Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 97
Apostas de Verão - parte 4 - 'A 'ole pilikia


Notas iniciais do capítulo

'A 'ole pilikia = bem vindo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/476325/chapter/97

 

...

Depois de um longo e cansativo voo...

— Finalmente, chegamos! – Fabrício exclamou entusiasmado correndo para explorar o aeroporto.

— Eu não via a hora de esticar as pernas. – Félix comentou com as mãos nas costas. – Acho que minha bunda estava ficando quadrada.

Niko passou por ele e Félix se surpreendeu ao sentir uma mão em seu traseiro e logo após ele responder: – Não, ela continua do mesmo jeitinho.

— Ousado!

O loiro deu um sorrisinho malandro e saiu tirando fotos.

— Olha pra isso, os dois carneirinhos deslumbrados. – Félix falava vendo pai e filho quando a pequena Mel chegou perto e pegou em sua mão.

— Vovô, posso ver o avião indo embora?

— Pode, vem. – Félix a levou até uma parede em vidro. – Daqui dá pra ver os aviões indo e vindo, olha.

Jayme se juntou a eles, chamando a atenção de Félix, pois sua expressão não era nada boa.

— Filho, muda essa cara! Nem parece que estamos num lugar tão bonito.

— Vou tentar, pai. Mas, acho que já estou me arrependendo de ter vindo.

— Por quê? Cadê a Angélica e o bebê?

— Estão ali. – Apontou para trás onde a noiva vinha com o filho num braço e no outro puxava uma mala de rodinhas.

Ela chegou perto e deixou a mala cair nos pés de Jayme.

— Vamos, filho, que seu pai não nos ajuda nem a carregar as malas! – Reclamou.

Ele recolheu a mala do chão. – Eu não peguei as malas porque aqui tem gente para fazer isso. Por que você tem que reclamar de tudo, hein? Do que eu faço e do que eu deixo de fazer.

— Talvez porque você não faça direito ou não faz o que deve.

— O que eu devo fazer agora, majestade? – Indagou irônico.

Ela lhe entregou o filho. – Agora apenas segure o seu filho. Eu vou procurar o banheiro, fiquei enjoada depois de toda a viagem.

— Vai, vai...

Ela saiu pelo aeroporto. Félix, vendo a cena, falou para a neta: - Mel, fica aqui olhando os aviões enquanto eu vou conversar com o seu tio Jayme, tá? Não sai daqui.

— Sim, vovô.

Pegou num ombro do filho.

— Qual o problema? A Angélica não está se sentindo bem?

— Não, ela disse que ficou enjoada da viagem, mas ela está enjoada naturalmente faz tempo. – Suspirou. – Olha, pai, não sei o que houve com a gente, mas a vida morando junto não é igual ao tempo de namoro.

— Onde você ouviu falar que é, Jayme?

— Não, eu não pensei que seria exatamente igual, mas... Eu não sei... Parece que agora a gente se estressa à toa. Quando eu tento fazer alguma coisa pra ela, ela não tá a fim ou não gosta. Quando eu não faço nada, ela reclama porque eu não fiz. Eu não sei o que fazer!

Félix pegou nos ombros dele. – Filho, você sabe que antes do seu papi carneirinho eu fui casado com a mãe do Jonathan...

— Sei.

— E se tem uma coisa que eu aprendi nessa época e nunca esqueci é: mulheres são complicadas.

— São mesmo... Mas, a Angélica não era, pelo menos, não parecia quando a gente só namorava. Depois de todo esse tempo parece que ela está ficando... Chata.

Félix riu. – Por isso que eu não gosto da fruta.

— Mas, eu sou hetero, pai, eu gosto.

Ambos riram. Félix levou Jayme para sentar e conversar.

— Vem, filho, sabe... Não há tanta diferença assim, relacionamento é relacionamento, seja hetero ou homo não é tão simples.

— Vocês sempre fizeram parecer que sim.

— Mas é porque o Niko e eu, quando ficamos juntos, tínhamos acabado de sair de outros relacionamentos totalmente conturbados, com pessoas que, sinceramente, não vale nem a pena lembrar. Principalmente do lado do carneirinho...

— Eu lembro que tentaram me separar do meu pai Niko, não foi?

— Foi. Era uma época péssima para todos nós. Seu pai sofreu bastante e eu também tinha meus motivos para sofrer. Nós dois precisávamos fazer com que entre nós desse certo. Acredite, Jayme, eu achei que havia colado chiclete na cruz e não merecia o amor de ninguém, muito menos do Niko. Eu pensei muito, muito mesmo, antes de aceitar entrar para a família que o Niko me oferecia... Ele, seu irmão e você.

— O que te fez decidir ficar com a gente?

Félix sorriu como se lembrasse dos momentos bons que passou com seu amado carneirinho quando começaram a namorar...

...

—... Quando estou com você, eu sinto uma coisa que... Ai, carneirinho, não sei nem explicar!

— Tente explicar não, Félix... Sentimento é assim mesmo, não tem explicação... Só existe.

...

Então, afirmou:

— O que me fez decidir foi uma coisa que eu sentia e que eu não sabia explicar... E quando o Niko me fez entender que aquilo não tinha explicação, só precisava ser sentido... Eu finalmente me decidi. Se eu negasse por mais tempo o que eu sentia pelo Niko, filho, eu teria vivido o apocalipse. E estou falando sério agora. Porque, simplesmente, tudo teria acabado para mim. Sem o amor do carneirinho eu não seria nada. Ele mudou a minha vida e eu não poderia viver se não fosse ao lado dele.

— É muito bonito o amor de vocês. Mas, isso foi o suficiente para te fazer esquecer tudo que te fazia sofrer, todos os problemas, todas as dúvidas, e ficar com o papai?

— Talvez não tenha sido tudo, mas foi o principal. Eu sabia que se aceitasse o amor do Niko eu estaria aceitando você e seu irmão também. Eu estaria aceitando uma nova família e uma nova vida. Eu via vocês e não me sentia capaz de fazer parte disso... Até quando eu comecei a me ver entre vocês, a ver que eu já fazia parte e nem percebia. Foi só então quando eu senti como seria viver essa vida, me tornar pai de vocês, cuidar, zelar por vocês, amar todos incondicionalmente... Só aí foi que eu tive coragem para levar vocês a Angra para morarem comigo. E não pense que acabou aí, simples assim, e fomos felizes para sempre. Não... No começo eu sentia o peso enorme da responsabilidade que eu havia tomado para mim. Cuidar das pessoas que eu mais amo nessa vida não é uma tarefa fácil, nunca foi. Além de vocês, eu tinha que cuidar do papi também, ele precisava de mim. – Félix começou a ficar com os olhos marejados. – Jayme, filho, eu senti medo, muito medo. Você não sabe... – Respirou fundo. – Não sabe como me doía o peso do meu passado... A rejeição do papi... Cada vez que ele fazia questão de mostrar o quanto não gostava das minhas escolhas. Eu não havia escolhido me apaixonar por outro homem, é da minha natureza, mas eu havia escolhido amar o Niko e deixar que ele mudasse minha vida. E essa foi a única escolha boa que eu fiz na vida. – Félix sorriu emocionado enquanto desabafava com o filho, e não viu que o outro filho estava atrás deles, ouvindo também a história. – Cada dia que eu acordava ao lado do carneirinho eu agradecia por ele estar lá, por não ter ido embora, por não ter se arrependido de mim. Cada dia que eu via o rostinho de vocês eu agradecia por estar conseguindo ser um pai digno pra vocês. Sabe, tinha vezes que eu levantava no meio da noite quando vocês eram pequenos, o Fabrício ainda era um bebê, logo depois que a gente se mudou, e ele nem estava chorando e mesmo assim eu ia lá e ficava olhando pra ele... Depois ia ver se você estava dormindo direitinho e te cobria e ficava te olhando... E eu agradecia, Jayme. Nem sei a quem, a quê, eu nunca fui religioso, mas eu agradecia à vida por ter me dado vocês.

Jayme enxugou em Félix uma lágrima que rolou. Félix não se conteve em fazer uma piadinha.

— Você tá vendo né? Seu papi mudou tanto minha vida que conseguiu me transformar num manteiga derretida igual a ele.

Jayme apenas sorriu. Félix continuou:

— Cada dia que passava eu me sentia mais orgulhoso de mim mesmo por estar finalmente fazendo as coisas direito. E cada dia que eu via o papi... Eu me sentia um guerreiro que ia à luta e não sabia se voltaria vitorioso ou derrotado. Eu só passei a ter certeza da minha vitória, sabe quando? Quando o papi soberano disse, pela primeira vez, que me amava... E me chamou de filho. Como eu nunca pensei que ele iria me chamar. Só aí eu parei de ter medo. Porque se eu havia ganhado a batalha mais difícil da minha vida, eu sairia vitorioso de qualquer coisa.

Jayme respirou fundo. – Pai, algumas vezes eu sinto medo... De fazer tudo errado. De não poder me orgulhar de mim mesmo e da minha família como você. Eu pensava que só o amor era suficiente, mas... Tem um monte de coisa...

— E você acha que eu conhecia alguma dessas coisas antes de ficar com seu papi carneirinho? Pelas contas do rosário, Jayme, eu não conhecia nem o amor, quanto mais as outras coisas. Mas, eu só tinha uma coisa em mente: eu já tinha errado muito na vida, dessa vez eu não podia falhar. Muito menos, desistir. Porque o Niko nunca desistiu de mim. Eu não poderia desistir dele, nem de vocês.

— E eu vou aprender tudo que for preciso, pai. Eu não vou desistir nunca da minha família. Eu os amo. Muito.

— Eu sei que ama. Uma coisa que seu papi carneirinho me ensinou, dentre várias, foi a ver o amor nos olhos de uma pessoa. E eu vejo o quanto você ama a sua noiva e esse meu netinho fofo. – Brincou com o neto no colo do filho.

— Eu acho que eu preciso ter muita paciência, né?

— Precisa. E essa é só uma das coisinhas que se precisa aprender num relacionamento. Ah, mas nem se preocupe, eu estou aprendendo até hoje! – Riu.

Nesse momento, Fabrício já havia ouvido o suficiente e saiu de perto deles.

Jayme suspirou. – Eu só queria que a Angélica não reclamasse tanto comigo.

— Devem ser os hormônios...

— Como assim?

— A-Ah... Sei lá, mulher tem dessas coisas, né?

— Olha, pai, como médico eu sei que não existe TPM que dure tanto tempo.

Félix riu. – Não... Duvido. É... É só uma fase, vocês vão passar por isso, tenho certeza, filho, você não salgou a santa ceia para merecer isso por mais tempo.

— Espero que não. – Riu.

— Ah, e não pense que tudo sempre foram flores no meu casamento com o carneirinho. Nada disso! Você não faz ideia de quantas vezes aquele seu pai já me tirou do sério.

— É raro eu ver vocês tendo uma pequena discussão... Nunca vi vocês brigando de verdade.

— Ah, nunca tivemos uma grande briga, mas já tivemos nossos maus momentos. E os motivos foram vários, principalmente ciúme. O carneirinho é muito ciumento.

— Sei... E você não?

— Sou quando necessário. Sei que o carneirinho não olharia para outro se ele tem a mim. Eu me garanto.

— Convencido...

— Filho, eu sou eu e como eu não há, ok? Mas, sabe o que era bom nas nossas briguinhas? É que sempre acabavam do mesmo jeito... – Afirmou com um largo sorriso.

— Ah, imagino...

Félix riu. – Deveria tentar ser assim, sabia? Sempre que brigarem, você e a Angélica, seja carinhoso com ela depois e, se precisar, contrate uma boa babá para cuidar do Ângelo enquanto vocês fazem as pazes.

Jayme riu. – Só você para propor isso, pai. Mas, é uma boa ideia, acho que vou recontratar a Adriana.

Riram.

Niko se aproximou deles.

— Do que falam tanto, hein? Faz um tempão que estou esperando lá fora.

— A gente só estava conversando, carneirinho. E você? Já descarregou o celular de tanto tirar fotos?

— Não, ainda não. Mas, não descansarei até conseguir. E eu trouxe bateria extra, viu? – Brincou.

— Já vi tudo. – Tocou em Jayme. – Ele vai ficar igualzinho como nas outras viagens.

— Como? – O filho perguntou.

— Bancando o guia turístico maluco ou o fotógrafo obsessivo.

— Ah, ah! Muito engraçado, Félix. Tô morrendo de rir. – Niko guardou o celular. – Está melhor assim? Não vou mais tirar fotos, por enquanto.

— Até quando?

— Até chegarmos ao hotel.

— Nossa, que coincidência! Nós já vamos para lá.

Pôs as mãos na cintura. – Eu sei, só por isso parei por agora. Então, vamos chamar os outros? – Olhou para os lados. – Onde estão?

— A Angélica foi ao banheiro, deve estar voltando. – Jayme respondeu.

— E o Fabrício?

— Pensei que ele estivesse com você. – Félix disse.

— Ele estava, mas disse que ia ver se o amigo dele já tinha desembarcado e saiu. Pensei que já tivesse voltado.

— Não, ele ainda não veio.

— Félix, e a Mel? Ela não estava com você?

Félix se preocupou quando percebeu que havia se esquecido da neta e viu que ela não estava mais onde ele havia dito para ela ficar.

— Mel? Mel! – Falou mais alto e levou as mãos à cabeça. – Carneirinho, não pode ser...

— O quê?

— Eu perdi a Mel!

— Quê! Não acredito!

— Mas, pai, quando eu entrei vocês estavam vendo os aviões bem ali... – Jayme apontou.

— Sim, e eu disse para ela não sair dali. Não pode ser... Cadê essa menina? Bem que o Jonathan disse que ela estava bagunceira. Aonde ela se enfiou? Eu devo ter contado as moedas de Judas pra acontecer isso! - Saiu andando pelo aeroporto procurando-a.

— Vamos também, Jayme, cada um vai para um lado e... – Niko e Jayme também iam procurá-la quando a viram sair de detrás de um vaso enorme de plantas perto de onde Félix a havia deixado.

— Melissa! – Niko foi até ela. – A gente ficou preocupado te procurando. Por que você se escondeu?

— Eu não me escondi não.

— Não? E o que estava fazendo atrás desse vaso?

— O vovô me deixou ver os aviões daqui, aí o avião foi saindo pela pista e eu fui vendo assim... – Ela demonstrou o que fez. Foi andando de ladinho olhando pelo vidro de onde Félix a deixou até ser coberta pelo vaso de plantas sem nem se dar conta.

Niko e Jayme se olharam e se puseram a rir, quando Félix voltou.

— Eu não a vejo em lugar nenhum! – Foi quando percebeu como eles estavam rindo e se irritou. – É o apocalipse vocês terem uma crise de riso logo agora em vez de me ajudarem a procurá-la.

— Félix, você nem percebeu! – Niko exclamou rindo. – Será que ele não está usando as lentes de contato, Jayme?

— Eu acho que não, pai.

— Félix, onde você viu a Mel pela última vez?

— Bem ali... – Ele olhou e achou a neta saindo outra vez de detrás do vaso.

Félix entendeu o que havia acontecido, que a menina não havia saído nem dois metros do local onde ele a havia deixado e ele havia feito um escândalo à toa. Então pegou na mãozinha dela sem dizer nada, ouvindo a risada de Niko que comentou:

— Amor, como você não a viu antes? E no mesmo lugar que deixou! Perdeu as lentes foi? Olha, seus óculos estão na minha mala se você quiser. Lembre-se que você tem vista cansada, sua visão não é mais a mesma...

— Niko! – Félix fez sinal de zíper na boca para ele se calar e saiu na frente levando a menina.

O loiro e o filho seguraram o riso e foram atrás.

...

Pouco depois, chegavam ao hotel...

Aloha! – Uma moça que mais parecia uma modelo vestida como uma havaiana típica dava as boas vindas aos turistas na entrada do hotel colocando-lhes o tradicional colar de flores.

— Olha, Félix!... – Niko já havia voltado a tirar fotos. – Esse lugar é lindo!

— É, mas vê se não tira foto de cada metro quadrado, carneirinho. Depois diz que não parece um fotógrafo obsessivo.

— Não me enche, Félix, eu quero registrar cada momento nesse paraíso.

— Que seja.

Os filhos vinham logo atrás. Jayme entrou com a noiva e o filho e em seguida, Fabrício e o amigo dele, Pablo, que ficaria no mesmo hotel.

— Olha pra isso, Fabrício! É como eu imaginei.

— É como eu imaginei também. – Fabrício comentou olhando para tudo, especialmente para a moça que os recepcionava.

Aloha! – Ela cumprimentou colocando o colar nele.

Fabrício logo exclamou: — Aloha... Wow! Everything here is so beautiful! *Uau! Tudo aqui é tão bonito!*

Mahalo! – Ela respondeu sorridente.

What Mahalo means? *O que significa Mahalo?*

Thank you. *Obrigada.*

Ah, nice! Mahalo very much. *Ah, legal! Muito Mahalo.* - Piscou.

Ela riu.

Did I say something wrong? *Eu disse algo errado?

Ela respondeu simpática: - You can say Mahalo nui loa. *Você pode dizer Mahalo nui loa.*

— Oh, ok...

O amigo dele puxou-o pelo braço.

— Fabrício, eu não entendi...

— Não? Pensei que você soubesse inglês. – Riu.

— Não foi o que você falou que eu não entendi, é o que você está fazendo.

— Estou puxando conversa, ora! O quê que tem?

— Com a moça da recepção?

— E daí? Estamos aqui para nos divertir, não estamos? Olha ao redor, quanta gente bonita. Eu não falei que seria bom?

— É, falou... Espero que seja.

— Tá preocupado com alguma coisa? Você tá estranho...

— Não, não... Olha ali, seus pais estão chamando. Vamos. – Apontou ao ver que Niko e Félix faziam sinal para os acompanharem.

...

...

No corredor, Niko falava a distribuição dos quartos.

— Muito bem, ficamos assim... Jayme e Angélica, numa suíte especial que tem um berço para o Ângelo, mais pra lá tem o quarto do Fabrício, o quarto do Pablo, e logo acima, nossa suíte, com um lugarzinho especial para a Mel.

— Eba! – A neta de Félix pulou em seus braços comemorando por ficar junto com o avô.

— Eba... – Félix deu um sorriso, mas falou baixinho por entre os dentes para Niko. – Com ela lá vai ficar difícil de termos nossa lua de mel, né carneirinho?

Niko o respondeu do mesmo jeito. – Não tinha outro jeito, Félix, ela não pode ficar sozinha.

— Ficava no mesmo quarto do Jayme, eles já têm uma criança para cuidar, podem cuidar de outra.

— Félix, amor, o Jayme e a Angélica também vieram pra cá para descansar, esqueceu? Não vão ficar cuidando das crianças o tempo todo. E o Fabrício é um rapaz de dezessete anos, não ia ficar de olho numa garotinha de seis.

Félix suspirou. – Ok, você tem razão como sempre.

— Não queria que eu ficasse no mesmo quarto que vocês, vovô?

— O quê?... Não, imagina, minha abelhinha... – Apertou seu narizinho.

— Eu deixo vocês terem a lua de mel.

Félix olhou para Niko sem jeito.

— Viu? Vai falar demais! – Niko comentou. – Criança nessa idade ouve tudo. E pergunta tudo também.

Mal tinha acabado de falar e a pequena perguntou:

— Vovô, o que se faz na lua de mel?

— A-Ah... O... Quê?... É... Me ajuda, carneirinho.

— Eu não, se vira.

— Niko!

— Eu disse que ela ia perguntar, não disse?

Félix virou para a neta pensando na explicação e a pequena comentou:

— Vovô, quando minha mãe e meu pai foram a essa lua de mel e eu fiquei com você, quando eles voltaram disseram que eu ia ter um irmãozinho.

— Ah, é... É, Mel, às vezes a lua de mel serve para isso, para os papis encomendaram um irmãozinho para os filhos.

— Então, se você e o Niko forem pra a lua de mel vocês vão trazer um irmãozinho pra o tio Fabrício e o tio Jayme?

Antes que Félix pudesse abrir a boca para falar qualquer coisa, ele ouviu a risada estridente de Fabrício.

— Que engraçado, Mel! Boa pergunta! Ah... – Fabrício parou de rir quando viu como Félix o encarava. Passou o dedinho na sobrancelha e respirou fundo para parar de rir. – Pronto, parei. Mas, admita papi, foi engraçado.

— Bastante. Não vê como estou morrendo de rir.

— Ai... Deu pra sentir seu sarcasmo daqui, sabia? E eu não fui o único que ri da pergunta, viu, papi?

Félix olhou para trás e Niko estava com uma mão na boca, rindo disfarçadamente. – Ai, Félix... Admita, foi engraçado.

— Está achando graça, carneirinho? Explica para ela qual de nós dois vai trazer o tal irmãozinho. – Colocou a menina nos braços do loiro.

— Qual de vocês dois vai trazer, Niko? – Ela perguntou.

— Ah, essa eu quero ver. – Disse Fabrício com um sorriso cínico.

— Fabrício, vai para o seu quarto desfazer a mala, vai. – Niko mandou.

— Ah, papai...

— Agora.

— Tá bom! – Virou para a sobrinha. – Mel, depois você me conta o que eles te disseram, tá? Também quero saber qual dos dois vai me dar um irmãozinho. – Saiu rindo.

— Ele está pedindo para ser castigado de novo, carneirinho. – Félix comentou.

— Está... Mas, deixa ele. – Virou para a menina. – Então, Mel, olha... Nenhum de nós vai dar irmãozinho nenhum ao Fabrício mais. Primeiro, porque não temos mais idade para isso, segundo porque somos dois homens e só as mulheres, como sua mamãe, podem ter bebês.

— Eu sei.

— Sabe?

— Sei. Mas, eu pensei que vocês iam para a lua de mel para adotar um bebê e trazer para ser o irmãozinho dos meus tios.

Niko e Félix se olharam. Félix pegou a menina no colo de novo e lhe deu um beijinho dizendo:

— Puxou a inteligência do avô mesmo. Viu, carneirinho? Não foi tão difícil.

— Ah, olha só quem fala... Quem que ficou com medinho de explicar pra ela?...

— Medinho não, Niko, um leve receio de dizer besteira. Quem melhor que você para explicar essas coisas? Se saiu bem com o Jayme e com o Fabrício.

— Eu não fiz tudo sozinho, você ajudou.

— Ajudei, realmente. Quando me perguntavam algo assim eu sempre os levava até você.

Niko riu e parou quando Mel indagou: - O que é que meus tios perguntavam?

Félix tratou logo de mudar de assunto. - Vamos conhecer nosso quarto? Vamos.

...

Ao chegarem...

— É aqui que eu vou ficar? – A menina perguntou pulando na cama de casal.

— Não, não é não. Você não acha que essa cama é muito grande para você, mocinha? Vem, vou te mostrar onde você vai dormir.

Mostrou um espaço do outro lado do quarto onde havia uma cama de solteiro cheia de almofadas coloridas.

— Que linda minha cama!

— Não é? É para combinar com você, Mel. Agora, faz um favorzinho para o vovô?... – Félix teve uma ideia ao ver que Niko havia se distraído tirando fotos da paisagem na varanda. – Quer ganhar uma barra de chocolate inteirinha só pra você?

— Quero!

— Eu dou, você só tem que ir para o quarto do seu tio Jayme e ficar lá brincando com o Ângelo. Depois eu te chamo e te dou a barra de chocolate, que tal?

— Tá bom!

Félix a levou até a porta e mostrou como ir para o quarto do filho. Então, fechou a porta e foi até onde Niko estava.

— Olha essa vista, Félix! – Exclamou o loiro ao notar a presença do marido.

Félix parou para olhá-lo ali tão bonito se misturando a paisagem que ficou com cara de bobo. Niko aproveitou e tirou uma foto sua.

— Ah, não, carneirinho, eu não estava preparado!...

— Como se você precisasse se preparar para sair bonito numa foto. – Tirou outra.

— Para, chega! Me dá isso. – Tirou o celular das mãos dele e pôs em cima de uma mesinha. Então, agarrou-o pela cintura e o beijou.

— Hum... O que você quer, hein?

— O que eu quero, carneirinho? Será que eu dancei a Hula para o rei Davi para ainda me perguntar o que eu quero depois de todos esses anos?

Niko riu. – Já começou com suas piadinhas ao estilo havaiano é?

— Eu não perco a piada, você sabe.

— E pelo visto você também não quer perder tempo, não é?

— Nem um só minuto. – Levou-o até a cama segurando em sua mão. – Afinal, o principal motivo de estarmos aqui é para comemorarmos nossas bodas de dezessete anos, não é mesmo? – Abraçou-o pela cintura e Niko colocou as mãos em seu peito.

— E você já quer começar a comemorar é?

— Conta... Você está sentindo que eu quero começar já, não está?

— Estou, mas... – Olhou para os lados. – Me diz uma coisinha, Félix... Cadê a Mel?

— Foi brincar com o priminho.

— Ah, sei... Assim por livre e espontânea vontade.

— Você sabe como as crianças são espontâneas.

— Sei... E você não tem nada a ver com isso...

— De jeito nenhum, a ideia foi dela. Agora, carneirinho, eu já estou super animado para começarmos a... Aproveitar esta bela suíte...

— Eu também estou animado.

— Ah é? Pois eu pretendo te fazer vibrar de alegria.

Niko riu. – Percebi sua intenção.

— Como não perceber, né carneirinho? – Riu. – Então... Está disposto a aproveitar essa cama macia comigo agora mesmo? Hã? – Começou a distribuir-lhe beijinhos no pescoço.

— Ah, Félix, eu adoraria... Mas, eu estava disposto mesmo a sair por aí, passear, tirar mais fotos, conhecer a cultura, conhecer as ilhas...

Félix soltou-o reclamando: - Ai, ai, ai, carneirinho! Já vai começar? Eu devo ter feito uma saia com a palha da manjedoura para você vir nessa hora falar de fazer turismo por aí. Criatura, tem tanta coisa melhor que a gente poderia fazer... Olha pra mim, eu estou pronto para fazer uma coisa bem melhor.

Era inevitável Niko reparar no volume nas calças do moreno.

— Estou vendo que está...

— E você vai me deixar assim, carneirinho? – Levou um dedo à boca fazendo charme.

— Ai, ai, ai, Félix... – Suspirou. – Eu não posso...

— Não pode o quê?

— Não posso te deixar assim e não fazer nada. – Empurrou-o para a cama e imediatamente caiu por cima dele, beijando-o com desejo, até serem interrompidos por batidas na porta.

Félix gritou: - Não pedimos nenhum serviço de quarto!

— Que serviço de quarto, papi! Sou eu.

Niko levantou arrumando a roupa. – É o Fabrício. Vai ver o que ele quer.

— Eu não! Esse garoto já tem dezessete anos, deveria saber que não se interrompe ninguém nessas horas.

— Félix, como ele ia adivinhar? E ainda é de manhã, sabia?

— Claro que sei, carneirinho. E você sabia que eu não posso levantar agora? Tem algo aqui que é bem perceptível.

— É, e como...

Fabrício chamou de novo.

— Papi? Papai? Olha, se estiverem ocupados não precisam vir não, tá? Eu vou dar uma saidinha...

— Epa! Espere aí, Fabrício! Já vou! – Niko respondeu se recompondo e foi atender a porta.

— Oi, filho. Que foi?

— Por que demoraram tanto? – Indagou com um sorrisinho travesso.

— Por nada, Fabrício. O que é?

— Nada não, papai. Eu só queria avisar que vou sair...

— Já? Mas, nós acabamos de chegar.

— É, mas eu vou logo conhecer o professor de surf e saber quando começam as aulas.

— Mas, você nem me avisou! Eu queria conhecer esse professor...

— Por quê?

— Quero saber como ele é. Se você e seu amigo vão passar muito tempo com ele durante essa viagem, preciso que ele me inspire confiança.

— Ok, se você quiser vamos agora mesmo.

— É... – Olhou para Félix lá dentro. – Félix... O Fabrício vai conhecer o professor de surf e...

— Você não vai, Niko! – Ordenou.

— Você ouviu?

— Ouvi. E você não vai. Nem pense.

Virou para o filho. – Só um minutinho, filho. – Fechou a porta. – Félix! Eu te disse no avião que queria conhecer esse tal professor, ver se ele parece alguém confiável, nunca se sabe...

— Eu só sei de uma coisa, carneirinho. Daqui você não sai.

— Ah! Você quer que a gente passe a semana inteira trancados aqui no quarto, é isso?

— Por mim passaríamos.

— Você deve estar brincando...

— Não, dessa vez não estou. Mas, eu entendo, você vai querer dar seus passeios, dar uma de guia turístico como você gosta. Pode até ir conhecer esse tal professor, mas agora não, né carneirinho? Vai me deixar assim? Olha bem pra mim.

—... Estou olhando.

— Então... Olha bem... – Félix apontava para si mesmo de cima a baixo. Já estava sem camisa, apenas com a calça que parecia querer pular de seu corpo. – Quer mesmo sair desse quarto agora? Quer mesmo sair por aí e me deixar aqui sozinho com tesão de você?

Niko mordeu os lábios. – Ah, Félix... Isso é chantagem!

Félix apenas se aproximou dele e lhe beijou os lábios com um selinho longo abusando de toda sua sensualidade. Então o olhou nos olhos e falou: - É você quem sabe o que vai estar perdendo.

Niko suspirou e voltou a abrir a porta quando Félix se afastou.

— É... Filho... Pode ir. Mas, na próxima vez que for encontrar o seu professor me avise antes que eu quero ir falar com ele, tá bem?

— Tá bem, papai. – Ia saindo, mas virou. – Eu ouvi, viu? O papi Félix sabe te convencer né?...

— Garoto, sai!...

Fabrício saiu rindo. – Até mais tarde. Divirtam-se!

— E não volte tarde, ouviu?

— Sim!

Ao ver Fabrício indo embora, Niko voltou para dentro do quarto. Félix percebeu que ele estava ruborizado.

— Carneirinho, já está vermelhinho e eu ainda não fiz nada. – Falou com um sorriso cínico.

— Fez sim. – Respondeu envergonhado. – O Fabrício ouviu o que você falou. Sabe o que ele está pensando agora?

— O que ele deveria pensar? Que fazemos o que todo casal faz.

— Não, Félix, ele é nosso filho, não tem porque pensar certas coisas, ele ainda é praticamente uma criança...

— Carneirinho, pelas contas do rosário, cai na real! Ele acabou de fazer dezessete, não é mais uma criança. Meu amor, eu sei que é difícil de aceitar, mas é a verdade.

Niko cruzou os braços e fez bico. – Você que vive reclamando da idade, está me dizendo isso? Agora eu que tô me sentindo mal.

— Oh, não faz isso... Vem... – Abraçou.

— Ele não vai precisar mais de nós, Félix.

— Claro que vai, ele ainda vai precisar de nós por muito tempo. Você disse a mesma coisa do Jayme, e olha ele aí, precisa de nós mais que nunca. Além disso, sempre há os netos para ocupar esse lugar. Você vai ver, não vai faltar criança para a gente cuidar.

— Nem me fale isso, eu morro de medo de o Fabrício...

— Dele o quê? Acha que o Fabrício é burro de nos dar um neto assim de repente?

— Ai, nem cogitei essa possibilidade! Eu sei que meu bebê, quer dizer, o Fabrício é responsável, mas... Ah, Félix, sempre existem aproveitadoras. Nosso filho é lindo, bem cuidado...

— Ele puxou a você, não poderia ser diferente.

— E ele está na idade de agir primeiro, pensar depois, Félix! Eu não posso ficar totalmente tranquilo quanto a isso, por mais que confie nele. – Ao mesmo tempo em que dizia isso, pensava: - Eu preciso dar um jeito de vigiar o Fabrício. Quero saber direitinho o que ele vai fazer durante esses dias.

Félix lembrou o que havia visto no celular de Fabrício, a mensagem que parecia que ele iria se encontrar com alguém. Então, pensou: - O carneirinho pode ter razão. O Fabrício é responsável, mas está na idade de ser inconsequente. É melhor eu dar um jeito de vigiá-lo.

Mas, tratou de tranquilizar o loiro. – Não se preocupa com nada, carneirinho, relaxa... – Foi para trás dele e começou a lhe fazer uma massagem nos ombros. – Eu sei o quanto o Fabrício é inteligente, ele não vai fazer nada do que se arrependa depois. Eu confio no nosso filho.

— Eu também confio, Félix. Mesmo assim...

— Ei! Shh... – Tapou a boca dele e sussurrou. – Que tal esquecermos tudo e continuarmos o que paramos, hein?

Niko, sem poder falar, balançou a cabeça em negativo.

— Como não? Não quer?

— Hmmm... – Tentou falar já que Félix continuava tapando sua boca.

— Posso saber por que você não quer, Niko? O que te impede?

Niko apontou para frente. Na porta, que estava entreaberta, uma pequena silhueta surgiu.

— Vovô? Por que tá tapando a boca do Niko?

Félix se surpreendeu e tirou a mão da boca do loiro, mas permaneceu atrás dele.

— M-Melissa, minha linda... Você não deveria estar brincando com seu priminho?

— O tio Jayme pediu para eu ir depois porque eles vão dar um banho no Ângelo. Quando você vai me dar meu chocolate?

Niko olhou para Félix atrás dele. – Chocolate?

Félix deu uma risadinha disfarçada. –... Eu não sei do que ela está falando...

Mas, a neta não o deixou continuar a mentira. – Vovô, você disse que ia me dar uma barra todinha só pra mim se eu fosse pra o quarto do tio Jayme. Cadê?

— Comprando a menina com chocolate, Félix? – Niko indagou cruzando os braços.

Félix falou baixinho atrás dele. – Era só para ela sair, carneirinho. Para se distrair.

— E nos deixar a sós e você ter o que queria, né?

— O que você queria, vovô? – Perguntou a pequena curiosa.

— É... Eu... Eu...

— Responde, Félix.

Félix cochichou em seu ouvido. – Até parece que você está contra mim, Niko! É o apocalipse! – E respondeu a neta. – Sabe o que eu queria, Mel? Eu... Eu queria brincar com o Niko.

— Brincar de quê?

— De quê? De que, carneirinho? – Cochichou de novo. – Me ajuda, por favor...

Niko suspirou. – Eu vou te dar uma colher de chá. – E respondeu a menina. – Meu amorzinho, a gente ia brincar de um joguinho muito legal, se chama pique-esconde...

Félix interrompeu. – Bom nome, carneirinho. – Riu cínico.

— Shh! Deixe eu falar com ela. – Voltou a explicar. – E... Bom, a gente parou de brincar por que... Porque eu lembrei que, do mesmo jeito que é hora do Ângelo tomar banho, também é hora do seu vovô Félix tomar o banho dele.

— O quê? – Félix indagou surpreso.

— É sim, Félix, esqueceu? É hora do seu banho e como está muito quente você vai tomar um banho bem gelado para... Se refrescar. Entendeu?

— Entendi, mas não quero tomar banho nenhum!

— Ah! Olha só... Que exemplo você dá a sua neta?

Melissa estava rindo. – Vovô não quer tomar banho? Vai ficar fedendo...

— É isso mesmo. Viu, Félix? Vai ficar fedendo. Agora vem comigo e me obedece. – Cochichou. – Continua atrás de mim e me segue. – Levou-o até o banheiro e praticamente o empurrou para dentro.

— Carneirinho, nem pense que vai me enganar e me deixar aqui.

— Félix, entra! E toma um banho gelado, faz favor, que agora vai ser impossível a gente continuar a brincadeira. Me entendeu?

— Óbvio que entendi, mas não gostei. – Fechou a porta emburrado, reclamando. – É o apocalipse isso! Não temos mais privacidade! E certo alguém não colabora, não é Nicolas?

— Félix, você podia parar de reclamar e tomar seu banho.

— E você podia ter trancado a bendita da porta do quarto!

Niko o deixou lá reclamando e foi até a menina.

— Vamos deixar seu avô aí e passear? Quer ir passear comigo?

— Quero!

— Então, vamos. Deixa eu só pegar uma coisinha que eu trouxe para a gente tirar muitas fotos. – Foi até a mala e pegou o que havia trazido escondido de Félix. Uma câmera semiprofissional.

— Pronto. Vamos? Vamos que eu vou tirar um monte de fotos da gente e nós vamos aprender sobre a cultura do Havaí e...

— Niko...

— Oi?

— Posso te chamar de vovô também?

Niko, emotivo como sempre, abraçou a pequena e a pegou nos braços.

— Oh! Claro que pode, meu amor. Pode me chamar de vovô Niko quando quiser, tá bom?

— Tá.

— Então? Vamos passear?

— Vamos.

Saíram.

Dentro do banheiro, Félix reclamava.

— Eu salguei a santa ceia mesmo... Não, eu salguei, queimei, comi os pães e sapateei em cima da mesa! Não é possível! Como o carneirinho sai e me deixa aqui? Ele não tem consideração?... Tomar um banho gelado... Era só o que me faltava! Como se adiantasse... – Ligou o chuveiro, mas logo desligou quando pensou em algo. – Bom, se ele prefere sair por aí e acha que vai se divertir mais do que comigo, ótimo. Eu tenho como matar a saudade dele... Onde estará aquele cartãozinho de memória?... – Foi até sua mala e encontrou o cartão com as fotos íntimas dos dois. – Não é a mesma coisa, mas... - Pôs no tablet e voltou ao banheiro.

...

...

Enquanto isso...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Félix & Niko - Dias Inesquecíveis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.