Além dos Mortais escrita por Ádrila Agnes, victor hugo


Capítulo 9
Primeiro Ataque - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :3



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Quando as sombras nos atacaram, o tempo pareceu ficar mais lento. Savanna tomou a frente, golpeando a cabeça de uma das sombras com suas facas, neste momento, eu percebi que, claro, não eram somente sombras – claro, a maioria das sombras não nos tocariam e, nesse caso, não seriam uma ameaça. Luki cravou o tridente em mais dois deles e os aproximou de mim, relutantemente.

Os examinei rapidamente, sem nem mesmo tocá-los ou me focar em alguma parte específica. Os seus braços direitos eram próteses tecnológicas, o corpo vagamente humanóide estava completamente coberto por uma malha metálica, eles estavam armados de uma espécie de machado de dois gumes. Os olhos pareciam não ter qualquer emoção.

– São guardas de Pandora, como aqueles que eu vi no julgamento – disse, um tanto constrangido - São tipo...

– Nós sabemos o que eles são – Luki interrompeu – Loki foi procurar por ajuda. Eles estão chegando aos bandos, como uma alcatéia de lobos sanguinários. Se eles avançarem muito, o cassino vai ser destruído. -Ele disse,enquanto usava seu tridente para bloquear as machadadas de um trio de guardas ao mesmo tempo,fazendo com que gostas de água fervente voassem de sua arma a cada golpe

– Então, meninos, se quiserem falar menos e atacar mais, eu agradeceria – Savanna havia pegado de volta as facas cravadas na barriga dos guardas, que haviam se contorcido em espasmos agonizantes por alguns segundos, mas, agora, estavam parados, sem qualquer mancha de sangue.

Savanna tinha deixado que alguns fios ruivos caíssem sobre os seus olhos. Enquanto desviava habilmente dos golpes de dois guardas ao mesmo tempo, usava o cabo de suas adagas nocauteá-los. Quando pela percebeu que eu estava a encarando, desviou o olhar.

– Drake, falamos sobre isso mais tarde, tudo bem? – Ela incendiou suas armas, puxando um dos guardas pra perto de seu corpo com o braço, enquanto batia em sua testa com o cabo da faca,o deixando inconsciente e com uma queimadura superficial no topo da cabeça.

– Precisamos levá-los pra longe do hotel, eu não sei exatamente como eles chegaram a esse cômodo tão rápido, mas com certeza os clientes do cassino ainda não perceberam sua presença. Se eles nos ouvirem... – Luki sussurrou, seu tridente ainda sendo usado unicamente para se defender das machadadas violentas dos guardas, enquanto tentava joga-los pra fora do quarto

– Não vamos ter que mais que nos preocupar com o fato de um humano, ter visto um de nós na forma original – Savanna completou, dando uma rasteira e derrubando três guardas ao mesmo tempo,enquanto suas armas passavam raspando por seus cabelos,cortando pelo menos 8 fios que ficaram flutuando no ar.

– Isso mesmo, volte a culpar o humano! – Comentei, sarcasticamente, tentando ajudar como podia. Desviei do ataque de um dos guardas e depois puxei sua arma, usando-a para arremessa-lo em direção ao chão, em seguida, usei o machado para fazer o mesmo com mais dois deles.

Agora, Luki fazia golpes mais rápidos e ofensivos, mesmo já estando cansado – Com cada giro, conseguia derrubar vários guardas e nocauteá-los por causa do impacto de suas cabeças se chocando com o piso do hotel – não que eles estivessem em grande número, talvez fosse somente quinze, no máximo e eu pude perceber que eles não estavam completamente treinados, eram como experimentos dispensáveis, provavelmente.

Savanna continuava atacando com as facas, mas, desta vez, parecia estar com mais dificuldade para impedir que as laminas machados atingissem seu rosto,usando apenas duas facas, ainda assim, conseguia ser prejudicial aos nossos adversários.

De qualquer forma, eles não conseguiriam resolver aquilo sozinhos,após alguns minutos seus golpes foram ficando mais fracos,cansados,assim como os meus,e ter que torna-los silenciosos,não ajudava em nada.

– Nós precisamos sair – Luki disse,ensopado de suor,e Savanna consentiu,não muito diferente dele e de mim. Os guardas que estavam no quarto estavam caídos no chão, inconscientes, mas eu pude perceber que vários deles invadiam o corredor do cassino.

– Sair?

– Eles são melhores do que parecem. E, se você ainda não notou, estamos em menor quantidade.

– Mas... o cassino... – definitivamente, eu não gostei do tom da minha voz naquele momento – Achei que vocês fossem, sei lá, a elite heróica. Tinham que salvar as pessoas e tal.

Luki franziu o cenho, antes de rir. Savanna tocou em nossos ombros e nos puxou para perto da janela.

– Loki vai encontrar ajuda, mas nós estamos cercados, encurralados. Se demorarmos muito, nós vamos morrer.

– Morrer é algo um tanto exagerado...

– Se você prefere que eu diga que vamos ser torturados por anos antes de morrermos... – ela continuou. Percebi que ela estava preocupada – Não sei como Pandora descobriu onde nós estávamos e se ela sabe, nós corremos sério perigo. Eu não gosto de fugir de uma luta...

– Mas uma fuga estratégica é melhor do que lutar até a morte – Luki disse, mesmo que não acreditasse completamente naquelas palavras.

– Vamos lá... – Savanna suspirou. Olhei para trás. Mais guardas entravam. Eram muitos. Realmente não havia como vencer, mesmo que aquilo fosse um tanto... doloroso. Quando nos preparamos para pular, algo aconteceu.

Uma sequência de flechas azuladas se materializou a nossa volta, golpeando nossos oponentes e cobrindo diferentes partes de seu corpo com uma grossa camada de gelo, que os impedia de continuar os ataques.

Elas vinham do fim do corredor e pareciam se direcionar a todos os demais guardas, que caiam no chão,sem nem mesmo ser feridos. Era uma pontaria excelente, admito.

Chegava a ser perturbador.

Quando todos os guardas estavam fora de combate, um nevoeiro gelado havia coberto o local. Savanna e Luki cheiravam o ar, como se algo morto estivesse atrás da poeira.

Uma forma masculina surgiu na frente do corredor. Não havia flechas na aljava branca em suas costas – ele havia gasto todas com os guardas de Pandora, que agora pareciam estar desaparecendo, quase como se tivessem sido teletransportados pra algum lugar, após serem derrotados - ele exibiu um sorriso torto, triunfante. Duas garotas e um garoto estavam atrás dele; embora estivessem completamente desarmados, estavam em posição de ataque. Seus olhos claros transitavam entre nós, principalmente entre mim e Luki, como se nos pedisse algo.

– Oi, meu nome e Dean, e... Acho que vocês me devem agradecimentos.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sugestões? :)