma Rose e que mesmo se a conhecesse ele não teria nenhum sentimento sequer por ela. E por Merlim ela é filha dele. Tá certo que ela cometeu alguns erros no passado e agiu por impulso ouras centenas de vezes, mas é filha dele.

–Se quer saber minha opinião ele está só evitando sentir qualquer coisa por ela. Todo mundo sabe que não a ser mais orgulhoso que ele e tipo se ele admitir sentir alguma coisa por ela ou se ao menos ela existir ele não vai conseguir nega para si que ela é filha dele. E se um dia ele admitir isso vai ser o que os trouxas chamam de Milagre.

Teddy argumenta.

–O pior é que não é só Rose, com minha mãe está quase do mesmo jeito. Vocês deviam ter visto hoje mais cedo quando fui na casa deles... Minha mãe mal olha na cara dele e quando conversa com ele é fria e indiferente.

–Hugo eu sinto eu te dizer isso, mas o casamento dos teus pais acabou no momento em que o tio falou para Rose que ela não era mais filha dele e ela sumiu. Desde então eles vivem em brigas constantes, eles sempre brigaram, mas tipo depois de Rose eles nunca fizeram as pazes é só passando de uma para outra. O máximo que eles conseguem é um trégua e mais nada.

James disse para o primo/amigo.

–Isso é verdade. E mais depois dessa última briga sobre o julgamento a tia Mione nunca mais foi a mesma, se vocês notarem ela está muito mal. Acho que essa aparição da Rose só vai deixa-la mais confusa.

Teddy concluiu

–Eu nem sei o que pensar...

–Façamos um seguinte, não pensemos... Só vamos ficar aqui e espairecer. Porque uma coisa é certa com a ajuda ou não de Rose, Scorpius não vai ganhar essa.

[...]

Draco Malfoy, Astoria Malfoy e Lucas Zabini estavam sentados em um dos sofás, eles por estarem do lado do réu foram deixados sozinhos.

–Até agora estou sem entender, Rose Weasley não estava casada e nos Estados Unidos?

Luke perguntou.

–É isso que você não está entendo Luke? Porque eu fiquei sem entender o que ela estava fazendo defendendo Scorpius da própria família.

–Eu sabia que ela viria.

Astoria disse normalmente.

–Como assim você sabia que ela viria?

Draco perguntou a esposa.

–Eu não sabia de verdade, mas estava torcendo sabe? Uma mãe tem direito a sonhar.

–Só eu estou perdido nesse assunto?

Luke perguntou.

–Acho que a única pessoa que está por dentro desse assunto é minha esposa Zabine.

Astoria sorriu.

–Meu amor, você se lembra quando chegou lá em casa louco da vida porque tinha descoberto que Scorpius seria julgado?

–Lembro.

–Lembra que eu fui no apartamento dele na manhã seguinte?

–Lembro.

–Pois bem, depois de conversa com Scorpius, Rose chegou no apartamento dele disse que tinha uma coisa importante para conversa com ele. E eu vi coisas...

–Que coisas?

Luke perguntou. Astoria sorriu.

–Bom digamos que coisas que só uma mulher poderia observar.

–O que você está tentando dizer?

–Scorpius gosta dela.

–Como é? Não é hora para piadinhas Astor.

Draco perguntou.

–É verdade. Você não viu como ele ficou preocupado com ela por esta defendendo ele da família dela? Ou como ele se declarou culpado somente para que ela não ficasse ali com a família? Ele gosta dela.

–Meu filho não pode gostar dela Astoria. Ela é uma Weasley.

–Weasley essa que está tentando salva-lo.

–Espera, mas o Scorpius está numa fase galinha, ele gosta de todas.

–Luke você conhece meu filho. Tente prestar atenção no modo como ele olha para ela e você vai vê o que estou dizendo.

–Mas... Eu não entendo porque ele a protegeria da própria família?

Luke perguntou ainda em dúvida.

–Não sei os detalhes, mas ao que parece ela nunca foi casada com nenhum um trouxa nos Estados Unidos, na verdade ela e a família cortaram relações. Meu chute é que desde que eles contaram relações eles nunca mais ficaram frente a frente. Vocês viram como eles ficaram surpresos, e não foi a surpresa de ver uma Weasley defendendo um Malfoy, mas sim a de e Rose. Viram como ela falou com Ronald ou com Hermione? Foi totalmente fria. E da discursão que eles tiveram assim que ela chegou?

Draco concordou.

–Então resumindo. Rose brigou com a família, Scorpius está gostando dela e ela está defendendo ele contra a família. Acho que isso está mais para uma vingança pessoal dela.

Luke falou

–Não, ela também tem sentimentos por ele.

–Astoria eu acho que você está ficando louco. Um Malfoy nunca se apaixonaria por uma Weasley, nosso sangue impede isso. E vice-versa;

–Draco, meu amor, acredite no que quiser, mas ninguém entende mais de sentimentos do que uma mulher. E que meu filho está caidinho por Rose Granger Weasley ele tá.

[...]

Aconteceu rápido, num piscar de olhos, em um dado momento Draco estava sorrindo da confiança que Astoria adquiriu após a chegada de Rose e no outro ele estava no chão sendo enforcado por Ronald Weasley.

Com muito esforço ele conseguiu tirar as mãos de Ronald em volta do seu pescoço. Hugo e James Sirius já vinham em direção a Ronald lhe segurando.

–Por acaso ficou louco Weasley?

Disse Draco massageando seu pescoço. Astoria agora estava ao seu lado junto com Luke.

–Sua sorte Malfoy é que não estou com minha varinha senão eu te levaria para o lugar onde você merece.

–E que lugar seria esse Weasley?

–Junto com a morte.

–Isso é uma ameaça por acaso?

–Não, é um arrependimento. Eu devia ter te deixado no meio do fogo maldito. Devia ter te derrubado daquela vassoura. Se eu tivesse feito isso nada de ruim teria acontecido.

–Não me culpe se nem mesmo sua filha quer ter algum tipo de relacionamento contigo.

–Eu não tenho nenhuma filha Malfoy. E logo, logo seu filho vai para Azkaban. Espero que tenha curtido os últimos dias com ele.

– Claro que Rose não pode ser sua filha ela parece ter um coração e ser boa pessoa. E saiba que eu não tenho nenhum medo do meu filho ir preso porque não importa o que ele faça ou para onde ele for, ele sempre vai ser meu filho e eu sempre vou ama-lo. Vai precisar muito mais que uma prisão, mesmo que injusta, para que minha família seja destruída.

–Senhor e Senhora Malfoy vocês como pais do Scorpius podem ir para a sala dos réus, eu acho melhor vocês irem.

Hugo disse ajudando James a segurar seu pai.

–Eu vou, mas não por medo de você Ronald, é que entre você e meu filho, meu filho vence. Isso é que é ser pai, talvez um dia você aprenda isso.

[...]

–O que foi aquilo Draco?

Astoria perguntou enquanto eles iam na direção da sala dos réus.

–Eu estava ajudando Ronald. Vê se ele acorda antes que seja tarde demais.

–Do que você está falando?

–De nada, vamos.

[...]