Entrei no quarto e deitei na cama, fechando os olhos. Minha cabeça doía, ainda não tive tempo de absorver todas as novidades. Meus pais estão vivos, eu tenho super força, minha irmã tem poderes telecinéticos , nós estamos em um mundo muito distante do nosso, onde um dos meus melhores amigos é o príncipe herdeiro... Eu vou enlouquecer.

Levantei, tirei a roupa e tomei um banho. Os banheiros daqui não são tão diferentes dos da Terra. Não sei quanto tempo se passou, mas eu tinha que sair do banho, meu estomago começava a reclamar de fome. Voltei para o quarto e havia uma muda de roupas em cima da cama. A calça parecia ser de um material muito parecido com o couro, porem igualmente apertado, a blusa parecia linha, fina e soltinha.

Soltei a toalha e vesti minha cueca, pegando a calça logo em seguida. Ouvi batidas na porta:

– Está aberta. – falei, de costas para a porta.

– Hey, pediram pra avisar que o jantar vai ser servido... – ouvi a voz de Camille. Virei-me para ela, seus olhos pararam no meu peitoral, corou. - ... Desculpe, eu vou sair.

– Não, pode ficar. – Ela usava um vestido em um tom escuro de verde com detalhes dourados, mangas cumpridas. Estava linda, na verdade ela é linda. – Eu já estou terminando, podemos descer juntos. – ela assentiu, coloquei a blusa enquanto ela olhava o quarto. – Você está muito bonita! – corou de novo.

– Obrigada... Não estou acostumada a usar vestidos, não é uma versão minha que eu gosto muito. – falou.

– Bom... Eu gostei dessa versão sua! – falei me aproximando dela, ajeitando, delicadamente, seu cabelo.

– Você... Ficou bonito nessa calça! – comentou, tímida. Sorri com seu comentário. Em todos esses anos que ela frequentou nossa casa, nós nunca fomos tão próximos quando agora e eu estou gostando do que estou conhecendo.

– Obrigado. Podemos ir? – perguntei, estendendo meu braço para que ela o segurasse com sua mão.

Nós descemos, sendo guiados por um dos guardas. Os outros já estavam lá, conversando, junto com Lady Siff.

– Olha só, o casal chegou. – Peter nos zoou.

– James, só presta atenção que a amiga foi minha primeiro ta? – Sophie falou.

– Pode deixar manhinha. Vou cuidar dela muito bem. – brinquei, deixando Camille constrangida.

– Para gente, por favor. – Cam falou, se concentrando na comida.

– É gente, tadinha da menina. – Jade falou, defendendo-a.

– Sem mais brincadeiras, precisamos discutir estratégias para vocês! – Lady Siff nos chamou a atenção.

– Pelo o que minha irmã nos falou antes de sairmos da Terra, eles estão em câmeras de congelamento, logo os únicos que podem libera-los são Drake e Jade, isso é obvio! – falei. – Logo, eu pensei em deixar Drake, Jade e Sophie com a parte da tecnológica e eu, Peter e Camille, como os mais hábeis para a luta, ficamos com a parte do combate corpo a corpo.

– Conclusão: a parte da pressão psicológica do negócio fica com a gente e vocês protegem a nossa retaguarda? – Drake perguntou. Fingi pensar por um minuto e assenti:

– É por ai! – falei e sorri.

– Me parece um bom plano. Devo avisa-los de que só encontrarão o pior lá! E nunca confiem, de jeito nenhum, em Loki ou em seus acordos. Aquele lá não tem palavra! – Lady falou e nós assentimos.

Após esse comentário, o jantar seguiu sem mais brincadeiras da nossa parte. Após terminarmos, alguns trabalhadores do castelo vieram tirar a louça do jantar e fomos levados para nossos quartos. Fechei a porta e caminhei ate a varanda, olhando as tão estranhas, mas tão lindas, constelações que estavam ao nosso redor. Olhei para a minha direita e vi minha irmã, apoiada no parapeito, com os olhos fechados.

– Sophie? Sophie! – chamei-a.

– Ah.. hey Jay. – me chamou pelo apelido que ela havia inventado. Sua expressão não era a das melhores.

– Ta tudo bem? – perguntei.

– Eu to angustiada! Só isso! Lembra daquela frase: tão perto, mas tão longe! É assim que eu to me sentindo agora! – me confidenciou.

– Vamos conseguir! – falei, ficando mais perto de sua varanda.

– Não é só isso... – falou.

– O que mais então? – perguntei, curioso.

– Lembra, quando éramos crianças, e o nosso cachorro ficou doente?

– Sim, o que tem?

– Levamos ele no veterinário, o médico passou um remédio e nos mandou leva-lo para casa que ele ficaria bem... Você lembra o que eu te disse naquela noite? – perguntou e eu assenti.

– Você disse que ele ia morrer, mesmo com todo mundo dizendo o contrário. E ele morreu, dois dias depois. Quando perguntaram como você sabia, você disse que apenas sentia. Te levaram no psicólogo durante seis meses... Mas o que isso tem haver?

– Eu to com aquela sensação de novo Jay. Um sentimento ruim no peito. E ele não passa! - falou, quase chorando.

– Vai ficar tudo bem Soph! – falei. – Não vai acontecer nada com ninguém! Eu não vou deixar!

– E se acontecer alguma coisa com você? – perguntou, chorosa.

– E que tal eu ir dormir com você? Como quando fazíamos quando éramos crianças e você tinha medo da chuva! – falei e ela assentiu.

Sai da varanda, fechando a porta. Sai do meu quarto, fechando a porta também. A porta do quarto dela estava entreaberta, entrei e fechei-a. Soph já estava deitada. Caminhei ate a cama e deitei, puxando ela para deitar no meu peito.

– Tente dormir! – falei.

– Estou com medo James.

– Eu sei, eu sei. Eu to aqui. Não vai acontecer nada. Eu prometo.