As contas estavam erradas e, se por algum acaso estivessem certas, o destino não queria agir de acordo com a matemática.

Rose Weasley não teve três meses de vida, na verdade Lily recebeu notícias da morte da prima na manhã seguinte. Elas haviam acabado de se acertar, a ruiva estava em pedaços com aquilo, mas esperava ter aqueles três meses para recuperar o tempo perdido, nunca fora possível.

No enterro ela viu pela primeira vez a pequena bebê que a prima deixara para trás, Carina não herdara quase nada da mãe, os olhos cinzentos assim como os cabelos louros eram herança de Scorpius, o único traço marcante de Rose na pequena eram, talvez, as sardas que se acumulavam abaixo dos olhos.

Naquele dia Lily também percebeu que jamais poderia odiar Scorpius Malfoy, por mais que quisesse eles teriam para sempre um alguém que a ligaria a ele.

Dois anos se passaram desde então, a convivência com Scorpius graças a Luca fizeram com que tudo fosse deixado para trás e uma reaproximação acontecesse. Eles jamais seriam os amigos que era quando crianças, nunca conseguiriam tratar um ou outro de maneira amorosa, mas se respeitavam, e aquilo era o suficiente. O pacote Malfoy também trazia Carina com ele e Lily acabou se apegando a garotinha. Não sabia se aquilo era uma maneira de redimir-se com Rose ou simplesmente pelo fato de Scorpius ser uma tragédia como pai, o fato foi que Lily vivia na presença de Carina, claro, com Luca sempre a seu lado.

Quanto a Nicholas, ele conseguiu seu final feliz. As lembranças de Lily realmente voltaram e, assim que a poeira abaixou, a ruiva declarou-se para o rapaz que decidiu não esperar nem mais um segundo e pedí-la em casamento.

Eles eram uma família estranha. Viviam debaixo do mesmo teto cinco pessoas. Nicholas era marido de Lily que tinha um filho com Scorpius que tinha uma filha com a falecida Rose. Não era algo usual, os adultos amavam se odiar ou odiavam se amar, o respeito era evidente, os sentimentos nem tanto. As crianças divirtiam-se, Lucca sempre tivera dois pais e agora tinha a mãe de volta, Carina cresceria na presença dos dois homens e, apesar de não se lembrar da mãe, tinha a prima e melhor amiga desta como uma espécie de mães adotivas.

Eles se amavam tão estranhamente quanto a família que formavam, mas no final do dia era certo que se amavam e, enquanto segurava na mão de seu filho, o guiando em direção a plataforma nove e meio, Lily percebeu que não poderia estar em nenhum outro lugar senão ali.