A Batalha da Escuridão. escrita por BlindBandit


Capítulo 3
De volta ao Acampamento.




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– Finalmente - Samanta disse quando ela alcançou o topo da colina meio sangue. Ela soltou sua mala na grama, sentindo a brisa suave no rosto. Ela respirou fundo. Aquele era o lugar favorito de Sam, sua casa.

Jace a alcançou no topo da colina, arfando. Ele tinha um enorme sorriso no rosto.

– Aposto que chego la embaixo antes de você – ele disse, os olhos cinzentos brilhando.

– Vai comer poeira. – Samanta disse, ela colocou a mochila nas costas e começou a correr, com Jace em seu encalço. Porem, quando ela chegou ao anfiteatro, Bianca já a esperava, limpando as unhas.

– Lerdos – ela disse sem levantar os olhos.

– Ei! – Jace exclamou. – Viajar nas sombras é trapaça!

– Não é não!- ela sorriu. – Você não disse que não podia.

Jace bufou.

– Venham – Bianca revirou os olhos – Vamos guardar nossas coisas, os campistas de verão vão chegar essa noite, quero estar na fogueira na hora certa.

Nova Grécia estava cheia. Não importa se algumas das famílias passassem parte do ano fora, todas elas voltavam para o verão. Samanta entrou na cidade e viu Chris Rodriguez brincando com a bebe de dois anos que estava no colo de sua esposa, Clarisse de La Rue. A filha mais velha, Silena, correu para Samanta quando a viu. A garotinha tinha verdadeira adoração por Sam.

– Saaam! – ela disse passando os bracinhos em volta da cintura de Samanta.

– Como vai minha grande lutadora? – Sam perguntou, Silena mostrou o muque. – Olha só! Parece que alguém está ficando muuuito forte!

– Estou! Estou! – ela disse entusiasmada. – Vou falar para a mamãe que vocês chegaram! – Então ela correu para o outro lado.

– Eu vou ficando por aqui. – disse Bianca, apontando para a casa de mármore ao lado. Nico di Angelo e sua esposa estavam sentados no telhado( sim, no telhado) Ele usava um casaco de couro, com uma caveira nas costas, os cabelos despenteados pareciam de alguém que tinha acabado de acordar. Ao seu lado, sua esposa, Lisa, uma filha de Hécate, fazia alguma magia azul com as mãos, ambos riam. Quando Lisa viu Bianca se aproximando, ela mexeu as mãos, fazendo Bianca levitar no ar, gargalhando, e pousar bem ao lado dos pais, que a abraçaram.

Samanta e Jace continuaram fazendo seu caminho até o chalé de seus pais, que ficava no fim da cidade. Sentado na frente da fonte, segurando um bebe de dez meses no colo, estava Leo Valdez. Ele era magro e um pouco baixo para um adulto. As mãos ágeis do rapaz faziam um chocalho, enquanto o bebe assistia fascinado. Ele lembrava muito o pai, menos os olhos, o bebe tinha os grandes olhos cinzentos da irmã de Annabeth com quem Leo tinha se casado.

– Como vão meus pequenos prodígios? – Leo perguntou a eles.

– Vamos bem, obrigada tio Leo! – Jace respondeu.

– Não me chame de tio, me faz sentir velho. – Leo resmungou.

– Ei Leo, meu pai disse que quer falar alguma coisa com você a respeito da reforma dos estábulos. – Samanta disse.

– Tudo bem – ele disse- Eu passo na casa de vocês amanha.

Samanta e Jace subiram as escadas, o chalé estava vazio, Percy e Annabeth provavelmente estavam em reunião com Quiron.

Samanta desfez sua mala. Colocou uma troca limpa, a camiseta laranja do acampamento, uma calça jeans, tênis. Ela estava com seu anel no dedo, ele se transformaria em uma espada caso ela precisasse.

– Vamos Jace – ela disse dando dois socos na porta do quarto do irmão. – Vamos nos atrasar para o jantar.

Jace abriu a porta. Ele usava a camisa do acampamento por baixo de uma jaqueta de couro, calças jeans e all starts. Os cabelos rebeldes que ele tentara pentear estavam iguais a sempre.

– Se arrumando para Bianca? – Samanta perguntou, Jace ficou vermelho como uma pimenta.

– Não! – ele exclamou exagerado – Eu nem gosto dela desse jeito!

– Aham... sei – Samanta disse. – Olhe só, meu irmãozinho de “ quase-doze-anos” está crescendo!

– Cale a Boca – ele disse irritado e um pouco corado.

Alguém bateu na porta, Samanta correu para atender, quando abriu, foi a ver dela de ficar corada. O garoto que estava na porta tinha a mesma idade da dela. Ele tinha a pele morena, um delicado nariz, um sorriso de tirar o folego e olhos azuis elétricos, manchados de um turquesa. Sam sentiu seu coração palpitar.

– Samanta – ele disse, sorrindo, um pouco nervoso também.

– Noah – Sam disse, suas palmas da mão suavam, ela se reprendeu por isso. Eles dois tinham crescido juntos, ela não podia se sentir atraída por ele.

Ele estendeu os braços, sorrindo, Samanta o abraçou. Ele tinha um cheiro reconfortante.

– Você cresceu nesse ultimo ano – ele disse, examinando Samanta. – Está bonita – ele disse depois ficou vermelho. – quero dizer, mais bonita... não que você não fosse bonita antes... é... ah droga – ele bateu com a mão no rosto. Samanta deu uma risadinha.

– Você também está diferente – ela disse. – Passou algum tempo no acampamento romano?

Ele torceu a boca.

– Não – ele disse – Não gosto daquele lugar... acho que sou mais grego. Não me dou bem com toda aquela rigidez... Já Angeline, e Maia, aquelas duas são verdadeiras romanas. Elas me assustam de vez enquando.

Samanta riu. – Você está com medo de uma garotinha de seis, e outra de cinco?

– Estou! – ele exclamou – elas são bravas! Espere para ver. Elas vieram conosco dessa vez. Minha mãe convenceu meu pai a passar esse ano no acampamento meio sangue. Disse que vai ser bom para mim e para as meninas ficar um pouco longe de tanta rigidez, que precisávamos nos divertir um pouco.

– Isso vai ser ótimo! – Samanta exclamou. – Jace! – ela gritou – Cadê você? Estamos atrasados e ainda nem passamos na casa da Bianca!

– Já vai, já vai! – ele disse. – Noah! – Jace sorriu.

– Como vai irmãozinho? – ele afagou os cabelos de Jace, que sorriu.

O pavilhão estava lotado de campistas. A cerca de cinco anos atrás, a regra das mesas separadas por chalé tinham sido abolidas, uma vez que haviam campistas demais para algumas mesas, e campistas de menos para outras. As distribuições, entretanto, eram quase sempre as mesmas.

Na mesa ao lado da mesa da casa grande, se sentavam os antigos campistas. Percy, Annabeth, Clarisse, Chris, Piper, Jason, Nico, Lisa, Leo, Lyssa, os irmãos Stoll, e vários outros. Os campistas mas novos tinham apelidado de “ mesa da velha guarda “ e os antigos campistas riam com o nome.

As filhas de Afrodite sempre se sentavam juntas, e convidavam os garotos bonitos a se juntar a elas. Uma das garotas puxou o braço de Noah, mas ele negou educadamente e continuou seguindo. O resto das mesas era uma bagunça total. Cada um se sentava onde preferia. A mesa que costumávamos ficar estava com alguns de nossos amigos lá.

– Vocês chegaram, finalmente! – disse Izabel. A filha de Apolo tinha cabelos castanhos lisos caindo pelas costas, os olhos eram negros como obstina, ela delineava os olhos para se pareceram mais puxados, dando um ar exótico para a garota.

– A comida está ótima - disse o garoto sentado ao lado dela. Ele parecia um pouquinho bruta montes, mas era uma das pessoas mais doces do acampamento. O filho de Demeter tinha olhos verdes com pontinhos dourados. Os cabelos eram cor de mel, cortados estilo militar. Ele se parecia fisicamente com um filho de Ares, e não com um cara que curtia plantar mudinhas no quintal.

Eles todos se sentaram, conversando animadamente. Contando como tinham sido as férias, e tudo mais. Depois de comer, eles foram até a fogueira. Os filhos de Apolo cantavam animadamente as canções de acampamento.

– Porque você não se junta a eles? – Noah perguntou a ela.

– Porque sou a ovelha negra – ela riu. – Não sou morena, nem tenho cabelos loiros, e minha voz não se encaixa com a deles.

– Não se encaixa porque a sua é muito melhor! – Samanta disse – E porque você nunca se esforçou nas aulas, nem mesmo tentou! Se ela quisesse, deixaria todos eles de boca aberta.

– É, mas ela prefere que pensem que ela não sabe cantar – disse Bianca.

Izabel revirou os olhos, com um leve sorriso no rosto.

Todos ficaram em silencio quando Quiron entrou trotando.

– Boa noite – ele exclamou. - Estou aqui para desejar um excelente verão a todos vocês! Aos novos, e aos antigos campistas, que os Deuses nos guiem quando necessário e....

Samanta não estava prestando atenção nas palavras de Quiron, e sim em suas expressões. Ela havia aprendido, de tanto observar seus pais conversar silenciosamente, a ler esse tipo de linguagem física. Ele parecia preocupado, as sobrancelhas franzidas. Alguma coisa estava acontecendo, e Sam sabia disso, seus pais não pareciam menos preocupados.

– ... e eu acho que o senhor D talvez tenha algumas palavras de boas vindas para vocês. – finalizou Quiron.

Senhor D se levantou, mal humorado – Se algum de vocês, pestinhas, causar problema, eu vou dar vocês de comida para as Harpias. – e voltou a se sentar.

– Certamente.... inspirador, senhor D, obrigada – disse Quiron. – Como todos já devem estar cientes, amanha anoite teremos caça a bandeira, então nossos mentores, Percy e Annabeth – estarão a disposição para qualquer um que queira treinamento em estratégia ou esgrima. Campistas, vocês estão dispensados, todos para os chalés, se alguém for pego fora da cama depois do horário.... bem, vocês já sabem.

Com isso, todos os campistas se levantaram. Samanta se juntou ao seus pais e o grupo de outros campistas, e foram para a cidade.

A vantagem de morar em nova grecia era: Nada de toque de recolher.

A cidade trabalhava vigorosamente. Cafés e bares estavam abertos. Vários ex campistas tinham largado tudo no mundo comum e voltado para morar lá. A cidade crescia mais a cada dia. Mãe com crianças pequenas, alguns senhores, semi-deuses velhos, que decidiram se aposentar por lá e enfim ter uma vida tranquila, e todos os tipos de pessoas. Um grupo de jovens universitários conversava animadamente em um bar, com algumas cervejas na mesa. Uma garota, de cabelos curtos repicados, maquiagem escura e roupas de motoqueiro se levantou, sorrindo. Um outro rapaz fez o mesmo, ele usava uma camiseta social azul, calças jeans e óculos. Ambos tinham cerca de vinte e três anos, eram idênticos um do outro.

– Pequena Annabeth! – gritou a menina, ela correu até Samanta e a abraçou e a rodou no ar, tirando os pés da menina do chão. Samanta riu.

– Daniele! – ela disse ainda rindo. – Me solte.

Daniele colocou a garota no chão. O irmão gêmeo dela, Lucas, se aproximou lentamente.

– Você está linda! – Daniele disse, - uma miniatura de sua mãe. E pequeno Percy! – ela afagou os cabelos de Jace. Você está um homem feito!

– Daniele – Percy riu, - va para casa garota, você está bêbada.

– Não estou bêbada – ela fez biquinho – estou alegre, o que é bem diferente.

– Estamos comemorando, - Lucas disse – terminamos mais um ano da universidade.

– Porque vocês não se juntam a nós? – sugeriu Daniele, - Vocês precisam se divertir um pouco, ainda são jovens...

– Mas as crianças... – começou Jason.

– As crianças podem ficar em casa – Percy disse, animado com a ideia. – A maioria deles já é grande o suficiente para tomar conta dos menores, não acham?

– Não vao dormir tarde... e qualquer coisa, é so gritar. – disse Annabeth.

– Mãe! Relaxe, nós vamos ficar bem! – disse Samanta, então Annabeth saiu pela porta.

– Melhor colocarmos os pequenos para dormir – sugeriu Noah.

Samanta assentiu. Noah subiu as escadas carregando a irmã mais nova, Maia, ela já tinha caído no sono durante a fogueira. Ele colocou a garotinha loira em um colchão no quarto de Samanta ela abriu os olhos azuis. A outra garota, Angeline, esfregava os olhos purpura com sono, os cabelos loiros estavam soltos e caiam longos. A pequena Silena se deitou ao lado de Angeline. Bianca estava fazendo a filha mais nova de Clarisse dormir. No outro quarto, Samanta colocava o filho de Leo em uma caminha com almofadas em volta, improvisado um berço.

– Vamos assistir a um filme?- sugeriu Bianca.

Mas eles não se aguentaram por mais de meia hora. Samanta abriu os olhos, e todos estavam dormindo. Ela cutucou Jace, esfregando os olhos.

– Pegue um colchão para Noah – ela disse. Olhando para o relógio – Parece que nossos pais não vão voltar tão cedo.

Jace assentiu, ele acordou Noah, Samanta acordou Bianca, e eles subiram as escadas lentamente, com os olhos semiabertos. Antes de Samanta entrar no quarto, Noah segurou o braço dela e deu um beijo no rosto de Samanta.

– Boa noite – ele disse com a voz sonolenta – Durma bem.

Então ele fechou a porta do quarto de Jace. Samanta deitou-se em sua cama, mas de repente seu sono tinha ido embora.


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Notas finais do capítulo

por favor gente, as revieeews (: