Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 51
Samba Lusitano - parte 9


Notas iniciais do capítulo

O primeiro passeio...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/476325/chapter/51

Era uma vez, um príncipe desiludido e um príncipe enganado... Talvez os dois fossem mais iguais do que imaginavam, apesar de parecerem tão diferentes... Príncipes que poderiam nunca se encontrar em seus contos tão distintos... Mas, seus caminhos se cruzaram! E, de uma amizade surgiu, magicamente, um poderoso amor...

E cá estamos... Félix e eu...

Era assim que eu me sentia. Vivendo um verdadeiro conto de fadas, passeando com meu príncipe por aquelas paisagens que remetem aos mais belos contos clássicos.

Nosso roteiro de viagens começou na magnífica vila de Sintra.

...

– Um reino romântico, mágico, cheio de esplendor... O cenário perfeito para os mais belos contos de fadas... Um castelo majestoso, palácios que deslumbram...

– Carneirinho, dá pra parar de falar só por um instante?! Criatura, não sei como você ganharia mais dinheiro, se como dono de restaurante ou guia turístico!

– Ai Félix, não dá! Sabe que eu andei pesquisando tudo sobre Portugal desde que combinamos a viagem, sabe como eu gosto de aprender sobre a cultura de outros países... Não posso ficar quieto, tô muito empolgado!

– Tá, mas guarda um pouco dessa empolgação pra mais tarde, tá!

Senão o vinho que eu deixei separado não vai adiantar de nada...

...

Ele só pensa nisso! – Bobinho... Tenho empolgação pra durar o dia inteiro!

Dei-lhe um selinho e continuamos o passeio.

– Olha Félix, a mística serra de Sintra... Sabia que foi designada de “Serra da Lua” pelos Celtas e de “Mons Lunae” pelos Romanos?! Ela abrange um vasto parque natural! Sabia também que Sintra atrai escritores e produtores de cinema pela beleza das suas paisagens e lendas?! Inclusive, o poeta inglês Lord Byron a descreveu como “Glorioso Éden”!

– Hum... Éden? Gostei... Sabia, carneirinho, que estar com você aqui é como estar no paraíso?!

Fala sério, Félix! Como não quer que eu me derreta todo com essas coisas?!

...

Ele me abraçou e quase chorou... Como é sentimental! Eu nem precisei pensar muito para falar isso, afinal, era verdade, era realmente como eu estava me sentindo... Como se estivesse no paraíso! Mas, eu sabia que ele ia se derreter todo com isso!

Hum... Estou tendo umas ideias... Acho que já sei como deixar esse carneirinho todo dengoso e ainda mais caidinho por mim...

Já que ele gosta tanto de cenários de contos de fadas, porque não ser como um verdadeiro príncipe?!

...

Depois que o abracei, Félix ficou mais romântico... Até então não tínhamos andado de mãos dadas, mas ele estendeu a mão para mim e entrelaçamos os dedos e continuamos a caminhar por aquelas paisagens deslumbrantes... Eu estava vivendo um verdadeiro sonho!

...

Caminharmos de mãos dadas era só o primeiro passo... Eu tenho algumas cartas na manga... Gentilezas, eu diria... Se bem que o carneirinho merece que eu faça tudo por ele e pra ele!

Chegamos ao Palácio da Pena. Requinte, luxo e história! Não posso dizer que também não estava impressionado... Mas, o Niko parecia um menininho misturado com guia de turismo! E estávamos só olhando do lado de fora!

– Olha que coisa linda, Félix! O Palácio da Pena é uma dentre as várias razões para Sintra ter sido declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO! Ele é um dos melhores exemplos da arte romântica do século dezenove e também...

– Niko, Niko querido... Será que eu dancei o bate o pé durante o sermão da montanha?

Eu tinha que interrompê-lo de alguma maneira. Até gesticulei uma espécie de coreografia para ver se ele parava de falar um pouco.

– Ai Félix, por quê?

– Como porque, criatura? Desde que chegamos você tá aí falando, parece uma enciclopédia ambulante! Carneirinho, vamos curtir o passeio?!

...

Talvez eu estivesse exagerando... Um pouco...

– Tá, Félix... Eu vou tentar falar menos... Vamos!

...

Continuamos o passeio. Chegamos ao Palácio Nacional.

É encantador estar aqui com o Niko. Ele me encanta. Começou a subir as escadas, tirar fotos, e eu não sabia se olhava para as paredes brancas do palácio ou se para aquela pele branca daquele carneirinho entusiasmado.

Ele até que ficou caladinho por um tempo, mas eu sabia que não ia durar muito! Recomeçou o falatório...

Eu tentei ser paciente, ouvi-lo, mas o encantamento estava passando e ele estava começando a me dar nos nervos!

– Ai Niko, será que eu derramei o vinho da santa ceia pra você não calar essa boca?!

Eu não reclamei diretamente para ele, mas... Foi quase! Meio que saiu sem querer... Ah, eu sou meio impulsivo mesmo!

...

Nossa! Ele exclamou com tanta ênfase! E eu que pensei que ele estava tentando ser mais gentil, mais romântico... Mas, esqueci que o quê o Félix tem de romântico, tem de impaciente!

– Tá bom... Se não quer que eu fale nada, vamos continuar o passeio e eu vou ficar caladinho! Não vou trocar uma palavra que seja com você!

Saí andando na sua frente, me fazendo de ofendido. Fui tirando fotos, vendo tudo... Na verdade, eu estava contando quantos minutos ele ia ficar sem ir atrás de mim!

...

O carneirinho saiu andando na minha frente... O segui, mas ele saiu todo ofendido por uma bobagenzinha! Genioso!

Nem quis mais pegar na minha mão e eu cheguei bem perto, rocei minha mão na dele... E ele não pegou!

Eu tinha que remediar aquela situação... Afinal, tinha uma garrafa de vinho nos esperando para mais tarde e eu quero o Niko feliz comigo!

Já sei o que ele está esperando... Gosta de contos de fadas né, carneirinho?! Então...

...

Dei mais alguns passos e me distraí enquanto tirava umas fotos. Quando olhei para trás, Félix havia sumido!

Pra onde ele foi?

Será que ele vai voltar pra o hotel e me deixar aqui?

Não acredito... Onde ele se meteu?!

Fiquei preocupado... E arrependido por ter o gênio que tenho! Não sabia se continuava o passeio ou voltava para procurá-lo. Estava na dúvida, quando me deparei com alguém se destacando em meio aos visitantes...

Dei um sorriso e me enchi de felicidade ao vê-lo. Félix estava olhando para mim, com flores na mão e um chapéu de príncipe!

Que lindo! Parece mesmo um príncipe de verdade! Naquele cenário então...

Fui depressa até ele...

...

– Como que você faz uma coisa dessas comigo, hein?!

Ele adorou... Eu sabia! Conheço o carneirinho genioso que tenho... É uma manteiga derretida... Ah, e eu gosto de deixá-lo contente, claro!

– Você não acabou de dizer que não ia trocar mais nenhuma palavra comigo?!

– Deixa de ser bobo, vai! Onde que você arrumou tudo isso?

– Foi fácil, carneirinho, vi um vendedor de flores passando, escolhi essas orquídeas que você gosta...

– E esse chapéu?

Ele nem fazia ideia dessa minha surpresinha...

– Comprei antes de virmos! Eu sabia que você ia se encantar com os castelos e tudo mais e eu ia usá-lo hoje... Talvez mais tarde... Mas, acabei trazendo-o dobrado na mochila!

Ele me deu um abraço apertado, comprovei que gostou e que já não estava mais chateado nem um pouco comigo. Comprovei ainda mais quando ele sussurrou ao meu ouvido enquanto me abraçava...

– Você é mesmo um príncipe, Félix! Meu príncipe! Mas... Pode guardar esse chapéu que daqui a pouco você vai usá-lo...

Ele me soltou e piscou para mim. Claro que eu guardei o chapéu na hora! Não sabia o que estava se passando naquela cabecinha loira...

...

Como eu disse, Félix vai usar esse chapéu de príncipe no momento propício... De uma maneira muito mais romântica... E de quebra eu vou realizar um sonho de conto de fadas!

Chegamos...

Quando Félix viu logo entendeu qual era minha ideia! Foi logo tirando o chapéu da mochila e colocando de volta.

Agora sim! Meu príncipe e eu vamos desfrutar de um fantástico, encantador e inesquecível passeio de carruagem!

E claro que fiz um agradinho para o Félix se sentir mais poderoso...

– Quer subir primeiro na carruagem, Dom Félix?!

...

Dom Félix?! Adorei! Tô me sentindo poderoso! Se bem que o Niko me dá poderes que nunca imaginei ter... Ao mesmo tempo ele é minha fraqueza!

Ah, eu tinha que agradar esse meu carneirinho lindo também... Ele sempre sabe o que me dizer. Tenho que ser um marido à altura.

Pus o chapéu, subi na carruagem e estendi a mão para ele...

– Agora é sua vez, príncipe Nicolas!

O sorriso que ele mostrou ao segurar minha mão e subir na carruagem comigo foi magnífico...

...

Aquele passeio era a prova de que contos são reais! Mais que contos de fadas... Contos de amor! Tudo que estava acontecendo, embalado por aqueles belíssimos cenários, o eco dos fados e a magia da história, para mim, era a prova de que existe o “felizes para sempre”... O sempre é nosso hoje!

...

Deixamos mais alguns pontos turísticos para visitarmos amanhã. O passeio de carruagem com o carneirinho foi a segunda coisa mais mágica que já aconteceu na minha vida! A primeira foi nosso primeiro beijo!

Eu nunca acreditei em contos de fadas... Mas, o Niko me faz crer até mesmo no “felizes para sempre”. É tudo que eu quero ser ao lado do meu carneirinho... Feliz... Sempre... Como agora!

E assim será!

...

No fim do dia, admirávamos o pôr do sol numa das praias de Sintra. Eu estava anestesiado com o dia que tivemos...

– Ah Félix, acho maravilhosas as paisagens europeias! Têm uma magia né?!

– É, tem mesmo... Você já veio à Europa antes, não?

– Já... Na primeira vez que vim já tinha notado que todo canto é um misto do que há de mais clássico com o mais moderno! Os traços contemporâneos em harmonia com estruturas seculares...

– Conhece bem, hein, carneirinho?! A que lugar da Europa você veio?

– O Eron me levou a Paris...

Depois que falei foi que notei o que tinha falado! Pra que eu disse isso?! Claro que o Félix ia fazer alguma ceninha...

– Ah... Já veio com a lacraia, foi?! Que coisa...

Conheço bem aquele tom de voz... É melhor nem falar nada!

Mas, ele tratou de falar...

– Pois... – Ele parou na minha frente e pegou no meu queixo.– Eu duvido que você tenha aproveitado tanto essa viagenzinha à França quanto está aproveitando Portugal comigo!

Ele tem razão, estamos aqui há apenas um dia e já aproveitei bem mais...

Ah... Mas, eu não vou dar esse gostinho ao Félix tão fácil... Eu gosto de provocá-lo...

...

Porque esse sorrisinho, carneirinho?! Não estou entendendo... Ah, óbvio! Ele vai dizer que nunca aproveitou coisa nenhuma enquanto vivia ao lado do Eron, por que eu sou mil vezes melhor que a lacraia... Em tudo!

– É... Na verdade, Félix, até que foi uma viagem bem... Proveitosa!

O quê?!

...

Ele ficou surpreso! Trincou os dentes! Sabia que ele não ia gostar de ouvir isso!

– Proveitosa, pra quê? Aquilo deve ser tão frio que deve ter feito nevar em Paris em pleno verão!

Eu contive o riso... Gosto dessas ceninhas de ciúmes, às vezes... Mas, o que mais gosto é a o quê elas podem nos levar...

– Não fala assim, Félix... Também não é pra tanto...

...

Ai... Eu não acredito que o carneirinho está defendendo aquela lacraia do olho de bola de gude! Não, não só defendendo, ele está relembrando, o que é pior! Depois de tudo?! Depois do que estamos vivendo aqui, ele lembra quando veio com aquilo?!

– Não é pra tanto... Não é pra tanto... Ah não! – Reclamei mesmo. Claro que tinha que me chatear... Mas, pensando bem, tenho uma maneira bem melhor de lidar com isso... E ainda deixar o carneirinho vermelhinho.

Fiquei atrás dele, encostei em seu corpo, e falei seguro do que dizia:

– Você pode ter ido a qualquer lugar com aquela lacraia e com quem quer que seja... Mas, aposto que ninguém jamais te deu tanto prazer quanto eu!

...

– Félix! – Ele me surpreendeu... Como que ele fala isso assim?! Mas, pior que é verdade!

– Quê? Disse alguma mentira, por acaso? – Ele perguntou com um sorriso cínico. Claro que não disse mentira, mas...

– Fala baixo! A gente tá em Portugal!

– E daí, criatura?

– Qualquer pessoa que ouvir vai entender o que a gente está falando!

– Ai, Niko, só você pra pensar nessa questão... – Ele claramente riu da minha cara. – Olha, não muda de assunto! Vai, confessa aquele lá tinha cara de bola murcha! E do jeito que você é voraz, aposto que sentiu falta! Se a mim você dá uma canseira, imagino àquela lacraia dez anos mais velho que você...

– Que é isso, Félix?! O que se passou entre nós é outra história, história que ficou pra trás...

– Vai, carneirinho, confessa que ele não dava conta!

Ele falou com a cara mais cínica do mundo...

Acho que o Félix estava começando a passar dos limites com essa obsessão! Culpa minha... Pra que eu fui abrir minha boca?!

– Não vou falar nada sobre isso, para de ser indiscreto! Você gostaria que eu contasse sobre nossa vida pra ele, por exemplo?!

– Vai, Niko, pelo menos diz que nunca teve na vida noites tão quentes quanto as que você tem comigo!

Pior que ele tá certo... Mas, se eu admitir isso assim tão fácil e me derreter todo pra ele, pronto! Ele vai ficar metido a um ponto crítico! Não, Félix... Também sei jogar do seu joguinho... Ser tão cínico quanto você!

– Puxa, você é modesto, hein, Félix?! Se quer mesmo que eu fale, então tá... O Eron até que me satisfazia bem!

Ih, agora ele ficou contrariado... Virou o rosto, ajeitou a sobrancelha e respirou... Eu tive que conter a vontade de rir de novo! Se ele está acreditando é a prova de que sei mentir sim! Mas, a verdade é que, antes do Félix, eu nunca tinha ficado tão... Satisfeito!

– Eu duvido, Niko! Duvido! Aquilo devia ser uma pedra de gelo, um iceberg...

– Ah... Pode ser, Félix, mas você tem que lembrar uma coisa... Gelo também queima!

Ele fechou os olhos e cerrou os punhos. Respirou de novo. Odiou o que eu disse! E eu estou adorando ver o ciúme sem motivo dele.

– Quer saber, Niko?! Para de dar voltas, vai, se tem duas coisas nessa vida que você não sabe fazer é mentir e esconder as coisas! Você está achando mesmo que está me enganando?

Agora ele foi irônico! Aquela conversa já estava me chateando! Já chega! O Félix já se sente o tal mesmo, vou ser sincero e, enfim, a verdade é que o Félix embaixo dos lençóis é coisa de louco! Tá bom, se ele quer a verdade...

...

O carneirinho me olhou de um jeito, que eu, sinceramente, não entendi! Ele estava pensando em alguma coisa... Ficou sério, depois deu um sorrisinho, e ficou sério de novo...

– Tá, tá bom, Félix... Já que você insiste tanto... Ok! A minha relação com o Eron não era assim tão satisfatória nem tão quente quanto a nossa! Com você eu me divirto mais, tenho mais prazer e cada dia é uma aventura! Pronto, falei! Tá satisfeito agora?!

Gostei de ouvir... Gostei muito! Eu estava rindo por dentro! Rindo alto! Mas, me contive...

– Não, ainda não estou totalmente satisfeito... – Eu o agarrei forte pela cintura como ele gosta.– Fala agora que eu sou tudo que você sempre quis!

...

Que pegada que ele tem...

Ah, eu sabia que ele ia ficar metido... Ele já quer demais!

– Quer saber o que você é? Muito metido a besta! – Tive que rir e então falar a verdade. – Mas, é sim, tudo que eu sempre quis!

Nos beijamos na praia. Uma coisa que já havíamos feito um milhão de vezes... Mas, desta vez tendo por cenário o espetacular pôr do sol de Sintra.

...

Voltamos para o hotel em Lisboa. O meu querido “guia” carneirinho já programou nosso passeio de amanhã.

– Amanhã vamos voltar a Sintra para visitar o Museu do Brinquedo, Félix! Vamos ter muita inspiração sobre o que comprar para os meninos! Ah, faltou visitarmos o Castelo dos Mouros... Depois, vamos degustar algumas delícias típicas da região... Depois, voltamos para curtir a noite iluminada de Lisboa! Depois de amanhã, a gente...

Eu tinha que interromper, senão ele não ia parar...

– Carneirinho, depois de amanhã a gente vê! Amanhã você já sabe aonde quer ir, tudo bem... Mas, o dia de hoje ainda não acabou...

Fui até a cama e levantei a garrafa de vinho que deixei separada...

...

Ele me mostrou a garrafa de vinho, mas só pela voz dele eu já sabia suas intenções...

– Vou adorar degustar esse vinho com você, Félix... Mas, não agora!

– Por que não agora?

– Você sabe como eu fico se passar um pouquinho da conta no álcool e, esqueceu que temos que ligar para os nossos filhos?! Eu já estou com saudade deles!

...

É mesmo... Eu também...

– Eu também estou com saudades dos nossos garotos, carneirinho!

– Então, vamos falar com eles agora? Vou ligar...

Niko ligou para casa, e pôs o telefone no viva-voz para nós dois falarmos com os meninos ao mesmo tempo.

– Alô?

– Alô, Fabrício?!

– Papai Félix, papai Niko! – Pudemos ouvir a vozinha de comemoração dele. – Vocês já vão voltar?

– Não querido, só daqui a uns cinco dias! – Respondeu o carneirinho.

– Papai... Tô com saudades do papai Félix jogar bola comigo e das historinhas que você conta!

Só de o ouvirmos já nos emocionamos... Dava para eu imaginar a carinha de carneirinho pidão júnior que ele estava fazendo!

– Ah não faz assim, meu filho... Olha, os papais vão comprar pra você uns livrinhos de crianças sobre Nossa Senhora de Fátima e os três pastorzinhos, você vai amar...

– Cadê o papai Félix?

– Aqui, meu filho, tô ouvindo tudo! Você tá se comportando direitinho? Não tá fazendo birra com a Adriana, não né?!

– Não... – Pela vozinha de bagunceiro dele, o carneirinho e eu já sabíamos que ele devia ter aprontado.

Pelo visto eles também estavam falando na função viva-voz. Jayme entrou na conversa para denunciar o irmãozinho traquino.

– Pai Félix, nós acabamos de jantar e ele acabou brigando com a Adriana porque quis comer chocolate à noite!

– Jayme, não... – Fabrício tentou fazê-lo parar...

...

Jayme continuou e Félix e eu escutávamos...

– Mas aí eu falei que não, que não podia! E ele parou de fazer birra com ela! – Nosso rapazinho dando ordens ao irmão deve ter sido muito fofo.

– Fabrício, não faça malcriação com a Adriana, você sabe que não pode comer doce depois do jantar, só no almoço! – Félix o lembrou.

– Tá bom, papai Félix, desculpa!

Que bonitinho meu menininho pedindo desculpas... Agora, era melhor eu falar de outras coisas para deixá-los contentes.

– Meninos, a gente vai levar uma montanha de presentes pra vocês, mas só se comportarem, hein?! Na próxima viagem, nós quatro vamos juntos, tá bem?!

Jayme respondeu primeiro:

– Tá bom, pai Félix, pai Niko! Tô com saudades também!

...

Já íamos nos despedir, aí eu me lembrei de perguntar:

– Filhos, o irmão de vocês já foi pra aí?

O próprio me respondeu:

– Estava falando de mim, pai?

– Jonathan! Já chegou?! Olha, cuida bem dos seus irmãos aí, viu!

– Pode deixar pai! E vocês dois, aproveitem a viagem, hein?!

– Pode deixar, filho!

Niko também se pronunciou:

– Boa sorte nesses dias com seus irmãos, Jonathan!

– Deixa comigo, Niko! Já planejei umas coisas pra fazermos juntos, os dois vão gostar!

– Obrigado, Jonathan!

...

Eu sou muito agradecido por o Jonathan ser tão atencioso com os irmãos. Às vezes, é como se ele fosse um filho pra mim também. Grande garoto... Puxou ao Félix. Só é menos maluquinho!

Pena que já vamos desligar... Mas, vamos ligar para eles amanhã de novo mesmo, vamos ligar todos os dias! Nem eu nem o Félix nos aguentamos de saudades.

Félix se despediu primeiro... – Tchau meus filhos, se comportem direitinho! Amanhã a gente liga de novo pra sabermos como estão, ok?!

– Tá pai Félix, pai Niko! Tchau!

– Tchau, meus filhos! Fiquem com Deus! Obedeçam a Adriana! Principalmente você, viu Fabrício?!

Ele me respondeu todo dengosinho... – Tá papai Niko! Tchau! Tchau, papai Félix!

– Tchau, Fabrício! Jayme, Jonathan...

Os três responderam ao mesmo tempo. – Tchau pai... Tchau, papai... Tchau Niko... Tchau pai Félix... Tchau!

Nós dois também entramos em sincronia: – Tchau, filhos! Boa noite, meninos! Saudades! Tchau!

Poderíamos ficar ouvindo as vozinhas deles durante horas. Enfim... Amanhã falamos de novo com nossos filhos. Apesar de que amanhã sei que vou sentir ainda mais saudade deles quando formos ao Museu do Brinquedo. Vou ficar me lembrando deles o tempo todo... Tenho certeza que o Félix vai ficar lembrando também...

Agora, temos que descansar para amanhã... Ih! Félix já foi novamente em direção àquela garrafa de vinho que havia separado!

...

– Carneirinho... Tá esquecendo uma coisinha que eu deixei aqui?!

– Não Félix... Não esqueci... – Ele respondeu meio tristinho. – É que... Ah, agora que falamos com os meninos, eu fiquei com saudade deles!

Entendi!– Eu também, carneirinho! – Realmente sinto falta do Fabrício me chamando pra brincar, do Jayme me pedindo pra ensinar alguma coisa...

Niko encostou a cabeça em meu ombro. Ficamos um tempo pensando nos meninos, mas já era hora de voltarmos a curtir nossa segunda lua de mel...

– Então... Que tal brindarmos nosso primeiro dia em Portugal?!

...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

CONTINUA...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Félix & Niko - Dias Inesquecíveis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.