Fate/Legends - Ashe escrita por Lanko


Capítulo 10
Ashe - Reminiscências V: Treinamento


Notas iniciais do capítulo

Os capítulos sobre a juventude de Ashe continuarão por mais um tempo. Acho extremamente importante compreender como ela virou quem é hoje, algo que infelizmente foi muito destruído pela nova lore que a Riot fez pra ela.

Conheceremos um pouco mais do cotidiano de Freljord naquela época. Também conheceremos os amigos que marcaram ela, no caso, Alvin e Sejka.
O lore de Ashe diz que ela adorava ouvir as antigas histórias de Avarosa. Bjorn, considerada por ela como um tio, é o homem responsável por isso.
E outra personagem muito importante e negligenciada é Francesca, a mãe de Ashe. Foi ela que a treinou e foi com a morte dela que Ashe assume a liderença da tribo, encontrando até mesmo o arco de Avarosa no processo.

Depois faço mais um desabafo em relação ao lore da Ashe. Aproveitem mais um capítulo!

NOTA: Os personagens citados acima são personagens originais, e não oficiais.



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A visão de John obscureceu, voltando segundos depois.

Observou os arredores. Pessoas andavam com olhares preocupados e cabisbaixos. Alguns carregavam lenha, outros peles e tecidos. Um ferreiro trabalhava arduamente e guardas patrulhavam. O ambiente estava tenso, muito diferente do que John presenciara momentos atrás.

Ashe estava em um pátio de prática de arco e flecha, junto com a mãe e outros curiosos.

A visão acelerara alguns anos no futuro, como acontecera da primeira vez. Ashe crescera, o cabelo estava mais longo e suas feições indicavam alguém no meio da adolescência. Usava um arco de adulto, diferente do pequeno objeto que ela usara na brincadeira com as outras duas crianças.

Ashe atirava flechas enquanto andava rapidamente, acertando e errando os espantalhos.

– Acelere um pouco mais! – Disse Francesca.

Ashe caminhou mais rápido, no ritmo de uma corrida leve. Levou rapidamente uma flecha ao arco, mirou enquanto tensionava a corda, e disparou. Acertou o alvo.

– Dispare mais rápido agora! – Gritou sua mãe.

A jovem atendeu o pedido e fez o procedimento com mais velocidade, disparando três vezes. Duas acertaram o espantalho.

– Corra pros lados agora. A cada cinco passos pra direita, corra sete para a esquerda!

Ashe obedeceu. Disparou quatro vezes, correndo da esquerda pra direita, mas não acertou nada. Ela parou, frustrada.

– Foi difícil, não? – Se aproximou Francesca. – Além de correr e disparar, agora você tinha que contar o número de passos, o que te confundiu. Você diminuiu a velocidade que corria, a frequência com que disparava e sua precisão. E no quarto disparo você deu seis passos para a direita.

– Era muita coisa pra manter em mente. – Admitiu Ashe.

– Exato. Se quiser sobreviver numa batalha, terá que dominar a arte de atacar seus inimigos ao mesmo tempo que mantém a mente calma e atenta ao terreno e o que acontece ao seu redor. Imagine que houvesse um buraco ou uma rocha aqui. Cinco passos até a beirada. Ao dar o sexto, você cairia e seria morta. Esse é o propósito desse exercício.

Ashe recuperou o fôlego e tentou mais uma vez. Na primeira flecha ela foi rápida em disparar, errando. Ficou nítida a diferença de velocidade pra disparar a segunda. Na terceira, ela quase pisou novamente seis vezes para a direita. A quarta flecha passou longe do alvo. Ela acertou a quinta, no braço do espantalho. Ela parou e sorriu, ofegante.

– Muito bem! Por hoje é só, Ashe. – Todos aplaudiram.

– Estou progredindo né! – Disse a jovem.

– Muito! Lembra como era no início? – Replicou Francesca.

Ashe lembrava. Como era difícil! O arco balançava enquanto andava e os braços recusavam-se a permanecerem fixos. Os pés, antes firmes, afundavam na neve quando corria, sempre variando a profundidade. O cansaço também vinha rápido.

Três invernos atrás ela não conseguira acertar de jeito nenhum os alvos, isso andando a passos de tartaruga. No primeiro dia saíra chorando do pátio, precisando ser consolada por sua mãe, Alvin e claro, uma história de Bjorn sobre Avarosa.

Depois sua mãe mostrou o quão difícil realmente era, ao errar todos disparos correndo rapidamente. Hoje Ashe achava que Francesca errara tudo de propósito, apenas para motivá-la.

No terceiro treino, uma semana depois, ela finalmente acertou uma flecha. Era necessário começar bem devagar, “como uma lesma”, como dissera sua mãe, e ir aumentando a velocidade aos poucos. Cada ritmo era como se ela pegasse um novo arco, completamente diferente do anterior.

Foi conseguindo disparar e acertar os alvos, mas sua mãe insistia para que treinasse ainda mais arduamente os disparos parada. Quanto melhor ela ficasse neles, mais fácil ficaria em movimento.

Mesmo com o corpo fixo não era tão simples disparar uma flecha. A respiração, a postura, até mesmo o posicionamento dos dedos influenciava no resultado final. Sua mãe dizia que um suspiro ou até o movimento de um dedo fora da hora era capaz de desviar a flecha, mesmo que por milímetros. Contra inimigos com armaduras, milímetros poderiam ser a diferença de uma flecha penetrar numa falha ou junta da armadura ou simplesmente ser absorvida ou ricochetear. Vida ou morte.¹

Era verdade. Ela testou isso usando a mesma força, a mesma posição e mirando no mesmo lugar, mas mexendo o dedo, dando uma leve respirada, entre outras coisas. A flecha sempre desviava, mesmo que por muito pouco, do alvo intencionado.

– Ashe! – Gritou alguém.

– Sejka!

A garota de cabelos pretos estava mais alta e esguia. Agora tinha feições adultas, mas sorria como a mesma criança de três anos atrás. As duas garotas se abraçaram.

– Fiquem à vontade, crianças. Vou ver como estão as coisas. – Francesca se afastou.

– Faz tanto tempo que não nos falamos! – Disse Ashe.

– É verdade. Tenho um tempinho antes de mais uma excursão. Quer colocar a conversa em dia? – Respondeu Sejka.

– Claro! Como você está?

– Grankjar e eu estamos muito bem! É bom ter uma pessoa com quem você pode contar, confiar…amar. Falando nisso, você tem a minha idade quando conheci ele! – Disse Sejka, olhando curiosa para Ashe. – E aí, alguém faz seu coração acelerar?

Ashe corou.

– N-não…na verdade eu ainda nem pensei nessas coisas.

– Não? Realmente casei cedo, mas daqui a uns três anos, quatro no máximo, você também vai! – Disse Sejka. – E aquele garoto, o Alvin, que sempre brincava com a gente? Vocês dois passavam bastante tempo juntos!

– O-o quê? Não! Só brincávamos! E…e o pai dele me contava histórias! Só! – Ashe balançava a cabeça.

– Haha, assim que começa! Ele está trabalhando numa forja e treina com outros rapazes. Ele cresceu, está ficando fortinho também. Daqui a uns dois, três anos ficará bonitão. Assim como você, que vai ser o centro das atenções!

Ashe corou mais ainda.

– De jeito nenhum! Você era muito mais bonita na minha idade! Eu sou…normal.

– Ashe, você é muito modesta! Vários rapazes já comentam sobre você!

– O quê? – Ashe estava alarmada. – O que eles falam?

– Ora, o que garotos normalmente falam! – Provocou Sejka. – Acho que até alguns adultos comentam!

Ashe arregalou os olhos, boquiaberta.

– Calma, é brincadeira! – Disse Sejka, percebendo o desconforto da amiga. – Mas você é realmente muito bonita, Ashe! Só que muito tímida! Vem, vamos andar por aí, daqui a pouco tenho que ir ao lago Arëndal em outra excursão.

As duas andaram pela tribo e Ashe dessa vez percebeu os olhares que recebeu de alguns rapazes. Ruborizada, olhava pra outra direção.

– Olha quem está ali! – Disse Sejka.

Era Alvin. Ele viu as duas garotas e acenou. O cabelo castanho claro ficara mais longo, resquícios de uma barba começavam a aparecer e seu físico estava muito mais aprimorado, com braços e ombros começando a se alargar. Parecia mais velho do que um adolescente de treze anos.

– Sejka! Há quanto tempo! - Ele cumprimentou e deu um leve abraço em Sejka.

– E você também Ashe! – O abraço em Ashe foi mais longo e apertado, igualmente retribuído pela garota loira. Sejka sorriu, como se dissesse “eu sabia”. Ashe percebeu e rapidamente desfez o abraço.

– O que você está fazendo aqui? – Perguntou Sejka.

– Estou de folga hoje. Ajudei a produzir muitos equipamentos essa semana. – Respondeu Alvin.

– Por que estamos forjando tanto? – Perguntou Ashe.

– Parece que há um grande movimento migratório do Norte vindo para o Centro e o Sul. Sua mãe acha que isso vai aumentar disputas por recursos e locais férteis, então achou prudente que nos preparássemos.

– Tem gente que vive lá no Norte? Achei que só tinha gelo e mais nada. Por que de repente estão todos fugindo? – Perguntou Sejka.

– Não temos contato com o povo de lá. Meu pai enviou mensageiros pra conversar com outras tribos no caminho. Existem muitas histórias de um feroz guerreiro que está massacrando tudo por lá. Outros boatos dizem que é uma mulher, não muito mais velha do que nós três, botando todos pra correr. Alguns dizem que ela monta um urso, outros um lobo gigante.

– Que ridículo! – Disse Sejka.

– Alguém no Norte está agitando as coisas. - Disse Alvin, agora olhando para Ashe. – Alguns disseram que essa pessoa está tentando…unificar as tribos sob uma só.

– O quê? – Espantou-se Ashe.

– Mais um boato que falaram ao meu pai. Ele disse que é mentira, que essa pessoa está simplesmente subjugando e conquistando. Se não, por que fugiriam dela?

Fazia sentido. Mas Ashe agora queria saber quem era essa misteriosa pessoa. Ela comentava com Alvin e Sejka sobre Avarosa e como Freljord chegou a ser uma nação só, mas eram conversas entre amigos, mais curiosidades do que planos. Sua própria mãe já a repreendera uma vez. Então ela mantinha esses pensamentos pra si mesma. Será que havia mais alguém pensando como ela, em algum lugar de Freljord, por mais distante que estivesse?

– Já que estamos todos juntos, que tal lembrarmos os velhos tempos? – Sejka mudou o assunto. – O Urso e a Bela Donzela?

– Isso não era “impróprio pra uma mulher adulta”? – Zombou Alvin. – Eu lembro disso, hein!

– Vamos! – Disse Ashe.

O trio voltou ao mesmo lugar de três anos atrás. A camada de neve aumentara, pela aproximação do inverno. Pinheiros tinham crescido e alguém construíra uma cabana. O vento soprava.

– Você não está com frio? – Perguntou Alvin.

– Não. Por quê? – Respondeu Ashe.

– Eu estou tremendo. – Alvin explicou.

– Ultimamente estão me perguntando isso. Acho que não sou muito friorenta.

Alvin não acreditaria caso não estivesse vendo Ashe andar normalmente, não se incomodando pelo vento. Ela estava com menos camadas de roupas do que ele. Sejka os interrompeu:

– Eu sou a donzela! Ashe é a cavaleira e Alvin, o urso, exatamente como fizemos antes! – Disse Sejka.

– Isso vai ser fácil! – Disse Alvin. – Vou te alcançar rapidamente, Sejka!

– Uma pequena mudança, Alvin. Antes de me devorar você deverá devorar a Ashe primeiro! – Disse Sejka.

– Por quê?

– Porque sim!

– Pode vir, dessa vez vai ser diferente! – Provocou Ashe.

– Então eu vou direto pra você, Ashe!

– É isso aí, Alvin! Pega a Ashe com todas as suas forças! – Incentivou Sejka.

Só então a garota loira percebeu o estratagema da amiga, ruborizando. Sejka segurava o riso o melhor que podia, um sorriso de alguém que aprontara algo muito bom. Não acredito que você propôs a brincadeira só pra fazer isso, pensava Ashe, incrédula.

– A bela donzela caminhava, tranquila e desatenta! Então havia um urso, um urso, um URSO! Preto e castanho e coberto de pelos! – Cantou Sejka.

Ashe se concentrou ao ver Alvin correndo em sua direção. Ela atirou uma flecha de papel, acertando-o, e em seguida correu de costas, levando outra flecha ao arco. A arqueira esperou um pouco e realizou outro disparo certeiro, agora no ombro do rapaz. A distância diminuía, mas não tão rapidamente quanto o “cavaleiro” desejava. Ashe não conseguia correr de costas tão rápido quanto Alvin de frente, mas era o suficiente para manter uma razoável distância. Uma terceira flecha de papel acertou o garoto.

Ashe se virou e correu o mais rápido que conseguiu. Alvin era forte e resistente, com muito impulso e força nas pernas, mas Ashe era mais leve e treinava corrida e arco e flecha. Ela já vira Alvin treinando com os outros rapazes, todos tentando se acostumar com o peso de escudos, armas e armaduras. O foco deles era força e resistência, não agilidade.

– Vamos, Alvin! O que você está fazendo? – Dizia Sejka, correndo logo atrás do rapaz.

Ashe imaginava a ironia da cena: a donzela incentivando o urso a devorar a cavaleira que viera salvá-la.

Alvin acelerou ainda mais o passo, não querendo perder de jeito nenhum. Ashe parou, pra surpresa de seus dois perseguidores. Alvin tentou empurrá-la para o chão, mas Ashe desviou para o lado. Ele tentou agarrá-la e ela andou para trás. Era o que ela queria: desviar de uma investida e rodeá-lo, fazendo com que perdesse o ímpeto em que vinha. Ela rapidamente se afastou, empunhou o arco e disse:

– Parado!

– Ursos não param, Ashe! – Zombou Alvin, começando a correr novamente.

Mas até o garoto recuperar a velocidade necessária, seriam precisos vários segundos. Manteve-se imóvel e mirou em Alvin. Disparou uma flecha e rapidamente outra, atingindo o garoto pela segunda vez, antes mesmo da primeira flecha de papel atingir o chão. Alvin e Sejka estavam boquiabertos.

– Uau… - Disse Alvin.

– O que foi? Machucou? – Perguntou Ashe, preocupada.

– Não, não…mas como você disparou tão rápido? – Respondeu ele.

– Hm? Não foi tão rápido assim…

– Como não? Ashe, isso foi incrível! Quando você estava fugindo do Alvin não disparou desse jeito! – Disse Sejka.

– Ah…é que correndo é mais difícil…Parada é muito mais fácil! – Respondeu encabulada.

– Eu ouvi falar que estava treinando, mas caramba! Nunca imaginaria que você estava tão afiada assim! – Sorriu Alvin.

Ashe sorriu de volta. – Bem, é minha mãe que me treina né! Ela atira muito melhor do que eu!

– Você com certeza vai ultrapassá-la! – Disse Alvin.

Os dois se olharam por alguns segundos antes de desviarem o olhar.

– Hm…acho que a neve está derretendo por aqui! – Provocou Sejka.

Ashe e Alvin iam replicar quando ouviram uma voz: - Ai está você!

Um soldado, de armadura e lança, se aproximou. – Sejka! Esqueceu que temos que ir para Arëndal? Se já cansou da sua volta pra quando tinha cinco invernos de idade, podemos ir? – Disse o homem, com desdém.

Sejka baixou a cabeça: - Sim, senhor Emrik, minhas desculpas. – Ela se virou para Ashe e Alvin. – Eu vou indo. Se cuidem, vocês dois.

– Ele não precisava ser tão rude. – Disse Alvin, depois que foram embora.

– Alvin. Que tal irmos com ela para Arëndal? – Perguntou Ashe.

– O quê? Como vamos fazer isso?

– Vamos falar com minha mãe. Passamos tão pouco tempo juntos. Além disso, você não quer ver esse lago? Nós nunca saímos daqui da tribo.

Alvin surpreendeu-se. – Sim. Eu também quero ver esse lago que é tão importante. Vamos falar com sua mãe!

Ashe e Alvin encontraram Francesca no centro da tribo, conversando com algumas pessoas. A excursão podia sair a qualquer momento, então Ashe a chamou.

– Com licença, um minuto. – Francesca se afastou de dois homens. – O que foi, Ashe?

– Desculpe interromper assim, mãe. Mas precisamos que você autorize eu e o Alvin para a excursão ao lago Arëndal. – Disse Ashe.

Francesca estava surpresa. – Por que eu faria isso? Arëndal está conosco há três anos, mas ainda assim é atacado. E existem vários animais silvestres por lá.

– Sejka está indo. Alvin está de folga da forja. Fiz quinhentas flechas e costurei diversas roupas essa semana, já limpei a casa ontem e lavei a louça hoje cedinho. Nós três quase não nos vemos mais e… queríamos aproveitar o tempo juntos antes de voltarmos ao trabalho.

– Ashe… - Francesca pensou por alguns segundos. – Tudo bem. Mas quero vocês dois de volta antes do anoitecer. Seu pai sabe disso, Alvin?

– Não.

– Então vá falar com ele. Não posso autorizá-lo sem o consentimento dele.

– Vai, Alvin! Não temos muito tempo! – Disse Ashe.

– Está tudo bem. Vou pedir para que o capitão Emrik espere. E vou mandar mais dois guardas com vocês por precaução.

Apesar do aviso, Alvin saiu correndo. Francesca aproveitou pra resolver os assuntos com os dois homens com quem estava conversando antes da interrupção.

– Tudo certo! – Retornou o garoto, agora com um pequeno escudo de madeira, uma espada na cintura e com braçadeiras e caneleiras de ferro. Tinha uma ombreira no ombro direito e estava revestido de couro fervido, mas sem armadura.

– Pra quê tudo isso? – Perguntou Ashe.

– Ora, sua mãe disse que pode ser perigoso. Então me preparei um pouco. Meu pai que me deu! – Disse ele, orgulhoso.

– Você também vai usar algumas proteções, Ashe. Ponha isso. – Disse Francesca, entregando roupas mais grossas.

– Não está frio. – Respondeu Ashe.

– Como não está frio? – Estranhou Francesca. – De qualquer maneira, lá fora o clima é bem pior do que aqui. Coloque as roupas.

Ashe colocou. Seus amigos pareciam bem, mas ela se sentia sufocada. Estava quente demais pra ela. Mas seus olhos se arregalaram quando Francesca lhe entregou um aljave com cerca de vinte flechas com pontas de aço.

– Arqueiros de verdade usam essas. Quero que as leve também. – Disse Francesca.

Ashe usava flechas feitas de madeira nos treinos, pra não desperdiçar ferro e aço, materiais raros. Sentiu um calafrio ao pegar o aljave.

– Não se preocupe. Você é uma arqueira excepcional, Ashe. Na verdade, eu já devia ter te entregado suas primeiras flechas de aço. – Disse Francesca.

– Você tinha que ver o que ela fez agora pouco. Eu nem vi ela disparar! – Disse Alvin.

Ashe corou. Francesca sorriu. – Haha, só ela não percebe! Você atira muito melhor do que eu nessa idade. Realmente, Ashe, é hora de conhecer os arredores. Vou te colocar em um grupo de caçadores depois.

A garota loira sorriu. Por um lado estava feliz ao poder explorar o mundo exterior. Mas também triste, pois isso a afastaria ainda mais de Alvin e Sejka.

Eles se encontraram com o grupo da excursão nos portões da tribo dos Arqueiros de Gelo, acompanhados de dois guardas de Francesca. Ashe removeu algumas peças de lã que sua mãe lhe dera. Não aguentava mais o calor.

Sejka estava extremamente contente por eles virem. O capitão Emrik, por outro lado, não gostou nem um pouco.

– Essa excursão é pra ajudar a tribo manter estoques de comida e madeira. É um lago disputado por outras tribos e tem animais selvagens nos arredores. Não é um passeio pra Demacia. Podem observar o que quiserem, mas nada de algazarra, barulho e de atrapalhar os outros. Não me importa de quem vocês são filhos. Quem manda aqui sou eu. Entendido?

– Sim, senhor! – Responderam Ashe e Alvin.

Os dois mal podiam esperar para saírem pela primeira vez da tribo dos Arqueiros de Gelo e explorar um pouco de Freljord.


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Notas finais do capítulo

O passado de Ashe continuará a ser explorado, com o início de eventos que levarão à diversas tragédias que a marcarão profundamente.

¹ - Isso é mesmo verdade, até com as armas modernas de hoje. Atiradores de elite do Exército dos Estados Unidos ( os famosos Snipers ) relatam que tudo isso influencia a precisão de um tiro. E isso porque são os soldados com a maior precisão do Exército!
Um documentário sobre um atirador de elite que participou da campanha dos EUA no Afeganistão relata isso com ainda mais precisão.