Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 71
Learning How To Love -- VII


Notas iniciais do capítulo

(eeehhh... Dias Inesquecíveis passou dos 70 capítulos e está com quase 12000 visualizações! Muito obrigada!)
Continuação...



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Alonso o beijou e Félix não reagiu primeiramente, mas o empurrou em seguida.

– Que é isso, Alonso?! Endoidou?!

– Félix! Eu... – Alonso levantou um tanto desconcertado e pediu: - Desculpa, eu não... Eu não queria... Eu queria, mas não assim... Eu pensei que...

Félix levantou. – Pensou que eu fosse corresponder?

Alonso olhou para ele. – Na verdade... Pensei...

– Quer... A verdade? – Chegou bem perto e... – Você estava certo! – O beijou.

... ...

– Você tomou a iniciativa?

– Não, carneirinho, quem tomou a iniciativa foi ele que me beijou primeiro, eu só... Correspondi depois...

– Era o que você queria?

– Er... Era, Niko! Desde que eu conheci o Alonso, nunca havia passado pela minha cabeça... Ter alguma coisa com ele... Ele era só um colega, mais que colega, era até um amigo que eu tinha, diferente da maioria das pessoas que se aproximavam de mim pelo status da família Khoury! Mas... Depois do que ele me disse, da confiança que teve em mim pra me contar o que ele sentia, e de perceber como eu era de verdade... Eu fiquei com vontade de ver até onde aquilo ia chegar!

– E... Até onde chegou? – Niko perguntou um tanto incomodado com tudo que Félix lhe contava.

– Você deve imaginar... – Vendo que Niko parecia incomodado com a história, Félix pediu: - Olha, carneirinho, é melhor parar por aqui né?! Eu não quero que você fique chateado comigo agora...

– Não, Félix, eu estou bem! Afinal, isso foi há tanto tempo, nem o Jonathan era nascido né?! Não faz nem sentido eu ficar chateado...

– É... Por falar no Jonathan... Ele é um ponto crucial dessa história...

– Como assim?

– Depois que eu tive coragem pra beijar o Alonso, nós... Aproveitamos o local, entende?!

– Claro... Entendo...

– Então... Depois disso, as coisas aconteceram muito rápido! Eu vou te contar a história até o fim, é melhor! – Respirou fundo e começou: - Bom, é... Primeiro... Rolou entre mim e o Alonso...

... ...

Assim que se beijaram, Félix largou, porém ficou encarando-o. Alonso também o olhava profundamente. Ambos ofegantes pelo beijo. Então, Félix indagou:

– Satisfeito?

– Não! – Alonso prontamente o agarrou de novo, segurando em seus braços, beijando-o novamente. Agora o beijo era mais intenso, e os dois ainda sentiam o gosto da bebida da noite anterior nas bocas um do outro. Talvez até o efeito da bebida ainda se fizesse presente, pois ambos deram uns passos desajeitados e caíram no chão, aos pés da cama.

Um já tirava a roupa do outro. Alonso exclamou: - Eu não me dou por satisfeito tão fácil, Félix! Eu quero mais! Eu sempre quero mais...

– O que você quer?

– O que não! Quem! Você!

Félix, por um momento, sentiu medo do que viria a acontecer e tentou se livrar de seus braços.

– N-não, Alonso... É... É melhor não...

–Por que não? Eu quero você! Quero você, Félix Khoury!

Chamá-lo pelo nome e sobrenome, fez acender em Félix uma chama incontrolável. Era como se fossem duas consciências lutando dentro do mesmo homem. O “Félix” era o que ia realizar seus desejos reprimidos, e o “Khoury” era o que ia desafiar toda a repressão imposta pelo todo soberano senhor Khoury, seu pai.

Pensar que ter relações com outro homem era mais que um desejo, mas também um desafio perante o pai homofóbico, fez crescer em Félix uma vontade de tal maneira que ele imediatamente levantou do chão puxando Alonso e jogou-o na cama. Deitando por cima dele, Félix foi dizendo já ofegante e sem controle sobre si mesmo: - Você me quer? Então, vai ter... Ou vai dizer que me trouxe aqui só por que não tinha outro lugar pra ir?! Por favor, Alonso... Pensa que vou acreditar que foi só isso?! Confessa que você queria me dar o bote já faz tempo...

– Olha, como é inteligente! Tá bom, eu confesso, é verdade... Eu te trouxe pra te ajudar, mas também... Já te queria há muito tempo...

Ambos tiraram a roupa depressa e Félix segurou nos braços de Alonso para dominá-lo. Agora, o outro estava totalmente entregue. Mas, era assim que gostava e que queria. Puxou Félix com as pernas, instigando-o.

– Vem Félix... Vem... Me mostra o que você sabe fazer...

... ...

– Depois do que rolou no motel... Nós fomos embora cada um pra o seu canto! Era por volta das onze da manhã quando eu cheguei em casa...

... ...

Assim que entrou Pilar correu ao seu encontro.

– Filho, onde esteve até uma hora dessas? Eu estava preocupadíssima!

– É... Mami... Eu...

– Você está cheirando a álcool, Félix! E... – Cheirou sua roupa. – Você andou fumando?

– E-eu?! Não, mami...

– Não minta pra mim, Félix! Eu estou sentindo o cheiro na sua roupa! Depois você me explica isso direito, moço! Vá, suba e se troque rápido antes que seu pai veja o estado que você chegou...

– Tarde demais, Pilar! Já vi! – Interrompeu César chegando onde estavam.

Logo que viu o pai Félix tremeu com medo de que ele descobrisse o que ele havia feito, mas, ao mesmo tempo, seu lado racional pensou que seria impossível ele saber, então tentou ficar mais tranquilo, embora soubesse que ele brigaria com ele por qualquer motivo.

– César... Eu só estava falando para o Félix...

– Não! Você estava tentando acobertá-lo, como sempre... Deixe-nos a sós!

– Está bem! Mas, não quero brigas nem discussões, me ouviu, César?! – Ela saiu deixando os dois.

– Acabou de chegar, Félix? Desde ontem que não te vejo...

– S-sim, papi...

– Quer dizer que você saiu para uma festinha ontem e só está voltando agora às... – Olhou no relógio. – Dez para onze... Onde passou a noite?

O nervosismo de Félix aumentou.

– É... N-na... No... Num...

– Fala logo, Félix! – Ordenou.

– S-se eu disser que foi n-na c-casa de um amigo... O senhor acredita?

– Sabe muito bem que não gosto que durma na casa de ninguém, muito menos de amigos... – César chegou mais perto dele. – É só olhar pra você para adivinhar que você deve ter enchido a cara ontem...

– E-eu... Bebi sim... Mas... – Passou a mão nos cabelos e respirou. – Papi, eu tô cansado, eu quero subir pra o meu quarto! Eu só quero tirar essa roupa, tomar outro banho e cair na cama tá bom?! Posso ir?!

César estranhou ele ter dito “outro banho”, então, ficou encarando-o com uma expressão nada boa e disse para a surpresa de Félix: - Vá! Tire essa roupa, vista um roupão e me espere...

– E-esperar?!

– Sim, você ouviu!

– T-tá, papi... – Félix subiu. No quarto, ele tirou a roupa suja, jogou num canto para ser recolhida depois e vestiu o roupão. Sentado numa poltrona do quarto, ficou pensando o que o pai queria para mandá-lo esperar por ele.

César entrou no quarto do filho e este o olhava assustado já esperando uma briga, mas ao mesmo tempo pensava nas mil desculpas que poderia inventar caso o pai suspeitasse de algo.

Ele foi até onde Félix havia jogado a roupa suja e a pegou.

– Sua roupa fede!

Félix já não esperava outro tipo de comentário da parte do pai e nada respondeu. César continuou:

– Sua roupa fede, porém... – Chegou mais perto dele. – Você nem tanto! Pode me explicar, Félix... Por que sua roupa cheira a bebida e cigarro e você está com esse cheiro de sabonetinho de motel de quinta?!

Félix fechou os olhos e respirou fundo, agarrou-se com força à poltrona, esperando que o pai poderia ter descoberto tudo.

– É... É... Impressão sua, papi...

– Não, não é! Você disse que queria subir para tomar outro banho e seus cabelos estão úmidos! Sua mãe pode não ter percebido ou fez de conta que não percebeu, mas eu não vou me fazer de cego para suas besteiras, Félix!

Félix baixou a cabeça e o pai perguntou: - Onde você esteve? Vamos, fale!

– Eu... E-eu estive num motel, papi! – Félix falou de uma só vez, sem olhar para César.

– Num... Motel?! Num motel! Com quem? – Félix olhou para o outro lado e César segurou com força em seu rosto fazendo-o olhar para ele. – Com quem, Félix?!

– C-com... Com... – Então, Félix teve a ideia de dar a desculpa que poderia salvá-lo. – Com a Edith, pai! Foi com ela!

César se surpreendeu e o soltou.

– Com... A Edith?! Continua saindo com ela, então?!

– S-sim... Sim, papi...

– Então, foi com ela que você passou a noite?

Vendo que César ficara bem mais calmo depois do que ele inventou, Félix achou que essa mentira era o melhor plano para ele.

– Papi... Eu fico com vergonha de te contar essas coisas... – Falou com um sorriso disfarçado.

– Por favor, Félix, você tem quase vinte anos, não seja ridículo!

– Já que insiste... – Félix o olhou nos olhos. – Sim, pai! Eu passei a noite num motel... Com a Edith! Tá bom pra você?!

César deu um meio sorriso. – Muito bem, Félix! Me alegro em saber que você e ela estão se dando bem! Continue assim... – Deu-lhe uns tapinhas nas costas e completou: - Não quis ser médico, mas, pelo menos, está sendo um homem como eu! Quem sabe quando você se formar você não chega a administrar o San Magno tão bem quanto eu!

– É o que mais quero, papi! Acredite... Administrar o San Magno é o que mais quero!

Agora, Félix falara como se fosse essa a maior certeza da sua vida.

César foi saindo, mas antes de ir, lembrou: - Ah, por falar em Edith, chame-a para jantar aqui no próximo sábado! Vou dar um pequeno jantar para os sócios do hospital e para alguns amigos médicos para comemorar o aniversário do San Magno, e seria bom você aparecer com ela...

– Pra quê, pai?! – Félix indagou com raiva. – Só para todos verem que eu tenho uma namorada?! Não já basta o senhor saber, eu tenho que mostrar a Edith como um troféu pra todo mundo?! Eu tenho mesmo que dar justificativas da minha vida?!

– Tem, tem sim... É para isso mesmo! Sabe que não gosto nada dos comentários das pessoas quanto a você... Esse seu jeitinho de me chamar de papi... Enfim, eu quero que todos vejam que você está comprometido com essa moça! Faça o que eu disse, e ponto!

César saiu e Félix se trancou no quarto e desabou em lágrimas.

– Se o papi não gosta de mim... Nem eu sendo o que ele quer que eu seja... Ele iria me odiar se soubesse... Se ele soubesse...

Nos dias que se seguiram, Félix se encontrou outras vezes com Alonso às escondidas. Agora eles tinham mais que uma amizade e, além de satisfazerem seus desejos, Félix sempre conversava com ele sobre a pressão que sofria por causa do pai. Alonso o aconselhava a ser mais forte que o pai, mas também não era o melhor conselheiro, pois também se escondia para o resto do mundo.

A semana passou rápida e o dia do jantar especial de César chegou. Tudo estava arrumado. Pilar dava os últimos toques na preparação da reunião e procurava pelo filho.

– Onde o Félix se meteu que não chega?! Se não vier para este jantar terá problemas com o César...

– Mãe, quer ajuda?

– Não, Paloma, já estou terminando... Você viu seu irmão?

– Não mãe! Quer que o procure?

– É... Sim, vá ver se ele já chegou...

Paloma foi para o jardim. Perto de casa, Félix se despedia do amigo.

– Eu tenho que entrar agora, Alonso! O papi quer que eu fique nesse bendito jantar me mostrando com a Edith...

– Você voltou a vê-la desde que a gente...

– Não, não... E estou muito preocupado! Já imaginou se ela chega e meu pai pergunta se foi com ela mesmo que eu passei aquela noite?

– Félix... Não acha que agora é o momento perfeito pra você falar a verdade pra o seu pai?

– Tá louco, Alonso?! Eu não posso fazer isso! Você não conhece o doutor César como eu... Ele me expulsaria de casa, me deserdaria, me mataria... Faria qualquer coisa pra não deixar essa imagem de homem de família respeitável que ele tanto preza!

– E você vai continuar o resto da vida sendo um covarde? Sendo infeliz?

– Não... Um dia... – Suspirou. – Um dia eu... Eu gostaria de encontrar alguém que... Que goste de mim como sou! Quem sabe até que... Me ame... – Falava isso com um olhar sonhador, mas que logo se tornou turvo pelas lágrimas que o tomaram. – Mas... Agora... Meu único objetivo é fazer tudo que o senhor Khoury quiser, pra que um dia ele me dê a administração do San Magno como ele prometeu... E mais... A presidência! – Seu olhar se tornou sombrio. – Por que eu quero, Alonso, um dia, chegar a ser o presidente do San Magno e mostrar pra o meu papi soberano que eu posso ser melhor que ele! Por isso preciso continuar fazendo o que é mais vantajoso pra mim, entende?!

– Entendo, Félix... Só não concordo... – Alonso o beijou de surpresa.

Félix imediatamente o empurrou. – Tá maluco?! Eu tô de frente de casa, alguém pode ver!

Alonso se afastou. – Desculpa! É que não resisti... Não resisto a você, Félix! – Já ia se aproximando de novo quando ouviram uma voz feminina.

– Félix?!

Félix deu um passo para trás para ficar mais longe dele. – É a Paloma!

Os dois disfarçaram e Paloma chegou. Ela olhou para Alonso rapidamente e virou para o irmão.

– Félix, a mamãe tá te procurando! Onde você estava?

– É a mami quem está me procurando ou é você, meu doce?!

– É ela... Eu só vim ver se você tinha chegado!

– Já viu né?!

Alonso então se apresentou para Paloma.

– Oi, eu sou colega do seu irmão na faculdade!

– Oi, prazer! – Deram as mãos.

Félix interrompeu. – Ok, já se apresentaram... Paloma, Alonso, Alonso, Paloma, minha maninha... Ok?! Pronto! Agora vai pra dentro, meu doce, que eu vou já tá?!

– Tá bom Félix, mas vá logo porque você ainda tem que se arrumar pra o jantar e sabe como o papai fica impaciente com essas coisas...

– Eu sei, sei muito bem! Agora vai, vai que eu já entro!

Alonso viu como Félix se incomodou com a irmã e ficou com um sorriso cínico no rosto. Félix viu e perguntou:

– Que foi?

– Você... Ficou com ciúme da maneira como sua irmã olhou pra mim...

– Ah! Eu, com ciúme, Alonso?! Por favor... Ainda mais da minha irmãzinha insignificante!

– Não ficou?! – Perguntou com o mesmo sorriso. – Então, por que a tirou daqui tão rápido quando viu como ela me olhou?!

– Criatura... Isso não tem nada a ver com você!

– Não?! – Desfez o sorriso e suspirou profundamente. – Achei que... Você... Sei lá... Podia ficar com ciúme por que gosta de mim...

– Alonso... Não é que eu não goste de você, é só que não é a ponto de sentir ciúme... Pra quê?!

– Tudo bem, eu... Esperei demais de você... – Respirou e virou. – É... Aproveite o jantar! Tchau!

– Alonso! – Félix o interrompeu antes de ele ir embora. – Eu vou ter que aguentar os sócios chatos do hospital e a Edith no meu pé... E... Gostaria de... Ficar... Para o jantar?!

Alonso se surpreendeu. – Eu?! Ficar?! Félix, eu adoraria, mas...

– Eu convido, tá bom assim?! Se o papi perguntar eu digo que você é meu amigo da faculdade, não vou estar mentindo, vou?!

– Não, não vai! – Alonso sorriu e o abraçou rapidamente, pois Félix logo o soltou. Então, combinou: - Bom, então eu vou vestir uma roupa mais... De acordo com a ocasião e, volto mais tarde!

– Tá! Vai lá! – Alonso foi saindo, mas, como é atrevido, virou-se e deu um beijo na bochecha de Félix sem dar-lhe tempo para reagir. – Até mais tarde! E... Até depois da festa! – Piscou para ele, deu um sorriso cínico e vitorioso, e foi embora.

Félix olhou para os lados para verificar se ninguém tinha visto e como viu que não, entrou em casa. Porém, de uma das janelas do primeiro andar, César viu tudo.

...

Horas depois, já havia muita gente na casa dos Khoury, quando Edith chegou. Félix estava de paletó, muito bem arrumado, perto da escada. Ela logo foi abraçando-o e dizendo: - Oi, meu amor! Como eu estava com saudade...- Deu-lhe um selinho que mal foi correspondido.

Ele não deixou que ela falasse mais nada. Falou baixinho: - Edith, vem comigo lá em cima...

– Hum... Pra quê?

– Edith, pelas contas do rosário, eu preciso falar uma coisa importante, pode ser?!

– Pode... Eu também tenho algo muito importante pra te falar!

Foram subindo, quando César parou-os no meio da escada.

– Aonde vão?

– É... Papi! A Edith e eu vamos lá em cima... Rapidinho... Só...

– Não precisa me explicar o que vai fazer, Félix! – Virou para ela. – Seja bem vinda, Edith!

Ela respondeu da forma mais cínica que deixou ambos intrigados. – Obrigada, doutor César! Tenho a impressão de que me verão com muito mais frequência nessa casa!

Félix, obviamente, não entendeu o que ela quis dizer, mas a puxou pela mão.

– Vem, Edith, vamos...

– Espera, Félix! – César parou-o de novo. – Pra que tanta pressa?! Não pense que vai fazer desta casa um motel como o que vocês devem ter dormido outro dia... Por que vocês foram para um motel, não foi Edith?!

– Hein?! – Ela olhou para Félix que logo apertou sua mão com força. Ela, claro, entendeu o que ele queria. – Ah... Sim, claro... Aquela noite no motel... Pois é... É, nós fomos sim! Mas, não se preocupa tá César?! Nós vamos ficar quietinhos lá em cima!

Os dois subiram. Nessa hora, Alonso chegou na casa. Logo que César o viu, tratou de conversar em particular com um segurança que havia contratado para a ocasião.

– Aquele é o amiguinho do Félix que eu falei... Assim que tiver uma chance faça o que eu mandei!

No quarto...

– Ai Edith, obrigado! Muito obrigado! Pensei que você ia contar a verdade pra o papi...

– Que verdade? Que você esteve num motel, sei lá quando, sei lá com quem... E disse que era comigo?!

– É...

– Ah tá... E... Com quem foi, Félix?

– Ninguém que lhe interesse!

– Félix, eu sou sua namorada! Eu acho que mereço uma explicação não?!

– Ah criatura, por favor... Namorada?! Nós ficamos algumas vezes, e saímos por que... Por que o papi, não sei por que, gosta de você e gosta quando estamos juntos!

– Quer dizer que... Se não fosse para agradar seu pai você não estaria comigo?

– Edith... Pelos véus de Salomé, criatura! Olha... Não é que eu não goste de você, tá bom?! Mas... Daí a falar que somos namorados, já é demais...

– Não acho demais! Acho até que poderíamos ser mais que namorados!

– Como é, criatura?

– Félix... Precisamos conversar!

– Sobre?

– Sobre... Você e eu! Eu... Tenho uma coisa muito séria pra falar...

– Fala, ora!

Ela respirou fundo e virou de costas para ele. – Não sei se devo... Até por que você falou agora que não me quer nem como namorada... Que dirá, como sua noiva!

– Noiva?! Do que você tá falando, criatura?! Tá maluca?!

Virou para ele. – Sim, Félix, estou... Maluca, louca por você! Meu amor, você não pode me deixar... Não agora... Agora mais que nunca...

– Mas, do que você está falando, mulher?

Ela se aproximou com ar sério e disse olhando em seus olhos.

– Félix... Eu gosto mesmo de você! Não pense que não estou chateada por ter que mentir dizendo que fui eu que estive num motel com você quando, na verdade, você esteve com outra pessoa qualquer... – Ela foi aumentando o tom de voz gradativamente até quase gritar.

– Shh! Fala baixo!

– Não Félix, não falo! E... Se você não quiser que eu vá lá e conte a verdade para o César... Faça uma coisa que eu vou pedir!

– O que você quer? – Perguntou ele já impaciente.

– Que aproveite essa festinha para me apresentar pra todo mundo como sua noiva!

– Quê?! Esse papo de noiva de novo, Edith?! Eu, definitivamente, devo ter sambado no santo sepulcro pra ouvir uma coisa dessas! Me diz um motivo pra eu te tornar minha noiva!

– Félix! Eu estou grávida!

.

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Notas finais do capítulo

Continua...



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