Quase Famosos escrita por Sawatari


Capítulo 2
Capítulo 2 - Porque eu só encontro anormais?!




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[Jason PDV]

     Bem, já estou acostumado às pessoas gritando meu nome, mas levei um susto. Como devem ter visto, não sou um cara comum. Eu sou vocalista e guitarrista da mais famosa banda de rock desde Kiss. Mas não gosto de me gabar, até porque Temptation acabou há dois anos. Mesmo assim, as pessoas ainda gritam feito doidas quando me vêem.

     - É... sou eu. - respondi. O que mais eu podia fazer? - Qual o seu nome?
     - Justin! - disse o garoto, com a mesma cara daquelas fãs doidas. Ele não ia me pedir pra autografar a cara dele também, né?

     De repente ele pareceu ter se lembrado de alguma coisa. Tirou a mochila comprida das costas e tirou uma guitarra. Era igual à do Slash, vermelha, e era tão bem cuidada que parecia de colecionador. Justin pareceu aliviado e voltou a guardá-la. Hm, será que ele tocava bem? Talvez se eu o distraísse, ele parava de gritar. A múmia dos bilhetes ficava olhando com uma cara de "babá demoníaca de filmes", sem entender nada, eu acho.

     - Hey, - chamei. Justin olhou pra mim confuso. - Você toca guitarra há muito tempo?
     - Claro! - dele gritou, fazendo a vendedora rosnar. Ela parecia até um buldogue verruguento. Deu medo. - Há quase seis anos!
     - Seis anos? - isso era realmente muito tempo. - Tem alguma banda?
     - Não...

     Bem, acho que não teria problema dar uma chance pra gente nova... Ultimamente, só o que aparece nos testes são emos, góticos e psicopatas, esse último era o motivo de eu ter o número da polícia na discagem rápida. Dei uma olhada para o Justin, ele era magrelo e não parecia do tipo "me aceita ou te mato!". Tirando o fato que parecia uma garota histérica (maldade, mas ele parecia mesmo), parecia uma boa opção.

     - Bem, eu estou na cidade fazendo uns testes, - Justin ficou parado, me olhando com uns olhos gigantes. Agora ele tava começando a me assustar. – talvez se você quiser tent...
     - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHH!!

     Dei um pulo quando ele gritou. Meu Chuck Norris, não era pra tanto! Já peguei meu celular por precaução, porque esse tipo de fã faz coisas absurdas. É melhor você nem perguntar!

     - Claro! – ele gritou de novo, quicando no mesmo lugar.
     - Err... então é só ir para o estúdio na esquina da Lincoln às três horas.
     - Às três? – Justin pensou um pouco. – Hmm, tenho uma detenção hoje até meia-noite, mas posso faltar.
     - Detenção até a meia-noite? – repeti, confuso. – O que fez?
     - Toquei fogo no corredor da escola sem querer. Nada de mais. Mas melhor eu ir agora, senão o macaco vai comer meus tacos de novo.

     Ele sorriu e deu de ombros, como se fosse algo comum e saiu. Ainda bem que ele foi embora logo, antes que me arrependesse de ter chamado aquele garoto para os testes. Meu trem chegou logo depois, e por sorte não tinha muita gente.
     Só que as pessoas que tinham ali eram dois caras bem mal encarados, e um garoto com uns fones de ouvido que nem olhou pra mim. Ai, péssimo dia pra sair sem um guarda-costas! Os caras levantaram assim que o trem saiu da estação e foram chegando perto de mim...
     Porque eu resolvi sair com um rolex, roupas importadas no metrô de Nova Iorque sem proteção?! Esses caras iam me matar! O menino no canto finalmente tinha percebido aquilo também, e ficava me olhando com uma cara de choque era estranha.

     - Hey, mauricinho, passa a... – disse um deles, já estalando os punhos.
     - Ah, violência não! – gritei, já em pânico. – Tenho uma seção de fotos em uma hora!!

     Eu sei que você pensou que eu era um cara legal e corajoso quando ajudei o Justin com os valentões, mas qual é, eles eram só garotos. Garotos que pareciam muito com gorilas canibais, mas garotos. Aqueles eram homens e podiam estar armados! Fechei os olhos e botei os braços na frente do rosto, mas sabia que aquilo não ia adiantar nada.

     - Aí, pega alguém do teu tamanho! – disse uma voz feminina, mas eu não lembrava de ter nenhuma garota no vagão.

     Abri os olhos e vi entre os braços o garoto do canto de pé, e os caras virados pra ele. Mas peraí! Olhando de perto, dava pra ver que não era um garoto, era uma menina. Uma menina com roupas surradas de garotos, cabelo curto, sardas na cara e uma cara de poucos amigos.
     Um dos caras deu uma risada e foi chegando perto, mas ela meteu um soco na sua barriga que já estava bem grandinha. Uma direita linda, quase profissional! O outro foi chegando também com os punhos fechados, mas ela meteu um belo chute nos meio das pernas dele que chegou a cair para trás.
     Se eu tava apavorado com aquilo, nem comento sobre os ladrões.

     - Vamos, levantem! Vocês tão com medo?! – ela ergueu os punhos na frente do rosto e ficou mudando o peso de um pé pro outro. – No quartel a gente tem um jeito especial de cuidar de gente como vocês!

     Graças ao Jimmy Hendrix o trem foi parando, e antes que as portas se abrissem por inteiro, os dois caras levantaram e correram pra fora que nem diabo fugindo da cruz (cara, ando passando muito tempo com meu avô...). Então ela bufou, abaixou os punhos e se virou pra mim, me olhando com a mesma cara de psicótica. Quando eu já tava achando que ela me bater também, a menina começou a gritar, e pulou em cima de mim quase me esmagando.

     - Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhh!! Jason Tunner, eu sou sua maior fã!!!

     Meu Chuck Norris, de novo não!!!

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