She Will Be Loved 2 escrita por Carol Munaro


Capítulo 7
Fighting


Notas iniciais do capítulo

JÁ AVISO QUE TO COM UM COLETE A PROVA DE BALAS! E ooi. Boa leitura!



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Eu sabia que haviam alguns outros executivos observando a mim e a Brianna no restaurante. Fomos obrigados a agir como um casal. Eu não sei quem eu odeio mais. Meu pai, ela ou eu mesmo. Alice sabia que eu estaria aqui. Ela ficou brava, mas não falou nada. Ela sabia muito bem que eu não queria estar aqui e que sinto como se eu estivesse com uma corda enrolada no pescoço.

– Eles estão olhando. - Brianna falou sorrindo forçado, mas que parecia totalmente verdadeiro. Peguei na sua mão delicadamente.

– Eu vou matar meu pai. - Falei sorrindo do mesmo modo.

– E você acha que eu to feliz. - Não aguentei e ri.

– Você é muito sínica, Brianna.

– Você também é. - Dei de ombros.

– Me sinto na época imperial. - Falei. A época que a maioria dos casamentos eram feitos por interesses de dois reis.

– Sinto muito. - Sorri de canto. - E a sua noiva? Ela sabe disso?

– Ela chegou logo depois que você saiu da minha sala. Talvez vocês tenham se encontrado.

– Uma morena?

– É.

– Ela é bonita. - Alarguei o sorriso e assenti. - Como a pediu em casamento?

– Eu ainda não pedi, na verdade. To pensando nisso.

– E já tem tanta certeza de que ela vá aceitar? - Brianna perguntou risonha. Não sabia se era pra ser simpática comigo ou se pra fazer teatro pros caras que estão do lado oposto do restaurante.

– Claro. - Falei do mesmo jeito que ela.

Decidimos não demorar muito. Logo depois que comemos, paguei a conta e a deixei em casa.

– Eu to a noite toda formulando o que falar na minha cabeça. - Ela falou assim que parei o carro. - Preciso de um favor seu.

– Pode falar…

– Eu to saindo com alguém. Mas agora meu pai cismou de ficar em casa todo dia de noite.

– Quer saber se pode dizer que tá comigo? - Ela fez que sim com a cabeça. - Não precisava nem perguntar. Por que você não é sincera com o seu pai e conta que não quer casar agora?

– Já tentei. Milhares de vezes. - Assenti. - To pensando em umas coisas…

– Tipo?

– Coisa minha. - Ela me deu um beijo na bochecha. - Até breve.

– Tchau.

(…)

Tocaram a campainha. Eu estava terminando meu banho. Pelo barulho, Peter tinha acabado de sair do banho dele. Assim que acabei, me enxuguei e enrolei uma toalha na cintura. Eu ia até o guarda-roupa quando ouço:

– Oi! - Levei um susto e ri baixinho quando vi a Alice sentada na minha cama. Ela levantou e veio até mim. Dei um selinho nela.

– Oi.

– Achei ótimo te encontrar assim. - Sorri malicioso e a beijei. - Não, Andy. O Peter tá aí. - Ela falou quando separou nossos lábios.

– Falando nele você me broxa, poxa.

– É sério.

– Mas eu também to falando sério! - Ela botou as mãos no meu peito e me afastou com delicadeza.

– Coloca uma roupa. Te espero na sala.

– Nem uma rapidinha?

– Tchau, Andy.

– Prometo que vai ser em dez minutos!

– Tchau, Andrew. - Ela fechou a porta do quarto. Bufei. Já que eu não teria isso, pelo menos quero a pizza que já estava no forno. Me vesti e fui pra sala. Os dois já estavam comendo. - Tira esse bico da cara.

– Não to com bico na cara. - Respondi pra ela.

– Eu devia ter colocado uma brotinho dentro do microondas. Eu esqueci que vocês dois juntos comem mais que eu e meu irmão quando estamos juntos. - Peter falou.

– Cala a boca. - Alice resmungou e eu ri baixo. - Trouxe filmes!

– Eu vou pro quarto. - Peter falou.

– Pode ficar. - Ela disse.

– Não quero ficar de vela. Valeu. E... Daqui a pouco vou sair.

– Quer voltar com a April, mas não larga a noite? - Falei e ele parou no meio do caminho.

– Mas eu vou sair com ela.

– Hmmmmmmmmmmmmmmmmmm... - Eu e a Alice soltamos. Ri.

– Vocês dois são uns chatos! - Rimos mais ainda.

– Onde vocês vão? - Perguntei.

– No motel. - Ele diz já entrando no corredor. Reviro os olhos.

– Babaca. - Resmunguei. Alice deu play no filme e nos deitamos no sofá.

– Vem cá. Pra ficar mais perto de mim. - Pedi pra ela, que se aproximou sorrindo. Dei um beijo na bochecha dela.

– Eu quero um beijo decente. - Sorri e a beijei de novo. - Eu te amo. - A selei de novo.

– Eu também te amo. - Ela sorriu. - Sabe o que eu sinto falta? Da gente saindo.

– Vamos pra onde, então?

– A gente pode ir no cinema. Não to afim de festa. E ainda dá pra pegar a última sessão.

– Compra os ingressos pelo meu celular, então. Vou trocar de roupa. - Entreguei pra ela e fui pro quarto.

(…)

– Achei a principal muito “menininha”. - Alice reclamou.

– Você que escolheu. - Respondi rindo e olhando pra ela.

– Eu sei. Mas não pensei que ela fosse tão chata assim. - Ela falou me olhando. Quando olhamos pra frente, demos de cara com o tal Isaac e uma menina. Alice queria soltar minha mão, mas eu apertei.

– Rápida você, não? - Ele ironizou.

– Você sabia de tudo. - Ela falou sem olhar pra ele. Revirei os olhos.

– Achei que você teria bom senso, pelo menos.

– Vocês já estavam juntos quando você resolveu largar o Isaac? - A menina perguntou.

– Espera. Quem é você? - Perguntei.

– Minha irmã. Não sou que nem ela que já sai com outro na primeira oportunidade.

– Alice não é nenhum tipo de vadia pra você falar assim dela.

– Será mesmo? O que você acha que ela fazia quando você estava do outro lado do oceano esperando por ela? - Dei um soco na cara dele.

– A conheço bem melhor que você, que não é ninguém pra dizer o que aconteceu entre nós dois. - Ele revidou. Escutei um grito, provavelmente vindo da Alice. Comecei a socá-lo, e ele fazia o mesmo. Ou pelo menos tentava. Quando eu me preparei pra dar um nocaute, fui puxado pela gola da camiseta. Olhei pra trás e vi que era um dos seguranças. Um outro segurava o babaca. Quando ele me soltou, me vi dentro da administração do shopping. Alice apertava a minha mão.

– Tá com medo de que? - Perguntei acariciando a mão dela. - Não vai acontecer nada.

– Pode dar merda, Andrew. E você sabe que pode. - Eu realmente sabia, mas costumava não dar nada. O problema seria grande se fosse na rua e quem separasse fossem policiais.

No fim, eu e o idiota fomos proibidos de aparecer por lá por um tempo. Além disso, teríamos que pegar um sofá e uma mesa de centro que quebramos.

– Aquele bosta ainda me deu prejuízo. - Resmunguei entrando no carro.

– Você não se controla.

– Agora a culpa é minha?! - Perguntei indignado.

– Não falei isso. É que você acabou fazendo o que ele queria. - Assenti.

– Eu não iria deixar ele falar de você desse jeito.

– Era só ignorar. Eu pensei que ele tinha ficado de boa, porque quando terminamos ele até sugeriu que fossemos amigos. - Não falei nada. - Deve ter sido aquela vaca da irmã dele. Aquela menina nunca me suportou. - Segurei a mão dela enquanto dirigia.

– Tá chateada?

– Um pouco. Qual é! Eu ia casar com ele!

– Tá vendo do que eu te livrei, né? - Ela riu baixo. - Quer ir pra casa agora?

– Eu vou dormir na sua.

– Tá. A gente passa lá pra pegar sua roupa. - Tava quase virando a rua quando ela fala:

– Mas eu já levei minhas roupas.

– Ah que bonito. Minha casa virou um hotel grátis.

– Tá reclamando?

– Brincadeira, amor. - Beijei a mão dela. - Pode aparecer de surpresa sempre que quiser. - Ela sorriu.

(…)

– São dois riscos, seu idiota! - Ouvimos a April berrar assim que entramos. Arqueei uma sobrancelha.

– O que tá acontecendo? - Perguntei pendurando a chave do carro.

– Uma tragédia! - April estava histérica. Alice a pegou pelo braço.

– Calma. Vem. Vamos conversar. Só eu e você. - Acho que ela já tinha entendido o que acontecia, mas eu me estava completamente perdido.

As duas foram em direção aos quartos e eu sentei do lado do Peter, que estava estático.

– O que aconteceu?

– Cara… Eu vou ser pai. - Demorei um pouco pra processar a informação. A gravidez não se manifesta em uma semana. Óbvio que não.

– Vocês estavam saindo, então?

– Faz um tempo.

– Aquela tal viagem e o jantar de negócios era com ela?

– Todos eles.

– Você tá desempregado?

– Não. Só não to desenvolvendo um projeto.

– Por que não me contou?

– Tínhamos decidido recomeçar aos poucos. Eu te falei isso.

– Achei que tinham se resolvido no jantar da minha mãe. - Ele riu baixo. - Traíra! Mentiu pra mim. - Peter sorriu.

– Ela tá grávida, Andrew. - Acho que só agora me toquei que vou ser tio. Ri e ele me olhou.

– Parabéns! - Ele sorriu mais ainda.

– Eu espero do fundo do meu coração que a Alice faça a April parar de histeria.

– Isso passa. Vocês fizeram só o de farmácia?

– Até agora sim. Mas ela já marcou médico pra daqui a dois dias.

– Isso passa. É o primeiro filho. Essa fase neurótica daqui a pouco vai embora.

– Espero eu. Ela começou a gritar comigo!

– Grita de volta. - Peter riu e eu fiz o mesmo. - Não, tadinha. Não faz isso.

– Eu não vou. - Não falei nada e ele também não. Creio eu que nunca vi esse ou o apartamento de Vancouver tão silenciosos como agora. - Por que ela resolveu sossegar com a Alice e não comigo?

– Porque a Alice é mais legal. - Ele atacou a almofada em mim. Ri. - Mulheres… Não dá pra entender. - Respondi a pergunta dele.

– Como será que vai ficar tudo agora? Eu não sei o que fazer.

– Olha, acho que a primeira coisa é dar a notícia pros seus pais e pro pai dela.

– Puta que pariu… Seu padrasto vai me matar.

– Só agora você percebeu? Mas relaxa… April não vai deixar ele te bater muito.

– Valeu, Andrew. Muito animador.

– De nada. - Respondi sorrindo e ele revirou os olhos.

– Sua mãe não vai ficar brava. Pelo menos eu acho que não.

– Duvido que ela fique. - Escutamos passos no corredor.

– Ai que fofo! - Alice falou sorrindo e pude ver April revirar os olhos também. - Parabéns! - Alice empurrou a cabeça do Peter e sentou-se ao meu lado.

– Olha a violência! - Ele falou. - Temos uma grávida no recinto!

– Cala a boca. - April falou.

– Tá vendo a influência, né? - Peter falou. Ele olhou pra April. Ela ainda estava inconformada. - Depois a gente conversa, né? - Ela assentiu. - E isso aí na sua cara? - Ele perguntou pra mim.

– Ele brigou com meu ex. - Alice respondeu no meu lugar.

– Glória a Deus! - Peter falou e deu risada. - Espero que ele esteja pior do que você.

– Acho que sim. - Falei dando de ombros. Alice se aconchegou nos meus braços. - Tudo bem?

– Sim. - A apertei um pouco mais contra mim. Ela beijou minha bochecha e sorriu.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!