Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 90
O Baile de Máscaras -- parte 2


Notas iniciais do capítulo

Última parte desse carnaval inesquecível!



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Após aquele beijo, o príncipe mascarado o puxou pela mão para uma parte do clube onde havia um pequeno quarto. Ao chegarem Félix estava com o coração palpitando acelerado. Seu nervosismo era visível.

– Relaxe... – Disse o homem. – Fique apenas se quiser ficar!

– P-por que me trouxe aqui? Ah! Que pergunta boba, eu sei muito bem por que me trouxe aqui!

– Ouça. Como lhe disse é raro encontrar alguém como você! Você me encantou. Mas não quero sexo... Quero companhia! Só!

– Só?

– Só!... Por quê? Você quer mais que isso, por acaso?...

– Não! – A resposta foi tão rápida que fez o mascarado rir e Félix corar.

– D-do que está rindo? – Perguntou o jovem.

– Cada vez comprovo mais que você nunca esteve com ninguém!

– P-por quê?!... – Desviou o olhar. – Tá tão na cara assim é?

O homem riu mais. Seu riso era doce e bonito.

– Então é verdade?!

– É... – Ajeitou a sobrancelha meio sem jeito. – Eu sou virgem, pronto, falei!

Félix viu o mascarado morder os lábios. – Diga-me... Você tem mesmo mais de dezoito anos não tem?

–... Tenho!

O homem sentou na cama e indicou o local para ele sentar.

– Então venha aqui, meu doce menino!

– M-menino?! Eu não sou nenhum menino, eu já sou um homem!

– É? Então faça o que um homem faria!

Isso fez Félix respirar fundo e se aproximar dele com toda atitude possível. De pé na frente do mascarado, curvou-se e lhe puxou para um beijo intenso. Nessa idade Félix já sabia muito bem o que fazer, mas, por outro lado, era verdade que ele nunca havia dormido com ninguém.

Foi então que, no meio do beijo, mesmo gostando daquilo Félix parou e, bastante ruborizado, fugiu dizendo:

– N-não... Não posso! – Saiu correndo de lá, mas parou do lado de fora. Pensativo, se reprimia: - O que eu tô fazendo aqui?! Eu não posso dormir com outro homem! Se o papi ficar sabendo ele me mata! Me mata de verdade!... Mas... – Tocou nos próprios lábios. – Eu gostei... Gostei desses beijos!... Eu queria tanto...

Nesse momento o homem saiu interrompendo seus pensamentos.

– Oh, você está aqui!

Félix permaneceu calado.

– Ei... Não se assuste. Já disse que não farei nada com você, nada que você não queira. – O mascarado ficou de frente para ele e lhe acariciou o rosto. – Você tem um charme enorme... Algo que me chama a atenção... – Sorriu ao que Félix tomou coragem para olhá-lo nos olhos. – Mas tem também certo medo no olhar! Já disse, doce garoto, não tenha medo! E para que se acalme, quero lhe dizer que gostei da sua atitude de sair do quarto.

– Hein?! Gostou? – O jovem Félix ficou ainda mais confuso.

– Gostei. Pois eu ainda estava achando que você era um menino, mas não... Você provou ser um homem! Você fez exatamente o que um homem de verdade faria! Não se entregou ao momento, não se deixou levar pelas emoções ou pelo desejo, e sim pela razão! Seja sempre assim! E mais... Você provou ter valor! Pois mesmo sabendo que poderia se aproveitar da situação, você resolveu sair! Acredite... Muitos dos que estão lá no baile gostariam de estar no seu lugar, gostariam de chamar minha atenção como você chamou, desejariam que eu gostasse deles assim como gostei tão rápido de você!... Mas são poucas as pessoas que têm o privilégio de serem tão encantadoras como você é!

Aquelas palavras estremeceram Félix por dentro. O príncipe mascarado concluiu:

– Veja, você tem dezoito anos, eu tenho quinze a mais que você! Se você já é assim agora tão jovem, imagine como estará quando tiver minha idade ou mais...

– Você só tem trinta e três então? Às vezes fala como se fosse mais velho...

– É só meu jeito de ser! Vivi demasiadamente minha adolescência, por isso, desde que passei dos vinte e cinco tento ser um homem mais sério e pacato! Mas, ao mesmo tempo, não me arrependo de ter conhecido gente falsa e mesquinha pelo meu caminho... Pois aprendi a reconhecer pessoas que valem a pena como você!

– Eu valho a pena?

– Vale muito! – O homem pegou em sua mão e a beijou. – Vou voltar para o quarto e descansar, mais tarde preciso retornar ao salão de festas para me despedir dos convidados. E você rapaz... Se continuar agindo como um homem, será um grande homem no futuro... Um homem bom!...

...

– Ele disse isso, Félix?

– Disse!... – Suspirou. – Compreende, carneirinho? Ele mexeu comigo com o que ele falava... E depois, na minha vida... Eu acabei fazendo exatamente tudo o contrário do que ele me disse! Eu nunca mais agi como um homem de verdade!... – Olhou para seu amado carneirinho e sorriu. – Até conhecer você, carneirinho!

O loiro sorriu. – Eu também te disse que você era um homem bom! Sempre te disse isso!

– Disse! Você acreditou em mim! Você me viu como eu sou por dentro, Niko!... Acho que, naquela época, aquele homem foi o que chegou mais perto de me ver como só você me viu!

Niko lhe fez um carinho no rosto. – Então ele gostou mesmo de você!

Félix deu um sorriso um tanto tímido. – Deve ter gostado...

– E aí... Ele voltou para o quarto e você foi embora?... Ou... Rolou algo?

– Niko... Naquela noite... É... Eu dormi com ele!... Foi minha primeira vez!

...

– Vou voltar para o quarto. Se quiser volte para o baile e aproveite! Se não, vá em paz! – Tocou em seu ombro. – Ah... Eu ainda não sei seu nome...

– Félix!

– Félix... Significa felicidade! Você me fez me sentir muito feliz essa noite pelo prazer de te conhecer!... Apesar de não ter visto seu rosto, vejo que é alguém muito bonito! – Lhe acariciou o rosto mais uma vez. – Bom... Sei que vou parecer um velho te dando um conselho, mas... Faça sempre apenas o que quiser fazer! Não viva a vida pelos outros, viva por você! Viva sem pensar no que os outros vão pensar... Só assim se vive de verdade! Eu tenho um dom para identificar as pessoas que vão se dar bem na vida!... Você é uma delas! – Chegou perto e lhe deu um beijo na bochecha. – Faça o que tiver vontade! – Entrou novamente no quarto.

O jovem Félix ficou do lado de fora, pensativo, até que tomou uma decisão. Respirou profundamente, voltou para a porta do quarto e bateu. O homem abriu ainda com a máscara, mas já com a roupa aberta como se estivesse tirando-a.

O jovem sentiu seu coração acelerar outra vez, mas disse:

– Eu quero fazer o que quero!

– E o que você quer? – Perguntou o mascarado docemente.

– Eu quero... O quê você quer!

O homem sorriu e tocando-lhe a nuca, o beijou levando-o para dentro. A luz apagada e o quarto iluminado apenas pela penumbra da lua não deixou o jovem Félix ver direito o rosto do homem com quem passou sua primeira noite.

...

– E... Foi assim, Niko! Quando amanheceu ele já não estava mais lá! Deixou uma carta dizendo que havia sido a melhor noite da vida dele, que eu fui surpreendente e especial, que ele jamais iria me esquecer... Mas também pedindo perdão por não ter podido ficar esperando que eu acordasse! Bom, eu vesti a roupa, a fantasia, pelo menos uma parte dela, e chamei um táxi pra ir pra casa! E só! Foi assim minha primeira vez!

– Nossa... – Niko pensou: - Então o Félix também não viu o rosto do homem com quem teve sua primeira vez...

– Tá pensando em quê, carneirinho?

– Não, nada... E esse homem ficou pensando o tempo todo que você tinha dezoito, enquanto na verdade você só tinha dezesseis anos, Félix?!

– O que você queria? Que eu dissesse que era menor de idade?... Além do mais, eu já era mais maduro que muitos caras mais velhos! E sabia muito bem o que estava fazendo!

Niko sorriu. – Gostei de você ter me contado essa história, Félix!

– Mesmo?

– Mesmo!

– Não entendi, carneirinho... Por quê?

– Ah, por quê... Gosto quando você me conta suas coisas... Quando é sincero comigo... Só ainda não sei o que tem a ver isso com você não querer ir ao baile desse ano comigo!

–... Tá, tudo bem... Se você quer tanto ir, eu vou com você, tá bom?!

O loiro mostrou o mais belo sorriso. – Ótimo, amor! – Lhe deu um selinho e foi saindo, quando parou, virou para o marido e comentou: - Só espero que esse tal príncipe mascarado não reapareça no baile desse ano!

Félix riu. – Não, pelas barbas do profeta, carneirinho! Não tem chances disso acontecer, seria coincidência demais não acha?!

– É... Seria.

... ...

E chega o dia do baile...

– Pai Félix, que fantasia legal! – Disse Jayminho ao ver o pai vestido como o chapeleiro de Alice no País das Maravilhas.

Félix virou para o marido. – Não sei por que você me convenceu a comprar uma roupa igual a da foto, carneirinho!

– Ah Félix, mas ficou tão lindo! E você estava lindo naquela foto! Ainda bem que o Jonathan mandou para as fotos para o meu e-mail, assim eu imprimi!...

– Espera aí, como assim “as fotos”? Ele mandou mais de uma?

– Ah... Foi. Mas não importa. Olha Jayme... – Mostrou uma foto ao filho. – Seu pai Félix tinha dezesseis anos quando tirou essa foto com uma fantasia igual!

– Mas era a mesma?

– Não, filho, pelas contas do rosário, a roupa daquela época não ia caber mais em mim! Essa o seu papi carneirinho me convenceu a comprar por que achamos muito parecida! – Virou para Niko. – Ah carneirinho, e por falar em fantasia... Qual vai ser a sua que o senhor não me mostrou?

– Será uma surpresa! – Respondeu o loiro com um sorriso.

... ...

Mais tarde...

– Bela surpresa, carneirinho! – Reclamava Félix ao celular dentro do carro.

– Oh amor, desculpa! É que surgiu uma emergência aqui no restaurante...

– Que tipo de emergência?

– Chegou um ônibus lotado de turistas, eu tô me desdobrando pra atender todo mundo! Eu vou me atrasar um pouquinho, mas eu prometo que assim que me livrar daqui, eu visto minha roupa e vou direto para o baile, tá bom?!

– Então eu vou ficar esperando você...

– Não! Não, amor, você não já vinha me pegar pra a gente ir? Então? Olha, faz assim, vai que lá eu te encontro!

– Mas Niko...

– Vai Félix, pode ir! Eu juro que não demoro nem uma hora pra chegar lá, verdade!

– Eu devo ter jogado confete e serpentina durante o sermão da montanha pra você me deixar ir para a festa sozinho... Espera... Você vai me deixar ir sozinho para uma festa de carnaval, carneirinho?!

– Ué, o que tem?

– Logo você ciumentinho e genioso do jeito que é?...

– Ai Félix, eu confio em você, amor! E, além do mais, eu não demoro pra acabar aqui e ir pra lá, tá bom?! Acho que em menos de uma hora eu já estarei com você!

Félix suspirou. – Tá bom! Estou indo! Mas se passar uma hora e você não chegar eu vou para casa, viu?! Esteja avisado!

– Ok, meu amor! Beijo!

– Beijo! – Desligou. – Aff... Agora vou pra lá... Mas o carneirinho que nem pense que eu vou entrar na festa sem ele. Vou ficar esperando no carro até ele chegar!

... ...

No estacionamento do clube onde estava havendo o baile, Félix esperava dentro do carro. Quase quarenta minutos já haviam se passado. Ele aproveitou para adiantar a leitura de um livro, fazer umas contas, mas já estava perdendo a paciência.

– Ah carneirinho, o tempo está acabando! Vou esperar só mais vinte minutos, nem mais nem menos! Se não chegar vou embora! – Exclamou olhando para o relógio. Foi quando avistou ao longe alguém passando por lá, vestindo uma roupa toda branca com marfim e dourado e uma máscara cobrindo os dois lados do rosto. O homem ao longe parou e olhando para todos os lados, virou o rosto para onde ele estava. Félix, então, exclamou:

– O príncipe mascarado!

Surpreso, Félix permaneceu dentro do carro. O mascarado olhava insistentemente para ele até dar um sorriso e sair. Félix corou e desviou o olhar, olhando-se por um segundo no espelho, pois sentiu como se voltasse no tempo.

– É ele!... M-mas... Como? – Félix saiu do carro e o procurou. – Pelas joias de Cleópatra, como que a criatura está igual depois de tantos anos? – Se perguntava quando viu o mesmo passar diante dele, a alguns metros de distância.

O mascarado ia entrando no salão, mas parou, olhou de novo para ele, deu um sorriso e se dirigiu para o jardim. Félix estava meio chocado e muito curioso e foi atrás dele.

No jardim olhou para todos os lados e viu uma capa dourada esvoaçante perto de uma árvore. Quando ia para lá, com a certeza de que era aquele mesmo mascarado que havia sido o primeiro homem na sua vida, alguém o chamou.

– Ei! Você...

Aquela voz fez Félix parar e olhar para a pessoa que o chamou. Era um homem de meia idade, cabelos levemente ondulados, grisalhos com alguns fios loiros ainda, olhos verdes bem claros, e bem charmoso. Não estava fantasiado, estava com um terno muito elegante.

– Sim?

– Você... – O homem se aproximou e olhando bem para Félix, perguntou: - Você é o jovem chapeleiro?

– Quê? – Félix estava confuso. – Quem é você?

O homem o olhou de cima a baixo. – É quase a mesma roupa...

– Hein?! O que tem minha roupa?

–... Não, não pode ser...

– Não pode ser o quê, senhor? Olha, estou com pressa! – Foi saindo reclamando: - É o apocalipse eu ficar aqui sozinho, sair atrás de um fantasma que desapareceu e o Niko ainda não chegar!

Foi então que homem pegou em seu braço.

– Não tenho mais dúvidas de que seja você! Não se lembra de mim? – Soltou seu braço.

– Por que eu lembraria?... – Mas quando Félix olhou bem para seus olhos o imaginou mascarado e exclamou: - P-pelas contas do rosário!

O homem sorriu. – Lembrou-se de mim afinal?!

– O... O m-mascarado? O...

– Sim! Sou eu, jovem chapeleiro!... É... Félix, se não me engano!

Félix estava perplexo. – E-então é... É... É você mesmo com quem eu...

– Sou eu!

– Ainda lembra meu nome?

– Como poderia esquecer a noite que passei com a felicidade em pessoa? – Disse o homem com um belo sorriso.

– Pelas barbas do profeta! – Exclamou virando de costas. – Era a última coisa que eu esperava que acontecesse...

– Reencontrar seu primeiro amante? Também me deixou surpreso!

Félix corou como se fosse de novo aquele garoto de dezesseis anos quando o conheceu. Mais ainda quando o homem se aproximou dele falando:

– Maior surpresa, além de te ver de novo, foi vê-lo vestido assim como naquela noite! – O homem ficou de frente para ele. – Pelo jeito o tempo te fez bem!... Ficou mais bonito...

– O-obrigado...

O homem riu. – Mas parece que não deixou de ser aquele menino...

Félix respirou fundo e relaxou. – Não, pelo contrário. Eu deixei sim. Eu... Eu deixei de ser um garoto quando também parei de agir como um homem! Aquilo que você me aconselhou... Eu fiz o contrário! Tudo ao contrário!... Mas hoje, eu me sinto um homem de verdade de novo, por que encontrei outro homem que me fez imensamente feliz! – Félix falava sem ver que o príncipe mascarado que ele perseguia antes chegava por trás dele.

– E hoje como você está?

– Bem, muito bem! Hoje eu sou casado e pai de família!

O homem deu um sorriso. – Que bom saber! E... Que interessante...

– O quê? Se está falando sobre eu ter vindo com uma roupa quase igual a daquela época, não é lembrança não tá?! Apesar de que... – Félix riu meio tímido. – Eu também não esqueci aquela noite... Afinal, foi minha primeira vez né?!... E... Bom, a ideia dessa roupa foi do meu companheiro! Eu contei a história toda pra ele e... Ele é cheio de ideias, e me convenceu a vir vestido assim!

O homem sorria. – Ele fez muito bem! Mas não foi isso que eu achei interessante! – Disse olhando de relance para o outro fantasiado atrás de Félix. – E... Onde ele está?

– Ainda não chegou, mas virá logo! – Félix olhou bem para o homem. – Por falar nele... Vocês... Vocês se parecem um pouco.

– Parecemos?

– É... Um pouco... O meu marido é mais novo que eu, e é loirinho, tem olhos verdes maravilhosos, e um sorriso de dar inveja! – Falava Félix orgulhoso.

– Obrigado, Félix! – A voz de Niko fez Félix virar na mesma hora e tomar um susto ao ver o príncipe mascarado atrás dele.

– C-carneirinho?!

Niko mostrou seu sorriso lindo.

– V-você é... P-por que... Por que se vestiu do príncipe mascarado? – Félix olhou rapidamente para o homem mais velho, mas não conseguia tirar os olhos do seu marido.

– Entre as fotos estava uma sua com ele e eu mandei fazer uma roupa igual a dele para vir para esse baile com você!

– Quer dizer que quem eu persegui foi você?

– Foi, meu amor! – Niko olhou para o outro homem. – Quer dizer que você é o verdadeiro príncipe?

– Não, não sou!... Pelo menos, não o dele! – Olhou para Félix e cumprimentou Niko. – Você que é! E permita-me dizer que ficou muito melhor que eu nessa roupa!

– Ah, obrigado!

– É apenas a verdade! Formam um casal muito bonito! Posso pedir para ver os rostos de vocês? – Olhou para Félix. – O seu como está agora? Naquela ocasião, só tive a oportunidade de olhar bem para seu rosto enquanto você dormia!

Félix tirou a máscara para ele que disse:

– Nossa! E pensar que tive que ir embora e te deixar! Que pena!

Niko também tirou a máscara e o homem o olhou atentamente até sorrir e dizer para Félix.

– Você tem muita sorte!

Foi quando um rapazinho chegou chamando aquele homem.

– Senhor Nick! Senhor Nick! Seu táxi já chegou para levá-lo ao aeroporto!

– Ah sim, já estou indo! – Se despediu deles. – Tenho que ir! Foi um enorme prazer revê-lo, meu doce garoto! – Tocou no ombro de Félix. – E um imenso prazer conhecê-lo também! – Tocou no ombro de Niko e foi saindo.

Félix então falou: - Ei, escuta... Já que nos vemos depois de tantos anos, acho justo contar... Até para não ficar achando que sou mais velho... É... Naquela época eu só tinha dezesseis, não dezoito!

O homem riu. – Quer dizer que eu poderia ter sido preso?! É... Teria mudado minha vida! Mas... Teria valido a pena! – Piscou para ele e foi indo, quando parou e virou tirando algo do bolso. – Ei, Félix! Pegue! – Jogou algo para ele. Félix pegou. Era uma chave. – É a chave daquele quarto! Ele ainda existe lá nos fundos do clube, por trás do salão principal! É para caso você queira levar seu companheiro lá!

Niko e Félix se olharam. O homem completou:

– Depois podem entregar a chave a este rapaz. Ele é meu empregado de confiança aqui no clube. Adeus!

– Adeus! – Disseram Félix e Niko ao mesmo tempo. O empregado também se despediu: - Adeus, chefinho!

Niko cochichou: - Chefinho? – E Félix respondeu: - Hum... Acho que ele gosta dos novinhos! – Os dois disfarçaram o riso.

Logo depois combinaram de entregar a chave do quarto ao empregado, mas antes foram curtir o baile. Dançaram a noite toda e pela madrugada iam para o tal quarto conversando.

– Será que ainda está como era naquela época, Félix?

– Sei lá, carneirinho! Provavelmente não né?! E mesmo se estiver eu não vou lembrar muito bem como era!

Ambos tinham um sorriso enorme de felicidade estampados no rosto. Niko parou na frente de Félix.

– Olha só, amor! Você vestido de chapeleiro, eu de príncipe branco mascarado... – Riram e o loiro falou sensualmente. – Hoje você vai reviver sua primeira vez!

– Hum... Momento revival! Adoro! – Riram. – Mas não vou reviver, carneirinho... Com você... Eu vou ter uma segunda versão com upgrade!

– Hum... Gostei! – Niko o beijou.

– Sabe carneirinho, agora que eu vi como ele é, e te vendo assim vestido... Eu não sei, mas... Acho que ele se parecia com você quando era mais jovem!

– Você acha?

– Acho! Vai que ele era tipo seu sósia, só que mais velho!

– Seria engraçado, já imaginou?! Seria quase como se você tivesse perdido a virgindade comigo!

Félix riu. – Bem que eu queria que fosse você! Ou que eu tivesse sido seu primeiro!

– Ah, seria maravilhoso!...

– Pois é! Mas minha primeira vez foi há tanto tempo! Se eu era um adolescente, você era uma criança ainda! A não ser que no futuro próximo inventem a máquina do tempo e você volte pra me pegar novinho... – Deram uma gargalhada. - Esse cara só pode ser seu sósia!

– Ai Félix, de onde você tira essas coisas?! Eu não achei ele tão parecido comigo assim! E sabe de uma coisa, você nem me disse o nome dele...

– Tem razão... – Félix ficou pensativo e, de repente, ajeitou a sobrancelha. – Carneirinho... Você acreditaria se eu dissesse que não sei o nome dele?!

Niko se surpreendeu. – Não acredito! Félix!...

– Que é? Não perguntei! Hoje ele lembrou o meu nome, mas não me disse o nome dele. E se eu perguntei quando tinha dezesseis anos, eu não me lembro mais!

– Eu ouvi aquele rapazinho chamá-lo de Nick, eu acho!

– Nick?...

Nessa hora o empregado daquele homem ia passando por perto e eles o chamaram.

– Ei... É... Você chamou seu patrão de Nick, não foi?

– Foi. Ele gosta de ser chamado assim.

– Ah, e... Qual é mesmo o nome dele?...

– Eh eh, não me estranha o conhecerem e não saberem o nome dele, ele prefere que todos o chamem de Nick, por que ele viaja muito e é para os sócios mais novos do clube não o encontrarem e ficarem enchendo ele!... O nome dele é Nicolau. Nicolau Carneiro.

Tanto Félix quanto Niko ficaram boquiabertos. O empregado pediu: - Com licença, tenho coisas pra fazer! Aproveitem a estadia no clube! – Saiu.

Os dois se olharam.

– É... Foi isso mesmo que eu ouvi? – Perguntou Félix.

– Foi!... – Niko riu. – Félix... Será que vão inventar a máquina do tempo daqui a alguns anos? – Perguntou em tom de brincadeira.

Félix o olhou com um sorriso cínico erguendo a sobrancelha.

– Eu não sei, meu querido carneirinho! Mas se inventarem... Use-a!

Os dois riram, beijaram-se e foram para o quarto viver novas e eternas lembranças de um carnaval inesquecível.


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Notas finais do capítulo

FIM!



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