Percy Jackson e as alianças de Ouro escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Pessoas lindas e maravilhosas, esqueci de desejar um feliz dia da mulher para todas as minhas leitoras. Nós somos guerreiras, e não importa quem diga que somos o sexo frágil, sempre teremos mil respostas pra convencê-los de que os homens não são absolutamente nada sem as mulheres....

Espero que gostem desse capítulo cheio de amor, comentem e falem sobre o que gostariam de ver no próximo capítulo.
Bjo no ombro.



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Depois que limpei a sala e a cozinha resolvi me esparramar pelo sofá e esperar que Annabeth saísse do banho. Jason e Piper não entrariam nos quartos, então me dei uns minutos de descanso antes de Annabeth me dar mais ordens que eu seria obrigado á obedecer.

Fui até a cozinha e abri a geladeira. Peguei a jarra de suco e enchi um copo, quando fui coloca-la de volta notei que a lâmpada parecia meio frouxa e desgastada. Peguei uma lâmpada nova na gaveta e troquei, no mesmo instante a geladeira parecia até mesmo nova, iluminando perfeitamente todo o interior.

Depois de beber o suco decidi lava-lo juntamente com a pouca louça que se acumulava dentro da pia. Eram todos utensílios que Annabeth usara para preparar o bolo. Raspei a massa da tigela, tirando proveito da massa de chocolate que ela me forçava a esperar para comer. O bolo cheirava na mesa atrás de mim, ele fora coberto por um guardanapo e a calda ainda seria feita.

Lavei as tigelas de acrílico com a parte de trás da bucha, se não Annabeth me faria comprar novas se aquelas ficassem riscadas. Enxaguei tudo e deixei que a água escorresse no escorredor. Notei que mesmo depois de fechada a torneira teimava em continuar pingando, o cano estava começando a entupir e eu não queria ter que chamar o encanador mais uma vez.

Apertei a porca ao redor da torneira e dentro do armário fechei o registro. A água parou de pingar. Aproveitei para desentupir o cano com o resto da coca cola na geladeira. Joguei o refrigerante dentro do cano ainda fechado e coloquei uma colher de um pó desentupidor, ele borbulhou e bolhas saíram de dentro do cano, então quando a espuma parou de sair liguei a torneira, e o cano estava como novo.

Se eu soubesse que era tão fácil nunca teria chamado o encanador.

Olhei para o bolo, pra que ficasse pronto faltava apenas a cobertura. Não era difícil de fazer, peguei uma panela e coloquei as coisas que diziam na receita colada na lateral da geladeira. Parei para ouvir o barulho do chuveiro, ele ainda funcionava, então continuei a misturar a manteiga com o chocolate. Depois que todos os ingredientes foram postos dentro da panela e tinham se misturado, formando uma única cobertura marrom, desliguei o fogo e esperei que esfriasse.

Fui para a sala e estava passando uma história de extraterrestres no History, não era meu programa favorito, não acreditava em vidas fora desse planeta porque no próprio planeta terra já existiam formas de vidas suficientes pra todo o sistema solar.

Os especialistas comparavam acontecimentos vulcânicos de uma certa cidade no Chile com visitas alienígenas. O México, que para eles é o país mais visitado pelos ETs e que as catástrofes gostam de acontecer, como o meteoro que varreu o mundo na época dos dinossauros, era um ponto estratégico para os observadores e cientistas ficarem de butuca pra captarem alguns óvnis na orbita do vulcão.

Não acreditava naquilo, aposto que Apolo quis brincar com a imaginação humana fazendo formas no céu, durante o crepúsculo. Ártemis pode ter entrado na brincadeira fazendo a lua parecer habitada por manchas e as quatro deusas das estrelas fazerem com que elas dancem ao olho humano. Pra todas aquelas perguntas que os cientistas faziam para os telespectadores e para si mesmos existiam respostas fáceis de se explicar se soubessem da verdade... Pra eles aliens existiam, mas para mim e todos os outros semideuses, os deuses estão por trás de todas as coisas que aconteciam e acontecem no universo. Eles, os titans, gigantes, e todos aqueles outros seres divinos que circulam pelo mundo.

Annabeth saiu do banheiro e vapor invadiu o restante da casa formando uma neblina, ela foi para o quarto enrolada numa toalha branca com os cabelos louros molhados colados nas costas. Ela olhou para mim antes de entrar, e seus olhos percorreram a sala, dando uma geral na arrumação. Como passou reto sem dizer nada, devo ter passado no teste.

Esperei que ela se arrumasse para correr até a cozinha e terminar de fazer a cobertura. Ela devia estar gelada no ponto de colocar no bolo, então quando Annabeth chegasse e me visse terminando o trabalho pra ela, eu seria recompensado com algum agrado além de impressiona-la.

Ela passou olhando para o chão, esperando encontrar alguma coisa para apontar e dizer para eu pegar a vassoura de novo, então chegou até a cozinha sem dizer uma única palavra, com um sorriso de canto, ficou surpresa em me ver passando a colher de silicone em volta do bolo, cobrindo com a calda.

–Você fez isso?

Fiz que sim, era quase como uma pergunta retórica.

–E pra sua surpresa- sujei o nariz dela com a colher- não tirei nenhum pedaço do bolo.

–Estou impressionada- Ela pegou um guardanapo e começou a enxugar a louça do escorredor- E também lavou minha louça.

Olhei para o relógio, eram quase quatro horas e nossas visitas estavam para chegar.

Eu esperava que fosse rápido, nos sentarmos na sala e discutirmos sobre o conserto da BMW e depois que fossem embora, eu pudesse dormir até às sete horas. Mas com Piper e Annabeth justas, estava previsto pra que fossem embora na mesma hora que fossemos jantar, então não sei se fiz bem de pedir que Jason trouxesse Piper.

Não que eu não gostasse de Piper ou de Jason-Eles eram nossos amigos e fizeram muito por mim e por toda a tripulação do Argo dois, além de prezarem pelos dois acampamentos. Eu era muito grato por terem cuidado de Annabeth quando eu não estava presente, por terem guiado a missão e nos resgatado do Tártaro. Mas hoje não era um dia muito bom pra que ficássemos conversando até tarde. Quem sabe amanhã ou depois, mas hoje eu precisava descansar e tirar um cochilo.

Depois que Annabeth terminou de guardar a louça e o bolo já estava dentro da geladeira, deixei que Annabeth me levasse para sala e deitasse em meu colo. Fui forçado á assistir mais um daqueles programas para Nerds, dessa vez o programa era sobre reforma de objetos antigos e muito gastos. A primeira coisa que você pensa quando vê alguma das coisas que os caras do “Mestres da Reconstrução” fazem é que só com um milagre pra reformar essas sucatas, mas os caras eram demais. Eu estava me acostumando com o History, Annabeth dizia que o canal era tão bom quanto Discovery e NatGeo, que particularmente só assistia quando estávamos junto.

Pelo menos Annabeth não assistia á novelas nem aos programas de fofocas, como o Ellen’s Show e o canal da Oprah. Ela preferia canais com mais conteúdo, e esse era um dos motivos para eu não roubar o controle e colocar no canal de esportes.

Queria dormir um pouco, mas era quase impossível com Annabeth se revirando em cima de mim.

–Ainda não perguntou como foi a aula.

–Como foi a aula?

Ela se virou, deixando os olhos em mim.

–Aquela garota, a Lynn. É muito esperta, e faz perguntas inteligentes para a idade dela. Até mesmo para uma semi semideusa é estranho. Ela não tem parentesco com Atena pra que eu pudesse usar como desculpa. Ela me deixou sem graça e pensativa.

–Que tipos de pergunta ela fazia? – aquele assunto me deixou curioso.

Annabeth sempre chegava com histórias diferentes sobre as crianças filhas de semideuses que dá aulas particulares. Alguns eram novos demais para terem uma professora á sua disposição, e isso a deixava exausta. Alguns eram mais velhos e não seguiam as ordens de outra mulher que não fossem suas mães. Chegavam a serem pestes, se negando a colaborarem, e isso fez com que Annabeth desistisse de alguns deles, mesmo que aquilo significasse menos dinheiro em sua conta.

Até onde eu sabia Lynn era diferente. Era uma garota excepcionalmente educada e adorava quando Annabeth vinha para dar aulas, as duas conversavam muito além dos assuntos que envolviam professores e alunos, e por trás das lições que Annabeth aplicava, existia amizade. Mesmo que Lynn tivesse cinco anos de idade e Annabeth vinte e dois.

–Nada que eu não pudesse responder, mas os assuntos... Eles me deixavam sem jeito. Não sabia como falar daquilo com uma criança.

– E sobre o que eram?

–A princípio queria saber sobre o livro que estou escrevendo- Ela se virou para me olhar melhor- Fez perguntas sobre os personagens e sobre o que faziam. Mas depois que falei sobre o amor proibido de Dimitrie com Leonor, ela pareceu mais interessada. Quis saber se eles ficariam juntos, se Leonor gostava dele de verdade, mesmo não sendo da realeza e essas coisas que você pode imaginar, são perguntas que geralmente os leitores fazem. Até ai tudo bem, mas as perguntas que vieram depois não faziam parte da história.

–Annabeth- ela tinha me deixado intrigado- Você não falou nada sobre...

–Nem morta! Não quero perder meu emprego.

–Então diga logo o que foi que ela te perguntou que te deixou tão desconcertada.

Annabeth se sentou.

– Ela queria saber se eu amava alguém assim como Leonor amava Dimitrie, e se eu faria uma loucura assim como ela fez, só pra ficar perto de quem eu amo.

Senti minhas bochechas queimarem.

–Eu disse que sim- continuou- disse que eu era praticamente casada, apesar de já ter falado de você para ela, mas deve ter se esquecido... Enfim, disse que eu o amava e já tinha feito muitas coisas para que nós pudéssemos ficar juntos. E nossa aula acabou se tornando uma conversa sobre as nossas aventuras, das vezes em que você me surpreendia com uma pergunta idiota ou uma atitude corajosa, das vezes que fazia coisas que eu mesma não era capaz de fazer, e que me deixava abismada. Contei de como se esforçava pra me manter bem e segura, das coisas que fez por mim, como me procurar durante dias enfrentando monstros e a própria fome, dormindo em lugares desconfortáveis, pular do navio atrás de mim nas águas gélidas do Triangulo das bermudas, bem no centro do Mar de Monstros e impedir que as sereias me tivessem como vítima, e até mesmo sobre coisas arriscadas como suportar o peso dos céus, mergulhar no Rio Styx se apegando apenas na minha imagem, se permitir ficar no meio de estranhos, possível e historicamente nossos inimigos á fim de conseguir tempo para se lembrar de onde eu estava. Falei do nosso reencontro depois de meses e de como você foi corajoso em pular no Tártaro para ficar comigo...

Annabeth não tirava os olhos dos meus, vendo minha reação. Seus olhos ficavam miúdos e umedecidos enquanto falava, e sua respiração mais lenta. Seria o comportamento perfeito para alguém que estivesse apaixonado, me perguntei se não estava da mesma forma, porque ainda que estivéssemos juntos á algum tempo e isso se tornasse o suficiente para eu começar a trata-la como minha esposa, eu ainda a via como minha recém-namorada, daquelas que nós nos apaixonamos perdidamente.

E era assim que eu me sentia. Senti a firmeza em sua voz, como se tivesse orgulho de tudo o que fiz e tenho feito. Queria poder abraça-la e beija-la naquele instante e para sempre, mas queria que ela continuasse a contar sua história.

Mantive o desejo guardado e deixei que ela continuasse.

Ela tomou fôlego.

–... No fim, quando terminei de contar sobre as coisas que fizemos um pelo outro, durante todo esse tempo, Lynn me perguntou se na verdade, Dimitrie não seria você e eu Leonor, e se todas as coisas que aconteciam ao casal não eram, de alguma forma, as coisas que nos aconteciam no passado escritas de outra maneira.

–E o que você acha?

Annabeth abaixou os olhos e suspirou, piscou forte antes de volta-los para mim com um sorriso leve e espontâneo, cheio de doçura. Ela se aproximou me dando um abraço, chegou bem perto do meu ouvido e disse:

–Acho que sim. Acho que realmente eu possa ter escrito Dimitrie me baseando em você, e Leonor baseada em mim.

Aquilo bastou para que o desejo de toca-la explodisse para fora de mim. Ela estava tão perto, o clima romântico sobre nós contribuía para que eu a puxasse para um beijo, mas não foi preciso. Annabeth teve a mesma ideia que eu em horas iguais. Teríamos nos beijado mais e possivelmente terminado de namorar num outro cômodo da casa se não fosse pela campainha tocando. Pelo menos eu tinha conseguido uns dez minutos sozinho com a minha esposa e dois deles estávamos nos beijando, então Jason podia trazer a tia, a irmã, a avó e o cachorro se quisesse, eu não iria me importar. Se depois eu pudesse ficar com Annabeth eu não me importaria. Nunca.


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Notas finais do capítulo

Amados, comentem deixando a sagrada opinião de vocês. Não se esqueçam de deixar suas ideias se vcs tiverem... Agradeço.
bjoes