Prodígio X Primário escrita por Anne Neville


Capítulo 3
Capítulo 3 - Conversas


Notas iniciais do capítulo

MIL PERDÕES! TEM MAIS DE UM MÊS QUE EU NÃO POSTO! Não se preocupem por que segui o conselho de postar diariamente, se não der ao menos dia sim e dia não. Amanhã já posto o capítulo 4. Obrigada a todos os comentários, galera!
Estava pelo 8tracks quando me deparei com essa playlist HILÁRIA de Sherlock, recomendo a todos que querem dar muitas risadas.

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Depois de responder perguntas sobre a sua sexualidade e receber seu “cronograma de roupas”, John voltou para a aula extasiado. Primeiro derrubou café no queridinho do colégio. Depois conheceu uma lésbica e uma emo. E, por último, sentou-se com as pessoas mais populares do colégio. Ele viveu mais em um dia no Conan Doyle do que dois anos no colégio interno. As três últimas aulas seguiram normalmente e em uma delas Molly e Irene estavam lá.

–Quer dizer que você prefere passar o almoço com Sherlock e sua matilha do que com nós?!- Molly atacou, estreitando os olhos e cruzando os braços.

–Me desculpa. Eles me chamaram e eu não soube dizer não. – John respondeu, o que fez Molly baixar a guarda

– Minhas teorias estão confirmadas: Sherlock é bipolar. Ele quer te matar em um momento e no outro chama você para sentar com ele.

– John, tenha cuidado. O Sherlock não muda de ideia tão rápido e eu tenho certeza que ele está tramando algo. – Irene falou, com uma cara de preocupação.

– Sei lá, ele não me parece uma má pessoa.

–Acredite em mim, ele é.

As aulas acabaram, John pegou suas coisas no armário e saiu junto com os outros alunos. O dia ainda estava frio e nublado e John caminhou calmamente pelo passeio bem cuidado.

–Ei! John! – Ele virou-se e viu Molly caminhando em sua direção – Você estava indo para casa?

–Sim, provavelmente eu vou dormir a tarde inteira.

–Você mora aonde?

–Logo ali na frente. Duas quadras de distância.

– Então eu vou te acompanhar.

Molly olhava para os carros que passavam e mexia nervosamente na barra da saia. Ele percebeu que ela era bonita. Tinha os olhos castanhos e meigos que contrastavam com toda a agressividade das roupas e da maquiagem pesada. Os cabelos combinavam com os olhos e tinham mechas rosa e azul.

–Eu sei que você vai sentar com o Sherlock e ... Eu realmente não sei como te falar isso. – Ela parou de caminhar e olhou firmemente para John - Tudo que você ouvir sobre mim é mentira, ok?

– Ok. – John concordou. Por que ela devia satisfação a ele? Eles se conheciam a seis horas - A minha casa é aqui.

–Então... tchau. – Ela saiu apressadamente

“Isso foi bem estranho”, pensou. Abriu a porta de casa e viu sua mãe no sofá, lendo alguma coisa.

–Como foi seu primeiro dia de aula? – Perguntou, toda animada

–Normal. – John respondeu, já subindo as escadas para o seu quarto.

– Só isso?! Nós mudamos de país, de continente, e sua aula foi normal?!

–Eu fiz amigos, a aula foi chata e a comida daqui é boa.

–Você realmente não quer me contar os detalhes. – Sua mãe falou, revirando os olhos. – Só vou te perdoar porque sei que você está cansado.

Ele concordou e subiu as escadas. Se tivesse falado para sua mãe que tinha derrubado café em alguém ela provavelmente ira contatar a ONU para escrever um tratado de paz e fazer John se desculpar com o mundo inteiro. Jogou a mochila em um canto, arrancou o tênis e o casaco e se jogou na cama, vencido pelo cansaço.

***

Acordou com o barulho do telefone tocando. Pegou o travesseiro e colocou no rosto, tentando abafar o barulho infernal.

–Mãe! Atende o telefone! – Não houve resposta.

Ele se levantou, esfregando os olhos. Desceu as escadas e atendeu o telefone, que ficava na cozinha.

–Alô? – Falou, com a voz sonolenta.

–Você deveria comprar um celular.

–Ahn?

–Nós estamos em pleno século XXI e você me faz olhar nos arquivos do colégio.

–Primeiro: quem é? Segundo: como você teve acesso aos arquivos do colégio?!

– É o Sherlock, duh. O sr. “Alergia a pelos de gato” deveria comprar um celular.

–Acho que posso pedir um a minha mãe. – “Era assim que ele sabe o segredo de todo mundo. Mas ele não saberia tudo pelo histórico escolar.”, pensou. – Você não respondeu a minha segunda pergunta.

–Bem observado. Eu uso um programa para hackear o sistema do colégio. Meu irmão fazia isso na sétima série mas acho o meu programa mais... requintado

–Entendi.

–Anderson falou que te viu indo embora com aquela gótica/lésbica. Acho que o nome dela é Molly Hooper.

–É? Ela é lésbica?!

–Depois que eu falei que eu não iria namorar com ela, por motivos óbvios, ela mudou de lado.

–Uau... Essa escola é bem agitada.

– O tédio que essa cidade nos proporciona nos faz buscar alternativas. Te vejo amanhã.

Ele nem esperou John se despedir e desligou o telefone. Lembrou-se da conversa que teve com Molly. Então era isso. Ela não queria que John achasse que ela fosse lésbica. Mas não tinha nenhum problema nisso. Pensava sobre esse assunto quando viu um papel preso no ímã da geladeira que dizia “Fui comprar o jantar. Beijos, mamãe.”

Sorriu ao ver aquilo. Sua mãe sempre o consideraria um bebezinho. Mas todas as mães são assim. Se espreguiçou e foi tomar um banho. Vestiu uma calça de moletom cinza e uma camisa branca velhas, suas peças de roupa mais confortáveis. Começou a arrumar suas roupas nas gavetas da cômoda. Quando terminou, passou para a caixa que dizia “Coisas para a escrivaninha”. Arrumou os objetos, deixando tudo organizado . Seu quarto era bem simples. A cama ficava embaixo da janela e ao lado do criado-mudo simples. A cômoda ficava na parede oposta, junto da escrivaninha. Ele colocou porta-retratos e algumas bugigangas do Afeganistão que seus amigos tinham dado para ele na sua despedida.

Ouviu a porta de abriu e sua mãe chamando o seu nome

John, trouxe o jantar

Ele desceu e encontrou seu pai e sua mãe arrumando a mesa do jantar. Ela colocou os pratos e serviu a pizza e o refrigerante.

–Nada como um bom fast-food americano

Comeram em silencio, casa um em seus pensamentos. Foi John que quebrou o silêncio

– Mae, eu posso ter um celular? – Ela olhou para ele pensativa

–Acho que sim. Eu posso deixar o meu cartão e você pode ir ao shopping amanhã

–Ok.

Terminaram de comer e John ajudou sua mãe a lavar os pratos. Depois, subiu e deitou-se na cama, pegando o livro que estava sob o criado-mudo. A guerra dos tronos. Gostava de livros de fantasia e ficção cientifica. Gostava de viajar para outras épocas e planetas e imaginar as mais diversas aventuras. Leu dois capítulos e caiu no sono, sem saber que sua vida mudaria drasticamente.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Comentem!