Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 65
Learning How To Love -- I


Notas iniciais do capítulo

Fic cronologicamente não-linear.
—-
(Obrigada a quem deu as sugestões nesse capítulo antes de eu escrever as outras partes. Agora aí está. Espero que gostem da continuação.)



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Abriu a porta devagar, fazendo o máximo de silêncio possível para não acordar ninguém. Àquela altura do namoro, Félix já tinha uma cópia da chave da casa de Niko. Não que ele mandara fazer, o próprio carneirinho lhe deu em certa ocasião, só para o moreno ter certeza do quanto ele confiava nele e também, claro, para caso ele quisesse... Fazer uma visita noturna... Como estava fazendo agora, pois era madrugada.

Félix entrou e trancou novamente a porta. Ainda na sala, guardou as chaves, tirou os sapatos deixando num canto e foi indo na ponta dos pés até o quarto do seu carneirinho. Antes, porém, pensou na possibilidade de Niko estar acordado ninando seu bebê. Foi devagar até o quarto de Fabrício e viu que ele dormia profundamente. Aproximou-se do berço e com o máximo de silêncio, beijou a ponta dos dedos e depositou o beijo na cabecinha do pequeno, o qual já o deixava sorrindo abobalhado vendo-o dormir. Nunca passara pela sua cabeça achar um bebezinho tão fofo e lindo assim... Sempre dizia que todos tinham cara de joelho... Mas, Fabrício era diferente. Era lindinho demais. Talvez achasse assim por que fosse verdade e, ou, porque o achava a cara do seu amado carneirinho.

Após ver que Fabrício estava dormindo muito bem, com sono pesado, Félix saiu do quarto dele e foi até a porta do de Jayminho. O garoto também estava profundamente mergulhado no mundo dos sonhos. Então, mais tranquilo, Félix voltou a ir em direção ao quarto de Niko.

Enquanto ia, reclamava-se por dentro, e nunca pensou que reclamaria com um sorriso na face, repetindo para si mesmo coisas como: Que carneirinho genioso que eu fui arrumar... Olha o que você me faz fazer, Niko! Eu aqui de madrugada, bancando a babá, vendo se as crianças estão dormindo... Entrando escondido na sua casa... Só para ver se você me perdoa! Embora eu não tenha feito nada de errado... E mesmo que fosse, claro que você também não vai admitir que errou também! Ai, meu loirinho... Tão lindo... Criatura geniosa!

Chegou ao quarto e não precisou abrir a porta, pois o loiro deixava-a aberta para ouvir caso seu bebê acordasse chorando. Félix entrou, fechou, e então, parou por um instante contemplando a figura daquele homem lindo deitado de bruços, com o cobertor até a cintura, sem camisa, adormecido com aquela expressão angelical tão dele.

Sempre que o via assim, sorria feito bobo, como nunca sorrira na vida. Custava-lhe acreditar como o destino, a vida, forças sobrenaturais ou graça divina pudesse ter lhe presenteado com o amor de uma criatura tão maravilhosa. Seu carneirinho estava ali tão sereno, tão meigo, tão lindo; parecia que lhe esperava em seus sonhos como a bela adormecida esperou por seu príncipe para despertá-la do sono eterno.

E assim Félix foi: tal como um príncipe dos mais belos contos, Félix se ajoelhou perto da cama para olhá-lo melhor e mais perto. Niko dormia com um dos braços sob a cabeça e o outro estendido na cama. Félix tocou na sua mão livre, abriu levemente para mostrar sua palma e lá depositou um beijo. Fechou a mão do loiro como se quisesse que ele guardasse seu beijo.

Ele bem queria ficar só nesse beijo e apenas deitar quietinho ao seu lado para não acordá-lo... Mas, não resistiu. Notou que o carneirinho dormia apenas com a calça fina do pijama e vê-lo assim lhe despertava um desejo imenso... Tentar controlar seria uma causa perdida. Então, ele chegou mais perto dele, subindo na cama para dar-lhe outro beijo na mão, e os beijos foram subindo pelo braço enquanto ele tirava vagarosamente o cobertor de cima dele.

Já o havia descoberto até os joelhos, e sua mão apalpava suas nádegas, quando lhe beijou o pescoço. A ternura e a paixão misturadas com a intensidade e a volúpia daquele carinho fez Niko acordar e tomar um susto.

– Félix?! O que... O que tá fazendo?!

– Niko... Eu... Eu vim ficar com você...

– Quê?! E-espera... – Niko, ainda acordando e se recobrando do susto, sentou na cama e esfregou os olhos. Então, perguntou pausadamente: - O que você faz aqui?

– Carneirinho, eu já disse... Eu queria ficar com você! Eu... Senti saudade...

– Saudade?! – A pergunta saiu um tanto revoltada.

– É, carneirinho, saudade... Ai, criatura, não banca mais a geniosa, vai... Vamos fingir que nada aconteceu, pode ser?! Você estava tão lindo dormindo, vai, deita de novo e eu te faço uma massagem... – Sorriu maliciosamente. – Hein... Que tal?! Uma massagem, depois...

– Ah! – Niko cruzou os braços em protesto. Se estivesse em pé, provavelmente estaria batendo o pé no chão também. – Agora você quer vir e fingir que nada aconteceu?

– Mas... Niko! Pelas contas do rosário, não aconteceu nada, criatura!

– Ah não?! Para o senhor não aconteceu nada, não é?! Senhor galã... Senhor conquistador... Senhor “que posso fazer se todos me querem?”... Todos te querem, Félix?! Então vai, fica com todos, fica com quantos você quiser, tá bom?! – Voltou a deitar cobrindo todo o corpo e o rosto.

– Ai carneirinho! Por favor... – Félix passou a mão na cabeça como se estivesse cansado. – Eu devo ter cobrado pedágio na Via Crucis pra te ver fazendo manha desse jeito!

– Não é manha, Félix! Você sabe muito bem o que houve!

– Criatura! Aquilo foi uma bobagem! O que você queria que eu fizesse?

– Não sei! Não é da minha conta!

– Ah não, Niko! Aí já é demais! Dá pra parar com isso?! Vai, descobre o rosto e fala direito comigo...

– Não! Vá embora!

– Niko!

– Que é?!

– Quer mesmo que eu vá embora?

O loiro titubeou, mas respondeu de um modo não tão convincente: - Quero!

– Não vai nem mesmo falar comigo? É isso?! Vai ficar aí fazendo birra, e pronto! Vai terminar comigo por acaso?! Por uma besteira, carneirinho?!

O loiro descobriu apenas os olhos, mas nada respondeu.

Félix o encarou e depois desviou o olhar que parecia desiludido.

– Está bem... Eu sabia que você não me aguentaria por muito tempo mesmo! – Levantou da cama demonstrando uma real decepção na atitude e na voz e foi saindo, mas Niko se descobriu e pediu:

– Félix... Espera! Não vai...

Ele parou, mas não falou nada. Niko levantou-se da cama e ficou logo atrás dele e falou com sua voz serena de sempre:

– Eu não vou terminar com você, Félix! Não poderia! Eu não posso mais te imaginar longe de mim... Fora da minha vida! Eu gosto demais de você... Eu... Te amo, Félix!

O moreno virou para ele, mas não o encarou. Apenas mantinha o olhar baixo. Abriu a boca como se fosse falar algo, mas fechou de novo. Era como se quisesse responder da mesma forma, mas tais palavras tão fortes ainda não saiam de si.

Niko, a compreensão em pessoa, chegou mais junto ao amado e pegou em seu queixo, levantando suavemente sua cabeça para olhá-lo nos olhos.

– E você, Félix? Você me ama? – Perguntou com seriedade.

Félix o olhou nos olhos de um verde suave e profundo. Os olhou profundamente quase como se pudesse através deles mergulhar na paz eterna. Não respondeu sua pergunta com palavras, mas afirmou com a cabeça e com aquele olhar de pura sinceridade e Niko entendeu mostrando-lhe seu sorriso terno.

– Eu sabia... Só queria confirmar!

Ambos deram uma risada rápida, ainda não tão feliz, mas parecia que sua briguinha já havia acabado. Niko, então, o abraçou forte.

– Me desculpa, Félix?! Me perdoa... Eu não queria brigar com você... Mas... Sabe como eu sou!

– Sei... – Félix sussurrou em seu ouvido. – Geniosa!

– Para! – Lhe deu um tapinha nas costas e sorriu com dengo.

– Olha, carneirinho... Eu gosto de você, só de você! Como você pôde pensar que...

Niko o interrompeu pondo o dedo na sua boca.

– Não, não fala nisso! Esquece! Eu fui... Um bobo, eu sei...

– Foi! – Félix lhe fez um carinho na barba macia que tanto gostava de acariciar. – Mas, você é um carneirinho bobinho e eu te adoro assim mesmo!

Eles voltaram a se abraçar. Agarrados como se não fossem mais se soltar, Niko comentou:

– Você ainda não disse se me perdoou...

– Claro que sim, Niko! E você? Você me perdoou, carneirinho?

– Hum... Depende...

– Depende de quê, criatura?! – Perguntou soltando-o para encará-lo.

A dúvida de Félix foi quebrada ao que Niko lhe lançou um olhar cheio de segundas intenções.

– Bom, Félix... Depende do quanto você me demonstrar que merece ser perdoado...

– Ah... – Félix entendeu muito bem o que seu carneirinho queria. Foi dando alguns passos, levando-o junto com ele em direção a cama. – Quer dizer que eu tenho que fazer por onde ser perdoado?!

– Tem...

– Olha que eu faço!

– Faz...

Ambos caíram na cama e naquela noite de amor Félix estava se sentindo perdoado de todos seus pecados... Até dos que não havia sequer cometido.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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