She Will Be Loved 2 escrita por Carol Munaro


Capítulo 24
Only u, Ali...


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!! Boa leitura



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Última ultrassom antes da data da cirurgia. Tá tão perto! E a Alice tá com uma barriga do tamanho do mundo. Vive choramingando por dor nas costas. Ontem reclamou que não conseguia ver os pés. Mas sei que ela tá encantada com a gravidez. Ria toda vez que eles chutavam. E adorava ir no shopping pra comprar coisas pra eles.

– Andy? - Ela me chamou, já deitada na maca, enquanto o médico não chegava. Olhei pra ela. - To com medo.

– De que?

– Eu não sei lidar com crianças. Não vou saber cuidar de um. Quem dirá de dois?!

– Minha mãe não vai te deixar no escuro, Ali.

– Mas ela não vai poder ficar ali 24 horas por dia. E se eu fizer algo errado?

– Eu vou estar junto com você. - Dei um beijo na testa dela. - Sei que vamos fazer o nosso melhor. - Ela me deu a mão. O médico entrou na sala, passou o gel na barriga e ficou vendo como eles estavam. Como sempre e graças a Deus, estavam bem. Alice quis doce, então passamos em uma doceria antes de ir pra casa.

– Menos de um mês. - Falei acariciando sua barriga.

– To ansiosa pra ver os rostinhos.

– Perdeu o medo?

– Acho que nunca vou perder o medo de fazer algo errado. Mas a ansiedade é maior. - Terminamos de comer os doces e fomos pra casa. Alice foi tirar um cochilo e eu aproveitei pra rever alguns documentos da empresa. Depois fiquei tentando fazer algo na cozinha sem colocar fogo no prédio. Não tem muito o que fazer em casa. Resolvi ler e depois me juntar a Alice.

(...)

– Amor? - Alice me chacoalhou, me acordando. - Responde, por favor!

– Que foi? - Minha voz falhou por conta do sono. Devia ser quatro ou cinco da manhã. As duas semanas passaram rápido. E daqui a três dias seria o parto. Mas a Alice sempre acordava de madrugada, com medo de virar de lado na cama. - Quer sentar de novo? - Escutei um choro. - Ali?! - Acendi a luz do abajur.

– Eu to com medo.

– De novo? - Ela estava com a mão na barriga e fez não com a cabeça.

– Parece que eu to fazendo xixi. - Levantei num pulo e comecei a pegar as coisas da Alice e das crianças e enfiando tudo numa mala. Enquanto fazia isso, fui me vestindo e tentando ligar pra minha mãe.

– Atende, cacete. - O telefone continuou chamando. Liguei de novo. - Mãe! - Falei quando ela atendeu. - Tá na hora! Eu preciso de ajuda!

– Cadê a Alice?

– Tá na cama. To saindo com ela daqui.

– Vou direto pro hospital e peço pra eles prepararem tudo.

– Obrigado. - Desliguei, encaixei a bolsa em um ombro e peguei a Ali no colo. Quase me enrolei pra fechar a porta de casa e chamar o elevador. - Fica calma. Já estamos indo.

– Eu to calma. Mas tá doendo.

– Eu sei, meu amor. Eu sei. - Ela repousou a cabeça no meu ombro. Tentei ir o mais rápido que eu pude pro hospital. Assim que cheguei, já tinha um enfermeiro com uma cadeira de rodas na frente. Não sei porque, mas o médico me proibiu de entrar na sala de parto.

Assim que me viu, minha mãe beijou minha bochecha e Paul me cumprimentou.

– Eles sempre deixam ver o parto! Qual foi a da vez? - Perguntei aflito.

– Pode não ter acontecido nada, filho. As vezes eles ficam com frescura mesmo.

– Será que dá problema se estourar a bolsa?

– Vai ser cesária do mesmo jeito. Fica tranquilo. A minha também estourou e não deu problema nenhum. Alice tá na primeira gravidez. Fora que ainda é nova. Não vai acontecer nada.

– Espero. - O tempo parecia se arrastar. Eu não fazia ideia de quanto tempo já tinham entrado pelo hospital com a Alice, mas pareciam horas.

(...)

– Eu vou perguntar na recepção. - Falei enquanto andava pela sala.

– Tenta ficar calmo. - Peter falou. Ele chegou faz alguns minutos. April ficou em casa com a Zoe.

– To tentando.

– Senhor Davis? - Um enfermeiro e um médico pararam do meu lado.

– Ela tá bem? E as crianças? Já foram pro quarto?

– Todos estão bem. Pode ficar tranquilo. Os bebês estão no berçário e a paciente ainda não tá no quarto. A anestesia tem que passar primeiro. - O médico explicou.

– Por que eu não pude entrar?

– Parto de emergência. Não deixamos ninguém entrar em casos assim. - Fiquei mais aliviado.

– Daqui a quanto tempo vou poder vê-los?

– A mãe, só quando for pro quarto. Depende de como o corpo dela tá reagindo com a anestesia. Já pode ver os bebês. - Agradeci o médico e segui o enfermeiro. Quer dizer, eu e a renca toda que estava comigo. Como eu sou o pai, deixaram eu entrar no berçário pra pegá-los no colo.

A menina parecia ser toda manhosa. Já tava fazendo carinha de choro.

– Oi, princesa. - Ela se remexeu um pouco. Eu parecia um idiota ali. Sabia disso. Mas não me importava. Ela era linda! Perfeita! E eu tava quase chorando ali mesmo. Fui até a janela, levantei seu corpinho um pouco, mostrando pra todo mundo e dei um beijo na sua testa, colocando-a de volta ao carrinho logo depois. Peguei o menino no colo. Dormia feito um anjo. - E aí, garotão. Vai pegar muita menina, que eu sei. - Ele era tão lindinho! Os dois eram perfeitos! Fiz a mesma coisa e mostrei pra todo mundo como era meu filho. Também dei um beijo em sua testa. Eu queria ficar o tempo todo ali, observando os dois, mas a enfermeira me expulsou lá.

– Eles são lindos! - Minha mãe falou. - Tão bonitinhos! - Sorri orgulhoso.

– São perfeitos! - Falei. Todos me cumprimentaram e me parabenizaram pelos gêmeos.

(...)

Acho que quase duas horas depois o enfermeiro apareceu, falando que a Alice já estava no quarto. Nunca tinha a visto tão cansada e com o cabelo tão desgrenhado. Ri assim que ela olhou pra mim.

– Eles são lindos. - Ela sorriu.

– Eu quero vê-los logo.

– Daqui a pouco eles estarão aqui, creio eu. Tá muito cansada? - Sentei ao seu lado.

– Um pouco. Agora que a anestesia passou, eu to com um pouco de dor.

– Quer que eu chame a enfermeira? - Ela negou com a cabeça. - Todo mundo vai voltar no horário de visitas das seis da tarde, pra você descansar.

– Que horas são?

– Quase oito da manhã. Vou te deixar dormir. - Sabia que ela estava morrendo de cansaço, mas não parava de sorrir.

– Vai onde? - Apontei pro sofá que tinha no quarto. - Te amo, Andy.

– Também te amo, Ali.

(...)

– Olha quem veio pro primeiro mamá! - Falei assim que duas enfermeiras entraram com os berços no quarto, acordando a Alice. A mesma tentou sentar na cama, mas não conseguiu por conta do corte. Apertei um botão, levantando um pouco seu corpo. O menino ainda dormia, então quem a Alice segurou primeiro foi a menina.

– Pensou em algum nome? - Perguntei.

– Ela parece um anjinho. Olha o narizinho! - Sorri mais ainda. - Angelina? - Assenti.

– Ei, Angel. - Ela mexeu as mãozinhas. A enfermeira ajeitou a pequena e ela começou a mamar. Bom... Foi a mesma coisa de sempre. Claro que eu aproveitei pra tirar fotos. E muitas! Depois foi a vez do garotão.

– Ele vai ser a sua cara! - Alice disse ainda que o viu. - Lembra aquela foto que sua mãe me mostrou uma vez, de quando você era recém nascido? - Ri baixo.

– Eu era estranho.

– Era nada. Eu gosto de John.

– Não acha formal demais?

– É um nome, Andrew. - Alice disse rindo um pouco. - Fora que me lembra John Mayer. - Cruzou os braços. - Qual é. Ele é um gato. - Arqueei uma sobrancelha e a enfermeira riu baixo. - Tá. Eu to brincando. Mas ele é gato. E o nome do nosso filho vai ser John. - Ri baixo, negando com a cabeça.

– Só você, Alice. Só você.

(...)

– Até quando eu tenho que ficar aqui? - Alice perguntou pra enfermeira.

– Até amanhã, senhora Davis. - Ela bufou. Eu fiquei o tempo todo no hospital com a Alice. Até tomava banho lá. Angel e John ficavam no berço em que foram trazidos para a amamentação e dormiam no quarto junto com a gente. Eles choravam pouco. Não sei se era por ainda serem recém-nascidos ou se eu e a Alice demos sorte.

No dia seguinte, lá estávamos nós, indo pra casa. Arrumei o berço das crianças e deixei a Alice deitada. Eu tinha consciência de que era ruim pra ela ficar andando por conta do corte.

Durante um tempo era eu quem levantava de madrugada. Pegava quem estivesse chorando e levava pra Ali amamentar. Ou, as vezes, até dormiam no meio de nós dois.

Quando a Alice já conseguia andar normalmente, Peter, April e Zoe vieram até em casa. Zoe já engatinhava, então andava pela sala inteira. Eu e Peter tentamos fazer com que ela aprendesse a andar, mas foi sem sucesso. Ou nem tanto. Ela dava dois passos e tropeçava. Optamos por deixar Angel e John no berço. Eles ainda nem tinham um mês.

Peter parecia uma criança fazendo careta pro bebês. E Zoe agarrou um bichinho da Angel e não soltou mais. Claro que April e Alice não paravam de paparicar as crianças. Mas nada comparado a mim e ao Peter. Parecíamos dois idiotas. Na verdade, ele realmente é um idiota. Mas relevemos. Eu estava numa fase tão boa, tanta coisa maravilhosa acontecendo... Espero que continue assim.


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Notas finais do capítulo

Dois capítulos em menos em uma semana! To sonhando? É uma ilusão, miragem...? auhsuah Achei tão fofolete esse cap! Espero que vcs gostem tbm. E só vamos ter mais uns dois capítulos e mais o epílogo, acho ): Beijos!