Show Me Love escrita por noOne


Capítulo 65
The Rescue


Notas iniciais do capítulo

Aee, voltei! Sentiram sdds?
Muito obrigada á todo mundo que deram ideias pro fim da fic... Algumas foram centradas, outras muito loucas... mas todas bem intencionadas e boas p krl ♥ Valeu gentes, vocês são fod*
Fiquem com o 65 de 70... Beijos!



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POV Marshall

Fazia um bom tempo que eu não me divertia e ria, como eu fiz naquela noite. Colocamos a conversa em dia e eu fiquei sabendo de muitas coisas que me deixaram chocado. Tipo, por quanto tempo eu dormi? (Cinco meses, idiota). Entre outras novidades, tive finalmente a chance de conhecer Mel, a filha de Flame com Finn; era a ruivinha mais fofa do mundo... Herdou os cabelos cor de fogo da mãe e os olhos azuis do pai.

Aquele encontro só não foi perfeito porque Fionna não estava lá. Todos sentiam muito a falta dela também, assim como eu. Mas ao contrário de mim, ninguém se isolou do mundo... Eles seguiram com a vida deles, apesar da falta. Bem diferente de mim, que estraguei tudo. Eu devo ser um babaca mesmo...

O clima ficou tenso quando eu expliquei o motivo da despedida. Todos ficaram muito putos com Bonnie e especialmente com Gumball (e com razão). Expliquei pra eles minha decisão, mas eles custaram a me entender. Não sei se eu fico feliz por eles se importarem comigo e me quererem vivo ou se fico triste, por não me apoiarem nesse momento tão difícil. Só espero não estar fazendo mais uma escolha péssima desta vez.

A madrugada deu início e o bar teve que fechar. Eu insisti para que não se arriscassem, expliquei que era loucura tentar me seguir, mas foi em vão. Acabou que eles foram até o distrito policial, prestaram queixa de sequestro e criaram uma baderna. Eu sei que foi com boas intenções, mas era tudo o que eu não queria.

Tive a impressão de estar esquecendo de alguma coisa, quando Marceline deu o estalo.

– Eita porra – Ela exclamou

– Olha essa boca, menina – Flame repreendeu – Tem criança aqui.

– Nah, eu não me importo – Beemo comentou.

– Você não é mais criança, meu amor – Ela respondeu – Estou falando da Mel.

– O que foi, Marcy? – Indaguei

– Você não tá se esquecendo avisar ninguém não? – Ela questionou

– Não que eu me lembre... – Pensei por um tempo – Quem?

– Quem? – Ela me virou a tela de seu celular.

Gelei. 12 chamadas perdias – Dona Harvey.

– Putz – Levei as mãos á cabeça

– Sua mãe vai te matar – Cake deu meio riso – Mais morto do que você já tá.

– Ha-ha-ha – Dei um riso sarcástico – Muito engraçada, Cake. Estou morrendo de rir por dentro.

– Liga logo pra ela, imbecil – A vampira deu um tapa na minha nuca.

– Calma, estressadinha – Bufei, pegando o celular em minha mão.

Dois toques foram suficientes para que ela atendesse.

– Aonde é que você está, Marceline? – Ela falou irritada.

– Sou eu, mãe – Disse, seguido de um silêncio – Marshall.

– Ma-marshall? – Ela indagou, provavelmente incrédula por estar escutando minha voz – Ai meu... é você mesmo?

– Sim, mãe – Ri – Sou eu mesmo.

– Ahh, meu filho, que saudade eu senti de você – Ela disse com voz de quem quer chorar. A mesma fofa de sempre – Eu fiquei tão preocupada, queria tanto falar com você... mas você nunca abriu a porta pra mim...

– É, eu sei – Cocei a nuca – Foi mal, viu? Eu dei uma surtada, entrei uma fossa tão irreversível depois do que aconteceu com a Fi que eu achei que minha vida tinha acabado. Você me perdoa, né?

– Tudo bem, meu filho – Ela respondeu serena – Só escutar sua voz e saber que você está bem já me basta. Aonde é que você está?

– Na delegacia

– Como? – Ela indagou – Por favor, me diga que você não se envolveu em nenhuma confusão de novo.

– Pior que sim, mãe – Baixei a cabeça – Na pior de todas. O foda é que acabei envolvendo os teus netos na treta também.

– Ahh, Marshall... – Ela grunhiu – O que houve dessa vez?

– É algo muito sério – Respondi no mesmo tom – Olha, tudo o que você precisa saber é que eles foram sequestrados. Gumball os capturou, junto com a Bonnie, não sei se a senhora a conhece – Expliquei – Eu irei fazer uma troca: minha vida pela vida dos meus filhos. Queria que a senhora ficasse sabendo antes, para que eu possa me despedir.

– O-O que? – Ela indagou – Você só pode estar ficando doido. O que a Marceline acha disso? Tenho certeza de que ela não vai deixar você fazer uma loucura dessas.

– Tem razão, ela não “deixou” mesmo – Concordei – Mas isso não importa, eu já me decidi. É isso mesmo o que eu vou fazer e está acabado. Não posso arriscar a vida de Violet e Arthur, entende? Já fiz muita burrada, mãe... Preciso concertar as coisas antes de me despedir do mundo.

– Meu filho, por favor... me escute – Ela suplicava – Não faça uma besteira dessas, pelo menos uma vez na vida, dê ouvidos á sua mãe... Eu sei o que é melhor pra você, eu te amo assim como você ama Arthur e Violet, não posso te perder.

– Eu sinto muito, mãe. Também te amo muito, até mais do que a senhora imagina. Eu gostaria de ficar, mas preciso terminar com isso. Prometi a Fionna que eu não deixaria nada acontecer com eles e aqui estou eu, apenas cumprindo o que prometi.

– Isso é loucura... Tenho certeza de que a polícia consegue fazer esse resgate sem derramar sangue de ninguém – Ela dizia com voz de choro – Por favor, meu filho, eu te imploro.

– Desculpa, mãe – Respondi no mesmo tom

– Eu estou indo para aí agora, não faça nenhuma besteira – Ela pediu – Passe para a sua irmã.

Assenti com a cabeça e passei para a mesma, que pegou o telefone de sua maneira gentil como um cavalo. Pedi para que ela colocasse no viva-voz e assim ela o fez.

– Fala, mãe.

– Marcy, pelo amor de Glob, que palhaçada é essa?

– A palhaçada é da parte do teu filho, como sempre – A vampira revirou os olhos – Eu já acionei a polícia, prometo pra senhora que tudo vai acabar bem e seu queridinho não vai sofrer nenhum arranhão.

– Não estou tão segura quanto á isso, Marceline... Por tudo o que é mais sagrado, você tem que me prometer que vai fazer ele mudar de ideia

– E a senhora acha que eu ainda não tentei? – Ela se exaltou – Essa mula aqui é mais teimosa do que o Christian. É praticamente impossível fazer ele mudar de ideia.

– Então aguente ele aí, que eu já estou chegando

– Tem exatamente 35 minutos para chegar até aqui – Ela olhou pro relógio – 4 da manhã em ponto, Marshall irá fazer a troca.

– Faça sua obrigação como irmã mais velha e cuide dele – Ela ordenou – Se cuide também, eu já chego aí.

– Tchau – Ela encerrou a chamada.

Ela bloqueou a tela e guardou o celular no bolso, me encarando com sua cara enfezada de sempre.

– O que é? – Indaguei

– Você ainda me pergunta? – Ela se esbarrou propositalmente em mim, ao sair andando pra fora da sala.

Me joguei no sofá da delegacia, agora eu estava sozinho naquela pequena sala. Olhei em volta e suspirei, pensando no que eu havia me metido. Imaginando aonde é que eu estaria agora se eu nunca tivesse conhecido Fionna. Estou levando meus últimos minutos de vida mais tranquilamente do que eu pensei.

Talvez minha vida já não esteja valendo tanta coisa assim, nem pra mim mesmo. Bati os olhos no relógio: 03:41 da manhã. Resolvi que já estava na hora de ir andando de encontro com a morte. Avisei para todo mundo que iria na frente, como parte do plano. Eu iria fazer com que Gumball achasse que eu estava sozinho, e então, quando os bebês estiverem seguros, a polícia aparece. O que vai acontecer comigo depois disso ninguém sabe.

A melancolia na hora da partida é sempre inevitável. Marceline foi a primeira a me abraçar bem forte e me dizer palavras que eu vou guardar na memória pra sempre:

– Depois de todos esses anos, nunca pensei que fosse sentir tanto sua falta... Tu sempre me deu muito trabalho, mas eu continuo te adorando do jeitinho que tu é... Você sempre será meu irmãozinho, tá bom? - Ela me puxou pra si - Dá aqui um abraço, seu emo de merda.

Acho que ela nunca soou tão carinhosa. Retribui seu abraço com toda minha força, ela sorriu e enxugou uma lágrima do canto do olho.

– Parece que alguém não confia muito na eficácia da polícia... – Finn cruzou os braços – Relaxa parceiro, vai ficar tudo Ok. E mesmo se você morrer, pense pelo lado bom: Tu vai encontrar teu coroa no paraíso

– Finn Mertens, mais “simpático” que segurança de balada – Sorri – Também vou sentir sua falta, viu?

– Mas é claro que sim – Ele deu meio riso, como se fosse óbvio.

Por fim, todo mundo me abraçou, disse palavras de consolo e promessas de que tudo acabaria bem, mesmo sabendo de que é quase certeza eu partir dessa pra melhor. Foi tanto chororô e mimimi na sala da delegacia, que eu mal pude interferir. Gente, eu sou só mais um João ninguém que vai dar umas voltas no céu, como qualquer outro.

Pensando bem, depois de tudo o que eu fiz, nem sei mais pra onde eu vou.

Marcy me deu uma carona de moto até a estrada principal, parando á uns 500 metros de distância da tal casa abandonada em que Gumball me esperava. A partir dali, era só Deus e eu naquela estrada vazia e mal iluminada. Senti que algo ou alguém estava me observando, mas contive o receio e segui em frente.

O único som que eu escutava era o barulho dos meus passos no asfalto molhado e alguns grilos, que berravam no meio do mato. Ignorei o frio e o medo e continuei indo em direção a Violet e Arthur... Nessa altura, eles eram tudo o que importava pra mim. Como eu queria que Fionna estivesse aqui agora...

Tirei o celular do bolso e desbloqueei a tela, para ver as horas. 13 de fevereiro, sexta feira – 4 da manhã em ponto. Foi nesse exato instante que eu cheguei até o casebre. Engoli seco, respirei fundo e pulei a cerca. Atravessei o quintal de mato alto e bati na porta de madeira velha que cheirava a mofo.

– Seja muito bem vindo, vampirinho – Bonnie, que agora estava com seu cabelo pink escuro e batom preto abriu a porta – Estávamos esperando por você.

– Vai se foder – Revirei os olhos e resmunguei – Vadiazinha...

– Isso são modos de tratar uma anfitriã? – Gumball abriu um sorriso medonho – Tudo bem... não posso exigir educação de um suburbano.

– Vamos logo ao que interessa, não estou com paciência para o seu deboche – Revirei os olhos – Onde estão meus filhos?

– Bonnie? – Ele direcionou seus olhos violeta para a mesma – Traga os filhotes da periferia.

A rosada deu um sorrisinho sínico, caminhando lentamente até a cozinha e voltando depois de alguns segundos. Ela carregava um gêmeo em cada braço, os dois calmos e sem entender nada do que estava acontecendo, abriram um sorriso ao me ver. Fiquei espantado ao ver o quanto eles cresceram nesses últimos meses e ao mesmo tempo triste por não ter acompanhado isso. Pior: por não poder viver mais para cria-los.

– Vai ficar só olhando? – Bonnie, da forma mais grossa possível, questionou – Segure logo esses seus ratinhos que eu já estou começando a ficar com nojo.

– Sabe do que eu tenho nojo? – Tirei os olhos dos bebês e foquei nela – Tenho nojo nessa sua cara de mal amada, da sua forma de tratar as pessoas, da sua promiscuidade, arrogância e maleficência – Me virei para Gumball – Tenho nojo do que você transformou a Bonnie, dessa sua inveja doentia de mim, dessa sua mente perturbada e de tudo o que venha que você – Peguei Violet no colo, em seguida Arthur – Além de nojo eu tenho pena. Sério mesmo, tenho muita dó de vocês dois, porque nunca irão conseguir formar uma família, nem amar de verdade alguém, muito menos ter amigos fiéis ou achar a felicidade nas coisas mais simples. Vocês podem me matar esta noite, eu não me importo. Já vivi o suficiente pra saber que isso nunca trará á vocês a alegria que tanto procuram. A vida que eu tive... e que vocês nunca vão ter.

– Que comovente – Ele deu uma risada sarcástica – Dá pra acreditar no que esse cara diz, Bonnie?

Ela deu um sorriso forçado. Parecia abalada com alguma coisa.

– Que seja, vamos acabar logo com isso – Ele começou a carregar sua arma de fogo. Calibre 38, capaz de fazer um bom estrago.

– O-o que você tá fazendo? – Recuei, tentando proteger as crianças.

– O que parece? – Ele disse como se fosse óbvio – Estou indo te matar agora. Não foi esse o combinado? Eu te dou os bebês e você me dá sua vida.

– Se você me matar agora, como eu vou saber que eles ficarão bem? – Indaguei

– Você não saberá. E eles não ficarão. – Ele riu – Não é obvio? Eu te peguei, Marshall Lee. Você e suas crianças estão mortas.

– Você não pode fazer isso – Coloquei os bebês no chão, atrás de mim – Este não foi o acordo, você me enganou!

– O mundo é dos espertos, você já deveria saber disso – Ele apontou a arma pra mim – Hora de dizer adeus, vampirinho.

– Mas que... – Grunhi, sem saber o que fazer.

Os segundos a seguir foram os mais tensos da minha vida, que pareceram durar uma eternidade. Gumball mirou a arma e colocou o dedo no gatilho, eu apertei os olhos, esperando que ele apertasse o mesmo, o que não chegou a acontecer. Um filme passou na minha cabeça na hora, por pouco eu conseguia escutar o barulho do tiro e senti-lo perfurando meu peito.

Pela quarta vez na vida, a morte passou na frente dos meus olhos e não me levou. Eu devo ter muita sorte mesmo...

No exato momento em que Gumball ia atirar, a polícia interveio, bem na hora. No segundo exato, eles meteram o pé na porta e adentraram o casebre, com suas armas apontadas para Gumball.

Ainda em estado de choque, fui o único a ver Bonnie deslizar sutilmente despercebida para a cozinha, com Arthur e Violet no colo. Enquanto todas as atenções estavam voltadas sobre seu namorado, ela fugia covardemente com meu mundo nos braços... e eu não podia permitir.

Meu primeiro impulso foi correr atrás dela, numa tentativa desesperada de segura-la pelo braço e a impedir de sumir no mundo com os gêmeos. Teria conseguido se no meio daquela confusão, Gumball não tivesse sido mais rápido, dando-me uma gravata no pescoço e apontando a pistola já engatilhada para minha cabeça.

Legal, agora fodeu de vez. Bonniebel sumiu e eu vou morrer aqui, na mira de um doente e bem na frente dos policias e da... Marceline? O que diabos essa maluca está fazendo aqui e como conseguiu entrar? Será que a polícia é cega?

O pior é que eu não conseguia pensar em nada pra me livrar daquela situação. Meu corpo estava fraco de mais pra conseguir me livrar das mãos de Gumball, que me enforcava cada vez mais forte, comprimindo o cano gelado do revolver contra minha têmpora, me fazendo suar frio. Esse é o resultado de entrar em depressão, parar de comer, perder uns 12 quilos e começar a sofrer de anorexia: você perde todo o seu resto de força.

– Abaixem as armas, se não eu atiro – O rosado ameaçou.

– Não! Não façam o que ele pede! – Implorei, tentando respirar – Salvem... as... crianças.

– Cala a boca, resto de aborto – Ele atirou pra cima – Eu estou falando sério! Abaixem as armas, agora!

– Não faça nenhuma besteira, coloque a arma no chão e levante os braços – O policial na linha de frente ordenou - Torne as coisas mais fáceis, não queremos derramar sangue aqui.

– Vocês acham que eu estou brincando? – Ele indagou

– Você não tem escolha a não ser se render agora – A capitã mirou pra ele – Fim da linha, acabou.

– Você é quem pensa, gatinha – Ele deu um riso doentio – A festa ainda está pra começar.

– É sua última chance, garoto – Um terceiro policial intimou – Se renda agora e ninguém se machuca.

– Eu vou contar até três pra vocês abaixarem as armas – O rosinha sorriu – Um... dois...

Embora o terceiro segundo não tenha sido contado, o fogo se abriu e o sangue foi derramado. Mesmo com a visão turva, eu ainda pude ver (e escutar) todo o desastre que se instaurou naquela casa. A primeira bala disparada foi a de um dos policiais, que acertaram-no direto no peito, o fazendo disparar pra cima, a poucos centímetros da minha cabeça.

Entrei em estado de choque e mal pude me mover, enquanto o rosado disparava desesperadamente contra os policias... e os policias retribuíam, o alvejando. Eu teria continuado no meio do fogo cruzado, se não tivesse sido bruscamente empurrado pro lado por alguém. Logo após isso, escutei um último disparo e voz feminina, dando um urro de dor.

Bati a cabeça na quina de algum móvel e meu campo de visão passou a ficar mais embasado. Mesmo assim, pude ver quem foi minha salvadora e o porquê de todo mundo ter parado de atirar. Jogada sobre meu corpo estava minha irmã, que se contorcia e jorrava sangue pelo abdome.

Eu mal podia acreditar que mais uma pessoa estava morrendo por minha causa. Como isso era possível? Porque comigo?

Mesmo tonto, morrendo de dor de cabeça, fraco e com a visão turva, me debrucei sobre ela e a abracei. Chorei, gritei, senti vontade de morrer naquele momento. Ela repousou sua mão sobre minha face e sorriu, dizendo que meu rosto era a última que ela iria ver. Aquilo com certeza doeu mais do que um tiro pra mim, eu preferia morrer a ter que vivenciar isso.

Todos fizeram um momento de silêncio, que foi interrompido pelo som baixo e quase imperceptível do choro de Bonniebel. Sua culpa havia pesado e a feito voltar atrás. Me virei pra ela e vi a mesma chorando sobre o corpo morto de seu namorado. Ela enxugou os olhos e olhou pra mim. A mesma não conseguia fazer isso sem se derramar em lágrimas.

– Marshall... me desculpa por tudo – Ela disse – Você tinha razão, ódio só gera ódio... minha vingança não trouxe nada além de desgraça pra todo mundo.

– Suas desculpas não vão trazer ninguém de volta – A olhei de cima á baixo, com ódio no olhar – Tá feliz agora? Olha o que você e seu namorado fizeram! Seus doentes! Acham que só porque uma pessoa não te quis, você tem o direito de acabar com a vida dela? Hein? Me responde!

– Eu... eu... sinto muito – Ela tentava falar em meio aos choros e soluços – Eu acabei com a vida de todo mundo, então está na hora de dar um fim na minha também – Ela pegou a arma nas mãos geladas de Gumball - Eu preciso do seu perdão antes de partir.

– Seu draminha não vai me fazer sentir pena de você – Franzi o cenho – Que morra.

– Bonnie... – Gumball a chamou, tão baixo que eu mal pude escutar. Ele estava claramente partindo dessa pra melhor, cuspindo sangue e tudo. Não senti nem um pingo de pena – Mate-os.

– O-oque? – Ela indagou, assustada.

– Fa-faça isso... por mim – Ele implorou – A criança... mate.

– Tudo por você, meu amor – Ela deu um sorriso quebrado.

Os policias assistiam a cena sem esboçar nenhuma expressão. Não fizeram absolutamente nada. Bonnie, que já estava com o revólver na mão, mirou com as mãos trêmulas para Violet, que não entendia coisa alguma do que estava acontecendo. Por um instante, tudo foi silêncio e eu realmente comecei a acreditar que ela iria mesmo fazer a crueldade de assassinar uma criança na frente de seu pai. E eu, sem poder me mexer, assistia sem nem piscar a gota d’agua para transformar minha vida num dilúvio. Tragédia não falta pra acabar de vez com esse resto de vida que eu tenho.

Sem tirar os olhos dela, escutei o barulho de várias armas sendo engatilhadas ao mesmo tempo. Todas as miras estavam sobre ela e ela sabia disso. A mesma suspirou e se deu por vencida, desistindo daquela loucura e abaixando a pistola. Respirei aliviado.

Mas a insanidade não parou por aí. Jujuba resolveu que queria se juntar ao Gumboiola no inferno... e foi isso que ela fez. Apontou aquela coisa para a própria cabeça e atirou, sem que ninguém tivesse tempo de impedi-la.

Como agir diante de uma situação dessas? Ninguém sabia ao certo.

Na verdade, eu não estava me importando com ninguém além de Marceline, que falecia aos poucos nos meus braços. Violet e Arthur engatinharam até mim e permaneceram ao meu lado até a chegada da ambulância.

Depois daqueles momentos horríveis, Marceline foi levada com urgência ao pronto socorro, junto com Bonnie e Gumball. Sinceramente, eu não acreditava que nenhum dos três ainda estariam vivos. Além de mim, ninguém sabe a dor de carregar um fardo como esses: mais três pessoas morrem hoje por minha causa, como se fosse uma maldição. Ao todo, são cinco.

Cinco almas descansam em paz graças ao imbecil que vos fala. A morte sempre esteve ao meu lado... e agora ela provavelmente levou mais três.


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Notas finais do capítulo

Já disse uma vez e vou repetir: não surtem e não tomem posições precipitadas... eu não sou um Rick Riordan da vida, pra matar personagem bom. Vlw Flw, também amo a Marcy e sei que se ela morrer, vocês me matam.
Beijão e até semana que vem! o/ Só mais 5 caps e eu paro de enfartar com o coração de vocês e.e