Dia 6 de janeiro.

– Vamos Jayminho, vamos desmontar a árvore, guardar tudo!

– Não vamos esperar o papai Félix?!

– Tá, meu filho, se você quer esperar... Mas, não sei se ele vai demorar, ele foi levar o pai dele...

– Seu Niko, o Fabrício tava chamando papai, papai, acho que ele quer ajudar também!

– Então me dá ele aqui, Adriana! Ah, como foi seu final de ano?

– Foi muito bom seu Niko, brigada pelas férias viu!

– De nada, Adriana!

– Cheguei!

– Papai Félix, papai Félix...

– Olha, o que fiz para merecer tamanha recepção?!

– Ah Félix, o Jayminho estava louco pra que você chegasse pra desmontarmos a árvore todos juntos! Até o Fabrício quer ajudar ó!

– Vem Fabrício, vem... Ele sempre ri quando me vê, carneirinho!

– Ele puxou ao pai, ora!

– Ah carneirinho... Já chega, vamos ao trabalho!

– E como foi com seu pai Félix? Tudo bem?

– Sim... Bom, como o papi mesmo diz "na medida do possível", sim! Ele até gosta de ficar lá sabe, acho que o papi tá até de olho numas enfermeiras...

– Ai Félix, imagina... Vamos, eu e o Fabrício desmontamos um lado e você e Jayminho desmontam o outro!

– Vamos desmontar mais rápido que eles papai Félix!

– Vamos lá Jayminho, é uma competição!

– Que competição o quê gente, é desleal, o Fabrício é pequenininho...

– Tem razão carneirinho, ele já está tirando os enfeites da parte de baixo, todos, olha...

– Ah, já vi que vai ser uma bagunça... Vamos!

Na euforia de tirar os enfeites e desmontar a árvore, a árvore tombou e o enfeite que colocaram no topo caiu. O barulho assustou Fabrício que começou a chorar.

– Calma, calma, meu filho, pronto, pronto, já passou...

Niko conseguiu acalmá-lo.

– Pronto, Adriana, leva ele!

– Ah, carneirinho, desculpa, acho que a gente acabou se empolgando né?!

– Foi culpa minha papai, eu que puxei a árvore pra tirar tudo primeiro...

– Não, Jayminho, fui eu que disse que isso era uma competição... Além disso, eu sou o mais alto, devia ter segurado... Foi mal, carneirinho!

– Qué isso meninos, sem tristeza! Hoje é dia de reis, a harmonia das festas de fim de ano ainda está no ar, não vamos estragar isso...

Jayminho pegou o enfeite aparentemente quebrado no chão e o encaixou. Félix viu, dizendo:

– Mas, olha carneirinho... Não quebrou!

– Ah, não quebrou?! Que coisa boa...

Jayminho saiu feliz. - Vou dizer pro meu irmãozinho e para a Adriana que eu consertei o enfeite.

– Vai, vai lá meu filho!

– Ai ai, esse menino, ele acha que ele consertou, que bonitinho!

– Bonito, Félix, foi ele e você terem comprado isso! Eu achei muito lindo quando me mostraram! Achei meio estranho, confesso, mais lindo!

– Quero que se torne o detalhe principal da nossa decoração natalina, carneirinho!

– Claro, somos nós! Um papai noel, muito bonitinho por sinal, carregando seu saco cheio de presentes, dois ajudantes ao lado, um menorzinho que o outro, e, ao invés de uma rena, tem um carneirinho na frente deles! É uma coisa muito fofa! Ainda bem que não quebra tão fácil!

– É, pra você ver... E esse papai noel sou eu não sou?!

– Claro, porque os ajudantes são nossos filhos e eu sou...

– O carneirinho! - Exclamaram juntos.

– Olha, meu carneirinho, sabe qual o maior presente que esse seu papai noel carrega?

– Qual é?

– O carneirinho e os dois ajudantes! - Eles riram.

Félix continuou a falar, olhando nos olhos de Niko.

– Niko, você e meus filhos, são e sempre vão ser meu maior presente! Não só de natal, mas, da vida inteira!

Iam se beijar, mas Jayminho voltou chamando-os:

– Papai, papai, vamos, vamos acabar de desmontar a árvore!