She Will Be Loved 2 escrita por Carol Munaro


Capítulo 4
Heartbreaker


Notas iniciais do capítulo

Ooi! Fiquei meio heartbreaker escrevendo o final do cap tsc tsc Deve ser por isso que decidi colocar como titulo do cap. Boa leitura!



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– Isso foi tão errado, Andrew. - Alice murmurou puxando o lençol mais pra si.

– Errado é ele ter se metido onde não é chamado.

– Andrew!

– É a verdade. - Deitei de lado, ficando com o rosto perto do dela. - Eu quero que você seja minha de novo.

– Você me fez sua de novo. - Acariciei o rosto dela. Quando ia beija-la de novo, Alice se afastou. - É errado.

– Ficar tanto tempo longe de você também foi errado. E eu não te forcei a nada. - Me inclinei pra beija-la de novo, mas o telefone da casa dela começou a tocar. Bufei. Alice se levantou e foi até a sala, onde fica o telefone, imagino eu. Vesti minha cueca e fui até lá também.

– Você tá onde? - Ela perguntou. Me escorei na parede. - Daqui a pouco to descendo. - A pessoa falou algo e ela fechou os olhos e respirou fundo. - Eu também.

– Essa é a hora que você me dispensa, né? - Perguntei.

– Eu vou ter que sair.

– Com o mais novo corno do Canadá?

– Andrew, para com isso. Tá? Eu… Eu preciso pensar.

– Só me responde: Eu ainda tenho chance? - Ela me olhou. E eu continuei sustentando o olhar. Ela não me respondeu. Fui pro quarto dela, me vesti e fui embora sem falar nada.

(…)

– Posso pagar uma bebida pra você? - Olhei pra mulher parada ao meu lado. Peter me arrastou pra uma balada. “Você precisa de cinco mulheres na sua cama ao mesmo tempo”. Desconsiderei isso. Só fiquei sentado no bar.

– Não era eu quem deveria perguntar isso? - Perguntei sorrindo.

– Você viria até mim? - Só fiquei olhando pra ela com um meio sorriso. Ela riu baixo. - Sabia que não. Mas, repetindo minha pergunta inicial: Posso pagar uma bebida pra você?

– Se incomodaria se eu pagasse e você escolhesse?

– Claro que não. - Ela sorriu. Sorri também. A morena, que eu ainda não sabia o nome, pediu as bebidas. Já que estávamos ali e só por aceitar a bebida já seria um caminho sem volta, me aproximei da mulher.

– Você ainda não falou seu nome. - Falei no seu ouvido com a desculpa de que estava muito barulho.

– Abby.

– Andrew. - Ela sorriu de novo. As bebidas chegaram e começamos a tomar. Eu e Abby começamos a conversar. Típico de primeiro encontro. Gostos, com o que trabalha… Ela até que era divertida. Não. Ela realmente era divertida. Ou a bebida que estava deixando tudo mais feliz ao meu redor.

POV Alice

Engoli em seco. Eu continuava em cima do Isaac. Ele me olhava sem acreditar no que eu tinha acabado de dizer. Na verdade, nem eu acreditava. Ele me empurrou pro lado, fazendo eu cair do outro lado da cama.

– “Amigo”. Acha que eu tenho cara de idiota? - Ele perguntou baixo. Mas eu não pude deixar de notar uma irritação na sua voz.

– Não. Você ouviu errado. - Resolvei mentir. Ele riu irônico se levantando.

– Até porque “Andy” e “Isaac” tem tudo a ver. - Não falei nada. - Me senti completamente humilhado.

– Não fala isso, Isaac. Por favor!

– Super normal ouvir a sua noiva, a mulher que você ama, gemer o nome de outro homem a menos de um mês do casamento! - Fechei os olhos. Eu era uma tremenda filha da puta. Sim ou claro? Eu não conseguia responder nada porque, simplesmente, não tinha o que falar. Um “desculpas” não iria resolver nada.

Isaac sentou-se na cama de costas pra mim. Sentei-me também e fui até ele. Coloquei a mão no seu ombro.

– Eu não queria. Eu…

– Não fala nada, Alice. Só vai embora. - Fiz o que ele falou. Me vesti. Mas quando cheguei na porta do quarto olhei pra ele de novo. Isaac não olhou pra mim. Saí da casa dele e entrei no meu carro.

Minha vontade era de bater minha cabeça no volante até explodir. Por que tinha que ser tão difícil? Por que o Andrew tinha que voltar justo agora? Eu passei anos sozinha, esperando ele voltar. Quando resolvo realmente seguir em frente, ele volta. Como se nada tivesse acontecido. Não fazia nem dois anos que eu tinha me mudado pra Inglaterra quando ele apareceu com outra. Ele tem alguma noção de como eu fiquei? Ele tem alguma noção do efeito que causa em mim? Eu queria… Eu queria muito que tudo não passasse de um namoro de colegial. Eu não queria ama-lo do jeito que eu o amo.

Pela minha visão periférica pude ver as revistas de decoração de casamentos e de vestidos de noiva. Chorei mais ainda. Não era justo fazer isso com o Isaac. Mas também não era justo comigo. Eu não sabia o que fazer. Eu queria que todas as lágrimas que caíam de mim resolvessem essa problema ao invés de eu mesma fazer isso. Eu era novamente a garota perdida e confusa de quase dez anos atrás. A mesma garota que o Andrew tirou do fundo do poço. A diferença é que eu não poderia mais me esconder. As coisas tornaram-se bem mais difíceis. Agora, eu teria que magoar alguém. Eu não tinha a opção de “todos felizes para sempre”.

POV Andrew

Eu continuava beijando o pescoço da morena e passando minhas mãos pelo corpo dela. O barulho do interfone incomodava, mas eu fingia que só escutava os gemidos dela.

– Você mora com alguém? - Ela perguntou.

– To sozinho hoje. - Voltei a beija-la. Até que meu celular começou a tocar. Porra! Abby colocou as mãos no meu peito, fazendo eu afastar meu rosto dela.

– Acho que tem alguém desesperado atrás de você. - Bufei. Levantei, coloquei minha cueca e peguei o celular. Já tinha dado chamado perdida. Era a Alice. Fui até a cozinha, onde ficava o aparelho do interfone, e liguei na portaria.

– Ligaram aqui? - Perguntei.

– Tinha uma moça aqui na porta. Como ninguém atendia, falei que o senhor não estava em casa. - Apoiei minha cabeça na parede.

– Ela já foi embora?

– Já sim.

– Obrigado, Joseph. - Desliguei. Senti duas mãos nos meus ombros, começando a massageá-los.

– Você ficou tenso de repente. - Abby falou no meu ouvido. - Não seria melhor esquecer o que quer que tenha acontecido e voltarmos pro quarto? - Me virei ficando de frente pra ela e coloquei as mãos na sua cintura.

– Acho.

(…)

Fiz as honras e levei Abby pra casa. Dependendo do meu humor, sairíamos de novo. Depois de deixa-la em casa, fui pro escritório pra mais um dia monótono.

– Bom dia, Claire.

– Bom dia, senhor Davis. Essa moça tá te esperando faz mais ou menos meia hora. - Olhei pro sofá.

– Oi, Alice. - Ela me olhou séria. - Ahn… Quer tomar um café ou prefere conversar na minha sala?

– Na sua sala. - Ela passou por mim quase me empurrando.

– Mais alguma coisa, Claire?

– A secretária do dono da empresa italiana ligou pedindo pra marcar uma reunião.

– Pode deixar que eu ligo pra ele. Só isso?

– Só.

– Obrigado. - Ela sorriu e eu entrei na minha sala. - Por que tá brava comigo? - Perguntei depois que fechei a porta.

– Passei ontem na sua casa. - Ela falou sem olhar pra mim. - Você perguntou ontem se eu terminaria com o Isaac pra ficar com você. Mas na primeira oportunidade leva uma vadia pra sua casa. O porteiro não falou nada, mas era impossível não saber que foi isso que aconteceu.

– Então quer dizer que você pode ficar com o seu noivo e eu tenho que ficar em casa esperando você resolver voltar pra mim? - Alice não respondeu. - Do mesmo jeito que você não pode pensar só em si, eu não posso pensar só em você.

– Mas um noivado e uma noite qualquer de transa casual são duas coisas completamente diferentes, Andrew.

– Quem sabe da próxima vez eu fique em casa vegetando enquanto você tá passando a noite com o seu noivo.

– Você não tem o direito de falar assim comigo!

– E você também não tem o direito de falar o que eu devo ou não fazer. Não temos mais nada, não é? - Alice olhava pra mim indignada.

– Você fala como eu gostasse disso.

– Todo mundo tem direito de escolha, Alice. E você fez a sua. Desculpa, mas eu não vou passar a vida inteira atrás de você, por mais que isso me doa.

– Você quer que eu faça uma escolha, que vai mudar a minha vida, do dia pra noite! Não tem só nós dois em jogo, Andrew.

– Alguém vai se foder nessa história. Isso não é novidade. E cada um tá olhando mais pra si mesmo do que pros outros. Menos você. Pelo menos é isso que você diz.

– Eu não posso só pensar em mim! Isso seria egoísmo demais!

– Eu odeio ser assim. Eu realmente to pensando em nós dois. E por mais que ter você pra mim, obviamente, seja o que eu queira, eu aceitaria você casada com ele. Mas eu sei que você não o ama. - Alice não falou nada. - Por que me procurou ontem?

– Não sei. Eu não sabia pra onde ir. Parece que tudo me traz de volta a você. - Pela primeira vez no dia, me aproximei dela. Juntei nossas mãos e deixei meu rosto bem próximo ao dela. Olhei nos olhos dela. Eles estavam cheios de lágrimas.

– Eu te amo. - Falei e levei minhas duas mãos até o seu rosto, acariciando. - Nunca vou cansar de falar isso. - Alice levou as mãos até o peito e me empurrou, delicadamente, sem força.

– Deixa eu ajeitar a minha vida primeiro? - Ela perguntou olhando pra baixo.

– Tá. - Murmurei. E assisti ela indo embora mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Coloquei o POV da Alice pra vcs saberem o que tá, mais ou menos, se passando na cabeça dela. Já aviso que os POVs dela serão raros. E essa Abby NÃO trará problemas. Acho que ela nem vai mais aparecer. Espero que tenham gostado. Beijos!